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História Coisas estranhas voltam a acontecer - The boy who came back to life



Notas do Autor


O segundo capitulo!!!
Demorou, mas saiu!
Este capitulo estou dedicando á minha melhor amiga Anna Giúlia e novamente ao meu amigo Pedro que me convenceu a escrever esta FanFic.
Faça uma boa leitura, espero que vocês gostem!
Nos siga no Twitter: @Biscoitinha_Mel e @Yas_Bolachinha.

Ass: Biscoita e Bolacha

Capítulo 2 - The boy who came back to life


Fanfic / Fanfiction Coisas estranhas voltam a acontecer - The boy who came back to life

Eleven, pensei. Ela voltou!

O céu começou a escurecer. Um vento forte bateu em meu rosto fazendo com que meu cabelo preto se movesse. Mas só ele. Tudo, arvores e pessoas, estavam petrificados.

Notei um leve movimento em minha frente. Ela se levantou, olhou para mim com um olhar confuso.

Como? Como ela conseguiu?! Max se afastou de Troy e pegou o seu casaco marrom do chão. Ela não sabia o que fazer, ou melhor, o que havia feito.

Max começou a me encarar e percebi que sangue escorria de seu nariz.

Repentinamente, comecei a sentir os movimentos voltarem. Assim que me recuperei olhei para Dustin, Will e Lucas. Eles também estavam recuperando os movimentos.

-O que foi isso?!- Exclamou em tom de pergunta Dustin.

-Eu... Olhe!-Lucas apontou para Max que estava caída no chão.

-Max! Max!- Gritei enquanto me aproximava.

Aos poucos o céu foi ganhando cor novamente. Todos voltaram ao normal, porem nenhum deles achou estranho o que havia acontecido.

Tive certeza, as únicas pessoas que tinham consciência do que tinha acontecido era eu e meus amigos.

-O que vamos fazer?- Perguntou Will.

-Henderson, me ajude a levanta-la... Hum, vamos tirar ela daqui antes que Troy queira brigar novamente.

Dustin me ajudou a erguer Max e depois pegou ela no colo. Peguei a minha mochila e a dela. Estava prestes a subir na bicicleta quando Lucas perguntou:

-Como vamos leva-la na bicicleta?

Eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe. Mesmo que nossas bicicletas coubessem mais de uma pessoa não havia como levar alguém que estivesse desacordado.

-Podemos ir para a sala de Audio Visual- Sugeriu Dustin- Ninguem estará usando ela.

-Bom, é mais perto que qualquer uma de nossas casas.- Disse Lucas.

Concordei com a cabeça. Todos os olhares do pátio recaiam sobre nós. Como eu não tinha pensado nisso? Uma garota que acabará de ter uma briga contra um dos valentões da escola estava desacordada e sendo levada no colo por um menino desdentado. Era meio obvio que isso chamaria atenção!

Pensei em pedir para Dustin largar Max em banco para vermos se ela acordava, mas isso também chamaria atenção.

Estavamos quase na porta de entrada quando olhei para o lado e vi o Sr.Clarke dando uma bronca em Troy por bater em uma garota. Seus braços estavam com marcas de unhas e hematomas vermelho-rosado. Quando Troy notou que Max estava conosco ele começou a apontar em nossa direção dizendo algo que não consegui decifrar.

-Mike, vem!- Chamou Will.

Continuei seguindo eles. Eu não conseguia parar de me perguntar: O que Max tinha feito? E como tinha feito?

Me lembrei da vez em que Eleven havia feito algo parecido. Estavamos no ginásio após a reunião em honra da “morte” de Will. Troy e James estavam zombando dele e quando eu empurrei Troy, antes dele conseguir retribuir com qualquer tipo de agressão, Eleven o paralisou e fez com que ele mijasse nas calças.

-Pronto! Abre para mim, Lucas- Disse Dustin

Por sorte a sala não estava trancada. Veio em minha cabeça a vez que estive nesta mesma sala com Eleven e ela fez a estação de radioamador do Sr.Clarke pegar fogo. Agora, era diferente. A estação de radio não era mais a mesma, a pintura da parede não era mais a mesma, a minha vida não era mais a mesma. Tudo havia mudado deste a partida dela.

