História Cold Hearted - Family PART 2

Do you feel 

like a young

GOD?

-Anna? –  Perguntou a mulher. Ela tinha um rosto bonito, cabelos loiros meio brancos, bem, a quem quero enganar? A mulher era de meia idade, estava envelhecendo, e o homem sentado ao seu lado também.

-Laura, não pode ser, deve ser a amiga da noiva do Ben... – O homem foi interrompido por um abraço. Puxei os dois, se eu deveria chorar, não sei, mas o sorriso era maior que o rosto. Eles choravam.

-Pai, mãe, apresento a vocês sua filha, Anna Espinosa. – Disse Ben, contornando o sofá e colocando a mão no ombro do pai. –Matthew já a conhece a algum tempo. Eu a conheci hoje, numa livraria. –

-MATTHEW O QUE BENZINHO LINDO – Gritou Matt saindo do banheiro. –Ah. Oi Anna. Não sabia que estava aí. Já conheceu Ben? –

-Já. Era pra eu estar com as meninas, maas... – Dei uma pausa com ênfase. -  eu me perdi delas.

-Anna, esse é nosso pai, Rafael, e está linda mulher é nossa mãe, Laura. – Ben disse dando um sorriso leve, e ao ouvir seu nome Laura fez uma dancinha.

-Anna, o que aconteceu com você? Como foi sua vida? Perdemos muita parte dela, Deus perdoe quem te roubou. – Minha mãe falou com cara de curiosa.

-Anna, onde está morando? – Meu pai perguntou mais curioso ainda.

-Ah, to morando com o Matthew. – Respondi despreocupada.

-COM AQUELES MENINOS? -  Meu pai “falou” calmamente.

-Sim pai. Algum problema? – Ele se acalmou um pouco quando o chamei de pai.

-Anna, seu pai não acha muito legal a ideia de você morar com muitos garotos. Na verdade, nós dois achamos isso. – Disse Laura, cortando meu barato.

-Eles são meus amigos! E foram minha família enquanto eu não tinha mais nenhuma! Eu não quero ir pra longe deles, por favor mãe e pai, me deixem morar lá! – Implorei. Eles trocaram um olhar duvidoso.

-Anna, te deixamos morar com o Ben. Temporariamente. Se ele disser que você merece morar com os meninos, você poderá voltar pra lá. Mas, se você não for responsável o suficiente, você vai morar com a gente no campo. – Disse meu pai.

-Como somos muito ocupados, só vamos te ver uma vez por mês. Ou mais, se quiser nos fazer uma visita. Agora venha e nos conte como foi sua vida longe de nós! – Laura abriu um espaço entre ela e meu pai, dando umas batidinhas no sofá. Me sentei entre eles e contei tudo que aconteceu na minha vida. Exclui alguns detalhes, claro.

[...]

20:00

  Quando meus pais foram embora, Ben me deixou dormir na casa dos meninos antes de me mudar, contanto que eu levasse todas minhas coisas pra lá no dia seguinte de tarde. Pois é, família nem sempre é fácil.

-Matt, você eu sei onde estava, mas Anna, por que só voltou agora? – Lox perguntou parando na minha frente.

-Meus pais. E Lox, amanhã eu me mudo pra casa do meu irmão. - Falei para ela, me desvencilhando e indo pra cozinha. 

-Pensei que já morasse com seu irmão. – Jack Gilinsky se meteu na conversa.

-Um deles G. Os meus pais querem que eu vá morar com Ben, ou o campo. – Digo, pegando uma maçã e subindo as escadas.

-Mas eles não moram longe?! – G gritou.

-Pergunta pro Matt o endereço deles, G! – Grito e subo pro meu “quarto”, arrumar minhas coisas pra ir embora. Pego uma mala que estava embaixo da cama e fecho a porta. O quarto tá fazendo barulhos ou é impressão minha? O barulho vem de dentro do closet da Estela. Me aproximo devagar e abro a porta. Um Cameron seminu cai na minha frente, e consigo ver uma Estela mais ao fundo.

-AAAA! – Gritei.

-ANNA!- Veio uma voz gritando em resposta. Estela olhou pra mim com “por favor” e eu entendi. Chutei Cameron pra dentro do closet e pressionei meu indicador na minha boca, e fechei a porta do closet. Me afastei do closet e a porta do quarto abriu bruscamente, e por ela entrou um Jack Johnson e um Sam preocupados.

-Gente, foi só uma barata, calma! – Falei me virando pra eles.

-Matou? – Jack perguntou.

-Ahn, ela fugiu pela janela. – Respondi.

-Mas então... por que a janela tá fechada?- Sam perguntou duvidoso.

-O que importa é que ela escapou, não é mesmo? Não tem mais barata aqui, e tá abafado aqui dentro né? Vamos sair vamos. O que tá fazendo aqui Sam? – Enrolei eles.

