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História Colégio Interno Órion, só para garotos - Amigos


Escrita por: Efeito-K

Notas do Autor


Olá pessoas, como passaram a semana?
Eu sei que eu me atrasei, mas é que primeiro eu não tinha terminado o capítulo e depois eu fiquei doente subitamente e ainda estou doente. É triste, eu sei por isso as atualizações das fics estão fora de horário. Pelo menos o Órion eu me esforcei pra atualizar apesar de ter feito os últimos retoques e as ultimas cenas a conta gotas.
Mas calma, já estou me resolvendo, já posso voltar pra faculdade e voltar pra uma vida normal, em pouco tempo as fics estarão atualizadas e uma terminada e a vida vai seguir o seu rumo.
Bom já falei demais, boa leitura.

Capítulo 56 - Amigos


 

Capítulo cinquenta e seis: Amigos

 

“Garotos são exatamente como chocolates: uns doces, enjoativos, amargos, grudentos, falsificados e alguns são viciantes e apaixonantes”

Autor desconhecido.

 

 

Por enquanto estava tudo certo e nesse final de semana os meninos iriam se distrair no cinema e como ganharam também um vale boliche iriam se divertir e comer alguma coisa juntos.

O Colégio arrecadava muito dinheiro com as mensalidades e outras coisas, então o senhor Oh tinha um calculo muito definido sobre os gastos de cada área administrativa. Dos milhões de dólares arrecadados no ano uma parte ia para o diretor e um dos donos do colégio junto com outros donos da família, outra parte servia para pagar os funcionários, manutenção do colégio, instalações e obras e dentro dessa fatia tinha uma importância que financiava as obras do centro de convivência do colégio que seria entregue depois das férias que já batia a porta com a semana das provas, depois da semana de resultados e nova chamada e depois oficialmente o recesso escolar. Quem fosse pra casa iria deixar o colégio em duas semanas e quem fosse ficar, continuaria a portas fechadas, mas não teriam oportunidade de conhecer de antemão o centro de convicência porque a inauguração seria um evento onde alunos e pais iriam participar no primeiro dia de volta as aulas que seria um dia livre. Uma outra fatia da verba anual do colégio era pra marketing, o colégio inviste muito nisso por isso tinha a fama que tinha, eles realmente iam atrás das melhores técnicas, os melhores livros, melhores professores e a maior rigorosidade. Era o marketing que fazia esse colégio andar, era ele que atraía novos alunos e os mantinha dentro do colégio, portanto ocupava o lugar de destaque e em linguagem monetária perdia somente para a verba destinada ao diretor e dono do colégio. Parte desse marketing fazia indiretamente essa sociedade andar. Apesar do colégio ser uma empresa de capital familiar, o senhor Wu fazia algumas contribuições financeiras indiretas com o ChinHae e essa relação deixava o senhor Wu em lugar de destaque nos planos do diretor para o colégio e na Sociedade. Por esse motivo YiFan é um dos melhores alunos protegido pelo diretor.

Nessa saída que tiveram juntos, BaekHyun não gostou muito de ter que ficar com todo mundo, ele queria ficar sozinho com ChanYeol e ter um momento só deles fora do colégio. ChanYeol tentava convencer o BaekHyun a ficar feliz e aproveitar com todo mundo.

- Ah, vai ser divertido. – ChanYeol tentava desmanchar o biquinho emburrado de BaekHyun com beijinhos. – Faz isso por mim, Baekkie. – Pediu com a voz carinhosa.

-Eu queria ficar só com você. – BaekHyun reclamou emburrado. – Seria o nosso momento. - Não é que BaekHyun não queria passar um tempo com os amigos, ele só queria ter um tempo a sós com ChanYeol.

-Mas a gente vai ter um tempo pra gente, eu prometo. Agora se anima e aproveita com a gente. – ChanYeol isistiu.

- Tá bom, mas só por você. – BaekHyun respondeu vencido. ChanYeol sorriu e o agarrou para beijá-lo.

Foram para o pátio encontrar o resto do pessoal. Em pouco tempo os fretados do colégio tomaram rumo a cidade, com todo mundo conversando escancaradamente para felicidade do motorista, as vezes cantavam umas musiquinhas pra zoar, mas isso não durou muito porque o trajeto de ônibus até o centro da cidade era curto pra qualquer coisa demorada.

