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História Coisas estranhas voltam a acontecer - The Palace



Notas do Autor


Me desculpem pela demora desse capitulo.
Estou dedicando o cap4 para a menina que eu considero a mais bonita da minha escola: Laryssa Vieira e a minha professora preferida: Jessica, professora de historia (elas duas prometeram ler minha fanfic).
Espero que vocês gostem deste capitulo.
Nos siga no Twitter: @Biscoitinha_Mel e @Yas_Bolachinha.

Ass: Biscoita e Bolacha

Capítulo 4 - The Palace


Fanfic / Fanfiction Coisas estranhas voltam a acontecer - The Palace

Holly começou a chorar, assustada.

Olhei para os lados freneticamente para ver de onde vinham os gritos. Crianças estavam correndo para todos os cantos e direções. Me virei para Dustin, Lucas e Will e percebi que nenhum deles entendia a situação.

-Max! Eleven!- Gritou Will.

Elas duas caíram no chão. Sangue começou a escorrer do nariz e das orelhas delas. Cobri os olhos de minha irmã para que ela não visse aquela cena e se assustasse mais.

-Mike, o que faremos?- Perguntou Dustin se agachando ao lado de El e Max, chegando a pulsação delas.

-Eu... Eu...- Gaguejei.         

-Mike, está tudo escuro. ‘’Solta’’ os meus olhos- Choramingou Holly perto do meu ouvido.

-Não posso... Confie em mim, é melhor assim- Disse tentando não travar.

Lucas esticou os braços para pegar Holly ao notar que eu queria me abaixar para ver como as meninas estavam. Coloquei ela, cuidadosamente, no colo dele.

Me abaixei e levantei a cabeça de El. Senti a respiração fraca dela. Seus olhos não estavam inteiramente fechados e pude notar que eles lagrimejavam.

-Mike, ele voltou...- Ela falou em um tom quase inaudível.

Eu sabia á quem ela se referia. Não fazia nem três dias que eu tinha El de volta e eu já teria que lutar novamente por ela. Eu lutaria por ela, por todos os meus amigos e por minha família quantas vezes fosse necessário para mantê-los salvos. Eles eram tudo para mim. Eram minha vida.

-Calma, eu prometi que ia ficar tudo bem e amigos não mentem.

Eleven esboçou um sorriso fraco e se sentou.

-Ei, cara, a Max não está bem!- Me alertou Dustin.

Droga! Peguei o pulso dela. Eu quase não o sentia. Precisávamos sair de lá, mas para onde iriamos?

Olhei para o céu. Não sabia onde estava a Lua, porem havia muitas estrelas. Talvez fosse coisa da minha cabeça ou talvez não. As estrelas pareciam me indicar um caminho. Um caminho em direção á floresta.

-Alguem aqui conseguiria levar a Max? Ela esta muito fraca- Perguntei.

-Para onde?- Dustin já estava colocando uma das mãos de Max atrás de seu pescoço para conseguir ergue-la.

-Ahn, apenas me siga.

Levantei do chão e me virei para ver como estava Eleven. Ela estava com a cabeça encostada no ombro de Will que lhe falava alguma coisa. Fui na direção deles e perguntei:

-El, você acha que consegue ir sozinha?

Ela assentiu e segurou a minha mão. Comecei a caminhar em direção á floresta. A rua esta vazia. Não se via mais nenhuma criança e nem ninguém. Um silencio assustador tomava conta da noite.

-Mike...

Eu não tinha notado, mas Eleven chorava. As lagrimas escorriam pelas suas bochechas rosadas lentamente.

-Eu sinto muito- Ela se desculpou.

-Pelo quê?- Tentei falar o mais baixo possível para não chamar atenção dos meninos.

-Fui eu... Eu o trouxe de volta.

-El, você não fez isso.

-Fiz, Mike, eu fiz...

Parei de andar e me virei para ela. Segurei os seus ombros e olhei no fundo daqueles olhos castanhos. Mesmo chorando ela era tão linda.

-Vocês foram me salvar e...- Ela não conseguiu completar a frase.

Ouvimos um grito muito fino. Um grito de uma garota.

-Max, Max- Dustin tentava acalma-la- Não aconteceu nada.

Ele a colocou em um banco perto de um poste de luz, aceso.

-Max, o que aconteceu? Por que você gritou?- Perguntou Lucas.

-Eu... - Max estava bem pálida- Foi um pesadelo

-Como assim um pesadelo?- Perguntou Will.

-Havia uma coisa... - Max estava voltando a ter um pouco de cor no rosto- Um tipo de animal com postura de homem... Não acho que aquilo era algo normal.

-Era tipo um mostro?- Perguntei.

-Exato! Era um mostro com aparência de homem e eu estava em um lugar escuro, sombrio, frio, nojento  e cheio de coisas estranhas.

-Coisas estranhas?- Perguntou Dustin

-É, eu não sei descrever muito bem aquele lugar.

-O Mundo Invertido- Cochichou Eleven.

Todos olhamos para ela, menos Holly que estava mais interessada em achar um jeito de sair do colo de Lucas. Fui até ele e tirei ela de seu colo e a coloquei sentada no mesmo banco que Max estava.

-Então o monstro talvez fosse o...- Lucas foi interrompido por Dustin:

-Demogorgon.

As luzes do poste ao lado do banco começaram a piscar. Olhei para o céu. As estrelas pareciam me apressar, pediam para que eu fosse mais rapido. Peguei Holly e a coloquei no colo de El.

-Segura ela - Disse.

Eleven se assustou com o gesto, mas segurou Holly. Ajudei Max a ficar de pé.

-Consegue andar sem cair?- Perguntou Dustin.

Ela confirmou com a cabeça, mas mesmo assim se apoiou nele.

-Mike, para onde vamos?-Lucas indagou.

Indiquei com o dedo as arvores altas da floresta.

-Eu sabia que você era maluco, mas nem tanto- Falou Lucas- O que faremos na floresta?

-Não sei- Recomecei a andar em direção a floresta com Lucas, Max, Dustin e El segurando Holly me seguindo.

Ninguem falou nada por alguns minutos. A medida que entravamos mais na floresta mais escuro ficava e mais difícil de ver as estrelas. Holly começou a chorar.

-Me esqueci que ela ainda tem medo do escuro- Disse me sentindo um pouco culpado.

-Calma, está tudo bem. Não vai acontecer nada- Falou Max.

-Estamos juntas – Completou El.

Olhei de relance para as meninas e vi que Eleven abraçava Holly enquanto Max brincava com a sua pequena mão.

Ouvimos um barulho de graveto quebrando e todos pararam.

-Quem tá se mexendo?- Perguntou Lucas.

-Ninguem- Respondeu Will.

Um vulto passou por nós rapidamente.

-Quem tá correndo?- Perguntou Dustin.

-Ninguem- Respondi.

Algo ou alguém começou a fazer um barulho estranho, muito estranho. Era uma espécie de rugido misturado com urros e bufos. Essa coisa começou a se mover lentamente quebrando vários gravetos que estavam espalhados pelo chão. Os sons foram ficando cada vez mais altos. Estava se aproximando. Ela começou a correr, nos cercando. Não tínhamos como sair. Estava cada vez mais perto. Não conseguia saber de que direção ela vinha, mas conseguia ouvi-la.

