História Colega de Quarto - Imagine Seokjin. - Capítulo 4.

P.O.V S/n 

Eu odeio a minha vida.  

Eu repetia isso para mim enquanto estava no elevador descendo para o térreo. 

Estava nervosa por precisar arrumar alguém rápido para me ajudar a pagar o aluguel, mexi em meus cabelos rapidamente tentando pensar em alguma coisa que me fizesse fugir daquilo.

E se eu virar puta de luxo? 

Esqueci que eu não sou bonita pra isso. 

E se eu vender algum órgão? 

Ah! Eu não tenho nenhum que preste.

— AH! — gritei e algumas pessoas me olharam estranho — Perderam alguma coisa aqui? 

E todas aquelas pessoas que me encaravam agora me olhavam torto e começaram a cochichar. "Estrangeira mal educada", "Nossa, tão linda mas não tem modos". Eu odiava o que cada uma delas pensavam e sinceramente não ligava para o que elas pensavam de mim. 

Aquela manhã era a mais desgastante para mim, talvez pelo fato que eu estava totalmente ferrada e com ressaca. Minha pouca felicidade veio quando finalmente a porta do elevador abriu e eu sai de lá. 

— Bom dia Namjoon. — me apoiei no pequeno balcão que havia ali. 

— Bom dia S/n, veio aqui para pagar o aluguel? 

Namjoon me olhou sério, ele queria uma resposta positiva mas no fundo ambos sabemos que isso não iria acontecer. 

— Infelizmente não, eu vim aqui para saber se tem alguém afim de alugar o quarto. 

— Então você quer alugar o quarto finalmente? 

— Eu não quero, mas é uma questão de necessidade. 

— Deveria ter aprendido isso antes. — Namjoon falou e começou a revirar as gavetas, e eu percebi que hoje ele estava mais desastrado do que nunca, espero que ele não bata a porta na cara de alguém. 

Depois de algum tempo o Namjoon pegou uma ficha. 

— O que é isso? — perguntei segurando aquele papel. 

— É um contrato, não está vendo? 

— Isso eu percebi, mas o que estou querendo saber é para que esse contrato vai servir? 

— É um contrato de seis meses para poder ficar na sua casa, assim a pessoa vai ter a confiança que você não vai expulsar ela.

— Mas eu já jurei que nunca mais vou expulsar ninguém, eu não preciso disso. — dei uma batidinha no balcão. 

— Você fala isso até a pessoa fazer algo que você não goste. 

— Eu não tenho culpa se essas pessoas são idiotas. 

— As pessoas não são idiotas, você que é difícil de conviver. Mas então você vai aceitar ou não? — Namjoon me fitou e eu senti que ele podia ver o fundo de minha alma. 

Respirei fundo e lembrei da minha situação atual. 

— Vou. — disse convicta — Mas ainda acho que você deveria me pagar um jantar antes. 

— Talvez um dia. — Namjoon bagunçou meus cabelos.

Namjoon era mais alto que eu, e mais maduro também e apesar de nós sempre brigarmos, eu adorava ele. Sempre que eu precisava de uma ajuda com o aluguel ele não hesitava em me ajudar, mesmo sabendo que talvez eu nunca o pague. 

Fiquei conversando com ele por mais algum tempo até decidir ir para um mercadinho comprar algo para comer, eu estava com preguiça de cozinhar e não queria chamar o Hoseok para cozinhar.

P.O.V Jin. 

— Com licença. — chamei a atenção de um garoto baixo com cabelos castanhos. 

Eu havia ido atrás do apartamento que Rosé tinha me falado, mas quando cheguei lá eu notei que não havia ninguém em casa. 

— Ah, sim.. — falou o garoto acanhado. 

— Você pode me dizer se estão alugando  aquele apartamento ali? — apontei para a porta com o número 162. 

— Eu acho que sim. — falou quase como um sussuro. 

— Você conhece a dona? Será que ela está disposta a alugar para mim? 

— Ela não é muito simpática, mas acho que se você falar com o síndico ele te ajuda.

— Você pode me mostrar o apartamento? — perguntei e vi o pequeno garoto corar. 

— Eu..não..tenho a chave — olhou para o chão — Eu preciso ir. 

O menino que estava na minha frente só faltou correr para dentro de sua casa e eu fiquei me perguntando o que havia acontecido ali. Com certeza aquele moleque era totalmente tímido apesar de ser lindo. 

Decidi descer e conversar com o síndico do prédio para ver se haveria algum jeito de alugar. 

— Bom dia. — sorri para o homem bonito que estava na porta. 

E antes que achem que eu gay por achar um homem bonito, saibam que eu sou totalmente hétero. Eu não deveria parar de me cuidar só porque sou hétero, pelo contrário, é por isso que eu me cuido mais. 

— Bom dia. Você deseja alguma coisa? 

— Ah sim! Eu me chama Seokjin e queria saber se o apartamento 162 está vago. 

— Prazer Seokjin! — o bom homem apertou minha mão — Eu me chamo Namjoon, o apartamento 162 tem uma moradora mas ela precisa de alguém que dívida o aluguel. 