Era de manhã e os meninos pararam na praça principal da cidade pra esperar os meninos que faltavam, nem precisaram esperar muito porque logo Tao chegou abraçando todo mundo e conversando. Kris notou que as marcas no rosto dele estavam mais visíveis. Aproveitou o abraço pra perguntar num sussurro:

- O que está acontecendo com você, Tao?

-Nada. – Tao falou com uma voz fraca com medo de ser descoberto.

- Não minta pra mim, porque eu não gosto disso. Eu estou preocupado com você. – Kris reclamou.

-Não briga comigo. – Choramingou Tao. – Não faz isso...

-Não estou fazendo nada. – Kris reclamou. – Você que está ai mentindo pra mim.

- Ah Kris... – Tao suspirou.- É coisa da Sura, não quero falar sobre isso agora, tá bom? Depois a gente fala sobre isso e eu te conto tudo.

-Tá, bom. – Kris acabou concordando e deixando um selinho bem rápido na boca dele. – Agora se prepara pra ser mimado. – Tao sorriu.

Não demorou muito e o Lay chegou, também um pouco abatido, mas receptivo a todos os amigos. Seu avô cumprimentou a todos amigavelmente e foi embora.

-Senti sua falta. – SuHo sussurrou no ouvido dele logo o envolvendo nos braços.

- SuHo.-  Lay ficou vermelho, mas sorriu tímido.

-Tá com vergonha? – Suho perguntou admirado.

-Não... é que tá todo mundo vendo. – Lay tentou se defender, mas estava ficando mais tímido com isso.

SuHo sorriu achando graça naquilo e disse:

-Você é muito fofo.

-Para. – Lay deu um tapinha no braço dele e se soltou.

- Só queria dizer pra vocês que tem plateia olhando, então façam o favor, né? – Reclamou Chen. -  Depois vocês se pegam a vontade.

-Ham, fala como se não tivesse dado uns pega no Minseok dentro do ônibus. – Resmungou  BaekHyun.

- Tá falando como se ChanYeol tivesse te jogado pra escanteio. – Chen rebateu. – Não tem do que reclamar não BaekHyun.

- E nem você, porque tá falando aí ôh? – ChanYeol se intrometeu. – Deixa meu Baekkie em paz, tá? – O abraçou manhoso deixando um beijinho na testa dele.

-Faça me o favor, né? – Chen o censurou. – A gente vai ter que decidir se vai fazer alguma coisa junto ou se vai fazer passeio de casal. Ali perto da saída da cidade tem uns...

-Mcdonalds. – ChanYeol interrompeu apressado com a voz elevada.

- É Mcdonalds com M grandão. – Chen concordou sorrindo meio de lado.

-Mcdonalds? – LuHan repetiu sem entender do que esse povo tava falando.

Todo mundo olhou, bem só alguns veteranos olharam pra ele com um misto de pena e vontade de rir, mas não comentaram mais o assunto. SeHun escondeu o rosto no ombro do LuHan escondendo o riso. LuHan se incomodou e balançou o ombro pra incomodar SeHun.

-Vamos deixar isso pra lá. – Propôs Kris. – Vamos procurar alguma coisa pra fazer todo mundo junto.

-Tá, mas que conste nos autos que o nosso amigo KyungSoo hoje é nosso convidado especial e que a gente tem que fazer de tudo pra ele se sentir bem. – Pediu ChanYeol levando em seguida uma cotovelada de BaekHyun. – Ai. – ChanYeol massageou a costela.

- Porque o KyungSoo? – Reclamou BaekHyun alto.

- Vish, uma DR aqui. – Chen zoou.

- Porque sim. – ChanYeol ditou mostrando raiva.

- Eu concordo com o Chanyeol. – Disse Minseok. – KyungSoo está tão abatido ultimamente por causa do Kai que ele merece.

Todos sabiam que KyungSoo estava com Kai há algum tempo, somente ChanYeol soube o que aconteceu na visita ao hospital. Então, MinSeok não falou por mau e KyungSoo não chegou a ficar ofendido com isso, mas ainda sentia uma pontada dolorida no coração quando o assunto era JongIn.