Começamos a andar para trás, até que nossas costas de encontraram e formamos uma espécie de hexágono. Max estava do meu lado direito e Lucas do esquerdo. Holly começou a gritar e eu não a culpava, eu também estava com medo.

A coisa que corria para nos cercar parou e começou a, apenas, andar em círculos. Ela parecia querer nos observar, nos estudar.

-Isso não quer nos machucar- Disse Max subitamente- Se quisesse, já teria feito.

Tentei ver a expressão daquele animal. Seu rosto estava escondido nas sombras das arvores, mas pude ver que ele era muito alto.

-Mike- Choramingou Holly- Mike.

Andando em passos lentos fui até Eleven e tirei minha irmã de seu colo.

-Holly, está tudo bem... Dorme- Encostei, cuidadosamente, a cabeça dela em meu ombro.

O monstro começou a nos encarar e respirar alto como se estivesse ficando cansado. Repentinamente, ele urrou e começou a correr na direção em que seus olhos estavam fixados a algum tempo. Na direção de Will. Max, que estava ao seu lado, agarrou o pulso de El e começou a correr. Fiz o mesmo com Lucas e Dustin com Will.

-Para onde?- Perguntei, gritando, para Lucas.

Por mais que eu corresse rápido e o som que eu ouvia era só galhos quebrando consegui ouvir o choro abafado de Holly em meu ombro. Lucas parou e olhou para trás por um instante e notou que Dustin e Will já estavam próximos de nós. Ele apontou para uma arvore grande com um tronco grosso.

-Podemos nos esconder atrás dela.

Já estava perto o suficiente da arvore, então não corri tão rápido para me aproximar.

-Passou, passou- Falei tentando acalmar minha irmã.

Percebi que ainda segurava a cabeça dela para conseguir protege-la dos galhos e folhas. Ela desencostou a cabeça de mim e enxugou as lagrimas na manga da blusa de sua fantasia de abelha.

-Cadê a menina de cabelo verde? E a outra com pouco cabelo?- Perguntou Holly com uma voz falhando me encarando com aqueles olhos gigantes e avermelhados do choro.

Olhei para os lados. Cadê Max e El? Pensei.

-Elas não estavam atrás de vocês?- Lucas dirigiu a sua pergunta á Dustin e Will.

Os dois negaram com a cabeça.

-Droga! Elas correram em outra direção- Falei.

Já era tarde, bem tarde. O céu estava muito escuro e agora eu só conseguia enxergar a silhueta das arvores e dos meninos. Como iriamos encontra-las? Como iriamos sair da floresta?

-Será que a gente grita?- Sugeriu Dustin.

Não acho que era uma boa ideia gritar, na noite de Halloween, no meio da floresta a procura de duas garotas com poderes e fugindo de uma coisa que nem sabíamos o que era.

-Só eu que tive a impressão de já ter visto aquela coisa antes?- Indagou Lucas.

-Que coisa?- Perguntou Will.

-Aquela coisa que estava atrás de nos até uns 10 minutos atrás- Explicou Lucas.

-Era o Demogorgon- Falou Dustin.

-Vocês acham que era ele?- Perguntei.

Ninguém me respondeu, mas eu sabia que sim. Holly me olhou.

-Por que ela fez isso?

-Ela quem?- Perguntei.

-Ela... Por que ela cortou o cabelo se já era curto?

Holly não citou o nome de ninguém, mas logo entendi que se tratava de Eleven. Lucas, Dustin e Will me olharam curiosos, eles também queriam saber a resposta. Não era uma boa hora para aquela pergunta.

-Bom... Ela pediu- Falei.

Eu fiquei feliz por ela querer cortar o cabelo. Não que eu não gostasse dele mais comprido, mas é que eu já tinha me acostumado com ele raspado. Isso meio que a tornava diferente. Sim, Eleven era diferente das outras garotas. Não só pelo seu cabelo ou pelos seus poderes, mas tambem pelo modo com que encarava tudo com simplicidade, quando na verdade não era bem assim. Eu gostava do seu jeito delicado e ao mesmo tempo forte e independente. Também gostava do modo que ela me tratava, com o modo que ela tratava todos nós. Como se fossemos seus tesouros e na verdade éramos apenas seus amigos... Seus verdadeiros amigos.

-Ela continua bonita... Queria fazer isso- Falou Holly ao me olhar- Mas acho que mamãe não deixaria.

-Acho que não- Ri ao respondê-la

Algo quebrou alguns galhos que estavam a alguns metros de mim. Tinha me esquecido do que estava acontecendo.

-Max? El?- Perguntei em um tom alto tentando não gritar.

Nada. O barulho cessou. Dustin me deu um cutucão para chamar a minha atenção.

-Que foi?

-Olhe- Ele apontou para uma sombra. Algo se escondia atrás de uma murta.

-São elas?

-Não... Acho que não.

Não demorou para que tivéssemos certeza do que era.  A criatura que nos seguia se levantou. Ela era alta e esguia. Como estava escuro não consegui identificar a sua cor, mas devia ser algo meio cinza ou azul. Suas mãos eram parecidas com as de um homem, porem os dedos eram mais longos e pontudos. Sua cabeça tinha um formato oval e havia uma cruz traçando-a. Ela rugiu. A cruz de sua cabeça se abriu revelando uma boca com pequenos, mas muitos dentes. Agora sua cabeça tinha uma forma de flor de quatro pétalas.

Demogorgon. Agora eu tinha certeza, ele tinha voltado.

-Mike, cobre os olhos dela- Sugeriu Will se referindo á Holly.

Tanto ele quando Dustin e Lucas estavam imóveis, como se fossem estatuas. Levantei minha mão devagar e a coloquei cobre os olhos de minha irmã. Ela não parecia querer gritar ou chorar, simplesmente estava em choque.

-Temos que sair daqui- Falou Lucas.

-Mas para onde, minha casa ainda está um pouco longe- Disse Will apontando para a direita, em direção a sua casa.

-Na verdade, eu não estava pensando na sua casa- Respondeu Lucas- Eu estava pensando na casa de Steve Harrington. Ela fica perto daqui.

-Mas ele não deve estar lá, saiu com a Nancy- Respondi.

-Quem disse que eu queria que ele estivesse? Estou me referindo a casa dele para nos esconder- Explicou Lucas- Seria quase uma espécie de invasão domiciliar, mas não vamos roubar nada da casa, só ficar escondidos nela.

-Okay, eu concordo com você, mas como vamos despistar o Demogorgon?- Perguntou Dustin.

A ideia de Lucas não era ruim, era até boa desde que não pegássemos nada da casa. Ninguém iria perceber que estivemos ali, mas tinha esse pequeno problema: como iriamos fugir do monstro?

-Podemos correr separadamente assim ...

Ouvimos um barulho de folhas se mexendo e Lucas parou de falar. Provavelmente o monstro estava andando.

-Onde ele esta?- Perguntou Dustin.

O monstro já não estava atrás da murta. Ele não estava em lugar nenhum. Olhei para Will que não falava nada a algum tempo. Ele tremia e parecia que ia desmaiar.

-Cara, ele já foi- Falei me aproximando.

-Ele... Ele veio em minha direção- Disse Will gaguejando.

