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História Cold Heart - Deslizando para o Passado...


Escrita por: HimeMatsumoto_

Notas do Autor


Fala galera! o/
Desculpem a demorara para atualizar! Eu virei adm de uma página de anime (página grande) e fica bem dificil encontrar tempo para escrever... Pra vocês terem uma ideia, eu escrevi esse capitulo quase todo pelo celular na madrugada de ontem -q Só fui terminar agora... Enfim....
Como eu disse no capitulo anterior, meu estilo de escrever é mais melancólico, então não se surpreendam demais com as cenas tristes. E também se fosse pra fazer aquele negocio flluffy não estaria escrevendo fic, porque pra isso tem o anime -q (SÓ PRA LEMBRAR, HOJE TEM EPISODIO NOVO!! HAJA CORAÇÃO AMIGOS! HAHA)

Sem mais delongas... Boa leitura negada! ^-^
Espero que gostem do capitulo! o/

Capítulo 3 - Deslizando para o Passado...


Yuri POV's

 

Desde que me acidentei a três anos, minha vida se transformou num inferno. Eu não conseguia fazer absolutamente nada por mim mesmo. Dependia de minha mãe para tudo. Minha alma estava manchada. Uma mancha bem grande e escura tomava conta do meu coração. Mas lá no fundo, sempre que sentia estar sendo engolido pelo desejo de pôr um fim a tudo, algo me dizia "Hey, não desista! Tudo vai ficar bem!" Não sabia se devia, mas sempre que isso acontecia, eu a escutava. Acho que esse foi o meu erro... Ver esperança onde ela nunca existiu. 

Essa voz que eu vivia escutando dentro de mim, era como a voz dela...! Quando eu ia dormir, muitas das vezes chorando de dor, fosse ela física ou mental, eu sempre tinha algum sonho relacionado ao acidente. E neles, sempre surgia minha mãe, banhada em raios de luz branca, segurando minha mão, me ajudando a levantar do gelo. Ela me abraçava e dizia pra mim que tudo iria melhorar. Mas depois que ela se foi, os sonhos pararam. E eu nunca mais escutei essa voz interior.

As dores na minha perna estavam se tornando cada vez mais intensas, as crises de choro também. Eu não conseguia fazer nada por mim. Me tornei miserável e deplorável de um jeito que jamais imaginei que ficaria. Minha arrogância culminou em minha ruína.

Eu queria que alguém me ajudasse a sair daquela situação, mas eu cheguei num ponto em que nada que eu tentasse iria resolver as coisas. Afinal de contas, eu já não tinha mais ninguém na vida.

As batidas na minha porta.

As vozes na minha janela.

Eram como ela de novo... Será que...?!

O estranho loop temporal...

As tulipas no meu quarto...

O sol forte, batendo na janela de manhã...

Estava eu num sonho de novo...?

Tudo era surreal demais.

Como poderia?

Eu tinha sido salvo. Pela pessoa menos provável do mundo.

Victor Nikiforov.

Meu ídolo de outrem.

Na minha frente. Segurando as marcas de minha mãe. Quisera eu que fosse um sonho!

Eu estava tão miserável e tão envergonhado de mim mesmo, que preferia ter morrido ao ter que suportar o peso dos olhos dele sobre mim.

Mas... ele não se mostrou assim.

Me propusera morar com ele na primeira oportunidade.

Eu ainda estava muito abalado com tudo. Não conseguia pensar com clareza sobre algumas coisas, mas também não podia negar que precisava urgentemente de ajuda.

...

 

Um mês depois de eu ter "aceitado" essa mudança drástica que Victor impôs a mim, pudera perceber que muita coisa havia mudado. Tanto em mim quanto nele. Comecei aceitando o convite dele para fazermos exercícios físicos. Aliados com minhas idas ao psicólogo, já que me encontrava num estado de depressão profunda. Victor tinha percebido isso. Ele não me disse nada. Apenas sugeriu que eu fosse a uma consulta e eu aceitei. Ele não era do tipo que tocava em assuntos muito íntimos como isso, visto que tínhamos acabado de nos conhecer pessoalmente.

As coisas entre nós estavam fluindo bem de certa forma. Eu ainda estava envergonhado de mim, por conta de minhas atitudes covardes e ele me dava o espaço que achava que eu precisava.

O "bônus" da nossa convivência, era toda a tensão sexual que rolava com a gente. Eu sempre ficava com um pé atrás de tudo que era relacionado a isso. Victor como sempre, se mantinha respeitando minha privacidade.

Eis que surgiu um convite para as termas. Victor sempre tinha sido honesto comigo a respeito de tudo. Era carinhoso e acima de tudo extremamente cuidadoso. E por tudo que ele tinha me proporcionado até então, eu disse sim.

"Obrigado Victor!"

No meio desse devaneio sobre ele, as palavras acabaram saindo sozinhas.

Ele ainda se fez de bobo e me perguntou o porquê desse agradecimento.

"Por não desistir de mim"

Eu poderia ter dito mais. Botado para fora toda a dor que estava sentindo, mas não era hora para isso. Estragaria o momento feliz que estava tendo com ele.