-Oh. – todos disseram sonoramente, mas quem continuou foi o SuHo. – Ele merece tadinho, está tão tristinho.

KyungSoo encolheu os ombros com vergonha e somente balançou a cabeça se lamentando.

-Corujinha fofa. – LuHan comentou.

-Para gente. – Pediu KyungSoo constrangido.

-Omg, vamos dar um abraço nele? – MinSeok propôs já o puxando pra si e o apertando num abraço.

KyungSoo acabou soltando uma risada que puxou os outros para rirem com ele.

-Será que a gente podia visitar o Kai depois do nosso passeio? – KyungSoo perguntou tímido.

A verdade é que mesmo magoado ainda achava que se o Kai recebesse a visita dos amigos, mesmo que não quisesse vê-los, isso de alguma forma iria fazer bem a ele. Só não sabia se faria bem a si mesmo, porque mesmo quando pensava que JongIn tinha dito aquelas palavras cruéis da boca pra fora por causa das circunstâncias, ainda doía bastante e nem mesmo era capaz de lidar com a dor que isso causou. Pode ser que ao vê-lo seja tomado pela mágoa, mas também pode ser que isso seja algo bom que irá influenciar a continuação de seu relacionamento com ele... Seja como for, a verdade é que KyungSoo tinha medo do novo encontro e no entanto oscilava constantemente nos sentimentos.

ChanYeol o olhou preocupado, mas sem se atrever a questioná-lo na frente dos outros. KyungSoo percebeu a preocupação no olhar dele e apenas acrescentou:

-Acho que seria bom pra ele saber que pode contar com os amigos. Eu só tenho medo dele reagir de forma alterada, porque tudo o que aconteceu está mexendo muito com ele.

-Não acredito que ele se zangue com os amigos todos juntos. – Comentou JunMyeon.

- Tem mesmo certeza de que quer ir? – Insistiu ChanYeol preocupado.

- Tenho sim. – KyungSoo respondeu.

-Então faz o seguinte: a gente passeia um pouco, almoça, depois vai pro cinema pegar uma sessão cedo e depois vai visitar ele o resto do horário de visitas da noite. – Propôs Kris.

Acabaram concordando com a proposta do Kris. Como não tinham muito o que fazer resolveram primeiro dar uma volta no parque da cidade e por um acaso estava tendo um concurso de rap. ChanYeol tentou participar, mas tinha que ter se inscrito com antecedência e por isso não pôde, mas esse pequeno fato não significou que ele simplesmente teve que esquecer o rap. Estava em uma turma grande, então se reuniu com eles não muito longe do palco ao ar livre e ele, SeHun e Kris acabaram fazendo um rap improvisado que ficou muito bom e até fez com que KyungSoo se animasse e perdesse a timidez presenteando os rappers com um Bitbox. Os meninos se surpreenderam com os dotes do tímido corujinha da gang e no final foram parabeniza-lo bagunçando os cabelos e dando um abraço de urso no pequeno.

-Quem vê cara nem imagina, né? – Brincou Tao.

KyungSoo gostou dos elogios, mas nunca pôde deixar de ficar vermelho e tímido com cada um deles, até do BaekHyun que se animou ao ver que ChanYeol estava feliz.

- A gente podia fazer isso mais vezes, não? – Comentou SeHun todo animado. – Vai que a gente descobre mais revelações entre a gente, que nem o KyungSoo, já pensou em ser raper?

-Não...- KyungSoo disse tímido encolhendo os ombros. Absurdo a gente faz um beatbox e de repente acham que a gente pode ser raper.

- Quem mais aqui sabe fazer um rap ou cantar alguma coisa? – Perguntou Lay passando o olhar pelos amigos.

- Vamos cantar um novo rap, dessa vez um conhecido aí a alguém aí canta alguma coisa.- ChanYeol ditou.

Acabaram cantando mais um pouco e um rapaz se aproximou deles elogiando.

-Nossa vocês são bons, vão participar do concurso? – Perguntou o garoto para o Kris, essa olhada dele fez Tao ficar alerta, era impressão ou tinha algum tipo de interesse nesse olhar?