— Para mim está ótimo. 

— Eu não sei se ela gostaria de dividir o apartamento com um homem. — Namjoon fez uma cara pensativa.

— Eu só preciso ficar lá por uns 3 meses e depois eu vou embora, além que eu posso pagar o dobro pra ficar lá. 

Eu estava nervoso por precisar daquele lugar, era o melhor lugar que eu acharia em Seoul. 

— Está feito! Vamos fazer logo a papelada antes do inferno voltar e recusar isso. — Namjoon que antes parecia calmo agora estava correndo atrás de alguns papeis.

Namjoon era um homem mais alto que eu e um tanto desastrado, nesse pouco tempo que estou com ele eu percebi que ele já chegou a quebrar 5 coisas. E eu me perguntava o porque de alguém ter colocado ele pra ser o síndico e o porteiro? Já pararam pra pensar que ele pode quebrar a porta invés de simplesmente abrir ela? Quantas maçanetas ele já tivera quebrado? 

— Aqui está! — ele colocou o papel em minha frente. 

— Mas isso é um contrato de um ano. Eu só quero ficar uns 3 meses. 

— Eu não encontrei um contrato com menos tempo, acho que acabou hoje de manhã quando a dona Ahra rasgou os outros. — Namjoon riu — Ela é maluca. Então, vai aceitar ou não? 

— Está bem. — assinei aquilo com uma certa raiva, mas não deixei de sorrir.

Além dos 3 meses eu teria que pagar os 9 meses restantes. Eu sabia que aquilo era um desperdício de dinheiro, mas não iria me fazer falta, até porque com a mesada do papai eu poderia comprar aquele prédio só para mim. 

— Aqui está a chave. — ele me entregou uma pequena chave rosa e eu achei aquilo a coisa mais fofa que já havia visto. — Eu espero que você fique bem. 

Agradeci por aquilo e fui para o elevador novamente, só que dessa vez eu iria para o apartamento do Yoongi avisar que havia conseguido o apartamento em menos de 24h. 

— Eu vou rezar por você. — Namjoon falou triste para mim, eu não havia entendido o porque daquilo então simplesmente esperei a porta do elevador fechar. 

— Eu ein, esse mundo tá louco. — falei baixinho.

— Eu quem diga, hoje de manhã uma estrangeira estava gritando no elevador. — uma velinha que estava do meu lado falou, e eu me assustei por não perceber sua presença ali, notei que ela estava segurando várias sacolas e eu deduzi que ela havia acabado de voltar do mercado. 

— Esses estrangeiros são mesmos abusados. — sorri e vi que a senhora desceria no mesmo andar que eu — Você quer ajuda com as sacolas senhora? 

— Ah! Obrigada meu jovem. — a boa velinha me entregou todas suas sacolas e eu percebi o quanto estavam pesadas e me arrependi por ser tão fraco. Como uma senhora carrega todo aquele peso? 

— Aqui está ótimo, obrigada novamente. — a pequena velinha pegou suas coisas e descemos no andar do Yoongi. 

— Não precisa me agradecer, eu faria isso para qualquer um. 

— Hihi — a velha riu e eu vi sua dentadura quase pular para fora, eu me segurei para não rir — Como você se chama? Você parece tanto com meu sobrinho. — a velha pegou na minha mão e se apoiou em mim. Além das suas sacolas serem pesada, ela também era.

— Eu me chamo Seokjin e você? 

— Eu me chamo Ahra. — Ahra começou a mexer em suas sacolas e tirou de lá uma pedra — Tome isso de recompensa por me ajudar. Me desculpe por não ter um doce, com a minha idade eu não consigo chupar mais nada. — a velha me olhou maliciosamente e naquele momento a minha única vontade era de sair correndo dali. 

Agradeci a senhora e me perguntei o porque dela carregar uma pedra consigo. A pedra não era feia pelo contrário, ela era toda rosa e no centro havia uma rosa branca, aquela pequena pedra me deixava bravo mas ao mesmo tempo me dava vontade de guardar ela comigo por um bom tempo.

— Que pedra é essa? — perguntei curioso. 

— É a pedra do amor, dizem que com ela você pode sentir as emoções do seu verdadeiro amor. — a velha sorriu e arrumou seu cabelo e deu uma piscadinha para mim, senti alguém pegar no meu bumbum e corei. Olhei para os lados rezando que alguém estivesse ali e aquela piscada não tenha sido para mim. Mas infelizmente eu era o único ali com aquela velha safada. 

Tentei não ser grosso e desviei meu olhar para pedra novamente e só consegui pensar o porque de eu sentir raiva. Será que a raiva que eu sentia era da minha ex mulher? Essa velha com certeza está pirando, quem acredita nessa besteira de pedra?

Olhei para frente novamente e não encontrei a sombra daquela pobre velha. Onde que essa mulher se meteu? 

Veio um frio em na minha barriga e eu decidi sair o mais rápido daquele corredor antes que aquela velha voltasse e tentasse novamente me abusar.