-Hoje era dia de festa aqui. Mas não vai ter mais. – Sam respondeu.

-Dá o fora daqui Samuel. Preciso falar com a Anna. – Jack falou emburrado.

-Claro. Mas depois é minha vez. – Sam disse e desceu as escadas. Jack me guiou até o quarto dele, e me joguei na cama. Ele fechou a porta.

-iiih parece que é sério...- Pensei comigo mesma. Jack estava com a cara fechada. Aposto que meu grito foi a desculpa perfeita pra ele correr me “salvar” e sair do povo lá de baixo.

-Anna, por que fez isso? – Ele perguntou, sentando no tapete perto da cama. Sentou de pernas cruzadas, enlaçou os dedos e apoiou sua cabeça neles, enquanto os cotovelos estavam apoiados nas coxas. Ele estava sem camisa e de óculos, e sem calç...

-Anna? Pode responder por favor? – Perguntou ele novamente.

-Ahn? –

-Por que fez isso? Sair e não responder nenhuma das minhas mensagens? Vocês saíram as 8 da manhã e você volta as 8 da noite? Sabe o que as meninas disseram? Elas disseram que você conheceu um cara e foi ficar com ele. – Jack perguntou desentendido.

-Sim Jack. Eu conheci meu irmão. – Respondi.

-O que? Você já conhece o Matthew, quer que eu te apresente ele de novo?-

- Acontece Jack, que eu tenho 2 irmãos.-

-Ahnn. – Ele não sabia o que dizer.

-E um deles Jack, eu conheci hoje. Esse meu irmão me apresentou meus pais, que me obrigaram a morar com meu irmão, porque são muito ocupados. Um dia poderei voltar, pelo que disseram. Me mudo amanhã. E outra coisa, sabia que você é um fofo quando está preocupado, Jack? – Perguntei sorrindo. Ele deu um sorriso tímido e uma leve corada.

-Mas Anna, e as minhas mensagens? –

-Deixei meu celular na bolsa da Lox, Jack. Sabe, eu odiaria ter que ir num navio com você. – Falei, ainda sorrindo.

-Por que... Titanic, certo? Eu tenho o filme aqui. Quer assistir comigo? – Ele perguntou e eu assenti. Apagamos as luzes e ele começou o filme. No final, eu já chorava litros.

-POR QUE ELE TEVE QUE MO (soluçada básica) RRER JACK? O JACK NÃO MERECIA, MERECIA JACK? COITADA DA ROSE, EU NÃO IRIA QUERER SER ELA, COITADA, ELE MORREU JAAAAAAAACK!!! –

-Calma Anna! É só um filme! – Jack falou me abraçando e consolando.

-Mas Jack (soluço) o Titanic existiu mesmo não foi? – Pergunto, ainda chorando.

-Sim Anna, ele existiu. Todas aquelas mortes, toda aquela gente, foi real. Mas temos que concordar: tem coisa muito pior que está acontecendo agora, e ninguém liga. Ninguém vai fazer filme, ninguém vai chorar por isso. – Jack falou, e eu parei de chorar, mas os olhos se incharam muito.

-Você tem razão Jack, obrigada. –

-Vamos comer? Você precisa se hidratar, Anna. – Jack disse e nós descemos.

-Escutei os gritos, Anna! – Taylor gritou, Sam estava de cara fechada, Nate estava podre de chapado e Matt parecia doidão.

-Vai te fuder, Taylor. – Fui em direção a cozinha, mas o Nate se enfiou na frente.

-Você pode ir pra cozinha, mas tem que dar umas 10 tragadas antes. – Nate desafiou.

-10 Nate? Ela é uma mulher, não aguenta tudo sem cair. – Sam desafiou.

  Peguei o baseado e dei umas 9 e tropecei um tempo depois.

-Chega gente, não gosto dessa porra! – Gritei.

-Mas adora a sensação não é mesmo? – Nate falou.

-Eu vou te processa, Nataniel – Falei. – To com fome, vem Jack! –

-IIH, o Jack é comida agora maninha? – Matt gritou.

-Que irmão você, deixou a menor aqui fumar e não fez nada! – Falei apontando o dedo pra ele.

-Melhor comigo do que sem migo. Prefiro ver você fazendo isso comigo, do que fazer escondida. – Matt disse.

-Tem razão Matt. Tchau. – Falei e puxei Jack pra cozinha, onde estavam o resto do pessoal menos Cameron e Estela, os cansadinhos devem estar dormindo agora.

-É como diz aquele ditado né Anna, Deus manda a chuva e a gente passa o rodo. – Gritou o G.

-Quem tem freio é bicicleta, JG. – Falei me virando pra ele. Peguei comida e fui pras escadas. Mass... meu último dia aqui, posso fazer alguma coisa legal não posso? – GENTE VEM TODO MUNDO PRA SALA VAMOS BRINCAR DE WOULD YOU RATHER. –

O povo veio e se sentaram tudo.