- Não, a gente só está se divertindo um pouco. – Kris respondeu sorridente.

-Ah que pena, seria muito bom se fossem participar, vocês enchem o palco, ainda mais com a sua beleza... – Passou o braço em volta do pescoço dele, mas Kris o retirou.

-Não tem ninguém enchendo o palco aqui não. – Tao disse incomodado.

O rapaz olhou para Tao com um pouco de desprezo e o ignorou. Voltou para Kris cheio de amabilidade e colocou uma de suas mãos no ombro dele fazendo uma massagem sutil.

- Qual o seu nome?

- Meu nome YiFan e esses são meus amigos... – Kris ia apresentar os amigos, mas o estranho o interrompeu segurando sua mão.

-YiFan combina muito com você, é algo forte como você... – Disse aproveitando e passando a mão no peitoral dele. Kris o impediu de continuar.-  Olha, eu trabalho com eventos e sei lá... eu posso arranjar uma exceção pra você e seus amigos rapers. – Disse o estranho.

-Seria legal, mas não sei se ... – Kris tentou se desculpar e se desvencilhar do garoto que estava muito próximo e também porque Tao já o olhava com os olhos queimando de cólera. – Na verdade eu não gosto dessas coisas e você está me irritando com a sua inconveniência.

- SeHun, vai deixar esse cara tentar humilhar o seu irmão assim? – LuHan cochichou para SeHun.

-O que eu posso fazer, o assunto é deles, não meu. – SeHun deu de ombros.

-Seu cretino. Olha SeHun se alguém desse em cima de você e você não fizesse nada eu juro que te mataria sem necessidade de me arrepender. – LuHan reclamou. – Fica esperto que você já fez isso uma vez e a corda está no seu pescoço, cuidado garoto pra não se enforcar.

- Nossa, o cara dá em cima do Kris e você briga comigo. – Reclamou SeHun recebendo um tapa na cabeça.

- Olha seu moço, eu não sei quem é você, mas o  YiFan é comprometido. – BaekHyun se intrometeu sem paciência.

- Que desperdício né? – O moço o cobiçou da cabeça aos pés.

Sem mais nem menos ele recebeu um golpe do Tao... O Tao... O Tao... Todo mundo ficou surpreso com isso, porque no final das contas o Tao não é o tipo de garoto que se arrisca em brigas assim ou qualquer outra coisa porque seu sentimentalismo não permite. Está certo que ele praticou artes marciais por um tempo e de vez em quando ainda pratica com seu mestre nas férias, mas o menino era mais do tipo indefeso como cinderela do que o tipo valentão como Caruzo ou o Corleone ou até mesmo os Tataglia.

O moço ficou ali no chão sem saber muito o que fazer, nem soube como foi atingido assim. Kris nem se atreveu a fazer nada, só estava surpreso demais enquanto ZiTao permanecia tremendo de raiva.

- Acho que já está na hora de ir embora mané. – ZiTao disse com os dentes trincados.

- Tao se acalma, por favor!- Kris se aproximou dele preocupado com o namorado tremendo.

- Eu estou calmo. – ZiTao disse, mas estava tão nervoso e estressado que as lágrimas começaram a cair sem que ele pudesse contê-las.

- Vocês estão juntos é? – Perguntou o moço desconfiado.

-Não idiota! – ZiTao gritou nervoso.

-Tao para. – Kris o puxou para seus braços tentando confortá-lo e secar as lágrimas. – Não precisa de nada disso, se acalma.

- Já entendi. – O moço sorriu de lado e tirou do bolso um cartão. – Olha só, aqui está o meu telefone, me liga qualquer dia. – Colocou no bolso do casaco do Kris sem permissão.

-Jura que você está fazendo isso mesmo? – Kris perguntou irritado. – Acho melhor você sair daqui seu desgraçado. – Kris tirou o cartão do bolso e jogou fora.

- Ok, já entendi. – O moço deu um sorriso de lado e foi embora.

-Você é um pilantra filho da puta. – Tao bateu na cabeça dele. – Por sua causa eu golpeei alguém, seu idiota.

-Calma Tao, também não é pra tanto né? – Kris tentou acalmá-lo.