Holly se esticou e passou a sua pequena mão nos cabelos bagunçados dele. Will sorriu tentando controlar o medo. Como minha irmã era amável!

-Acho melhor irmos agora para a casa de Steve antes que o... ahn... antes que ele volte- Will segurava a mãozinha de Holly, ele já parecia um pouco menos pálido.

Ele está escondendo algo, pensei.

Lucas perguntou para Dustin se ele tinha uma bússola.

-É claro que tenho!

Dustin tirou do bolso da sua fantasia de Frankenstein uma bússola meio suja. Ela apontava para o norte.

-A minha casa fica para Oeste e a de Steve também- Informou Will.

-Já está muito tarde... Temos que ir agora.

Dustin tomou a frente do grupo e foi nos guiando, ele era o que melhor entendia de bússolas. Não demorou muito para que eu visse, atrás de grandes arvores finas, uma casa imensa com uma piscina. O andar de baixo estava com as luzes apagadas, mas as de cima estavam ligadas.

-Tem gente- Disse- Vamos ver se a porta está aberta e entramos. Não podemos tocar em nada e nem fazer barulho, certo?

-Certo- Respondeu Holly como seu eu tivesse dirigido o meu aviso á ela.

Nós atravessamos a piscina e paramos em frente a porta de vidro. Lucas girou a maçaneta.

-Está aberta.

Deste o inicio do namoro de Steve e Nancy, eu já havia estado naquela casa umas seis vezes. Ou era por causa de uma festa ou por causa de outra festa, só que hoje o motivo era diferente.

Ouvi gritos vindo da sala. Não parecia ser gritos de verdade. Fui até a sala e notei que a televisão estava ligada e passava um filme de terror. Acendi a luz para ver melhor e...

-Mike! O que você esta fazendo aqui?

Nancy estava sentada no sofá, enrolada em uma manta marrom e segurava um balde de pipoca. Steve estava ao seu lado.

-Ah... Eu não sabia que você estava aqui. Achei que tinha saído com ele- Respondi apontando para o Steve.

-E sai. É que eu já voltei. Você sabe que horas são, mocinho?- Ela não parecia estar preocupada com o fato de eu não estar em casa, mas sim brava pelo fato de eu estar na casa do Steve- Holly! Você não levou ela para casa? Mike, o que passa na sua cabeça?

-Calma... Não é isso!- Respondi irritado- Na verdade...

-O Demogorgon voltou!- Dustin meio que jogou as palavras como se estivesse sendo sufocado por elas.

Eu sabia que seria pior contar dessa maneira á Nancy que o monstro que tinha matado a sua melhor amiga havia voltado, mas qualquer outro modo que eu tentasse contar iria fazer ela sofrer mais.

-O que?!- Ela surpresa e incrédula- Como vocês sabem?

-Ele estava nos seguindo, por isso viemos para cá. Para nos esconder. Achávamos que a casa estava vazia já que você disse que iria sair com o Steve- Expliquei.

Ela começou a nos encarar, depois me pareceu que ela estava contando quantos de nós havia na sala. Até que ela disse:

-Cadê a Max? Billy falou que ela ia pegar doces com vocês. Espera! Você não deixou a Eleven sozinha em casa, deixou?

-Não, ele não deixou. As duas estavam com a gente até o Demogorgon aparecer. Quando ele nos atacou as meninas correram para um lado e a gente correu para o outro. O Demogorgon nos seguiu até o meio da floresta, depois desapareceu. Daí a gente decidiu vir pra cá- Falou Lucas.

-Entendi... Steve?

-Que foi?- Ele parecia estar meio desinteressado no assunto, provavelmente estava com sono.

-Pode desligar a TV?

Steve se levantou do sofá, puxando junto a coberta, e foi até a TV e a desligou. Os gritos pararam e o cômodo ficou silencioso.

-Que filme vocês estavam assistindo?- Perguntou Dustin.

-O Exorcista do Demônio- Respondeu Steve

-Ele me obrigou a assistir esse filme só porque tinha uma personagem chamada Nancy. Nancy Frazier- Nancy fez uma careta- Enfim, querem ajuda para procurar as meninas?

-Sim, vou deixar a Holly aqui. Já estou cansado de leva-la.

-Você ta louco, cara?! A casa do Steve fica perto da floresta e tem um monstro solto lá fora! Você quer mesmo deixar a sua irmã caçula sozinha?!- Lucas com certeza não concordava com a ideia de deixar Holly.

-Eu levo- Se ofereceu Will.

Já estávamos perto da porta quando Dustin lembrou:

-Lanternas!

Uns cinco minutos depois Steve voltou segurando sete lanternas. Uma para cada um. Peguei uma delas e a liguei para verificar se estava com pilha.

-Vamos nos separar em duplas. Nancy e Mike vão juntos. Lucas e Dustin. E Will e Holly vem comigo- Disse Steve.

Concordei com a cabeça. Seria bom ficar com a Nancy um pouco, assim poderia contar de um jeito mais gentil e delicado sobre o que encontramos da Barb. Segui com ela em direção á floresta. Nancy parecia um pouco desconfortada.

-O que foi?- Perguntei.

-Nada- Ela hesitou ao me responder.

-Nancy, lembra de quando nós prometemos contar tudo um para o outro?

Ela assentiu com a cabeça.

-Estou preocupada.

-Com a El e com a Max?

-Não. Sim... Quero dizer, com elas também, mas não é só isso. Tudo é estranho, Mike! Deste o ano passado, eu acho... Quando a El apareceu as coisas mudaram e as pessoas também, você amadureceu e Holly cresceu. Eu tenho medo de te perder igual perdi a Barb. Por isso eu não gosto que você fique encanado nessas coisas de Mundo Invertido...

-Mas é real e você sabe!- interrompi.

-Eu sei, mas...- Ela falava baixo e lento- É isso que piora tudo! É claro que eu me preocupo com a Eleven, só que... Eu não sei... É ela que faz tudo isso acontecer.

Queria poder dizer que Nancy estava errada, mas ela não estava e eu tinha que admitir isso. Era El quem fazia as coisas piorarem. Foi ela quem havia aberto o portal entre o Mundo Invertido e o nosso. Foi ela que trouxe o Demogorgon para Hawkins. Foi ela que fez tudo isso e ainda assim eu me importava com ela. Eu a amava. Independente de minha idade, eu a amava. Era isso, eu me importava tanto com ela que simplesmente não ligava para o que ela já tinha feito. E isso era certo? Eleven arriscou a vida dela ao tentar matar o Demogorgon para não apenas nos salvar, mas também salvar a vida de todos os moradores de Hawkins .Ela se sacrificou.

-Nancy, eu tenho que te contar uma coisa sobre a Barb.

Ela olhou para mim. Nancy não era tão mais alta que eu, mas ainda sim abaixou a cabeça para conseguir me encarar.

-Barb?

-Quando eu encontrei a El eu também encontrei... ahn...

Como eu iria contar sobre a Barb?

-Eu encontrei os ossos dela... Sinto muito, Nancy.

Lagrimas começaram a brotar de seus olhos e suas bochechas ficaram vermelhas rapidamente. Eu tinha certeza que ela já sabia que não havia chances de Barb estar viva, mas ter provas disso...

-Mike, você acha que tem como salva-los? Barb merece um enterro- Perguntou ela enxugando as lagrimas.