-Coloque ela aqui- Lucas apontou para uma mesa que estava quase vazia exceto por algumas folhas e uma luminária.

Dustin deitou Max em cima da mesa. Ela já estava recobrando os sentidos.

-Ela está fraca- Comentou Will.

-Precisa de pudim de chocolate!- Exclamou, animado, Dustin.

Eu, Will e Lucas começamos a encara-lo e ele disse:

-Que foi? Pudim de chocolate melhora tudo!

-Ei, estou bem... Só a minha cabeça que doi.

Olhei para Max. Seus cabelos estavam molhados, provavelmente de suor e o sangue de seu nariz já estava seco.

-Não quer mesmo pudim?!- Dustin parecia decepcionado e ao mesmo tempo surpreso- Serio?!

Max negou com a cabeça e tentou se levantar da mesa. Ajudei ela a ficar de pé e segurei-a até conseguir equilibrar-se sozinha.

-Posso ir para casa?

Ela não queria falar sobre o que tinha acontecido e eu respeitava isso, mesmo que minha curiosidade não. Eu poderia perguntar o que ela havia feito qualquer hora depois, assim que ela estivesse melhor, mas acho que Lucas não pensava assim.

-Depois que nos dizer o que você fez.

-Eu... eu não sei...- Max gaguejou ao tentar falar.

Censurei Lucas com um olhar para que ele percebesse que o melhor era deixa-la descansar antes de nos contar.

-Sabe sim! Ninguém faz isso do nada!- Continuou ele.

Reparei que Max queria contar o que havia acontecido, mas não conseguia falar. Ou, talvez, não queria.

-E se a gente se encontrar as 17:00 na frente da minha casa?- Interferi- Ai conversamos sobre isso.

Dustin e Max assentiram com a cabeça quase que imediatamente. Will parecia desconfortado com a situação, eu sabia que pare ele era difícil saber que, talvez, tudo tinha voltado a acontecer, mas ele acabou concordando. Lucas me encarou por alguns segundos e disse:

-Certo. As 17:00!

Max, instantaneamente, pegou a sua mochila. Ela estava com a aparência um pouco pálida, porem já estava melhor.

-Até as 17:00.

E saiu correndo pelo corredor.

***

Já eram 16:56. Eu estava pronto e esperava os outros sentado na calçada. Vi Dustin e Will se aproximarem de minha casa.

-Você irá perder!

-Você ainda me deve o seu X-Men 134!

Eles estavam apostando corrida de bicicleta. Infelizmente, Dustin estava perdendo.

-Eeeeeeeeeeeeeeeeeeh!- Gritou Will ao frear a sua nova Monark vermelha em frente de minha casa.

Lucas apareceu vindo do sentido oposto da rua e assim que chegou e entendeu o que havia acontecido perguntou:

-O que vocês apostaram desta vez?

-Se eu ganhasse eu poderia escolher algum gibi- Disse Will sorridente- E se Dustin ganhasse eu teria que dar o meu lanche de amanha pare ele. E adivinha?

-O que?

-Eu ganhei!

-Parabens! Grande vitória!- Gritou uma voz que reconheci na hora.

Max estava usando uma camisa clara, com uma meia-calça e um short por cima.

-Parece que você já esta melhor... Acha que consegue explicar o que aconteceu?- Perguntou Dustin.

-Oi para você também!

-Desculpa- Falou Dustin envergonhado- Mas e ai?

-Pode ser...- Max fez cara feia.

-Antes disso, eu queria te pedir desculpa pelo modo que eu agi com você hoje mais cedo- Disse Lucas envergonhado.

-Cara, não esquenta. Tá tudo bem- Falou Max- Eu também não sei o que aconteceu. Desde pequena eu consigo mover ou destruir coisas com a mente...

-E congela-las também- Disse Will rapidamente.