-Não é pra tanto? – Tao disse com muita raiva. – Você nem deu um fora naquele retardado. Se fosse por você ele estaria aqui ainda, quem sabe já estivesse se esfregando com aquela falta de noção toda que ele tem até pra cantar alguém.

- Vamos embora, vamos embora. – Chamou Chen antes que a DR começasse. – A gente espera vocês na barraquinha de sorvete, vê se não demora.

- Pilantra. - Antes de sair LuHan fez o favor de ficar na ponta dos pés e dar um tapa no Kris, assim como BaekHyun também fez, Lay e SeHun que por sua vez disse:

-Idiota!

-Vai deixar eles me maltratarem assim? – Reclamou Kris massageando a nuca.

-Você merece por dar bola aquele babaca oferecido. – Tao cruzou os braços sem paciência.

-Não dei bola, só não o golpeei como você fez. – Kris tentou se defender.

-E agora a culpa é minha? – Tao perguntou incrédulo. – Vá se ferrar Kris, você é um filho da puta, isso sim. Já que estava gostando tanto vá atrás daquele cretino.

Kris olhou ao redor vendo algumas pessoas que passavam pelo local prestar atenção neles. Sentiu raiva. Olhou para ZiTao e viu o quão nervoso ele estava, sem contar os olhos cheios de lágrimas, aquilo mexeu no coração e Kris resolveu assumir que deixou o cara cantá-lo discaradamente, só assim evitaria que essa briga fosse mais longe.

-Desculpa, Tao. – Kris suspirou. – Eu não devia ter permitido nada disso. Na verdade tenho que confessar que o ChanYeol se saiu melhor do que eu no rap e o KyungSoo tem um talento incrível para o beatbox, mas a verdade é que as intenções dele estavam escancarada e eu que fui um idiota de não me impor. – Puxou Tao para si, mesmo ele relutante e de cara fechada. – Eu te amo Tao, não duvide disso, por favor!

-Me humilhou na frente de todo mundo. – Tao reclamou fazendo um biquinho.

-Não. Me perdoa por favor! – Kris o puxou para si e selou seus lábios nos deles para desfazer o bico. – Eu te amo, tá!

Tao suspirou. Olhou bem pra cara do YiFan que parecia realmente se importar com a resposta dele, mas não parecia tão dramático a ponto de amolecer o Tao, seja como for a verdade é que não queria arranjar uma briga no meio da rua, se bem que ele até merecia, mas acho que essa pequena discussãozinha bastava por ora.

-Vai precisar muito mais que isso pra conseguir que eu te perdoe. – Tao falou emburrado. – Agora vamos encontrar os outros antes que eles pensem besteiras. – Tao se afastou indo na direção que os amigos seguiram.

Kris achou bonitinho essa marra dele. Sabia que Tao não estava tão chateado quando queria mostrar que estava, pelo menos agora. E foi tão bonitinho esse ciúme que não podia deixar de achar graça na situação mesmo sabendo que qualquer assunto que envolvesse sentimentos e Tao era motivo de muita cautela com um garoto tão emocionalmente abalado como ele.

Encontraram os meninos bem longe da barraca de sorvete. Tao e Kris tiveram que andar meio parque pra encontrar os descarados sem vegonha perto de um lago com algumas garrafas de cerveja rindo e falando alto sentados embaixo de algumas mini arvores perto de um lago.

- E aí, tudo bem? – Suho perguntou ao nota-los se aproximar.

-Hum. – Tao apenas resmungou. – Vocês não deviam estar aqui.

- Vocês demoraram muito, a gente tinha que fazer alguma coisa. Ficar esperando é muito chato.- SuHo respondeu.

-De onde vocês tiraram essas garrafas? – Kris perguntou se sentando num canto vago ao lado de Suho e pegando uma garrafa que já estava pela metade e sorvendo um pouco do líquido.

- A gente deu um jeito. – Chen respondeu.