-Olha, Nancy, nós utilizamos o portal que tem no Departamento...

Como eu ia contar para ela? Não poderíamos voltar lá.

-Mas... A gente pode pedir para Max e El abrirem um portal!- Sugeri.

-Pedir para as meninas abrirem um novo portal? É perigoso!- Falou ela balançando a cabeça- Espera aí! Max e El? Como assim? Eleven eu até entendo, mas Max? Max a irmã do Billy? Nossa nova vizinha? A menina de cabelo verde? A que gosta de skate? Ela tem poderes?

-Sim- Respondi rindo, eu havia esquecido de contar para ela sobre os poderes de Max.

-Mike, você tem certeza que estamos falando da mesma Max?

Nós estávamos adentrando a floresta e nem percebemos. Raspei o braço no galho de uma arvore baixa sem querer.

-Essa mesma... Acho melhor ligarmos as lanternas.

Caminhamos por mais alguns minutos, acho que uns 20. Nancy ainda parecia não entender sobre os poderes de Max até que ouvimos alguém sussurrar algo.

-Ei, cuidado- Disse a voz.

Parei e me virei para Nancy. Ela desligou a lanterna deixando apenas a minha ligada e me puxou para o chão para nos agacharmos.

-Estou com fome...- Falou uma segunda voz.

Eram duas pessoas! Duas pessoas no meio da floresta! Max e El!

-Melhor voltarmos. Já está tarde, Bil...

Bil? Não eram elas. O sorriso que havia surgido em meu rosto desapareceu. Nancy me deu um cutucão para que eu olhasse para ela.

-É o Billy!- Ela exclamou num sussurro.

-E quem mais?

-Não sei- Nancy falou um pouco alto demais e isso fez com que Billy e a outra pessoa começassem a observar o chão.

Tomara que não nos vejam, pensei.

-Vamos, Bil, minha casa é aqui perto.

Esperei alguns minutos e me levantei. Nancy me encarava confusa. Ela possivelmente se perguntava a mesma coisa que eu: O que o irmão de Max fazia, na noite de Halloween, no meio da floresta?

-Melhor continuarmos a procurar as meninas- Disse minha irmã.

Assenti com a cabeça. Ela ligou novamente a lanterna e nós voltamos a caminhar. Depois de algum tempo, enquanto caminhávamos, notei um brilho no chão um pouco mais a frente. Corri em direção aquilo e percebi que era apenas a Lua sendo refletida no lago. Ela estava grande e iluminava a floresta.

-Alguma chance de um lago nos ajudar a encontra-las?- Perguntou Nancy me observando.

-Acho que não... Max! Eleven!

Eu e ela começamos a gritar pelas meninas. Estava começando a ficar com sono, meus olhos já não aquentavam ficar abertos e eu só queria poder tirar aquela fantasia de Michael Myers.

-Mike!

-Mike!

Reconheci as vozes assim que as ouvi. Olhei e vi duas sombras entre as arvoes, uma delas segurava o vestido na altura do joelho e a outra uma mascara nas mãos. Finalmente eu as tinha achado.

-Eleven! Max!

Corri para abraça-las. Elas estavam totalmente sujas e cheias de arranhões. O cabelo de Max estava molhado de suor e colado em seu rosto e El estava com as bochechas vermelhas e dava para notar que havia chorado não a muito tempo.

-Meu Deus! Vocês estão bem?- Perguntou Nancy se aproximando.

-Nancy!- El correu e abraçou minha irmã.

-Temos que voltar para a casa do Steve- Falou Nancy- Combinei que nos encontraríamos lá depois de uma hora.

-Já faz mais de uma hora que saímos- Respondi.

-Por isso eles já irão estar lá.

Segurei a mão de Max que recusou, então fui até El e fiz o mesmo. Começamos a voltar para a casa do Steve em silencio. De vez em quando, Nancy olhava para trás para ter certeza que não havia ninguém ali. Mas que diferença iria fazer se tivesse?

Avistei as luzes da casa de Steve. Não faltava muito para chegarmos quando Nancy interrompeu o silencio e perguntou á Max:

-Você tem mesmo poderes? Por que? O Billy também tem? Alias, você sabe por que o seu irmão estava no meio da floresta de noite?

-Sim, eu tenho. Não sei. Não...- Max estava analisando cada pergunta e respondia lentamente-  Espera! O que?! Eu não faço a mínima ideia!

-Mas ele é o seu irmão!

-E daí? Eu não conto tudo para ele. Ele é louco! Gosta de sair de madrugada apenas para fotografar e desenhar coisas...

Me lembrei de Jonathan. Ele também gostava de fotografar coisas... e pessoas. Só que o irmão de Max e o irmão de Will eram bem diferentes. Billy era bem extrovertido, animado e meio playboyzinho. Bom, pelo menos pelo que eu conhecia dele e Jonathan era muito tímido e era zoado na escola.

-Eu também gosto de desenhar, só que não de noite- Completou Max.

Elas ainda conversavam sobre algo que eu já não prestava atenção quando chegamos. Soltei da mão de El e abri a porta.

-Vocês as acharam!- Gritou Will correndo em direção a nós.

-Que caras péssimas- Lucas veio logo atrás dele.

-Tem Waffles?- Foi a única coisa que Eleven disse.

-Não aqui, El- Respondi.

Peguei novamente a mão de El e a guiei para a sala. Lucas, Will e Max nos seguiram. Eles estavam conversando sobre o que havia acontecido na floresta .  Nancy também vinha atrás de mim e não demorou muito para ela perguntar:

-Onde está Steve?

-Na cozinha. Ele, Holly e Dustin estão preparando um... Não sei o que estão preparando, mas sei que é de comer- Respondeu Lucas.

Revirei os olhos e me sentei no sofá puxando El para perto de mim. A fantasia de Sarah Sanderson dela estava toda rasgada e manchada.

-O que aconteceu com vocês depois que fugiram?- Perguntei examinando alguns arranhões que tinha nos braços de El.

Antes que ela abrisse a boca, Max se intrometeu na conversa e respondeu.

-Bom, nós duas corremos por alguns minutos até que eu tropecei em um tronco que estava no chão e ela- Max apontou para El- caiu em cima de mim. Nós começamos a ouvir gritos e rugidos e voltamos a correr. De repente eu vi a Jennifer Hayes parada, caída no chão e o monstro dos meus sonhos, o mesmo que vimos quando ainda estávamos todos juntos, atacava ela...

-Jennifer? E vocês nem a ajudaram com os poderes?

Ela parou um pouco e respirou e continuou:

-El decidiu correr em outra direção e eu a segui. Ela parecia conhecer aquela floresta melhor. Quando eu me dei conta, nós duas estávamos paradas em frente a uma cabana.

-Uma cabana?

-Sim... Como El e eu estávamos muito cançadas, nós decidimos nos sentar e descançar. Eu ouvi alguém falando, mas não consegui identificar quem era e pouco tempo depois encontramos vocês- Ela terminou de falar e apontou para mim.

Me virei para Eleven e ela apenas confirmou com a cabeça. Holly apareceu e veio em direção ás meninas.

-Voltaram! A menina de cabelo verde e a de cabelo curto!

-Menina pequena!- Zoou Max ao ouvir o apelido que Holly a tinha dado.

