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História Cold - Insensível


Escrita por: Anebelle e Kitsune_Kiki

Notas do Autor


Oie pessoas lindas <3

Depois de séculos (foge das pedradas) finalmente estamos aqui com o capitulo I ^^
Dedicado especialmente a diva da YukiiSaiko que tanto nos cobrou rsrsrs <3

Sem mais, boa leitura.

Capítulo 2 - Insensível


 

Capitulo I

Insensível

 

 

 

Os passos leves e graciosos denotavam a beleza radiante e um tanto quanto felina do loiro, cujos cabelos abrangiam um tom quase dourado. Era de descendência grega, visto que seu pai, de quem herdara a imponência e altivez, era um grego que viera para a bela Londres refugiado, e acabara constituindo fortuna e status que acabaram lhe rendendo um título de nobreza muito importante perante a realeza. No entanto, a beleza, ah essa ele puxara da mãe inglesa. Os cabelos longos e dourados, o rosto forte de traços marcantes e delineados, e o olhar... sim aqueles olhos azuis que convidavam para o pecado como se fosse um imã. E Milo sabia disso, sabia que pegara o melhor de seus procriadores, que para si, conquistar era algo quase tão natural quanto respirar, que até mesmo os mais difíceis, se rendiam aos seus pés. Não que fosse um dado ou algo do tipo, mas adorava valorizar os prazeres da carne, visto que a sociedade hipócrita em que vivia fazia o mesmo por debaixo de seus tecidos caros e de linho puro. Ele só era verídico, não escondia a sua personalidade, não se denotava falso, e talvez exatamente por isso, sabia que os olhares dirigidos a si naquele momento em que seguia em direção a sua mais nova presa, não eram somente de desejo. Eram de inveja também, e embora não pudesse escutar, tinha plena consciência que mexericavam uns com os outros de sua vida e de todos os seus atrevimentos.

Se ele se importava?

Nenhum pouco mesmo, afinal, ninguém ali era melhor do que si para julgá-lo. Cada mínima pessoa presente naquele espaço possuía seus podres. Desde o serviçal mais humilde, ao príncipe mimado e egocêntrico, todos tinham os seus passados obscuros, escondidos para não serem vistos com maus olhos pela sociedade. Fato que para ele não significava absolutamente nada. Pouco lhe importava o status ou o título de nobreza que seu pai carregava como o brasão da família, ele era livre para fazer o que quisesse de sua vida e não se perderia em toda a arrogância dos falsos brilhantes que só possuíam brilhos e beleza por fora, mas que por dentro eram ocos e sem vida. Ele preferia ser verdadeiro, preferia mil vezes se mostrar como realmente era do que exibir uma máscara impregnada de outra personalidade que não era a sua. E era exatamente por isso que seguia na direção daquele homem sem se importar absolutamente com nada. Estava curioso, nunca o tinha visto antes pelos arredores, muito menos em outras festas das quais costumava ir, então de onde era, afinal?

Essa era a sua dúvida e ele definitivamente não descansaria até ter as respostas que tanto procurava, aquele ser misterioso que parecia o chamar para si, era como um livro pedindo para ser aberto e ele não se restringiria a não lê-lo.

Sorriu, enfatizando o gesto de sempre, enrolando os dedos nos longos cachos, mas dessa vez para denotar todo o seu interesse, os lábios fartos sendo umedecidos propositalmente, enquanto preparava-se para o bote.

- Perdoe-me... – Ditou quando se viu frente a frente com o novo visitante da festa, vendo-o o analisar de forma um tanto quanto curiosa. E naquele momento em pensamentos, Milo não pôde deixar de se vangloriar por ser tão perfeito, por despertar o interesse de quem quisesse sem o mínimo de esforço.

Embora não pudesse evitar que o ser em questão também poderia se vangloriar pelo mesmo motivo, afinal em perfeição ele se comparava a si de maneira única e graciosa.