-A gente joga mas explica o que é. – Gabi falou.

-Explica mesmo, não sei o que é. – Shawn completou.

-Would you rather vocês não sabem? Sério gente? – Taylor perguntou.

-É o jogo em que eu falo algo como, ah, você prefere a) ou b)? Aí se eu que perguntei gostar da resposta eu vou desafiar. Mas a parte do desafio é original meu. – Expliquei pra eles.

-Anna, tu tá chapada? – Perguntou o Carter.

-Ela tá. – Respondeu Jack J.

-EU COMEÇO PERGUNTANDO! – Gritou Taylor. Todos gritam muito por aqui. – Gabi, você prefere ovo cru ou leite estragado? –

-Eca Taylor. Nenhum dos dois. – Respondeu Gabi.

-Então te desafio a beber o leite do Shawn. – Falou Taylor. Todos riram, até o Shawn, mas Gabi não riu.

-MINHA VEZ- Ela falou. –Taylor, você prefere o Matt ou o JG? –

-Desculpa JG, o Matt. – Respondeu Taylor.

-Foi nada, eu também escolheria ele. – JG riu.

-Então Taylor, te desafio a deixar o Matt no seu colo por duas rodadas. – Falou Gabi. Aí o Taylor foi pro colo do Matt. –Mas era ao contrário! –

-Deixa Gabi. Minha vez. – Falou o Nate. – Eu Nate Maloley, quero saber se a Anna prefere tequila ou erva. –

-SE FOR ERVA DE TERERE EU PREFIRO ERVA. MAS SE FOR DROGA, PREFIRO TEQUILA! – Berrei.

-Essa é minha irmã! – Falou Matt, satisfeito.

-Então bebe 3 shots de tequila. Tem tequila aí? – Nate falou.

-Não. Aqui é casa de menor, não tem bebida e drogas, Nate, seu viciado. Aqui, euzinha, Mahogany Lox, mando nessa porra. –

-Fica devendo hein Anna!- Nate disse.

-Preciso subir. Alguém me leva. To caindo de sono. Aah, por favor, Jack vem comigo. Eu não entro mais no quarto feminino, eca. – Jack levantou e me puxou. Ele me levou até a escada, e me botou em suas costas. –JACK! EU VOU CAIR JACK! NÃO ME DEIXA CAIR DIACHO! –

-Calma Anna, eu to te segurando. Pronto, já chegamos. – Jack disse e ele me jogou na cama.

-Ei, esse não é meu quarto! – Falei estranhando.

-Tu mesma falou que não ia dormir no quarto feminino, Anna. – Ele abriu o guarda roupa e pegou um moletom preto. –Troca. Você não pode dormir com essa roupa! – Comecei a tirar minha blusa. – Ei! Espera eu sair do quarto! – Ele saiu e eu olhei com cara de “é o que” pra ele. Pra porta, mas é a mesma coisa, quando se está chapada. Troquei e abri a porta. Não batia nem na metade das minhas pernas.

-Jack? – Perguntei.

-Oi? –Ele respondeu/perguntou.

-Onde você vai dormir Jack? –

-No sofá, Anna. – Ele respondeu e se jogou no sofá e eu fechei a porta do quarto.

-Tá frio Jack, tu tá sem camisa. Sua cama é pequena, mas cabe nós dois. Vem Jack, tá muito frio pra dormir aí no sofá. – Falei me jogando na cama. Ele levantou, trancou a porta, apagou a luz e se deitou do meu lado.

-Quer refazer a cena do Eclipse? Não sou fã obcecada mas naquele filme aprendi que calor humano pode impedir que alguém morra. E se você não tiver calor humano agora, você vai morrer, e eu não quero que você morra. – Falei, e mesmo no escuro, pude notar ele me encarando.

-Você tá chapada pra cacete Anna. Eu sei um jeito da sua dor de cabeça de amanhã passar. Amanhã que você se muda. – Falou ele.

-Pode falar Jack. – Respondi.

-Dormir de conchinha com quem você gosta. Isso sempre me ajudou. – Disse ele.

-Boa ideia Jack. – Virei de costas pra ele e ele me abraçou. – Jack? –

-Sim, Anna? –

-Você acha que meus pais são mesmo tão ocupados assim que não iriam querer sua própria filha?- Perguntei.

-Eles não são tão ocupados. Você só não é a prioridade deles. Anna, você sumiu por tanto tempo na vida deles, que talvez eles nem se importem mais.- A cada palavra eu sentia sua respiração na minha nuca, e isso me deixou arrepiada. Como o moletom dele já tinha subido um pouco, ele sentiu o arrepio no meu corpo. Pude ver o sorriso dele, mesmo no escuro e de costas.

-Se eu sumisse por tanto tempo, você ainda gostaria de mim? – Perguntei.

-Você não iria sumir, Anna. Eu iria atrás de você. -