História Cold Blooded ( Hiatus) - Monótono

Quanto mais você tenta esconder

Mais infectado, rejeitado, você se sente sozinho por dentro

Você sabe que não pode negar

O mundo está um pouco mais fodido a cada dia

– Evanescence

Como vocês imaginaram que seria minha volta a FOLHA, eu pensei que seria um tempo agradável depois da missão, principalmente porque eu e Sasuke tínhamos muito pra resolver entre nós dois.

Mas as coisas foram bem diferentes.

As coisas mais importantes que vocês precisam saber nesse momento é, Sasori era um agente duplo que trabalhava pra alguém chamado Orochimaru, algumas informações de nível 2 subiram para pessoas nível 3, o que fez com que mais algumas pessoas ficassem sabendo disso.

Orochimaru foi um cara que sequestrou várias crianças a quinze anos, crianças importantes de todo o mundo, filhos de presidentes, de donos de conglomerados multimilionários entre outros, uma dessas crianças foi Karin, e ela e os outros, foram tragos  aqui pra sede da FOLHA para que fossem mantidos em segurança até a possível ameaça de Orochimaru estivesse neutralizada.

– Tio eu preciso falar com ela - Neji insistia enquanto conversava com seu tio Hiashi, o chefe do MI6.

–Você estará colocando a vida dela em perigo Neji.

–Mas tio, você mesmo disse que esse é o lugar mais seguro aqui no Japão.

Hiashi massageou as têmporas, olhou de Neji para Kakashi e de Kakashi para Neji.

Eu me aproximei, e os cumprimentei me curvando.

–Com licença Kakashi, senhor Hyuuga, a garota em questão tem um potencial enorme, além de ter salvado a minha vida e de Karin, ela presenciou momentos de ação comigo - falei - acho que não seria ruim fazer uma proposta pra ela.

Neji arregalou os olhos, sua angústia era visível.

–Se você concordar Hiashi, eu trago a menina pra cá - Kakashi disse, Hiashi suspirou e olhou cansado nos olhos do sobrinhos.

–Tudo bem.

–Obrigado Sakura - Neji exclamou antes de se juntar ao grupo.

O garoto sorriu de orelha a orelha e curvou-se para agradecer o tio.

De repente sinto um peso sobre as costas, e uma gargalhada em meu ouvido.

–É tão bom ver você - a garota de voz doce e aguda disse ao meu ouvido e eu não consegui deixar de sorrir.

–Hinata - me virei e a abracei.

–Meu pai me trouxe - disse apontando pra Hiashi - parece que eu fui uma das crianças, junto com Neji e essa galera toda aqui - ela disse olhando para as outras pessoas no corredor.

–Sakura - Kakashi me chamou - vá com Hinata mostrar o quarto para nossos protegidos.

–Ok - declarei, olhei para o resto do pessoal, que incluía um garoto de cabelo comprido preso em rabo de cavalo, Filho do diretor da CIA, um ruivo, uma loira e um garoto de cabelos castanhos, filhos do secretário de Guerra do Japão e Karin, cumprimentei todos eles.

Hinata agarrou meu braço e seguimos para os quartos.

–Sinto muito por Sasori - ela disse.

–Ele teve o que merecia - respondi - Ee além do mais eu já estava em outra.

–Ai meu Deus me conta - Hinata me cutucou.

–Vou esperar Ino se Juntar a nós - respondi - Ela nunca me perdoaria se eu contasse só pra você.

Ela piscou pra mim e voltou o rosto pelo caminho que seguíamos e quase como uma brincadeira do destino Naruto saia do próprio dormitório escovando os dentes.

–Naruto! - Hinata exclamou quando constatou a presença do loiro.

Naruto olhou para Hinata ainda um pouco grogue, depois pra mim, depois pra Hinata novamente.

Seu rosto bronzeado assumiu uma tonalidade vermelha e ele deixou a escova cair da boca cheia de espuma.