-Nancy pediu para eu chamar vocês para comerem...

El se levantou rapidamente do sofá e seguiu minha irmã caçula até a cozinha. Lucas e Will também foram. Fiquei sozinho na sala com a Max. Ela me observava.

-Tem algo de errado?- Perguntei em um tom um pouco grosso.

-Não... Você gosta dela, não é?

-Oi?

-Mike, não finge! Da para notar!- Disse Max confiante- Não me surpreende... Acredite, ela é mais corajosa do que parece.

Max se virou e foi em direção á cozinha. Me senti estranho. Era tão obvio que eu gostava de El?

-Mike, vem comer!- Gritou Nancy.

Caminhei em passos lentos até a cozinha. Em cima da mesa tinha um suco de cor vermelha e varias torradas com geleia.

-Que suco é esse?- Perguntei.

-Suco de tomate- Respondeu Holly fazendo uma careta.

-É suco de Clamato!- Corrigiu Nancy.

Steve pegou um copo, o encheu com aquele suco e me entregou. Tinha um gosto estranho. Se me dessem aquele suco sem me dizer que era de tomate eu nunca adivinharia o que era. Em geral, o suco de Clamato era bom...

-Meninas, vocês poderiam contar o que aconteceu?- Steve perguntou em uma voz amável e simpática, provavelmente ele não queria parecer curioso.

-Vou contar a mesma coisa que contei para Mike... Depois que fugimos do monstro nós duas corremos para qualquer lado. Eu tropecei em um tronco que estava no chão e El caiu em cima de mim. A gente ouviu alguns gritos e rugidos e voltamos a correr. Ai eu vi Jennifer Hayes caída no chão e o monstro que vimos quando ainda estávamos todos juntos atacava ela. El decidiu correr em outra direção e eu a segui. Quando paramos de correr, nós duas estávamos paradas em frente a uma cabana...

-Uma cabana?- Perguntou Will a interrompendo.

-Sim! Uma cabana! O que tem de demais em uma cabana? Dá para parar de me interromper quando eu chego na parte da cabana?!... Enfim, eu e Eleven estávamos muito cansadas então decidimos descansar. Depois de alguns minutos eu ouvi alguém se aproximando e conversando, então nós saímos de lá e voltamos a caminhar até que encontramos com ela e com o Mike.

-Meu nome é Nancy caso você não se lembre- Falou minha irmã.

-Eu to com sono- Choramingou Holly.

-Vocês podem dormir aqui. Liguem para seus pais para avisar- Sugeriu Steve.

Nancy se levantou, pegou o telefone e ligou para minha casa. E o processo se repetiu com todo mundo menos com Max, que quando ligou ninguém atendeu.

-Deixa, não faz diferença- Disse ela dando de ombros.

Steve nos levou para o andar de cima e ajudou a montar algumas camas com edredons.

-Valeu, cara- Agradeceu Dustin.

Nancy e Steve iam dormir em um quarto separado. Will e Lucas ficaram perto da parede e Dustin e Max mais perto da porta. Eu, Holly e Eleven íamos dormir no meio do quarto, mas El não queria deitar.

-Que foi?

-A cabana...

-O que tem ela?

-Will...

-Era o Castelo Byers?

Ela confirmou com a cabeça e começou a me encarar. El queria me contar algo, mas não conseguia.

-O Will esta...

-Eleven...

-Atraindo ele- Ela sussurrou.

-Atraindo o monstro? O Demogorgon?

-S...Sim.

-Você esta falando a verdade?

-Amigos não mentem.

Porque sempre que ela me falava aquilo me doía? Me incomodava saber que ela não mentiria para mim? Ou saber que para ela eu era só um amigo?

-E o que a cabana tem haver com isso?

-Mike, o Demogorgon.

-É um novo portal? Como você sabe? E vocês não entraram nele?- Sem querer eu acabei bombardeando Eleven de perguntas e eu duvidava que ela ia me responder todas.

-Está fechado...

Foi a única coisa que ela disse, depois se deitou ao lado de Holly e adormeceu. Fui até a janela e mirei as estrelas.

Era aquele caminho? Perguntei, em meus pensamentos, ás estrelas, Era aquele caminho que vocês queriam que eu seguisse?

***

-Vamos, parem de enrolar!- Gritou Lucas.

-Espera só mais alguns segundos, cara- Respondeu Dustin comendo um ovo frito.

Eu estava sentado no sofá ao lado de Nancy que penteava os cabelos loiros e embaraçados de Holly.

-Que família unida!- Exclamou Max ao entrar na sala e nos ver- Se fosse comigo e com meu irmão, nós já teríamos xingado um ao outro ou estaríamos brigando e nos batendo a ponto de derrubar o abajur, os porta-retratos e os vasos de decoração... Ou talvez o pente ficaria preso no meu cabelo e ele com preguiça de desfazer o nó o cortaria.

-Vamos logo!- Apressou Lucas novamente.

-Calma!- Gritou Dustin já vindo em direção á sala.

Will logo apareceu seguido de El e Steve. Estávamos, agora, todos na sala. Lucas, Will e Dustin pegavam as sacolinhas de doces e juntavam os doces que não havíamos perdido ontem. Nancy e Steve estavam arrumando a sala. Max e El estavam em um canto e eu estava com Holly sentada em meu colo.

-Quero doce!- Falou Holly esticando a mão em direção aos meninos e pegando o ar.

-Aqui- Lucas pegou algumas balinhas e doces de amendoins e entregou para minha irmã caçula.

-Não era você que estava nos apressando para ir embora, Lucas? Agora vai ficar distribuindo doces?- Perguntou ironicamente Dustin.

-Ah, vamos logo!

Me levantei do sofá e entreguei Holly para Nancy. Max e El vieram atrás de mim. Iamos embora só nós seis. Quando abri a porta senti o ar fresco da manhã-quase-tarde, bater em meu rosto. Que sensação boa! Lucas chegou ao meu lado e perguntou:

-Vamos fazer o que?

-Primeiro, eu vou para a minha casa tirar esta fantasia e depois eu vou fazer nada- Respondi prontamente.

-Seu dia irá ser muito produtivo!- Caçoou Max.

-A Holly irá ficar aqui com a Nancy?- Perguntou Will.

-Sim, estou casando de ficar tomando conta dela- Respondi.

-Nós vamos pela floresta ou pela estrada?- Perguntou Dustin.

-Obvio que vamos pela estrada!- Exclamou Lucas.

-A não ser que você queira ser atacado pelo Demogorgon- Disse Max.

Fiquei quieto e comecei a dar a volta na casa. Os meninos notaram o que eu estava fazendo e me seguiram. Ninguém falou nada durante os minutos que se seguiram até que Max interrompeu o silencio:

-Cara, como eu queria o meu skate!

-Aposto que todos nós gostaríamos de utilizar qualquer outro meio de transporte que não as pernas- Falou Dustin rindo.

-Mas por favor!- Alguem gritou um pouco longe.

Lucas e Will que estavam um pouco a frente de mim pararam de andar e se viraram. Eu tinha certeza de que nunca eu havia ouvido aquela voz, mas mesmo assim ela era muito familiar.

-Eu não posso fazer nada, Sra.Hayes- Falou uma segunda voz.