-Sim, congela-las também. Só que antes eu achava que era coincidência que esses tipos de coisas acontecessem na hora que eu as encarava ou pensava nelas. Conforme eu fui crescendo comecei a conseguir controlar os meus ‘’poderes’’... Mas eu nunca tinha feito uma coisa dessas antes, sabe, fazer o céu escurecer e conseguir petrificar todo mundo.

Poderes?! Max tinha poderes?! Será que eram iguais aos de Eleven? Porque as garotas com quem eu conversava nunca eram normais?

-E telepatia?- Perguntei.

-Não sei, nunca tentei.

-Mas porque eu, Mike, Will e Lucas eramos os únicos que estavam conscientes?- Perguntou Dustin.

Max olhou para ele indecisa, possivelmente ela também não sabia, mas mesmo assim disse:

-Acho que era porque eu queria defender vocês...

-Defender?! Você mal nos conhecia! E ainda não nos conhece!- Articulou Will.

-Eu sei, mas eu meio que sinto que sim. Sinto que já os conheço muito bem e a muito tempo.

Will, Dustin, Lucas e eu trocamos olhares.

-Por que vocês estão tão interessados em mim?

-Você tem poderes!- Exclamou Dustin.

-É, mas eu acho que tem algo além disso.

-Você é parecida com uma antiga amiga nossa- Esclareceu Lucas- Eleven...

Olhei para Max, eu sei que quando Lucas disse que ela era parecida com Eleven ele se referia aos poderes, mas quando olhei para o rosto dela notei que havia certas semelhanças entre ela e Eleven. As duas tinham uma pele pálida e olhos grandes, bochechas rosadas e eram magras.

-Então, ela também tinha poderes?- Perguntou Max.

Assenti com a cabeça quase no mesmo tempo que Lucas.

-De onde ela veio?

-Você quer conhecer o lugar?- Perguntei.

-Sim.

-Vem- Apontei para a parte de tras da minha bicicleta- Te levaremos até o local.

Subi na minha bicicleta com Max atrás. Dustin e Will estavam ao meu lado quando começamos a pedalar e Lucas um pouco atras.

Chegamos em um prédio alto e branco, cercado por uma grade que em certos pontos estava quebrada. O Laboratorio Nacional de Hawkins, Departamento de Energia dos E.U.A, não tinha mudado muito deste o ultimo ano.

-Eu já estive aqui!- Exclamou Max.

-Serio?!- Perguntei.

-Sim... Nos meu pesadelos- Ela parecia desconfortada ao nos contar isso- Podemos entrar?

-É claro! Vamos invadir uma empresa! Vai ser super fácil passar pelas câmeras e pelos guardas sem ser notado! Qualquer garoto de 13 anos faz isso!- Falou Dustin sarcástico.

-Acontece que eu sou uma garota!

-Mas não parece com uma.

Max ignorou o comentário de Dustin e desceu da bicicleta.

-Vamos entrar.- Falou ela decidida.

-O que?! Você é surda? Não ouviu o que o Dustin falou? Tem câmeras e guardas aí dentro!- Will estava pasmo.

-Se vocês não quiserem entrar comigo então não entrem. Eu quero ver o que tem aí dentro!

Tive certeza que Max só queria entrar no departamento de Energia por causa de seus pesadelos. Por que será que ela sonhava com aquele lugar? Será que Max e Eleven estavam conectadas?

Max se agachou e entrou através de um dos buracos na grade. Não podia deixa-la entrar sozinha. Eu não queria deixa-la entrar sozinha.

-Espere! Eu vou também!

Soltei a bicicleta que caiu no chão fazendo um baque surdo. Alguem agarrou o meu pulso impedindo-me de conseguir me abaixar.

-O que você esta pensando, Wheeler?- Disse Lucas.

-Me solta!

-Vão nos pegar!

- Você quer mesmo deixar ela entrar sozinha?- Susurrei para que Max não ouvisse.

Ele soltou meu pulso e olhou para ela. Max já estava ficando impaciente do outro lado da grade.

