História Cold Blooded ( Hiatus) - Casa

Eu estava olhando para o céu
Quando eu soube que estaria nadando para casa
Não posso trair minha raça
Eles estão aqui
Chegou minha hora
- Evanescence (Swimming Home).

Um Cadillac Escalade dirigido por Naruto nos levava para Kyoto, os bancos de trás do automóvel eram uns virados de frente para os outros, eu e Sasuke estávamos em um dos assentos, enquanto Karin e Sasori estavam à nossa frente.

- Então, posso fazer perguntas? – Karin disse.

- Claro – respondi sorridente, nada mais estragaria meu humor hoje, eu não permitiria.

Sasuke me lançou um olhar de soslaio, como se me repreendesse por algo, sorri para ele e ele pareceu relaxar.

- Bem, tudo aquilo que aconteceu antes de sair da academia foi muita informação – ela disse corada encarando os próprios pés – se não for indiscreto, Sasuke-san – Karin o chamou – o que rola entre você e a Sakura? Tipo, o que Naruto disse... Bem...

- Karin – a chamei – relaxa, respira fundo, você será uma grande repórter – a encorajei – pergunte com calma.

Karin respirou fundo e olhou fixamente nos olhos de Sasuke.

- Você e a Sakura têm que tipo de relacionamento? – ela perguntou. Eu, Sasori e Karin encarávamos fixamente o Sasuke.

E o homem de cabelos negros deu um sorriso de canto e coçou minha cabeça.

- Ela é minha pupila e minha amiga – Sasuke respondeu gentil – apenas isso.

- Ok – Karin fez uma pausa pensativa, como se anotasse as informações em sua mente e formulasse uma nova pergunta – caso eu tenha algum problema e não possa pedir ajuda a nenhum de vocês, eu posso correr até aquela sala e pedir ajuda?

- Claro – dessa vez eu respondi.

- Ok – ela fez mais uma pausa e encarou Sasuke – por que você estava fumando maconha?

- É comum nos alojamentos da folha esse tipo de coisa – dessa vez foi Sasori que saiu em defesa de Sasuke, com um sorriso gentil.

- A maioria dos agentes da FOLHA sofrem de algum problema psicológico, muitos sofrem de ansiedade – Sasuke respondeu – os psiquiatras que trabalham conosco recomendam algumas terapias, remédios, uma coisa comum é eles recomendarem o uso da Canabis.

Karin pôs a mão no queixo e refletiu por alguns minutos.

- Eu poderia usar também? – ela perguntou.

- Não – Sasuke foi categórico – você é uma civil, neste país isso é proibido.

- E vocês são o que? – ela perguntou.

E nesse momento, tanto eu quanto Sasuke e Sasori trocamos olhares confidentes.

Um sorriso gentil e trágico ao mesmo tempo cruzou nossos lábios como um dominó, se Naruto estivesse ouvindo nossa conversa, aposto que ele teria a mesma expressão no rosto.

- Somos indigentes – respondi com pesar – Como o Kakashi-san diz, somos os heróis indigentes.

Karin estava estática, não estava sorrindo, mas um brilho de admiração assombrava seu olhar, assim como o nosso, às vezes, depois de uma missão cumprida.

Muitas perguntas foram feitas naquela viagem de carro, algumas foram respondidas, eu sei que no meio da viagem adormeci, não sonhei, estava tão cansada que apaguei ali mesmo no ombro de Sasuke.

Acordei com sua mão dando tapinhas em meu rosto, aquilo nunca seria romântico, no mínimo cômico.

- Acorda, mano – ele disse.

- Mano? – perguntei, eu estava escorada no peito dele e havia um sorriso brincalhão em seus lábios e com certeza ele estava tentando me irritar – vai tomar no cu, Sasuke.

- Para de palhaçada e acorda – ele retrucou, mas também não me afastou – chegamos à mansão dos Uzumaki – ele respondeu.

Encarei Karin que agora tinha o assento todo para ela deitar, Naruto deve ter deixado Sasori no centro de Kyoto e logo após nos trouxe para cá.

- Será que contamos a ela? – perguntei ao Naruto assim que ele abriu a porta de trás.

- O que? Sobre o sobrenome? – Naruto perguntou.

- Sim – Respondi. Sasuke e Naruto trocaram um olhar e depois ele voltou seu rosto para mim.

- É melhor deixar o pai dela explicar tudo – ele respondeu.