Sra. Hayes? A mão de Jennifer! Me aproximei do som das vozes e notei que havia carros de policia em frente a uma casa grande e branca com pinheiros na porta.

- Jaqueline, meu amor, o detetive não pode fazer nada além de procurar a Jenn... Temos que rezar para que encontrem-a- Uma terceira voz disse.

-Escute o seu marido, não posso simplesmente faze-la aparecer. Nós já temos um suspeito. Romani Danish- A segunda voz parecia ser a que tinha mais autoridade naquele lugar.

-É o Jim Hopper!- Exclamou Will.

Não demorou para que a porta se fechasse e saísse de dentro da casa um cara alto, um pouco fora do peso, com barba para fazer e usando uma roupa marrom clara. Era o detetive Hopper.

-O que vocês estão fazendo aqui?- Perguntou ele ao notar a nossa presença.

-A Jennifer sumiu?- Perguntou Lucas.

Eu e os meninos já sabíamos o que havia acontecido com ela, mas era melhor ter certeza do que o Hopper sabia.

-Sim. Ontem, depois da noite de Halloween, ela não voltou para casa e alguns vizinhos da região que ela foi pegar doces disseram que ouviram gritos- Respondeu o detetive.

-Ninguém comentou nada de luzes piscando?- Perguntei sem notar o que eu havia dito.

-Meninos, eu não preciso d... Eleven?!

El, que até então estava ‘escondida’ atrás de mim, foi até Jim Hopper e ficou parada esperando que dissesse algo.

-Co... Como você....- Ele não conseguiu terminar a frase.

Hopper se ajoelhou para conseguir ficar da altura de El e a abraçou.

-Obrigada- Agradeceu Eleven retribuindo o abraço.

-Pelos Waffles?- Perguntou Hopper.

-Sim- Confirmou ela com um enorme sorriso no rosto.

-Waffles? Como assim?- Perguntei.

-Deste o sumiço de Eleven eu tenho ido até a floresta e tenho colocado Waffles dentro de uma caixa. No inicio os Waffles continuavam lá, mas depois de mais ou menos um mês eles começaram a sumir. Então é assim que eu tenho mantido contato com ela, mas nessas ultimas semanas eu tenho colocado e eles continuam lá- Explicou o Detetive Jim Hopper- A quanto tempo ela está com vocês?

-A uns três dias, desde o dia 29- Falei.

-Não, tem mais tempo que ela não come os Waffles...Tipo umas quatro ou cinco semanas.

-Eu não os encontrava- Explicou El em um tom de voz muito baixo.

-O que importa é que agora você está com a gente- Disse Hopper- Onde você está dormindo?

El apenas apontou para mim.

-No porão da casa dele- Explicou Lucas- O mesmo lugar onde ela dormiu ano passado.

-Mike, a sua mãe e seu pai sabem disso?- Indagou Hopper.

-Não, mas Nancy sabe e ela apoia- Falei balançando a cabeça afirmativamente.

-Quem é essa menina?- Perguntou Hopper- Nunca tinha te visto antes, você é nova na cidade?

-Sou Max Dernods, sou a nova vizinha do Mike e sim sou nova na cidade- Respondeu Max- Agora se nós dar licença temos que voltar para casa.

-Ah, claro. Perdão- Falou Hopper- Até crianças, tenham um bom dia e por favor não fiquem andando por aí, Jennifer desapareceu, não quero que aconteça o mesmo com um de vocês.

-Tchau, Detetive Hopper- Disse Lucas.

Continuamos andando por algum tempo sem dizer nada. Me senti mal por não ter falado nada sobre o Demogorgon, mas achei que iria ser melhor assim. Will interrompeu o silencio ao perguntar:

-Vou ir para minha casa tomar um banho e me trocar depois a gente se encontra, okay?

-Acho melhor todos fazermos o mesmo- Disse Max- Depois nos encontramos...Hum... Na minha casa?

-Certo. Então nos vemos daqui á pouco. Tchau gente-Disse Will já tomando outra direção.

Depois de alguns minutos só restava eu, Max e Eleven. Me despedi de Max e entrei em casa com Eleven logo atrás de mim.

-Você faz questão de tomar o banho primeiro?- Perguntei.

Ela negou com a cabeça.

-Otimo! Estou doido por um banho, vamos fazer o seguinte: você vai ficar lá em baixo enquanto eu tomo um banho, depois eu te busco e você toma um banho, okay? Só deixa eu ver se meus pais estão em casa primeiro-  Falei tudo muito rápido, mas acho que ela entendeu, porque balançou a cabeça num sim.

-Mãe! Pai!- Gritei e ninguém respondeu- Mãe! Pai!... Acho que eles saíram, então está tudo bem. Você desce sozinha?

-Sim, Mike.

Subi as escadas. Quando cheguei no meu quarto notei a bagunça que eu havia deixado. Minhas roupas estavam jogadas no chão, meu cobertor todo embolado no pé da cama e o lençol já estava metade para fora. Tirei minha fantasia e fui até o banheiro. Ele também não estava muito arrumado.

Terei que arrumar tudo isso antes que minha mãe volte, pensei enquanto abria a porta do box para entrar no chuveiro.

Liguei e a agua morna começou a cair sobre o meu corpo. Senti uma leve ardência em um dos meus braços. Eu provavelmente o havia arranhado em alguma arvore. Peguei o shampoo e lavei o meu cabelo que estava cheio de nós. Não demorei muito pois El ainda queria tomar banho e eu não queria enrolar para me encontra com Max.

Desliguei o chuveiro e enrolei uma toalha seca na cintura. Me assustei ao perceber que minha cama estava arrumada e El estava de pé vendo algo da janela.

-Ei!- Gritei para chamar a atenção dela.

Ela se virou assustada e começo a rir ao ver que eu estava de toalha.

-Mike, privacidade!- Exclamou Eleven rindo.

-Você que invadiu o meu quarto!

Ela fechou a janela e depois caminhou em direção a porta do banheiro. Eu abri um armário e tirei uma toalha seca e entreguei para El.

-Vou ver se tenho mais uma roupa para você...

Ela assentiu com a cabeça e encostou a porta. Abri meu guarda-roupa e escolhi uma camisa simples e uma calça para me vestir. Para El eu peguei uma calça jeans que já não servia mais em mim, então iria ficar boa nela e uma blusa preta com listras brancas e as deixei em cima da minha cama recém arrumada.

Ouvi um barulho de carro. Desci correndo as escadas para ver se eram os meus pais. Nancy abriu a porta e logo atrás dela entraram: Holly, Steve e Jonathan.

-Oi- Eu disse.

-Eai, cara- Jonathan segurava uma câmera preta.

-Para que essa câmera?

-Fotos...

-Enfim, cadê as meninas, Mike?- Me perguntou Nancy interrompendo minha conversa.

-El está no banho e Max na casa dela- Respondi como se fosse algo obvio- O que você quer com elas?

-Eu preciso que... Holly, você não quer ir assistir Caverna do Dragão?

Holly olhou para mim chorona e depois seguiu para a sala e ligou a TV, infelizmente estava passando He-Man. Olhei para Nancy e ela continuou:

-Eu preciso que elas abram o portal para mim.

-Não!- Exclamei.

-Mike, por favor!... É pela Barb!- Nancy gaguejou.