-Certo, vou também- Disse Lucas abaixando-se na minha frente e passando primeiro pelo buraco da grade.

Passei logo depois dele e quando levantei percebi que Will também estava entrando.

-Vocês não vão me deixar sozinhos, vão?- Dustin estava meio inquieto.

Logo todos nós estávamos do lado de dentro da grade. Lucas estava na nossa frente. Inicialmente, achei que ele queria comandar o grupo, mas logo notei que ele estava procurando guardas e câmeras.

-Vamos entrar pelo porta da frente?- Perguntou Dustin- Sabe, isso não seria muito inteligente.

-Já são quase 18:00, e se esperássemos escurecer mais um pouco? Assim, alguns funcionários já teriam ido embora e conseguiríamos entrar com mais facilidade- Max sugeriu.

-Nossos pais vão ficar preocupados- Disse Will.

-Então, o que faremos? É a nossa melhor opção- Falou Lucas.

Max se agachou atrás de uma murta e fez um sinal para que nós fizéssemos o mesmo.

-Por que estamos fazendo isso?- Perguntei.

-Shhh!- Max estava com  o dedo indicador no meio da boca sinalizando para que eu fizesse silencio e depois que eu me calei ela sussurrou- Vamos esperar alguém sair para conseguirmos entrar sem problemas.

Após alguns minutos dois funcionários do Departamento saíram e Max disparou em direção a porta de entrada.

-Ei, você é louca? As câmeras!

-Calma, Lucas, eu verifiquei antes de correr. Dá para vocês entrarem logo e confiarem em mim?

Era meio estranho, eu conhecia Max a pouco menos de um dia, mas sentia que se eu precisasse de ajuda podia contar com ela e meus amigos.

As luzes do Departamento eram extremamente claras. Não havia ninguém na entrada, apenas nós.

-Para onde vamos?- Perguntei.

-Para um corredor...- Respondeu Max

-Ótimo! Um corredor! Como se isso fosse nos ajudar.- Interrompi.

-Onde ele fica?-Perguntou Lucas.

-Eu não sei... Eu o vi no meu pesadelo- Disse Max pensativa.

-Como você pretende chegar em um lugar que você não sabe onde fica e que você só conhece por causa de um pesadelo?- Dustin queria tentar entender o que se passava na cabeça dela.

-Por favor, parem de fazer tantas perguntas! Só procurem um corredor com luzes brancas e paredes de madeira- Falou Max.

-Mas todas as luzes aqui são brancas e as paredes são de madeira!- Exclamei

Max olhou em volta para conferir.

-Você se lembra se tinha algum elevador?- Perguntou Will- Ah, foi mal...

Eu ri baixo. Seria difícil conversar com Max sem fazer perguntas.

-Sim. Eu me lembro que no final do corredor tinha uma ala restrita. Uma capa de plástico com um sinal de perigo toxico impedia que se passasse para a outra parte do corredor- Ela fazia esforço para conseguir lembrar- De alguma forma, eu sempre conseguia entrar. As paredes eram cobertas por azulejos brancos, e no final da ala restrita havia uma porta de madeira que só se conseguia entrar caso você tivesse um cartão. Atrás da porta de madeira era tudo escuro e tinha muitas portas que davam para salas diferentes, era como se fosse um labirinto!

“Havia uma certa hora, depois de andar bastante, que se chegava a um elevador. Eu não lembro se subia ou descia, mas quando saia você se deparava com um lugar com ar gélido. Era tudo muito estranho, parecia que aquele lugar estava sendo engolido, que ele estava contaminado por algo de outra dimensão. Raizes gosmentas surgiam das paredes e tinha uma espécie de buraco na ultima parede.”

-Buraco? Como se fosse um portal?- Perguntou Will.

Max pareceu não se importar com mais uma pergunta e respondeu enquanto caminhava com passos lentos:

-Acho que sim... Se vocês estão tão curiosos para saber o que era, por que não me ajudam a procurar?