Depois ele me disse que tinha uma surpresa pra mim. Saindo das termas, colocamos nossas roupas de volta e pegamos um táxi.

Victor fez mistério durante toda a viagem.

Na estrada uma sensação me era familiar. A de ter passado por aquelas mesmas esquinas e ruas antes. Quase chegando, a sensação de já ter passado por ali era mais intensa. Aos poucos eu me dei conta de onde estávamos indo. Minhas mãos começaram a suar muito e quando percebi o táxi havia parado.

- Yuri, chegamos! – exclamou Victor segurando minha mão direita. Ele desceu do carro e pegou algumas sacolas no porta-malas.

Eu estava muito atônito para sair do carro. Ele segurou meu braço e me tirou de lá, de um jeito gentil e cuidadoso.

Minhas pernas não conseguiam se mexer.

Victor segurou minha mão e me levou até a entrada do prédio. Era o lugar onde eu iniciei minha carreira de patinação. A dona era uma antiga conhecida minha, que acabou se mudando para os Estados Unidos e deixou o lugar no encargo da filha.

- Entre... a surpresa está lá dentro! – Disse Victor sorridente.

- V-Victor eu não posso... Victor...

- Ah... Ryuka-chan!

- Victor-san!

Cumprimentaram-se.

- Eu deixei tudo lá dentro do jeito que você pediu! Agora vou pra casa! Quando você estiver saindo me ligue para vir trancar tudo!

- Claro que sim! Obrigado Ryuka-chan!

- Vamos.. Yuri.

Ela foi embora e Victor continuava a me arrastar para dentro do prédio.

O pesadelo voltara. Envolto em uma nuvem de dor, cada passo a mais que eu dava, uma parte minha se despedaçava. 

...

 

Victor POV's

 

A surpresa que tinha preparado para Yuri, só funcionaria dependendo da reação dele. No caminho para o ringue de patinação da cidade, eu sentia como ele estava tenso. A respiração ofegava muito. Segurei uma de suas mãos e elas estavam molhadas de suor. Mal conseguia se levantar para sair do carro.

Eu tive que arrasta-lo até lá em cima.

Antes de entrarmos, coloquei um venda nos olhos dele. Segurei sua mão e o guiei até o ringue.

Ele estava trêmulo.

Calcei meus patins e fiquei do lado de dentro, com ele de frente pra mim, pelo lado de fora.

- Prontinho... surpresa! – Disse removendo a venda dos olhos dele.

- O-o... o que...?

Eu estava segurando um par de patins cor vinho, novinhos que comprara pra ele na madrugada anterior.

Atrás de mim estavam passando imagens, de um projetor que havia no ringue, com as melhores apresentações de Yuri na curta carreira.

Ele ficou espantando.

- B-bem... Eu preparei tudo nisso na madrugada anterior... o que inclui a compra dos patins, o aluguel do ringue... as imagens do projetor... Eu... Eu quero que você retome sua vida! Que volte a fazer o que ama! Nada melhor para começar do que aqui não é?! O que você achou...Yuri?

Ele não me respondeu. Ficou de cabeça baixa em silêncio por alguns minutos. Ouvi um soluço. Eu não sabia bem como reagir. Então disse tudo que precisava ser dito por ora.

- Sabe Yuri... Eu sei que você se sente muito triste e sozinho o tempo todo. Eu percebi isso quando olhei seus olhos naquela noite no hospital. E mesmo estando comigo você ainda carrega muita solidão consigo. Eu estou determinado a mudar isso. Fazer uma diferença positiva na vida de uma pessoa. E eu escolhi você pra ser ela!

Mas eu não posso fazer nada se você não estiver disposto a tentar!

- Victor... Eu não posso mais patinar... você já deve ter percebido isso. Eu nunca te contei, mas uma noite quando você estava dormindo... Eu... Eu calcei seus patins...! – ele estava chorando muito. Quase não entendia o que ele falava... - Eu respirei bem fundo e os calcei, naquela noite. O problema é que mal consegui ficar em pé neles! Eu caí no chão com força... como se tivesse alguma coisa que puxasse meu corpo pra baixo! Minha perna começou a doer muito. Eu coloquei minhas mãos nela e quando olhei estavam cheias de sangue! – gritou. - Havia sangue por todo o lado! Eu dormi chorando no chão aquela noite...!

- Yuri...

- Por isso eu não posso fazer isso!

- YURI! – gritei. - Isso... isso é tudo coisa da sua cabeça! Não havia sangue no chão do dia seguinte. Eu sabia... Eu tinha acordado mais cedo e achei você dormindo no chão, usando meus patins. Porém não fiz nada. Não queria que você se assustasse... e queria que você me contasse o motivo de tudo no dia seguinte. Mas você não o fez.

- Isso não muda nada!

- Não é verdade! – Disse deslizando no gelo e chegando para mais perto dele. Segurei sua mão com força. - Olhe pra mim... – Disse erguendo seu rosto com as mãos. - Você mudou muito, nesse mês que estivemos juntos. Eu vejo em você um pouco mais de força de vontade. Mas mesmo que você insista em me dizer que quer mudar, você ainda não tem coragem suficiente pra isso. Mas... é por isso que estou aqui! – enxuguei uma de suas lágrimas com o dedão. -Como técnico, é meu dever encorajar meus atletas! – sorri piscando pra ele em seguida.