–H-Hinata - Naruto constatou em toda a sua lerdeza.

–Oi - ela respondeu com um sorriso gentil.

Naruto cambaleou para dentro do quarto com pressa e fechou a porta assim que entrou.

–Nossa - exclamei ao ver a atitude do loiro.

Hinata suspirou e coçou a cabeça.

–Acho que ele não gosta de mim.

–Hina, quem não gosta de você? Naruto que é estranho.

Hinata soltou uma gargalhada doce que me fez sorrir, chegamos ao fim do corredor e eu entreguei uma chave pra cada um.

E todos eles se direcionaram para seus quartos, antes que Karin entrasse no seu próprio ela parou a minha frente e esperou que todos entrassem.

–Queria pedir desculpa - ela disse encarando os próprios pés.

–Tudo bem - respondi levantando seu queixo - Você só queria estar com alguém.

Karin soltou um suspiro.

–Queria dar pra alguém - ela resmungou e uma gargalhada fugiu da minha boca.

–Quem sabe eu resolva seu problema alguma hora - disse piscando pra ela e ela corou - Além do mais não pensa nisso, prometi te ensinar a lutar, então me encontre em uma hora na sala de treinamento em frente ao refeitório.

–T-tudo bem - ela sorriu ainda corada.

E a tarde foi calma, recebemos Tenten na organização que estava completamente perdida, sentei com ela e expliquei toda situação, ela naturalmente precisou de um tempo pra processar tudo aquilo.

Aliás se vocês se perguntam onde Sasuke está e por que não estou dando loucamente pra ele.

Ele saiu em uma missão para investigar a instalação de Kyoto, onde Sasori vivia.

Estendi as mãos protegidas pelo aparador de socos e olhei firme para Karin.

A menina ruiva agora de cabelos presos, usava uma calça legging e um top que já estava encharcados de suor do nosso treinamento.

–O golpe cruzado tem que acertar o ouvido do oponente, isso vai desnortea-lo - instruí - Você vai manter a mão na guarda e o punho vai fazer uma volta para acertar o aparador.

–Por que não pode ser direto pra lateral, como no soco direto? - ela perguntou.

–Por que você pode distender um músculo do antebraço fazendo isso e o golpe perde potência.

Karin assentiu com a cabeça, mordeu o lábio inferior e se concentrou nas minhas mãos.

–Não se esqueça que eu vou devolver os golpes então você tem que pendular como da última vez.

Disse e logo dei o primeiro golpe, ela pendulou meio desajeitada e tentou dar o golpe cruzado sem sucesso.

Soltei uma risada anasalada.

–Tenta de novo - falei e ela tentou, e tentou e tentou de novo.

Logo a ruiva estava dando golpes repetidos contra as minhas mãos e cada vez melhor, quero dizer menos pior.

–Você e o Sasuke disseram que não tem nada um com o outro - Karin começou o assunto enquanto golpeava - Isso é verdade?

–Não sei mais - seus olhos pousaram sobre mim por uns instante e nesse instante minha mão acertou sua cabeça.

–Aí - ela exclamou com a mão na testa onde eu a havia acertado.

–Se concentra no que está fazendo - disse rindo.

Ela esfregou a testa e pôs a mão em guarda novamente.

–Sakura - Ino apareceu no dojo - Sasuke-san chegou pediu pra você ir ao escritório dele.

–Ok - respondi - Ensina ela aqui por mim, não sei se devo demorar.

Ino me lançou um sorriso de canto, pois a mão na cintura e levantou o queixo.

–Claro - ela desconfiava, sempre desconfiou, mas agora talvez ela estivesse certa.

Caminhei pelos corredores e os funcionários passavam e me observavam, afinal eu era eu, e não há nada neste país com um histórico como o meu.

Bem… A não ser o próprio Sasuke e mesmo que às vezes ele dissesse que eu era melhor que ele, eu ainda não sentia que havia o superado.