Dei de ombros. Continuamos andando por um bom tempo, sem saber para onde íamos e nos escondendo quando alguém se aproximava.

-Olhem! É ali!- Max apontou para o fim do corredor, onde tinha a tal ala restrita que ela havia falado.

Realmente, aquele lado do corredor era coberto por um plástico transparente e tinha um símbolo que indicava perigo toxico. As paredes de trás do plástico eram cobertas de azulejos brancos conforme Max tinha dito.

-Vamos entrar logo- Disse Dustin impaciente, puxando o zíper que fechava o plástico.

-Espere! E as câmeras?- Perguntou Lucas.

-Que se dane as câmeras!

Assim que Dustin abriu o zíper Max passou na sua frente e entrou correndo naquele corredor branco.

-Isso é assustador! É igual ao dos meus pesadelos!

Ela seguiu ate o fim do corredor e o dobrou.

-Max! Max, espere!- Tentei gritar sussurrando.

Lucas correu atrás dela, seguido de Dustin. Will passou pelo plástico e parou.

-Você não vem?- Me perguntou.

-Vou...

Quando cheguei notei que eles estavam parados em frente a uma porta de madeira escura. Tentei abrir, mas ela estava trancada.

-Precisa do cartão!- Exclamou Lucas.

-Max, você consegue abrir?- Perguntei

Ela me olhou e depois começou a encarar a porta. Ouvi alguns barulhinhos e então a porta se abriu. Era escuro lá dentro, parecia que ninguém entrava lá a muito tempo.

Max, novamente, entrou antes de todos nós. Comecei a olhar em volta.

-E agora? Você disse que isso era como se fosse um labirinto! Como vamos encontrar o elevador?- Dustin parecia meio desacreditado que fossemos encontrar o elevador.

-Eu acho que se eu visse o local, eu o reconheceria- Disse ela.

-Vamos ficar zanzando por aí até encontrar?

-Sim.

-Mas está tudo escuro! Como você vai reconhecer o lugar?- Perguntou Lucas.

-Ela pode usar os poderes para ligar as luzes- Sugeriu Will.

As luzes começaram a piscar e notei que sangue escorria do nariz de Max, de repente as luzes  se estabilizaram, ela tinha conseguido.

Entrei em uma das salas que estava mais perto. Era cheia de cadeiras e tinha uma mesa grande e retangular no centro. Em um canto da sala havia um armário. Tentei abri-lo, mas fracassei.

-Mike, vem aqui!- Gritou Dustin.

Sai correndo daquela sala e tentei seguir a voz de Dustin até que encontrei ele e os outros parados em frente a uma porta entreaberta.

-Que foi? É uma sala.

-Não, é um quarto!- Disse Max.

Entrei no quarto e tentei entender o que ele tinha de demais. Quando olhei a cama percebi que era pequena, como a de uma criança e havia um leãozinho de pelúcia muito sujo em cima dela. Olhei para a parede e notei que tinha um desenho de palitinhos pregado nela. Havia duas pessoas no desenho, uma mais alta e uma mais baixa. Acima da cabeça da pessoa mais alta estava escrito com uma letra pouco legível ‘’Papa’’ e acima da cabeça da pessoa mais baixa tinha o número ‘’11’’.

-Eleven- Sussurrei um pouco mais alto do que pretendia.

Arranquei o desenho da parede e peguei o leãozinho que estava em cima da cama.

-O que você está fazendo?!- Perguntou Will.

-Nada, apenas quero isso para mim. Para me lembrar dela.

-Vão perceber que isso sumiu!

-Ninguém vem aqui faz tempo! Bom, no mínimo a uns oito meses- Disse Max- Deixa ele.

Agradeci mentalmente por Max ter dito aquilo.

Continuamos a andar por aquela ala por bastante tempo.

-Já estou ficando cansado- Falou Lucas.

-E eu já estou cansado- Completou Dustin.

-Estou tão cansado que acho que vou morrer... Encomendem meu caixão. Quero que ele seja de mármore branco e que tenha flores vermelhas no meu enterro- Disse Will.