O rosto alvo e de traços fortes que evidenciavam a sua masculinidade, combinava com os lábios finos e bem desenhados que possuía. Os olhos castanhos e profundos, um tanto quanto frios, possuíam algo que parecia hipnotizar em contraste com o talvez mais vermelho tom que já vira, que eram os seus cabelos lisos e amarrados em um rabo de cavalo baixo. E o mais importante, que ele como bom observador não pôde deixar de notar... a descendência nítida de outro pais que não era a Inglaterra, que aumentava ainda mais a curiosidade, e a sensualidade que impregnava e consequentemente o desejo que pareceu crescer ainda mais em seu interior.

O modo impecável que se vestia parecia denotar e piorar ainda mais a situação. O casacão que escondia os ombros largos, sobre o fraque escuro em contraste com a calça justa e clara, deixava-lhe a silhueta convidativa a toques, a elegância que exalava aquela luxúria e sensualidade natas. Se não estivessem em um salão repleto de convidados não perderia um minuto sequer com apresentações e formalidades, o agarraria sem pensar duas vezes. Provaria de tal suculenta e convidativa perdição. No entanto, infelizmente se encontravam mediante aos olhares invejosos e curiosos da sociedade.

Por hora deveria apenas se controlar.

- Sim? – A voz grave e levemente rouca o tirou de suas divagações, fazendo-o desviar a atenção do seu corpo bem esculpido, para mirar os olhos expressivos que o encaravam.

E naquele exato momento, o tempo simplesmente parou para si. Havia algo, um poder, ele não sabia explicar o porquê, só sabia que era convidativo, envolvente e nunca, em toda a sua vida, já sentira algo semelhante estando com outros homens ou mulheres, e isso de certa forma o assustava. O ser a sua frente parecia uma fruta suculenta, algo proibido o chamando para provar do pecado... mas deverias sucumbir a ele?

- Gostaria de cumprimentá-lo. – Ditou em quase um fio de voz, a vazão presente o inebriando à medida que o contato de seus olhares se tornava mais intenso. As pálpebras com seus longos cílios piscando de forma lenta, enfatizando o jogo de sedução que se iniciava. – Nunca o tinha visto pelos arredores, senhor...

Deixou a frase morrer na expectativa de ter o nome daquele ser que tanto o fascinava, no entanto, embora mantivessem aquela estranha conexão, parecia que o mesmo não estava dado a conversas ou questionamentos. O rosto sério não denotava expressão alguma e por um minuto, Milo sentiu-se como se tivesse acabado de levar uma forte lufada de ar gelado na cara...

- Camus Chevalier. – Após um longo período de tempo ao qual Milo até já cogitava não receber a sua resposta, ele resolveu se pronunciar. A voz sem a mínima emoção presente, denotando aquele porte altivo e superior que somente agora o percebia possuir.

No entanto, recuar não era uma opção viável para si, tão pouco uma atitude digna de alguém com o seu sobrenome. Orgulho era algo que possuía desde o berço e aprendera com o pai que não importavam as riquezas e títulos que pudessem possuir, um homem sem seu orgulho não deveria ser considerado um homem.

Alargou mais o seu sorriso, enlaçando outro cacho de cabelo aos dedos longos, dando um passo para frente, viando quebrar um pouco daquela parede que parecia ser feita de gelo, entre ambos.

- É um nome forte e não correspondente daqui, suponho que seja de descendência francesa, não? O seu leve sotaque arrastado responde por você... – Inquiriu vendo-o apenas conformar com um gesto de cabeça, os olhos finalmente desviando-se dos seus para dirigir-se a movimentação atrás de si. Deixando-o de certa forma triste pela conexão ter se quebrado, e irritado pelo fato de um monte de pessoas mesquinhas e podres da alta sociedade londrina, serem mais interessantes para ele naquele momento do que si. – Eu também provenho de família estrangeira, precisamente gregos. Chamo-me Milo, Milo Galates... – Insistiu.

E mais uma vez absolutamente nada.

Milo não sabia identificar o que de errado havia com aquele homem, como poderia ser inerte ao seu poder de sedução? A sua beleza? Logo ele tão desejado e cobiçado pelos os do topo, completamente ignorado? O ser a sua frente era muito mais complicado do que poderia prever. Frio, neutro, sem expressão... Porque sim, embora possuísse um rosto impecável e de traços tão bem feitos e demarcados, ele era tão insensível, que a parede de gelo não era o obstáculo, mas sim ele mesmo. Camus Chevalier era moldado a gelo e parecia que nem mesmo ele com todo o seu calor era capaz de derretê-lo. Moveu os lábios para mais uma vez contestá-lo, mas foi detido quando subitamente os olhos quase avermelhados se prenderam aos seus novamente.