Era perigoso, é claro que eu não podia deixar! Mas eu não podia ver a minha irmã sofrer... O que eu iria fazer?

- Vou conversar com El...

Me virei e subi as escadas em direção ao meu quarto. Bati na porta varias vezes até que Eleven as abriu assustada.

-Mike?!

-O portal da cabana, do castelo Byers, você acha que consegue abrir?- Perguntei.

Assim que ela ouviu o que eu perguntei, balançou a cabeça freneticamente dizendo não.

-El, você acha que pelo menos é possível?

-Sim... Mas eu não quero!

- Eu imaginei isso...

Ela abaixou a cabeça. Ela não queria causar mais problemas e eu sabia disso. O que eu faria para ajudar Nancy? Talvez Max pudesse ajudar, mas ela não sabia controlar muito bem os poderes.

-Por que?- Ela perguntou subitamente.

-O que?

-Abrir mais um portal...

- Por causa da Barb.

El levantou a cabeça e me encarou. Eu não sabia o que fazer para tentar convence-la de abrir um portal, mas tinha quase certeza que de qualquer modo ela não o faria.

-Você pode tentar?

Ela não conseguiu me responder, ouvi um barulho e desci as escadas e vi minha mãe sentada ao lado de Holly e Nancy. Fiz um sinal para que El ficasse lá.

-Esta tudo bem, mãe?- Perguntei depois que desci as escadas.

Ela se virou para mim. Os cabelos estavam todos bagunçados e sua maquiagem estava estragada. Olhos estavam extremamente inchados e vermelhos.

-Mike, filho, o seu pai...- Ela não conseguiu terminar a frase e desabou no choro.

Me virei para Nancy que chorava baixo.

-Nancy, me diz, por favor- Supliquei.

-O papai fa...leceu- Nancy falou em tom quase inaudível.

Steve que estava sentado no braço do sofá se levantou e foi abraçar a minha irmã. Jonathan estava sentado no chão.

Como assim me pai havia morrido? Lagrimas começaram a escorrer pela minha bochecha. Me sentei no degrau da escada.

Holly, que estava sentada no sofá perto de minha mãe, venho em minha direção e se ajoelhou em minha frente.

-Está tudo bem... Ele não nos abandonou.

Me estiquei para frente e abracei Holly. Agora eu era o único ‘’homem’’ daquela casa, eu teria que proteger minha mãe e minhas irmãs e mesmo que não tivesse, eu protegeria.

-Mãe- Me levantei e caminhei até o sofá- O que houve?

-Uma criatura atacou o seu pai ontem de noite quando íamos á um restaurante e... quando eu cheguei no hospital ele já não...- Minha mãe, Karen, uma das mulheres mais fortes que eu conhecia simplesmente não conseguia terminar uma frase.

Demogorgon...

Levantei do sofá e subi correndo as escadas. Passei por Eleven que estava sentada na porta de meu quarto e me joguei na cama cobrindo minha cabeça com o travesseiro. El veio em minha direção e se sentou no chão ao lado de minha cama.

-Mike, o que foi?- Perguntou ela.

Levantei a cabeça do travesseiro.

-Meu... Meu pa...-Seria inútil eu tentar explicar aquilo para ela sem chorar, e eu não queria que ela me visse chorando.

-Ei! Vocês não vão vir?- Gritou uma voz feminina.

Max estava na janela, com o cabelo verde molhado.

-Will já chegou- Disse ela.

Me levantei da cama e assenti com a cabeça. Enxuguei os olhos na manga da minha blusa.

-Você está chorando?- Perguntou Max.

Balancei a cabeça negando, mesmo sendo verdade.

-Já estamos indo- Falei.

Calcei um tênis, percebi que El estava usando a sapatilha de sexta, uma sapatilha que Max deu para ela. Saí do quarto depois de Eleven e fechei a porta com cuidado pra não fazer muito barulho, desci as escadas devagar, mas  somente Nancy, Steve, Jonathan e Holly estavam na sala.

-Cadê a mamãe?- Perguntei.

-Está na cozinha, falando no telefone- Respondeu Nancy com a voz fraca- Onde está a El?

-Aqui- Falei puxando-a para meu lado, ela ainda não havia respondido a minha pergunta- Nós estamos indo para a casa de Max, okay?

-Tudo bem. Não esqueça de falar com elas sobre você sabe o que, nos vemos daqui a pouco- Nancy falou em um tom muito baixo, talvez fosse para El não ouvir ou talvez por que não queria que sua voz saísse com som de choro.

Abri a porta e El saiu primeiro, como Max morava do meu lado El nem me esperou e já foi andando até a casa de Max. Ela tocou a campainha duas vezes seguidas, provavelmente teria tocado uma terceira se eu não segurasse sua mão para ela parar. Max abriu a porta, sua casa não tinha mudado absolutamente nada desde sexta-feira.

-Credo! Que cara horrível, Mike!

Revirei os olhos, não queria que ela soubesse o que havia acontecido. Não queria que ela pensasse que eu era fraco.

-É por causa de Holly- Menti.

Ela olhou para cima pensativa. Acho que estava tentando entender o que a Holly tinha haver com aquilo.

-Enfim, vamos subir?

-Certo.

Max se virou e Eleven foi para o seu lado me deixando sozinho na porta de entrada. Decidi segui-las. A forma da casa de Max não muito diferente da minha. Subimos as escadas.

-Serio que você está bem, Mike?- Perguntou Max me olhando pelo canto do olho.

-Vocês ainda não tiveram tempo de desempacotar tudo?- Disse tentando desviar do assunto, eu realmente não queria ter que contar.

-Tivemos, é que estamos com preguiça. Minha mãe trabalha o dia inteiro e eu e o Billy não temos vontade de fazer nada.

Fiquei quieto. O quarto de Max era o terceiro do corredor, igual ao meu. Will estava sentado em um pufe preto perto de uma mesinha, ele observava alguns cadernos.

-Eai, cara!

-Ah, oi- Respondi sem animação.

-Os meninos ainda não chegaram. O que irmos fazer?

Não prestei atenção na pergunta Will, eu estava concentrado no quarto de Max. Ele tinha cheiro de tinta e as paredes eram cinza escuro. Havia alguns posters de bandas e filmes pregados nas paredes. A cama de Max estava toda desarrumada, o lençol era branco e o cobertor era preto com algumas formas geométricas em colorido. A mesinha na qual Will estava apoiado estava cheia de papeis, pastas e cadernos e algumas canetas espalhadas. O guarda-roupa ainda não estava montado, portanto as roupas estavam em algumas caixas de papelão.

-Gostou?- Max interrompeu meus pensamentos.

Balancei a cabeça dizendo sim. Fui até uma caixa que tinha perto de Will e a abri sem pedir permissão. Por que eu fiz aquilo? Dentro havia vários desenhos e lápis de cor espalhados.

-Ei!- Max gritou- Tira a mão!

-O que são esses desenhos?- Perguntei tirando um da caixa.

-Nada!- Ela respondeu arrancando o desenho de minha mão.

Aquele comportamento dela me fez esquecer totalmente de meu pai. Os desenhos eram tão importantes? A maioria deles eram de cores escuras como preto, marrom, cinza e azul. Esses desenhos me lembravam alguma coisa, mas eu não sabia o que era.

