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História Colecionador de Lágrimas - Primeira Lágrima


Escrita por: bulletproof-

Notas do Autor


Oláaaaa~

Espero vocês nas notas finais, boa leitura!

Capítulo 1 - Primeira Lágrima


Fanfic / Fanfiction Colecionador de Lágrimas - Primeira Lágrima

Capítulo I : Primeira Lágrima.

 

 Era verão.

 O sol brilhava e cintilava no céu como nunca.

 As risadas e gargalhadas das crianças a brincar pelas ruas ou parques do bairro podiam ser escutadas até mesmo de outro distrito. Nessa época do ano, felicidade transbordava por cada poro dos cidadãos da cidade.

 O calor emanava por toda a pequena sala da, também, pequena casa de Namjoon, o fazendo reclamar a cada segundo que se passava e abanar-se frente ao rosto com as próprias mãos, já que seu salário não era tão alto assim para a compra de um ventilador.

Remexeu-se no sofá para verificar a hora no pequeno relógio, preso a parede por um prego enferrujado, o que fez com que sua pele descoberta pelas roupas calorosas colasse no estofado do móvel, tornando-se algo nojento a seu ver.

 Marcava 18h00 em ponto, lembrando-o que já estava na hora de ir ao seu excelente e motivador emprego.

 Despreguiçou deixando de lado o bloco de notas com suas escritas, soltando um bocejo longo e demorado, levantando logo em seguida para caminhar desanimado até o banheiro, apanhando uma toalha largada em algum canto da bagunçada cama.

 Chegando ao cômodo tratou logo de retirar suas roupas, já ensopadas de suor, e nem foi preciso perder tempo ajustando a água no modo gelado, pois o quente nunca existiu ali naquele chuveiro velho.

 Já banhado, vestiu-se com uma camiseta folgada da cor branca e uma calça fina no tom azul escuro, por mais que estivesse muito abafado naquele dia, no horário que voltasse para casa com certeza passaria frio.

 Apanhou as chaves e o celular usado sob a mesa, calçando o tênis logo após apagar a luz e se retirar da residência antes de trancá-la.

 Cobriu seus fios claros com um boné em um tom escuro e pôs-se a caminhar lentamente pelas ruas quentes, vendo vez ou outra algumas pessoas passarem por si com seus constantes sorrisos estampados em seus rostos. Lembrando-o em como fazia tempo que um sorriso sincero e repleto de ternura havia repousado em seus lábios pela última vez.

 Avistou mais alguns metros a frente o posto de gasolina que lhe rendia o sustento mensal. Cumprimentou ChaHun, o rapaz o qual trocaria de turno naquele momento, com um breve aceno com a cabeça, vendo-o caminhar em direção à parada de ônibus do outro lado da calçada.

 Encostou-se a parede amarela da estrutura do local, abrindo em seguida a embalagem de um pirulito de cereja, era com certeza o seu sabor preferido do doce e principalmente, o que lhe tirava um pouquinho que fosse do tédio por não haver muito movimento naquele horário, junto de sua caneta e papel para que novas letras fossem criadas.

 Era um hábito e um substituto bem melhor para o seu maldito vício antigo pelo cigarro e sua fumaça que o entorpecia, relaxava.

Só não havia adquirido uma diabete ferrada com isso, pois ainda precisava observar mais um pouco desse mundo horrível e o retratar em suas folhas vazias.

 

 --

 

 Algumas horas haviam se passado e no relógio já marcava quase meia noite, seu turno já havia chego, finalmente, ao fim.

 Passou pelo banheiro do local para lavar suas mãos, não adiantava o quanto lavasse e esfregasse tanto suas palmas quanto suas roupas com sabonete, sabão ou seja lá o que fosse, o cheiro forte de gasolina sempre estaria impregnado em si.

 Saiu do local e quando estava voltando a caminhar novamente, escutou a voz do dono do estabelecimento lhe chamar para que fosse até sua sala. Como havia se esquecido de passar lá para que ganhasse seu salário?

 - Aqui o pagamento do mês. – viu o lhe estender um envelope na cor marrom que tratou de pegar, curvando-se em forma de agradecimento.

 - Obrigado. Até amanhã.

 Assim que se virou para sair e seguir seu caminho de volta, escutou novamente a voz o chamar.