Abri a porta e ele estava lá, sentado em sua cadeira de escritório, meditando, qualquer um precisava bater a porta, mas não era o meu caso, nunca foi.

Fechei a porta atrás de mim e me aproximei de sua mesa.

Ele abriu os olhos e por alguns momentos pude ver opacidade em seus olhos.

–Venha aqui - ele disse com um tom um tanto melancólico e eu fui em sua direção atrás da mesa.

De repente ele abraçou minha cintura e enfiou o rosto em minha  barriga, ouvi ele puxar ar com dificuldade e soltar pesaroso.

Não sabia o que havia acontecido, mas acariciei seus cabelos bagunçados até que ele se acalmasse.

Seus olhos encontraram os meus e por mais que eles aparentacem estar mortos quando o vi, agora uma sombra de alívio havia se instalado por detrás dos olhos cor de ônix.

–O que houve? - perguntei quando sua expressão estava mais relaxada, para vê-lo contrair o rosto novamente.

–Fui até a sede da folha em Kyoto - ele disse - Estavam todos mortos Sakura.

No mesmo instante eu tremo, respiro fundo e prendo o ar, alguém havia se infiltrado na organização e desestabilizado uma sede inteira sem nosso conhecimento?

–Como? Quem? - as perguntas vieram sozinhas - Lara? - o encarei alarmada.

–Lara está viva - Sasuke respondeu - Está em missão nos Estados Unidos, mas já está voltando pro Japão, ela se tornou suspeita com o comprometimento da sede de Kyoto, então ficará por aqui - um alívio correu a minha mente.

–Como mataram tantos agentes? - perguntei - Como não percebemos isso?

–A perícia está analisando, mas eu acredito que tenham liberado monóxido de carbono na sede isolada - ele respondeu - Parece que Sasori e alguns capangas de Orochimaru substituíram a imagem do diretor de Kyoto e a voz na hora de se comunicar com Kakashi e os diretores das outras instalações.

–Céus - encarei Sasuke apavorada - Toda a organização pode estar comprometida?

Sasuke respirou fundo e confirmou com a cabeça.

–Por enquanto esse buncher é o mais seguro do país - Sasuke respondeu - Mas Kakashi fará novos procedimentos de confiança, novos detectores de mentiras entre outras coisas.

–Pra nós dois? - Arqueei uma sobrancelha.

–Sim - ele respondeu - Um agente do MI6 vai aplicar, aproveitando que Hiashi está no Japão, isso vai passar credibilidade pras outras organizações mundiais.

–Mas nós enganamos os testes de detecção de mentira - Respondi com uma sobrancelha arqueada.

Sasuke segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.

–Sakura somos especializados em mentiras - disse sério - Eu e você somos agentes de extração de informações e disfarce, mas também somos agentes capacitados para missões de campo, de assassinato e muitas outras coisas, o Japão não pode ter um grande exército querida, não pode ter armamentação.

–Por causa do tratado após a segunda guerra?

–Exato - ele respondeu com um sorriso de canto - Eu e você somos duas bombas atômicas que podem destruir qualquer país pelas bases, mas fomos criados para proteger pessoas, se o mundo conhecer nossas habilidades eles vão nos temer e não é isso que queremos.

A voz de Sasuke saiu rouca seus olhos estavam semicerrados, os lábios vermelhos.

–Ver o quanto somos poderosos te deixa excitado? - perguntei.

–Ver o quanto você é incrível me deixa excitado - ele disse beijando minha mão que ele ainda segurava pelo pulso.

De supetão ele segurou meu quadril e me depositou em cima de sua mesa, subiu meu pescoço com mordidas, até minha bochecha.

–Quer que te faça minha em cima dessa mesa? - ele perguntou com a boca encostada na minha bochecha.

Virei o rosto e o encarei com um sorriso travesso.

–Eu já sou sua - respondi, ele sorriu abertamente pra mim e agora seus olhos tinham um brilho diferente.

Ele beijou meus lábios com urgência me apertando contra o seu peito.