Tao se sentou perto do KyungSoo e enquanto os meninos continuaram a conversa de forma aleatória e alterada pelas falas altas ele e Kris trocavam alguns olhares significativos como se estivessem num jogo só deles, não vou dizer de sedução porque tinha muita gente com olhares indiscretos vadiando junto com eles. Mas uma hora, Tao pegou uma garrafa  mantendo o olhar fixo no namorado e discretamente passou a língua no gargalo pra depois tomar um gole. Isso fez com que uma sensação eufórica percorresse o corpo do Kris que desembocou numa região muito sensível do corpo e aí o Kris decidiu parar com esse jogo estranho antes que resultasse em transtornos.

Quando a turma decidiu sair dali, Tao se levantou limpando a calça e foi surpreendido por Kris o segurando forte com uma expressão indefinida.

-Porque fez aquilo? – Kris perguntou.

- Aquilo o quê? – Tao decidiu fazer-se de desentendido.

- Você sabe. – Kris insistiu.

Tao se soltou sem que Kris mostrasse resistência e ficou frente a frente com ele o encarando. Não sei o que era, mas mesmo que Tao não estivesse fazendo nada ele parecia diferente e Kris sem pensar duas vezes ouviu seu interior que pedia urgentemente que o beijasse e o beijou surpreendendo o menino. Um beijo bem afoito que não permitiu escolhas para Tao a não ser corresponder. Não digo que foi um beijo longo porque uma razão bem íntima ali ainda tinha noção das coisas e dizia que não estavam sozinhos, mesmo que os meninos estivessem alguns passos a frente deles se dirigindo pra algum lugar, quem sabe um restaurante pela hora.

- Tá vendo só Kris... Aquilo foi pra você entender que você me deseja, então não seja idiota. – Tao disse ofegante depois do beijo.

- Não se esqueça meu querido, que você também me deseja, mesmo que não queira. – Kris sussurrou no ouvido dele de um jeito que fez os pelos dele se arrepiarem. – Te amo! – Deixou um beijo na bochecha.

Tao não disse mais nada e nem tentou Kris. Seguiram os amigos até um fast food. Pela hora deveriam almoçar, mas o caso era que a dieta do colégio era tão rígida e sem graça que um final de semana se empanturrando de besteira não ia fazer mal, né? Eles mereciam, não mereciam? A vida pode ser tão chata num internato que as vezes a gente precisa ser rebelde e comer um sanduiche em vez de almoçar... Até o XiuMin resolveu entrar na dança e se render ao fast food e com isso Chen ficou apreensivo, mas não disse nada na frente deles.

Esses meninos juntaram duas mesas na lanchonete e passaram tanto tempo rindo e falando alto quanto comendo e bebendo refrigerante.  As vezes alguns funcionários olhavam pra eles se perguntando se não iam embora, porque o fast food funciona assim, não é um lugar para você enrolar, por isso as cores são tão vibrantes para fazer o cliente acelerar e sair rápido. Parece ruim falar desse jeito, mas é a realidade, não que seja pra engasgar ou se esganar, mas não é pra enrolar. Só que ninguém reclamou porque as histórias que eles contavam eram muito interessastes, as vezes falavam do internato, outras vezes das férias ou falavam mau de alguém e depois acabavam pedindo mais uma rodada e sabe lá Deus como cabia tanta coisa no estômago deles. É um minstério!

Saíram de lá e sem ter muito o que fazer decidiram dar uma volta no shopping e ver se havia alguma sessão de cinema que pudessem aproveitar antes de ir para o hospital. BaekHyun insistiu pra ChanYeol comprar uma correntinha que ele viu na vitrine de uma loja, não era muito cara, mas quando ele viu achou que seria perfeita pra eles usarem como namorados, já que ela tinha um pingente par. ChanYeol relutou e disse que não iria comprar nada desse tipo e BaekHyun ficou muito sentido.

- Vem cá. – Chamou KyungSoo discretamente. BaekHyun não o entendeu, mas como tinha ficado chateado com ChanYeol acabou deixando ele ir andando com o pessoal a caminho do cinema. – Vou comprar pra você.

- Porque está fazendo isso? – BaekHyun perguntou desconfiado, mas não conseguiu deixar de transparecer aquele contentamento.

- Isso é importante pra você, não? – KyungSoo perguntou com a certeza da resposta. – Eu sei que você está sem dinheiro e o ChanYeol foi um insensível com você.

-Foi mesmo! – Resmungou BaekHyun e KyungSoo riu dessa atitude infantil dele.