Todos nós olhamos para ele até que Dustin disse:

-Você já tem o seu... Só que ele já esta ocupado.

-Mas não com o seu corpo- Concluiu Lucas.

-Na verdade é sim com o seu corpo, mas não com o seu corpo corpo e sim com o seu corpo falso- Falei.

Nós quatro rimos juntos, mas Max estava boiando naquele assunto e isso fez com que nós ríssemos mais, até nossas barrigas doerem.

-Podemos continuar?- Perguntou ela sem graça.

Enxuguei as lagrimas que haviam escorrido e disse:

-Claro... Se quiser, depois te explicamos isso.

-Não, muito obrigada. Não quero começar a rir toda vez que alguém comentar algo sobre caixões e corpos falsos- Disse de uma forma rápida Max com um sorriso no rosto.

Seguimos em frente até que nos deparamos com o que procurávamos a quase uma hora.

-Um elevador!- Exclamou Lucas.

-O elevador- Corrigiu Max.

-Não importa.

-Faz uma hora que nós procuramos esse troço e você não tá nem ai!

-“ Faz uma hora que nós procuramos esse troço e você não tá nem ai!’’- Falou Lucas, com uma voz fina, zuando Max.

Ela apenas o olhou e revirou os olhos. Apertei o botão para poder chamar o elevador. Quando entramos nele Will perguntou:

-E agora? Subimos ou descemos?

Max pensou um pouco.

-Acho que descemos...

Apertei o botão -1 e a porta do elevador se fechou.

-Eu não acredito que isso tudo é real! É tão emocionante! E ao mesmo tempo é assustador.

De repente o sorriso do rosto de Max desapareceu.

-Que foi?- Perguntei

-Nada... É só que se isso é real, será que as outras coisas com que sonhei também são?

-Talvez- Respondeu Lucas- O que mais você sonhou?

Max ficou quieta. O elevador se abriu e nós saímos em um lugar sujo e escuro. O ar tinha uma aparência de poluído. A porta do elevador se fechou atrás de nós e tudo estava escuro. As luzes começaram a piscar e depois de alguns segundos tudo ficou claro.

-Obrigado Max- Disse Will.

-De nada.

Começamos a caminhar seguindo em frente até que chegamos a uma sala cheia de coisas gosmentas grudadas na parede.

-Eu disse que tinha raízes nas paredes- Falou Max.

-O que é aquela marca preta na parede do fundo?- Perguntou Dustin.

De repente raízes gosmentas começaram a sair da marca preta abrindo uma espécie de buraco na parede. Um buraco coberto de coisas estranhas.

-Um portal- Disse.

-O portal- Zoou Lucas.

Todos nós nos viramos para Lucas, que falou:

-Que foi? Ela pode e eu não?

Max riu.

-Quem vai entrar?- Perguntou Dustin.

-Max, para onde dava esse buraco?- Perguntei.

-Hum, como explicar sem parecer que eu sou louca?- Disse ela pensativa- Dava para um lugar super estranho... Caramba, não dá para explicar!

-Tudo aqui em Hawkins é estranho- Falou Lucas.

-Quem vai entrar?- Repetiu Dustin.

-Por que vocês querem tanto entrar aí? É sombrio- Max não entendia a importância daquele portal para nós.

-Eu entro- Se ofereceu Will.

-Caramba! Alguém me explica o que vocês querem?

-É por causa da nossa amiga Eleven- Esclareceu Lucas.

-Aquela que também tem poderes, né? Vocês são meio malucos por acharem que ela está ai dentro- Falou Max- Vão em frente, entrem e a procurem. Eu não irei tentar impedir nenhum de vocês de fazer essa maluquice...

Eu sabia que ela estava sendo irônica, sabia que ela queria nos proteger, mas mesmo assim Will disse:

-Okay.

-Espere! Quer que eu vá?- Perguntei.

Ele confirmou com a cabeça. Entreguei o desenho e o leãozinho de pelúcia para Dustin segurar.