 - Espere, preciso conversar contigo.

 - Pois não Senhor Sung?

 - Namjoon, serei direto, infelizmente não dá mais para você trabalhar aqui no posto e tudo mais. – arregalou os olhos vendo o homem sentado a sua frente arrumar os óculos sobre o nariz, parecia nervoso – As coisas estão ficando apertadas para manter dois funcionários e entre você e ChaHun, ele precisa mais do emprego para sustentar o filho. Espero que você entenda. – lançou um sorriso sincero ao rapaz – E Kim, sei que você ainda vai longe com o que escreve...

 Levantou-se rapidamente da mesma maneira que havia lançado a infeliz notícia, deixando dois tapinhas em seu ombro e assim se virou saindo dali, largando um loiro de boca levemente aberta e uma incredulidade tamanha pairando por sua mente.

 Como assim havia sido demitido? Como se sustentaria? Como comeria?

 Por mais que seu salário não fosse o maior do mundo ou que aquele emprego não fosse o mais respeitado e valorizado, ainda sim, era o que lhe dava uma pequena estabilidade até então, e também lhe ajudava a comprar alguns equipamentos usados da mais baixa qualidade possível, para que conseguisse produzir algo. E poderia até dizer que gostava dele, pois sempre tinha o dia livre para que fizesse outras coisas.

 Namjoon era um cara inteligente desde quando ainda era um garotinho, poderia muito bem ter um bom e valorizado emprego em uma empresa grande e respeitada, porém, o problema era que ele não queria ser como aqueles caras engravatados que viviam passando pelo posto para abastecer seus carros de luxo e lhe tratava como se fosse um miserável lixo.

 Não queria seguir a sociedade controladora, tinha seus próprios ideais e sonhos, não poderia deixar que o sistema invadisse sua mente e lhe transformasse em mais uma máquina de dinheiro para o país.

 

 Quem sabe sua escrita e projetos de canções, realmente, o levassem longe...

 

 Guardou o envelope no bolso da calça, suspirando pesado, antes de girar os calcanhares para que voltasse até sua casa que talvez, no próximo dia do pagamento do aluguel, não fosse ser mais ‘sua’.

 Como previsto mais cedo por si, estava frio e por incrível que parecesse podia escutar trovões ecoarem pelas ruas já vazias por conta da hora, e possivelmente começasse a chover, o que não seria de tão ruim, comparado com o insuportável calor de mais cedo.

 Perdido em pensamentos percebeu algumas gotas grossas lhe molhar os ombros e poderia dizer que era refrescante ter aquelas pequenas moléculas gélidas lhe atingindo a tez.

 Mais alguns passos e já estava em frente a fachada da pequena casa, entrou rapidamente para que não ficasse mais encharcado do que estava por conta da forte chuva.

 Retirou o tênis e as roupas molhadas as trocando por apenas uma bermuda vermelha confortável.

 Passou pela cozinha pulando o relógio espatifado no chão, que certamente teria caído por conta daquele prego enferrujado. Abriu a geladeira e revirou os armários a procura de algo que desse um fim ao barulho que seu estômago vazio fazia, porém encontrando nada. 

 Parou no meio da sala/quarto, olhou pela janela, pensando na possibilidade de ir correndo até a lojinha de conveniência da esquina comprar nem que fosse um lámen barato para cozinhar, mas só de pensar em se molhar novamente, desanimou-se.

 Dormiria com fome essa noite, não como se fosse a primeira vez que isso acontecesse...

 Tirou de cima de sua cama as folhas soltas de seu bloquinho, lendo palavras vazias repletas de sonhos e motivações de um garoto de cabelos claros. Riu sem ânimo de sua escrita com planos distantes a jogando junto das outras e seu maschine mk2 no sofá velho.

 Deitou no colchão um tanto duro já sentindo seu corpo dar sinais de desconforto. Encostou a cabeça no travesseiro permitindo-se relaxar com o barulho calmo da chuva.

 Observou as gotas escorrerem do lado de fora pelo vidro da janela, parando um pouco para pensar no que havia passado mais cedo. O dia tinha sido um grande desastre.

 

 Estava desempregado.

 Estava morrendo de fome.

 Estava com dor nas costas.

 Estava exausto.

 E estava sem seu reloginho de parede.