- Tudo bem – respondi – vou acordá-la, vão tirando as coisas da mala.

- Ei, por que você também não ajuda a tirar as coisas da mala, Sakura-chan? – Naruto perguntou.

Sasuke me jogou de lado no sofá com toda gentileza do mundo (só pra esclarecer, fui irônica), para alcançar o lado de fora e dar um cascudo em Naruto, ele realmente estava afim de implicar com alguém hoje.

- Foca na sua tarefa, dobe, Sakura tem outras coisas para fazer – ele respondeu.

- Mas, teme – Naruto começou a gritar, mas foi interrompido por Sasuke com outro cascudo.

- Para de gritar, animal – Sasuke disse e os dois seguiram ao porta-malas resmungando.

Karin que estava estirada no sofá se espreguiçou, esfregou as pálpebras e bocejou. Piscou algumas vezes e me encarou com um sorriso sem graça.

- Chegamos – anunciei e ela saltou do acento para fora do carro.

Em alguns minutos ela já puxava minha mão em direção as grandes portas de madeira da entrada da casa.

- Eu “tô” morrendo de fome – ela disse como uma explicação para sua pressa ao correr para a cozinha.

Ao chegarmos lá, ela atacou a geladeira.

Era uma sensação boa, ter uma vida comum, ir pra casa, atacar a geladeira, conversar sobre o futuro, ser alguém, às vezes, só às vezes, eu desejava coisas assim e me perguntava como estaria a vida dos meus pais neste momento.

- Já vão comer? – Naruto perguntou entrando na cozinha – achei que a governanta ia cozinhar – ele disse apontando para Sasuke que vinha logo atrás dando um safanão na orelha dele.

Naruto virou para Sasuke abruptamente o encarando com os olhos arregalados.

- Qual teu problema comigo hoje? – ele perguntou – quer brigar?

- Não – Sasuke retrucou indo para trás de Karin, observando a geladeira – quer que eu cozinhe, Karin? – ele perguntou.

- Você cozinha mesmo? – ela perguntou olhando para ele boquiaberta.

Ele deu um sorriso de canto e entrou em sua frente na geladeira, pegou alguns ingredientes e começou a preparar o que julgo ser a “melhor omelete que um Uchiha pode criar”, pelo menos assim chamávamos.

Naruto saiu para pegar algo no carro e ficamos só os três na cozinha.

Karin e eu sentamos em um banquinho que ficava rente a ilha da cozinha, ela puxou uma revista que estava por ali e começou a ler, o titulo “Hollywoodiana” me chamou atenção, até porque tinha uma garota muito parecida com a Tenten na capa.

- Você lê Hollywoodiana? – perguntei animada.

- Claro – ela respondeu – é a revista pop mais incrível que existe – ela respondeu eufórica – um dos motivos de eu estar tão eufórica com a festa desse fim de semana é que a editora chefe e dona da Hollywoodiana estará aqui ao vivo e a cores – ela disse com os olhos brilhando.

A animação dela me contagiou, olhei pra Sasuke sensei e peguei ele me encarando, sorri amistosa pra ele e ele sorriu de volta pra logo voltar a se focar em sua omelete.

- Mas – Karin tirou os olhos da revista e me encarou sob os óculos – não imaginava que espiões liam revistas, principalmente revistas sobre moda e fama.

- Achou que liamos revistas sobre o que? – perguntei com o queixo  apoiado em uma das mãos a encarando.

- Armas – ela respondeu dando de ombros.

- Sasuke sensei lê muitas revistas sobre armas – disse apontando para ele que estava muito concentrado no que fazia para poder nos dar atenção – mas lemos bastante revista de moda, passamos muito tempo reclusos, raramente saímos da sede pra conseguir diversão, eu nunca pus os pés em um cinema, por exemplo, com as revistas, principalmente a Hollywodiana, ficamos informados de coisas simples, como quem são os atores que estão bombando no cinema, as musicas de sucesso, os casais mais shippados – disse a ultima palavra fazendo aspas com os dedos.

Ela sorriu e vimos Sasuke depositar uma omelete gigante sobre um prato de vidro.

- Bon appétit – Sasuke disse, enquanto depositava quatro pratos a mesa.

Naruto entrou na cozinha carregando um embrulho enorme e com um sorriso bobo no rosto.

- O que é isso? – Karin perguntou enquanto se servia parte da omelete.

- A sua nova governanta – Naruto disse rindo.