- V-Victor...

- Está vendo aquelas imagens passando atrás de nós?! – acenou com a cabeça assentindo. - VOCÊ fez tudo aquilo! Você encantou o Japão e tenho certeza que o mundo também! – silêncio.

- Quer tentar patinar um pouco agora?

- E-eu não sei...

- Vamos... eu vou estar ao seu lado o tempo todo! Não se preocupe!

- E-está bem...  – fiquei super feliz dele ter aceito o meu pedido.

Ele enxugou as lagrimas e eu o ajudei a calçar os patins.

- Consegue levantar? – perguntei colocando a mão sobre o joelho esquerdo dele.

- Acho que sim...

Segurei suas duas mãos, de frente pra ele, o levei para o ringue.

- Isso... você está indo muito bem! – ele... sorriu!

- Victor... eu... eu estou conseguindo! Victor... isso é....

- Não disse! Era só preciso confiar mais um pouco em você mesmo! – sorri de volta. - Quer tentar ir um pouco mais rápido?

- Sim... tudo bem...

Íamos deslizando devagar sobre gelo. Yuri ainda estava tremendo um pouco nos meus braços. Aos poucos ele foi parando, sua respiração se estabilizava... agora começamos a ir um pouco mais rápido. Ele soltou uma de minhas mãos e ficamos por alguns minutos assim.

- Você está ótimo Yuri! – disse. – Quer tentar sozinho agora?

- N-não... eu não acho uma boa ideia... – respondeu-me assustado.

 - Ficará tudo bem... eu estarei ao seu lado o tempo todo!

Aos poucos o soltei e ele ficou um pouco receoso. Mas depois conseguiu seguir sozinho. As imagens dele patinando, há anos atrás, dançando nas paredes atrás de nós, o motivavam. Eu sabia, que ele sentia bem lá no fundo, que podia voltar a fazer aquilo. Ele começou a deslizar pelo gelo com mais desenvoltura, fazendo um rápido progresso, para minha surpresa. Eu o seguia do lado, mas conforme ele foi ganhando confiança, me afastei um pouco. Ele olhou pra trás sorrindo. Estava bem mais confiante e me parecia... feliz.

Eu sorri para ele. Eu também estava muito feliz com o que ele tinha feito.
Seus longos cabelos negros dançavam pelo ar, junto com as passadas ligeiras dele. Seu rosto alegre me contagiava e eu sentia um estranho calor interno.

Naquele momento eu sentia que não havia nada que pudesse estragar o nosso momento. Comecei a patinar ao lado dele, imitando seus movimentos e ele os meus. Eu deslizei rápido pra frente com a perna esquerda erguida e o tronco baixo, erguendo a cabeça para olhar em seus olhos. Foi quando ele parou de patinar subitamente. Eu me questionei sobre o que havia acontecido. Olhei para trás e só via as cenas dele.... instantes antes do acidente.

- O-o que...?

Olhei de volta para Yuri e ele estava tremendo. De seu rosto desciam rios de lágrimas. Eu não sabia o que fazer... ele colocou as mãos sobre a cabeça, apertando os olhos om força. Ele saiu correndo e gritando pelo ringue, depois de ver a cena da queda, seguida de uma poça de sangue sobre o gelo, onde findara.

- Yuri!

Ele estava desesperado e no ato de sair correndo pelo ringue acabou caindo feio no chão. Fui rápido para onde ele se encontrava. Yuri colocou as duas mãos sobre a perna direita, gritando de dor. Olhou para as próprias mãos e começou a se debater no gelo. Eu entrei em desespero. Não sabia o que fazer diante da situação. No nervosismo, segurei os braços dele com força e o coloquei virado pra cima.

- Yuri! Yuri! Olhe pra mim! Olhe pra mim! Sou eu! Victor! Yuri! – Gritei. Mas não adiantou de muita coisa. O tomei em meus braços, o apertando forte contra mim. Ele me olhou com os olhos embaçados de lagrimas e aos poucos parou de se debater. Ele agarrou minha camisa com força. E me abraçou, chorando alto no meu peito.

Fiquei longos minutos com ele assim nos braços, até ele parar de vez de chorar. Os soluços pararam minutos depois, como consequência do desmaio.

Eu o apertei forte contra mim.

Sequei suas lagrimas e chamei por uma ambulância.

Eles demoraram vários minutos para chegar e eu só conseguia pensar, no que tinha acontecido para aquelas imagens estar ali. Já que no DVD que fiz para rodar na projeção, não tinha aquelas imagens... Alguém as colocou lá... Mas quem?


Notas Finais


E então?? Gostaram? -q
Comentem aí, se possível, o que acharam do cap! ^^
Pra quem ficou deprê por causa do capitulo... como bônus, vou adiantar que o primeiro lemon de Cold Heart já está quase pronto u-u Ele não demora muito a sair hehe!

Bjos de lux ;*


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