-Se eu não voltar diga aos meus pais que eu os amo, para Nancy que ela fez um boa escolha ao ficar com Steve e para Holly... Ela é muito infantil!- Disse rindo.

-Ela tem quatro anos!- Falou Lucas.

Todos rimos durante alguns segundos. Wil disse que entraria primeiro e eu concordei.

-Boa sorte- Desejou Dustin.

Entramos. Era escuro e muito frio. Olhei para Will para ver se estava tudo bem com ele.

-Não gosto desse lugar- Disse Will.

Ah, claro, até porque todo mundo gostaria de ficar desaparecido durante uma semana e ficar em um lugar como este e depois de um ano voltar, pensei.

-Eu também não.

Era um lugar praticamente vazio a não ser por arvores altas e de troncos grossos.

-Mike, olhe!

Olhei na direção que o dedo de Will apontava e notei uma pilha de ossos em um canto. Fiquei curioso para saber que pessoa havia os juntado e ao mesmo tempo com medo de encontrar essa pessoa.

-De quem serão?- Perguntou-me Will.

-Não tenho ideia...

Torci para que nenhum daqueles ossos fossem os de Eleven.

-Será que são de Barb?- Will estava se aproximando dos ossos quando ouvimos um farfalhar de folhas vindo do meio das arvores.

Olhei, assustado, para as arvores a procura de alguma coisa. Vi um vulto.

Will agarrou meu pulso.

-Mike?

Me virei. Havia uma garota com o cabelo entre a ponta da orelha e o maxilar. Ela usava um vestido rosa engomado que já estava um pouco curto e um casaco xadrez que de tão sujo quase não se notava o xadrez. Só o reconheci porque ele já fora meu.

-Eleven!

Ela correu em minha direção e me abraçou.

-Eleven! Você esta viva, El!

-Mike, Mike- Ela começou a chorar.

-Calma...- Acariciei os seus cabelos curtos.

Ela tentava me dizer algo, mas por conta do choro não conseguia pronunciar.

-Agora que você voltou vai ficar tudo bem.

-Promete?

-Prometo.

Ela me soltou e olhou para o meu rosto. Encarei ela durante alguns segundos. Eleven não tinha mudado quase nada deste a ultima vez que a vi.

-Will?- Perguntou ela se virando para ele.

-Sim, El. É o Will- Respondi sorrindo- Você ajudou a salva-lo.

Ela se afastou de mim e em passos lentos foi se aproximando dele e, inesperadamente, o abraçou.

-Ob...Obrigado- Disse Will um pouco tímido.

Eleven o soltou e apontou para a pilha de ossos no chão.

-Barb, pobre Barb- Choramingou ela com a voz falhando.

-Você tem certeza que é ela?- Perguntou Will.

Ela balançou a cabeça dizendo sim.

Um barulho de galho quebrando ecoou pelo vazio daquele lugar.

-Sair, Mike, sair- Eleven tremia.

Will começou a caminhar na nossa frente procurando a saída. Segurei Eleven pela mão e o segui.

-Aqui!- Apontou Eleven para um buraco em um tronco de arvore.

Will passou primeiro.

-Vá antes de mim- Eu falei.

-Não.

Eu queria que ela passasse primeiro para que eu pudesse garantir que ela ficasse segura, mas notei que ela não cederia.

-Você passa logo depois de mim!

Ela assentiu. Me agachei e passei pelo buraco. Era mais difícil sair do que entrar.

-Esta tudo bem?

Ouvi alguém perguntar, porem não consegui responder. Estendi a mão e alguém a agarrou e começou a me puxar para fora. Era Max.

-Obrigado.

-Mike...- Sussurrou um voz fraca de dentro do buraco.

Estiquei a mão e agarrei o braço dela. Eleven saiu e quando se levantou Dustin e Lucas exclamaram:

-Eleven!


Notas Finais


Muito obrigado por ter lido o segundo capitulo de: Coisas estranhas voltam a acontecer.
O proximo sai na Quinta!
Até lá :)

Ass: Biscoita e Bolacha


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