- Certo, senhor Galates. – Proferiu, o tom de voz impregnado de algo que o loiro julgou se tratar de ironia. – Este lugar está barulhento, abafado, repleto de pessoas falsas e desinteressantes, realmente não necessito de ficar perdendo tempo com conversas levianas. – Ditou com certo desdém, mais uma vez desviando o olhar de si para os convidados. – Perdoe-me o modo descortês, mas estou à procura de uma pessoa, então com a sua licença...

Enfatizou o final da conversa de forma a evitar chances de contrariedade, causando em Milo uma reação completamente oposta. Afinal, quem aquele homem pensava que era para tratá-lo assim? Estava sendo dispensado e isso nunca antes havia acontecido consigo, tinha plena consciência dos mexeriqueiros de plantão ao seu redor, sabia que para eles isso seria um prato cheio, não que se importasse com a opinião alheia daquela classe suja, o problema era o seu orgulho. O inabalável orgulho que mantinha como algo mais importante do que as suas riquezas. Observou-o passar por si e seguir em direção ao aglomerado de pessoas ao centro do salão, mas não o deixaria fugir assim tão fácil...

Tendo a vantagem de sua altura e o conhecimento do local tão familiarmente frequentado por si, o acompanhou com duas passadas, segurando-lhe o braço com força de modo a impedi-lo de continuar.

E naquele momento, pela segunda vez naquela noite, Milo sentiu como se o tempo parasse. Uma corrente elétrica começava a passear pelo seu corpo, tendo início naquele ponto onde mantinham o contato. Os olhares novamente conectados um no outro, os pelos da nuca se arrepiando, exalando aquela sensação tentadora de possuir, degustar... como seria tocar-lhe os lábios moldados? Provar de seu sabor? Ouvir os gemidos roucos e graves que poderiam escapar de sua boca?

- O que quer? – Mas como antes, o encanto fora quebrado pelo modo rude e insensível que o outro possuía.

Libertou-o sorrindo minimamente, levando as mãos até o lenço que adornava seu pescoço, enrolando os dedos no tecido ao invés do cabelo, num claro gesto de nervosismo... aquela era a sua reação oposta à da sedução.

- Só queria dizer-lhe que foi um prazer conhecê-lo. - Ditou melodiando a voz, estampando no rosto uma expressão calma e serena, querendo denotar o seu lado dócil. Cogitando somente agora se não havia errado usando de uma abordagem ofensiva antes, quando poderia ter usado essa.

No entanto, teve a devida comprovação de que nenhuma das duas daria certo no final, pelo modo com o qual ele o fitou, talvez impregnado de uma frieza maior do que a de antes.

- Infelizmente não posso dizer-lhe o mesmo. – E dessa vez tratou de se afastar rapidamente, cortando-lhe quaisquer tipos de oportunidade de impedi-lo novamente. Podia sentir os olhares curiosos cravados em si, as risadinhas baixas que pairavam pelo ar, misturadas ao tom baixo da música ao fundo. E tudo o que mais desejou naquele momento, fora poder quebrar-lhe a cara, marcar o rosto impecável e arrogante que aquele ser frio possuía. No entanto, era um nobre, tinha uma boa educação, não se rebaixaria ao nível dele, na verdade faria muito pior.

Da forma ao qual conhecia muito bem...

Sorriu erguendo a cabeça e sustentando olhar por olhar invejoso e irônico direcionado a si. Os passos como sempre graciosos enquanto se dirigia para a saída daquela maldita festa.

Ainda se encontrariam, era um homem de muita sorte, afinal, e quando isso acontecesse, faria Camus Chevalier se render aos seus pés implorando por um beijo.

 

 


Notas Finais


Então é isso amores, espero de coração que tenham gostado ^^

Enfim, críticas e elogios são sempre bem-vindos, não doem e incentivam a escritoras aqui a continuarem

Kissus e até o próximo ^^


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