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História Cold - Kiss Me


Escrita por: mukecolxrs

Notas do Autor


leiam minha fanfic muke runaway!!!

Capítulo 10 - Kiss Me


Quero lhe mostrar algo. – Sarah informou com um sorriso cúmplice e sobrancelhas arqueadas. Apesar da expressão animada, podia ver um pouco de nervosismo nos seus olhos e fiquei intrigado. Limpei a boca com um guardanapo e afastei meu almoço gentilmente. 

— Tudo bem. Aonde vamos? 

A garota conduziu-me pelos corredores vazios do colégio, o passo apressado. Os alunos deviam estar no refeitório ou em suas devidas aulas. Acompanhava minha amiga um pouco mais atrás com tranquilidade. As informações que havia adquirido sobre Michael batucavam em minha cabeça sem dar-me uma gota de descanso. Sabia ele que fora adotado? Não sei. Ele teria uma crise da raiva caso descobrisse que eu havia invadido sua tão preciosa privacidade? Provavelmente. Por fora, mostrava relaxamento e um sorriso, por dentro, estava uma confusão de sentimentos e perguntas sem resposta. 

Saímos no enorme pátio do colégio e o Sol iluminou os fios azulados de Sarah. Seus olhos pousaram-se em mim e ela sorriu, mostrando covinhas. As sardas salpicavam sua face como estrelas apagadas. Até seus dentes levemente tortos tinham certo charme. Sarah era uma pessoa deslumbrante tanto por fora quanto por dentro. Jules, o garoto da administração cruzou meus pensamentos e decidi que ele seria uma pessoa de sorte caso conquistasse minha amiga. 

— E Jules? – inquiri abruptamente, colocando as mãos nos bolsos do casaco azul com o emblema da escola. Um sorriso escondido permanecia nos meus lábios enquanto Sarah diminuía o passo e observava-me com curiosidade. 

— Ele é legal. – limitou-se a falar dando de ombros. Vi suas bochechas cocarem um pouco. Ela abaixou a cabeça e encarou os sapatos gastos e velhos. 

— E bonito. – constatei. Minha amiga franziu as sobrancelhas e mordeu o lábio inferior. 

— Você acha? Nunca reparei. – mentiu. É claro que mentira. 

Surpreendi-me ao dar de cara com a estufa do colégio. Às até esquecia a existência daquela parte do território. Meus dias baseavam-se em ir do dormitório ao prédio das aulas. Sarah abriu a grande porta de vidro e rapidamente me arrependi de todos os dias que ignorara aquele lugar. As flores com cores vibrantes e chamativas enfeitavam a estufa. Havia margaridas, girassóis, tulipas, rosas, violetas e muito mais. Todas bem-cuidadas e com aparência saudável. Algumas borboletas voavam ao redor e senti cócegas nos dedos quando uma delas roçou a minha pele. Soltei uma risada baixa, admirado. 

— Você entrou para o clube de jardinagem? – perguntei olhando-a sobre o ombro. Sarah esgueirou-se entre as plantas e pediu que a seguisse. 

— Mais ou menos. – explicou. – Eu gosto da natureza e ela parece gostar de mim. Além disso, eu gosto de pintar coisas vivas, então, negociei um canto para mim aqui dentro com a dona do clube de jardinagem. Como eu passo bastante tempo por aqui, acabo ajudando a cuidar das flores. 

Nós posicionamos na frente de um cavalete com tinta fresca. Dei uma rápida olhada nos dedos de Sarah, então era assim que ela conseguia os calos. As linhas fortes e bem-feitas começavam um desenho de flores. Não entendia muita coisa de arte, mas minha amiga parecia ter um talento nato. Ela cruzou os braços e inclinou a cabeça para a direita, analisando a pintura. 

— Está ótima! – elogiei sincero. 

— Obrigada. Minha mãe ensinou-me tudo que sei sobre pintura. – um sorriso triste estampou seu rosto. – Ela era a melhor artista que conheci. Vivia com aventais sujos de manchas de tinta e o cabelo preso em um coque. Desde que mostrei interesse nesse ramo, mamãe dedicou-se a me ensinar tudo que precisava e queria saber. Ainda tenho alguns quadros seus. – suspirou e se apoiou no muro atrás de si. – Claro que isso foi antes dela morrer. 

Eu poderia dizer que sinto muito. Mas odiava quando as pessoas me diziam isso. Quando meu avô morreu, todos me diziam que sentiam muito. Porém, sabia que eram palavras da boca para fora, a maioria nem gostava de vovô quando ele estava vivo. 

— Ela parecia ser uma boa pessoa. – comentei, então. 

Não sei se foi por causa do momento que compartilhamos, ou se Sarah estava tão curiosa quanto eu para saber como seria a sensação. Mas, estávamos nos beijando, devagar e docemente. Apenas lábios nos lábios. Deixei minhas mãos ao lado do corpo e minha amiga fez o mesmo. Acreditava que éramos dois perdidos. Não sabia por que estava a beijá-la, não era ruim de fato, apenas não parecia certo. Podia sentir suas lágrimas salgadas misturando-se com a minha saliva e então, nós nos separamos e Sarah chorou no meu ombro pelo o que pareceu horas. Não que eu tenha me importado. Ela poderia chorar o quanto quisesse. 

— Desculpa. – ela pediu soluçando, porém, não sabia pelo o que a garota estava se desculpando. Mesmo assim, suspirei e passei a mão em seu cabelo.

— Está tudo bem Sarah. Vai ficar tudo bem. – garanti. 

[...]

Voltei para o dormitório cansado e guardei a mochila debaixo da cama. Estava sozinho no escuro, encarando o chão de carvalho a minha frente fixamente. Minha mente não pensava em nada. Estava completamente cansado de pensar. A porta do quarto se abriu e Michael adentrou, suado, com o cabelo bagunçado e grudado na testa. O violão pendia de uma de suas mãos. Apostava que tinha estado na rua a cantar. Isso me fez sorrir, mas o outro não reparara. Mesmo com medo da resposta que ganharia, falei com ele. 

— Como foi a apresentação? – minha voz saiu um pouco trêmula. 

— Boa. – respondeu brevemente. Arregalei os olhos, atordoado. Ele não me xingara, não fora rude. Entreabri os lábios porém nenhum som saiu. Resolvi que era melhor ficar calado, então encolhi-me na cama e fiquei repensando o que acontecera com Michael Clifford até dormir.



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