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História Coisas de Híbridos - Brincadeira de Adultos


Escrita por: Sanechan

Capítulo 5 - Brincadeira de Adultos


Fanfic / Fanfiction Coisas de Híbridos - Brincadeira de Adultos

Jungkook andava pela casa olhando as coisas que mais lhe atraíam a atenção.

Sorriu vendo algumas fotos de Taehyung quando era criança e que estavam dispostas numa parede do corredor do segundo andar.

Havia fotos de um casal apaixonado e de mais duas crianças menores. Deduziu serem os pais e os irmãos dele.

Quando olhou para a porta do quarto, viu como Tae corria de um lado a outro recolhendo algumas roupas pelo chão e ajuntando embalagens vazias de chips e sucos.

Encostou ao marco da porta com um sorriso.

- Então meu vizinho é um pouco relaxado?

Taehyung gritou envergonhado. – Não entra agora! Deixa eu arrumar aqui!

Então parou ao ver como o outro estava recostado o ombro com as mãos nos bolsos da calça, o cabelo caindo pela fronte e o sorriso divertido lhe iluminando o rosto.

Jungkook vestia-se com roupas casuais, práticas e confortáveis, mesmo usando uma camiseta básica branca de algodão, o estilo se via pela calça jeans escura com desfiados nas pernas e detalhes em spikes envelhecidos. Levava o boné preso no passador situado na lateral do cós que deixava a barra da camiseta erguida mostrando parte do cinto de couro preto.

Desviou os olhos se xingando mentalmente.

Quanto tempo havia ficado o olhando?

Suga, que estava em sua almofada, emburrado e se negando a sair dali por conta de Jimin que estava sentado no corredor, negou com a cabeça.

Seu dono fazia as coisas na cara que até um lerdo como o vizinho havia notado que ele ficou o medindo durantes minutos inteiros, e o pior, com aquela cara de bobo embelezado gostando do que via.

Jungkook entrou no quarto mantendo o sorriso na boca. Recolheu do chão um mangá e passou a folhear.

- Você gosta disso?

- Um pouco... – Tae ainda estava com vergonha – Gosto de anime e de jogos também...

O mais novo deixou de lado o quadrinho antes de se aproximar segurando seu braço.

- Deixa de arrumar, eu realmente não ligo pra bagunça. Seu machucado começou a sangrar pelos movimentos que deveria evitar.

Tae olhou ao próprio braço notando como o curativo apresentava uma pequena mancha de sangue.

Não tinha percebido...

Jungkook o sentou na cama antes de tirar a mochila do ombro abrindo para pegar a maleta de curativos que havia trazido.

- Vou passar a noite aqui para que não se esforce, então colabore – o repreendeu. Então sorriu enquanto trocava o curativo em seu braço – E eu já vi sua bagunça mesmo...

- Ah! – Tae tampou o rosto com o outro braço – Que vergonha!

- Fica quieto! – Jungkook brigou tentando ver-lhe os olhos.

Quando Tae retirou o braço, ficaram frente a frente, bem próximos.

Taehyung tinha os olhos grandes que se ressaltavam quando ele sorria quadrado desse jeito...

Notou como ele piscava várias vezes e enrugava as sobrancelhas antes de olhar pra todos os lados e voltar a mirá-lo nos olhos.

- Aigoooo! – Tae o empurrou pelo ombro, corando de vergonha – Por que está me olhando assim?

Jungkook sorriu desviando os olhos para o chão. – Gostei de saber que o hyung tem um coração enorme a ponto de se sacrificar para salvar qualquer ser vivo... – ainda tinha a mão dele entre as suas – Só não faça as coisas assim. Poderia ter se ferido gravemente...

- Você também foi socorrer o gato do Kyungsoo – Tae buscou sua mirada e assim que a teve, sorriu – Obrigado por ter ido me ajudar...

- Eu só fui porque ouvi sua voz. Nem tinha reparado o que acontecia ali...

Suga ficou olhando como os dois estavam numa conversa pra lá de “intensa”, carregada de “estranhos” olhares e ainda mantinham as mãos dadas.

Pobre Kim Taehyun...

Estava realmente com dó do seu dono, pois ele havia completamente sucumbido à paixão...

O pior era que pelo “clima” entre eles e pelo comportamento do vizinho, Jeon Jungkook também estava apaixonado por seu dono...

Virou a cara não agüentando tanta purpurina de arco-íris que eles soltavam, dando de cara com Jimin.

Seu focinho encostou ao focinho dele, que mantinha a cabeça apoiada em sua almofado.

Jimin pôs a pontinha da língua para fora querendo lamber-lhe, mas estava se controlando ao extremo. O rabo dele balançava energicamente quando o notou.

“Que faz aqui, pulguento?” – estreitou os olhos. Ainda estava com raiva dele.

Não sabia o motivo, mas só de vê-lo lembrava em Taemin...

Notou como ele parava de balançar a cauda e abaixava as orelhas, seus olhos extremamente tristes.

Ele era apenas um menino...

Lembrou que ele havia dito que se sentia sozinho, assim como lembrou que ele ficava esperando-o nas ultimas noites...

Por que ele tinha que ser assim tão sentimental? Tão expressivo?

Ah, claro... Ele era um cachorro...

Fiel, amigável, dócil, companheiro e um monte de outras coisas...

E ele estava machucado...

Apoiou uma patinha no focinho dele mantendo a mirada.

“Cachorro estabanado... Não me cause preocupações sendo irracional como nossos donos...”.

“Suga ainda está com raiva?”.

Sim... Ainda estava com raiva, pois soube após ver como Taemin se aproximou e tentou cuidar de Jimin, que por mais que nas últimas noites até esqueceu que eram completamente opostos, Jimin era um cachorro...