-São muito bons- Falou Will olhando para a caixa- Em que você se inspirou?

-Pesadelos.

-Desculpe, você disse que se inspirou em pesadelos? Aqueles em que você viu os corredores do Departamento de Energia?- Perguntou Will.

Me virei para ver o que Max respondi, mas ela apenas assentiu com a cabeça e pegou a caixa e a virou em cima da cama.

-Por favor, não contem para a minha mãe sobre os meus desenhos e pesadelos- Ela pediu enquanto arrumava os desenhos em ordem degradê do mais claro para o mais escuro- Eu coloco as datas nos desenhos.

Ela estava arrumando por data e não por cor? Ela separou sete desenhos e os colocou de lado, em cima do travesseiro.

-Você está arrumando certo?- Perguntou Will ao notar as datas e cores.

-Sim... Os desenhos mais antigos eram mais claros e os mais recentes são mais escuros- Ela pegou os que havia separado e os escondeu em baixo do travesseiro- Querem que eu explique sobre eles?

Will, eu e El confirmamos com a cabeça e Max começou a explicar:

-Os meus pesadelos eu tenho deste pequena, acontece que quando eu tinha quatro anos eles começaram a me assustar e meu pai me aconselhou a desenha-los para conseguir me ‘’livrar’’ deles. Conforme eu fui crescendo os pesadelos começaram a ficar mais obscuros e pareceram ser mais do que simples coisas de minha cabeça, então comecei a colocar datas para saber de quando eles eram. O mais recente que eu tive foi na noite anterior que eu cheguei aqui...

-Seu pai?- Interrompeu Will.

-Sim. Ele era a única pessoa que eu confiava- Ela respondeu.

Me senti mal. Eu não confiava tanto assim em meu pai, mas mesmo assim eu senti a sua perda. E para Max? Como devia ter sido para ela perder uma pessoa que ela confiava? Eu sabia que ele não havia morrido, apenas se separado, mas mesmo assim ela não o via mais com tanta frequência.

-Então, você quer dizer que os mais escuros significavam perigo?- Perguntei.

-É por ai. Tem alguns que são apenas vultos na escuridão, ou seja, pessoas andando de noite.

-Você sabe interpretar os seus desenhos?

-Sim- Ela respondeu- A maioria.

-Mundo Invertido- Sussurrou Eleven se aproximando dos desenhos.

Max abriu a boca para falar algo, mas foi interrompida pela campainha.

-Devem ser os meninos- Disse Max saindo do quarto- Já volto.

Ela desceu as escadas correndo. Alguns minutos depois ela voltou trazendo Dustin e Lucas na sua cola.

-Oi gente do capiroto! Prontos para fazer macumba? Vamos precisar de sangue de satanás, pelo de diabo e pedaços de unha do demônio- Falou Lucas com a cabeça abaixada.

-O que, Lucas?- Perguntou Eleven que começou a encara-lo na hora.

-Nada, é só zoeira. Sabe, besteira- Tentou explicar Lucas.

-Lucas é um abestalhado- Disse Dustin.

-Um idiota- Completou Will.

-Aparvalhado?- Perguntou El.

-Não, ele não é um aparvalhado- Falei rindo da cara que Lucas fez ao ouvir o xingamento.

Dustin notou os desenhos em cima da cama de Max e pegou um.

-Foi você quem fez?

-Sim- Respondeu Max sem ao menos olhar para o desenho na mão de Dustin.

Lucas também foi até a cama. Ele parecia surpreso ao ver os desenhos.

-Ei, Mike, você viu esse desenho?- Ele pegou um desenho na cor marrom e preta.

Observei de longe aquele desenho. Me parecia familiar. Era uma espécie de palácio, um castelo...

-O Castelo Byers!- Exclamou Eleven.

-Max, porque você sonhou com esse lugar?- Perguntei.

-Eu não sei... Esses- Ela foi até a cama e retirou os desenhos que estavam em baixo do travesseiro- São os que eu considero mais importantes.

-De que datas são?- Perguntou Will.

-19/02, 01/09, 08/09, 03/10, 13/10, 06/11 e 23/12.

-Dia 6 de novembro?! Foi o desaparecimento do Will!- Gritou Lucas.

-O dia que eu fugi- Disse Eleven em um sussurro.

Peguei o desenho do dia 6 e o observei. Ele era todo escuro com um centro de luz no meio. Pelo que eu consegui identificar tinha uma grande floresta com algo caído no chão e dois vultos no canto da folha.

Will estava tremendo e ficando pálido. Ele se levantou e correu para a porta que dava para o banheiro, bom, pelo menos no meu quarto dava para o banheiro. Eleven foi até a porta e a abriu devagar, entrou e depois fechou.

-O que ela esta fazendo?- Me perguntou Dustin.

-Não faço a mínima ideia.

Senti uma pontada de ciúme. Não gostava da ideia de El e Will ficarem juntos.

-Mike!- Gritou alguém um pouco longe.

Era Nancy. Fui até a janela e a vi em meu quarto.

-Nancy?!

Os olhos dela continuavam vermelhos e inchados e Steve e Jonathan estavam ao seu lado. Tinha me esquecido que havia prometido perguntar sobre o portal á Max.

-Eai, elas vão?- Perguntou ela gritando.

-Sim... Já nos encontramos ai em baixo.

Me virei e disse á Max:

-Você pode ajudar a abrir o portal?

-Que portal?

Ela não sabia que El tinha me contado! Ela nem sequer sabia que o Castelo Byers era um portal. Foi por isso que ela tinha sonhado com ele!

Corri para a porta do banheiro e comecei a bater até sentir minha mãos doerem. Will abriu a porta, ele estava com a blusa molhada e seu queixo parecia estar babado.

-Cara, você tem problema?!- Will estava bravo e não parecia ser o mesmo.

Ignorei-o e puxei El para fora do banheiro. Ela não gostou nem um pouco de meu gesto e puxou a mão.

-Eleven, preciso falar com você, rápido!- Disse um pouco envergonhado por ela ter feito aquilo na frete dos meninos e de Max.

Ela entrou novamente no banheiro e e eu a segui. Ela fechou a porta e começou a me encarar.

-Você ainda não me respondeu. Pode tentar abrir mais um portal?- Perguntei olhando para os meus pés- Eu contei para Nancy sobre o corpo de Barb e agora ela quer ir para o Mundo Invertido resgata-lo. Talvez possamos  tentar abrir o portal que você acha que tem no castelo Byers.

-Não.

-O que?

-Mike, não vou abrir outro portal.

-Mas Eleven...

-Não, Mike.

Ela falou essas ultimas palavras um pouco alto demais, então eu tive certeza que o pessoal que estava do lado de fora escutou. Ela se virou para a porta, para sair.

-El- Chamei.

Ela já estava com a mão na maçaneta quando se virou para mim.

-Por que você entrou aqui com o Will?

Eleven olhou para baixo, pensando em algo, então se virou e retirou-se do banheiro sem me responder.

O que estava acontecendo com ela?


Notas Finais


Não vou colocar uma data especifica para o proximo cap, mas tentarei postar um novo todo Domingo.
Muito obrigada por ter lido este capitulo de: Coisas estranhas voltam a acontecer.
Recomende para amigos!
Até (provavelmente) Domingo :)

Ass: Biscoita e Bolacha


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