Acabaram comprando a correntinha que BaekHyun tanto queria e os encontraram na fila do cinema discutindo escandalosamente sobre qual filme iam assistir e XiuMin junto com Chen tentando por alguma ordem, mas o fato era que naquele horário, cine pipoca, não havia muitas coisas que escolherem e o único filme que parecia mais ou menos cheio de ação e algum suspense não foi aceito por LuHan e Lay e aí os meninos começaram a discutir porque ninguém queria assistir romance, então as opções eram aquele filme ação e suspense que causou uma séria discussão, um romance, um drama que gerou quase o rompimento da amizade e uma comédia romântica. A fila não estava muito grande para o horário, mas tinha fila sim e quando chegou a vez desse grupo barulhento ninguém tinha escolhido filme  ainda, então XiuMin pegou todos os ingressos e pediu para o KyungSoo escolher um filme, só que os meninos o intimidaram com aqueles olhares curiosos e suplicantes para que ele escolhesse o filme que eles queriam.

- Qualquer um. – KyungSoo Falou com a voz tremida

- Qualquer um, como assim? – Reclamou BaekHyun.

- Quem está escolhendo sou eu, sai daqui. – KyungSoo disse constrangido.

-Mas você tem que escolher um filme. – SuHo o incentivou a fazer uma escolha.

KyungSoo se virou para a moça como se pedisse ajuda e ela até achou graça disso. Passou o olhar pelos painéis sem saber qual escolher e disse bem baixinho aproveitando os remusngos dos amigos.

-Moça, qual é o filme que tem menos gente?

-Olha, esse romance tem pouca gente. – A atendente respondeu.

- Ah moça, eu não sei. Me vê qualquer um. – Falou KyungSoo inseguro. Aí XiuMin que estava ao lado dele achou graça porque os meninos não tinham prestado atenção na escolha do KyungSoo e com certeza assim que soubessem não ficariam quietos

Realmente assim que KyungSoo se virou com as entradas cada um pegou um curioso e viram um melodrama.

-Mas que filme é esse? – ChanYeol perguntou indignado.

-Eu pedi qualquer um. – KyungSoo encolheu os ombros.

-Qualquer um? – ChanYeol deu um leve tapa na cabeça dele que não gostou. – Francamente KyungSoo, Hum... qualquer um, hum... – Resmungou.

- Se fosse assim a gente teria discutido mais um pouquinho e chegado num acordo melhor. – Reclamou Chen.

- Então não assiste. – KyungSoo fez um bico irritado.

- Tá gente, deixa. Agora, vamos comprar as comidas. – SuHo propôs, tentando arrastar todo mundo pra outra fila.

Quando chegaram na fila da pipoca e acompanhamentos ChanYeol esbarrou numa garota que fez seu coração gelar instantaneamente. Era a Vivi que se virou pra ele e BaekHyun que estava ao seu lado. Ela manteve um olhar intenso em ChanYeol até BaekHyun perceber e mudar de humor.

-Oi ChanYeol! – Ela disse com um sorrisinho. ChanYeol nem se atreveu a encará-la diretamente. Estava tenso. – Como vai o Kai?

- Está se recuperando. – ChanYeol disse travado.

Vivi encarou bem ChanYeol e em seguida encarou o garoto do lado, devia ser o tal do BaekHyun , ou qualquer outro, porque sabia que ChanYeol trocava muito de ficante, mas pelo olhar furioso e as bochechas infladas do menino ela pôde perceber que ele tinha ciúmes e entendeu tudo das reações. Lembrou da ultima ligação que recebeu de ChanYeol e achou até irônico eles se encontrarem ali e com BaekHyun junto.

- Diz pra ele que eu mandei lembrança. – Ela sorriu e logo umas meninas bem novinhas, entre dez e onze anos a chamaram pra entrar na sessão.  – Preciso ir agora, minhas primas estão me esperando. Que filme vai assistir?

-É... Um drama! – ChanYeol respondeu e pegou a mão do BaekHyun entrelaçando seus seu dedos. BaekHyun percebeu e por mais que quisesse se sentir mais confiante com isso não conseguiu, ela também notou isso.