E cachorros tinham que permanecer juntos...

Tinham que se relacionar entre si...

Suga não estava com raiva de Jimin, estava com raiva de si mesmo por ter se esquecido das diferenças.

Jimin não tinha culpa por ser tão inocente. Ele apenas queria atenção e alguém para brincar...

“Como está sua pata?”.

“Bem...”.

Suga se levantou se espreguiçando. – “Quer brincar?”.

Jimin deu um pulo correndo atrás de si quando deixou o quarto.

Olhou para ele notando como o rabo balançava alegremente e como ele estava empolgado.

Enquanto caminhava preguiçosamente com a cauda erguida, o outro o rodeava falando até pelos cotovelos.

Ao chegarem à escada, Suga pulou sobre o corrimão e deslizou até embaixo aterrissando no tapete. Jimin desceu correndo saltando os últimos degraus terminando por cair sobre si. Ambos rolaram um pouco pelo meio da sala.

Kai estava deitado na poltrona. Ele apenas abriu um olho para ver o que faziam, mas como estava sonolento pela medicação, apenas se ajeitou para ver o que eles estavam aprontando.

Fora que era a primeira vez que via Suga se mover para alguma coisa que não fosse de seu interesse.

“Consegue me pegar?”.

Suga passou por baixo das pernas de Jimin e entrou sob a mesinha de centro. Por ser maior, o cachorro não conseguia entrar ali, então foi divertido brincar de pega-pega com as patinhas.

Por ser de vidro, Jimin conseguia vê-lo, mas não conseguia pegá-lo.

Então Suga saiu dali correndo atrás da cortina e sendo perseguido de perto por Jimin.

Deslizaram pelo tecido até o sofá onde saltaram sobre o estofado e pularam rumo ao balcão que dividia a cozinha da sala.

Kai bufou vendo como eles se divertiam.

Suga era mais ágil em se desviar dos móveis, mas Jimin era mais veloz. Não demorou em Jimin conseguir pegá-lo pulando sobre si quando davam a volta pela copa.

Deslizaram juntos pelo piso.

Suga sentia as patas dele em volta se seu pequeno corpo, bem como a respiração agitada.

Virou de barriga para cima o empurrando com as patas, então ficou quieto notando como ele o olhava.

“Cansou de brincar?”.

“Seu cheiro muda... Por quê?”.

Kai moveu as orelhas os ouvindo enquanto Suga arregalava os olhos passando a empurrá-lo com mais afinco.

“Sai de cima, cachorro. Você é pesado”.

Jimin não obedeceu. Encostou o focinho na pelagem macia do pescoço de Suga tentando sentir o cheiro doce que lhe causava uma estranha sensação.

“Esse cheiro não vem de seu pêlo”.

“Por que ele está liberando o odor de outra parte... É algo íntimo” – Kai se intrometeu vendo como Suga o mirava com raiva.

Jimin olhou entre as pernas do felino. Para a parte que já havia sentido o cheiro antes.

“Cala a boca gato idiota!” - Suga estapeou Jimin até ser soltou. Afastou emburrado rumo à escada – “Não quero mais brincar”.

Jimin ficou ali deitado olhando como ele sumia para o andar superior, então olhou ao outro gato.

“Que interessante...” – Kai estava surpreso com a revelação.

“Por que ele ficou com raiva?” – Jimin o olhou sem entender.

Kai apoiou a cabeça nas patas cruzadas, vendo como ele era ingênuo.

“Quando um gato hibrido adulto se excita, ele libera esse odor para embriagar o companheiro. Se você se sentiu estimulado, deve já ter entrado na fase adulta”.

Jimin pendeu a cabeça para o lado, pensativo. – “E o que acontece?”.

Kai teve que sorrir antes de sussurrar perversamente. – “Brincadeiras de adultos... Muito mais interessante que qualquer outra brincadeira...”.

 

 

.........................................

Suga ficou o restante do dia em sua almofada do Kumamon.

Notava que Jimin se aproximava e o rodeava, mas não lhe dava atenção.

Estava também com raiva de Kai por ser tão linguarudo.

E com vergonha...

Tampou a cara com as patas. Odiava isso...

Não tinha percebido que estava liberando seu aroma, também não esperava que Jimin fosse senti-lo e ficar daquela forma estranha...

Ele era apenas um menino...

Suspirou olhando para a janela. Logo anoiteceria.

Espreguiçou-se deitado e rolou um pouco caindo para o tapete, então notou como Jimin estava ali perto deitado e o olhando.

Ele se aproximou devagarzinho ficando bem próximos.

“Suga ainda está com raiva?”.

“Jimin, não quero que dê ouvidos àquele gato imbecil”.

“Está bem...” – Jimin concordou.

Suga ficou vendo como ele colocava novamente a pontinha da língua pra fora, querendo lamber-lhe.

“Você não tem jeito, não é?” – reclamou.

“Sou um cachorro...” – ele ainda estava feliz, apenas por poder conversar consigo.

Estavam apenas os dois no quarto, sendo que seus donos haviam ido ao mercado comprar algo para comerem mais à noite e Kai estava no andar de baixo.

A forma que ele o olhava era desconfortante por ser tão intensa. Então lhe tampou os olhos com as patinhas como uma vez havia feito, antes de encostar o focinho no focinho dele e permitir que suas línguas se tocassem durante um segundo antes de se afastar.

“É o máximo de carinho que lhe darei” – deixou bem claro – “Então não fique me olhando com essa cara de cachorro abandonado”.

“Suga...”.

“Quê?” – destampou-lhe os olhos e o mirou desconfiado.

“Me ensina a brincar como adultos?”.

Talvez, devesse concluir o que aquele cachorro não conseguiu fazer nessa manhã.

Maldito Kai...



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