 Sentiu lágrimas escorrerem por suas esferas castanhas que logo morreram ao encontrar com o travesseiro abaixo de si.

 Estava se sentindo um nada jogado naquela cama velha, do lado daquele sofá velho, dentro de uma casa velha. Tudo seu era velho.

 Por que tinha que estar passando por aquilo? Era uma pessoa tão ruim assim? Da mesma forma que seu pai costumava lhe dizer?

 Poderia até estar exagerando e sendo o mais dramático possível, mas estava tão cansando de sempre estar por baixo de tudo, vivendo miseravelmente, passando por tantas humilhações.

 Estava triste, estava chateado, estava zangado.

 Naquela noite chorou tudo que estava entalado em seu peito, chorou tudo o que havia guardado dentro de si, chorou molhando a máscara de forte que mantinha.

 Chorou feito o garotinho que ainda era no corpo de homem crescido.

 

 Escutou um barulho vindo do sofá ao lado, abriu os olhos observando a silhueta de uma pessoa em cima do estofado fuçando em suas folhas, as lendo.

Paralisou.

 

 - Você escreve bem, sabia?

 A voz rouca fez seu coração congelar e seus músculos não obedecerem às ordens que sua mente dava, para que se mexessem e saíssem correndo dali o mais rápido que conseguissem.

 Havia uma pessoa em sua casa, sentada em seu sofá, lendo suas canções e falando normalmente consigo.

 Só podia ser coisa de sua imaginação misturada com o seu cansaço e tristeza acumulada. Não tinha como alguém entrar ali, a porta estava trancada.

 Viu a figura levantar-se e caminhar lentamente em direção a sua cama, fazendo com que a cada passo demorado que dava, uma pontada forte se formasse no estômago do garoto deitado.

 Namjoon não acreditava em demônios, santos, fantasmas, assombrações ou qualquer entidade que fosse mas que estava com um puta medo e se tremendo todinho da cabeça aos pés, ah, com certeza isso estava.

 O estranho abaixou-se ao seu lado, fazendo com que o loiro se enrolasse no lençol, chocando seu corpo fortemente contra a parede, o assustando por estar tão perto assim de si, trazendo um aroma forte de flor que lhe lembrou serem lírios, lhe impregnar as narinas.

 - Não precisa ter medo.

 Escutou uma risada baixar ecoar.

 Com a pouca luz vinda do poste da rua que atravessava a janela, pôde visualizar melhor o rosto da pessoa a sua frente.

 Ele trajava uma camiseta clara acompanhada de uma calça jeans e possuía cabelos castanhos escuros feitos trocos de árvores, sua pele era tão lisa e branquinha quanto um boneco de porcelana, seus lábios eram cheinhos e levemente avermelhados, e seus olhos eram de um brilho impecável e cegante.

 No geral, aquele ser jogado no chão gelado e com os braços cruzados sobre a cama lhe encarando, era dono de uma beleza surreal.

 

 - Que-quem é vo-você? – xingou-se mentalmente por ter gaguejado daquela maneira.

 - Oh, que bom que perguntou... – disse com entusiasmo mirando os orbes do garoto a sua frente – Vamos dizer que sou uma espécie de colecionador de lágrimas... Colecionador das suas lágrimas, meu caro Namjoon.

 

 Abriu um sorriso de orelha a orelha, passando a mão fria sobre a bochecha do loiro em um carinho dócil, fazendo um grande e longo arrepio passar pela espinha de Namjoon.

 

Colecionador de lágrimas?

 

                   You're just like an angel
                   Your skin makes me cry
 


Notas Finais


Bom, é isso...
Esse capítulo é mais para a introdução da história, espero de coração que vocês tenham gostado da ideia e passe a acompanhar a fanfic.

Talvez, seja a minha primeira história mais 'longa' e sinceramente não sei quantos capítulos terá e quando será atualizações, então, apenas confiem em mim, ok? ahsuhaushahaush Mas provavelmente a próxima atualização não demorará.
Me diga o que vocês acharam e por favor, deem amor a Colecionador de Lágrimas!

beijos pra vocês!

Minhas outras fanfics:
VHope: https://spiritfanfics.com/historia/veins-5135240

VHope/Jikook: https://spiritfanfics.com/historia/quatre-murs-5952662

Yoonkook: https://spiritfanfics.com/historia/red-6256173


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