Depois de um longo e cansativo dia, onde Liza enfrentara mais uma vez seus demônios internos, ela e o Doutor estavam relaxando enquanto tomavam um banho numa das banheiras da TARDIS.
Liza estava quieta, sem dirigir nenhuma palavra, enquanto o Doutor estava sentado atrás dela na pequena banheira, penteando seus cabelos escuros e molhados.
- Hoje foi um dia bastante produtivo, embora não quis dizer isso num sentido bom. - O alienígena disse enquanto passava o pente levemente pelos cabelos da moça.
- Tudo bem, eu entendi o que você quis dizer. - Liza disse, numa voz rouca, lenta e baixa. Obviamente tinha acabado de sair de mais um de seus surtos depressivos.
- Ainda acho que você deveria tomar alguns comprimidos. Me cortam os corações ao ouvir e ver você assim. - O Doutor disse, num tom de extrema preocupação.
- Daqui a pouco estarei bem, não preciso desses remédios malditos. Ai! - A moça respondeu, seu sotaque irlandês carregado ao pronunciar essa frase. No fim, soltando uma exclamação quando o rapaz lhe puxa os cabelos sem querer com o pente.
- Desculpe. Por que exatamente você não gosta deles? É apenas uma pergunta. - O lindo moreno perguntou inocentemente. - Afinal, não é pra isso que os remédios da Terra servem? Eles não fazem você melhorar?
- Fazer até fazem, mas não curam completamente, sabe?- Respondeu Liza, cruzando os braços em cima de seus joelhos. - O mínimo que acontece é que eles aliviam sua dor, mas você não estará livre dela para sempre, uma hora podem voltar. E além disso, me deixam com muito sono.
- Entendo. Então eles não são muito efetivos, não é?
- Não. Até porque existem várias doenças que simplesmente não possuem uma cura e não existem remédios que as alivia, como o câncer, a AIDS...- Ela fez uma pausa e olhou para o Senhor do Tempo. - ... Corações partidos... .
- Oh. - Foi tudo que o Doutor conseguiu dizer depois disso.
Houve alguns instantes de silêncio, e dessa vez foi Liza quem o quebrou.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro.
- Como aquele monte de quinquilharia cabe dentro dos seus bolsos?
- Ah, sim. Eles são maiores por dentro.
Liza deu uma leve risadinha.
- Você só pode estar brincando. - Disse com um sorriso no rosto.
- Sabia que eu adoro quando você sorri? - O moreno disse, deixando o pente numa das bancadinhas perto da banheira.
- Hmph. - A linda moça sorriu outra vez, dessa vez um sorriso pequeno e olhos semicerrados.
- Na realidade, gosto de tudo em você. Até mesmo quando você xinga.- O Doutor completou, inclinando-se para frente e beijando de leve sua tatuagem de harpa nas costas.
Liza se arrepiou levemente com o gesto.
- Também gosto de tudo em você. Até mesmo sua chatice. - Disse, com um bocejo completando sua frase. - A gente já pode ir dormir?
- Oh, sim, tinha até me esquecido!- O Doutor levantou-se da pequena banheira com um pulo, pisando no tapete felpudo enquanto se secava com uma toalha. Liza o acompanhou nos gestos, enquanto dava risada do pulo e murmurava "Tontinho."
Ao terminarem de se secar, o rapaz enlaçou um de seus braços na parte de trás dos joelhos da moça, enquanto segurava suas costas com o outro.
- Você sabia que eu tenho pernas e que elas servem exatamente pra isso, não é? - Liza respondeu, dando uma gargalhada.
- Sabia, mas é melhor poupá-las por um tempo, não acha?- O Doutor lançou uma piscadela para a linda morena e sorriu, aquele sorriso enorme e bonito, que a fazia derreter-se toda por dentro.
Liza soltou uma risadinha leve e dando um pequeno beijo em seu pescoço.
Ao chegarem no quarto, o Doutor a acomodou levemente na enorme cama e a cobriu com o grosso edredom, fechando a porta e se juntando a Liza na cama, debaixo dos edredons. Deu-lhe um beijo na testa.
- Boa noite, Doutor. - Liza disse, sonolenta.
- Boa noite, querida. - O rapaz respondeu, acomodando-se na cama e a abraçando.
Isso fez a moça lançar um sorriso de orelha a orelha.
Estava se sentindo melhor.
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