- Sério, nunca pensei que você assistiria um drama. – Ela riu e as primas a chamaram insistentemente. – Mas tudo bem, agora eu preciso ir mesmo antes que elas me enlouqueçam.

Assim que ela sumiu da vista deles, BaekHyun soltou as mãos entrelaçadas e segurou o braço dele com força.

-Quem é aquela garota ChanYeol? – Perguntou furioso. – É aquela garota né?

-BaekHyun, para. Aqui não é hora nem lugar pra suas cenas. – Pediu ChanYeol temendo um escândalo logo ali. Isso poderia estragar toda sua vida social fora do colégio.

- Então eu tenho razão? – BaekHyun se exasperou chamando a atenção das pessoas, inclusive dos amigos que soltaram uma exclamação. – Você é um idiota ChanYeol...

- Não faz isso, por favor! – Pediu ChanYeol temendo um escândalo. – Por favor, não faz um escândalo, por mim. – Finalizou o puxando pra deixar um beijo nele.

-Você ainda está com ela? – BaekHyun falou sem alterar a postura rígida e agressiva que tinha. – Foi com aquela vadia que você me traiu?

- Entenda logo uma coisa BaekHyun, eu estou só com você! – ChanYeol vociferou em tom baixo. – Fica tranquilo, por favor!

-Porque você faz isso comigo? – BaekHyun disse muito sentindo.

- Isso o quê? Você sabe que eu não fiz nada. Ela é só uma velha conhecida e é natural que queria perguntar sobre o Kai, não houve nada de mais. – Deixou um carinho na bochecha dele. – Você é muito inseguro BaekHyun, para com isso.

- Eu não sou inseguro, você que é um idiota! – Soluçou BaekHyun segurando o choro.

ChanYeol deixou um beijo na bochecha dele e o abraçou. BaekHyun não recusou nada, mas também não desfez a cara de choro. ChanYeol acabou comprando um chocolate pra ele e entraram no cinema sem se falarem, mesmo que não tivessem desfeito aquele contato.

Dentro da sessão ChanYeol ainda tentou puxar algum assunto pra melhorar o ânimo do BaekHyun, chegou a sussurar no ouvido dele com sua voz rouca que ela não era alguém importante ou as vezes fazia um carinho nos cabelos dele dizendo que gostava dele. Tentava arranjar alguma forma de fazer o BaekHyun a proveitar o passeio, nem prestava atenção no filme preocupado com o namorado. Em um momento notou que ele chorava com os punhos cerrados. Não era choro pelo filme, nem estava prestando atenção, só estava com raiva. ChanYeol suspirou e o puxou para si beijando o rosto dele diversas vezes enquanto secava com uma das mãos aquelas lágrimas e quando sentiu o menino relaxar um pouco tomou a boca dele com carinho sendo correspondido lentamente até que ambos perdessem aquela lentidão e aproveitassem de vez o gosto um do outro.

-Ainda está bravo comigo? – Perguntou ChanYeol de olhos fechados equanto ainda mantinham as testas unidas depois do beijo.

BaekHyun balançou a cabeça em negativa. ChanYeol sorriu e voltou a selar os lábios nos dele, selares rápidos que se transformaram em beijos novamente. Até podia ser que ChanYeol tivesse tido alguma queda por seu amigo e amor platônico, mas isso estava ficando cada vez mais no passado e pelo menos agora no presente ele tinha um BaekHyun sensível, inseguro e carente e de alguma forma esse menino estava se instalando permanentemente no coração dele, com algumas falhas, mas capaz de preencher espaços.

- Eu queria te dar uma coisa. – Disse BaekHyun tímido.

- O quê? – ChanYeol sussurrou com a voz rouca e um tanto curiosa.

BaekHyun se afastou um pouco pra pegar um pequeno embrulho no bolso, um saquinho de veludo. Não quis um embrulho grande pra não chamar atenção e poder fazer uma surpresa.

-Eu comprei pra gente. – Disse retirando uma correntinha de lá e entregando para ele.

ChanYeol ficou parado observando a correntinha que outrora BaekHyun quis comprar e ele recusou. Não sabia o que dizer, mas sabia que se BaekHyun comprou aquilo era porque essa relação dos dois significava muito mais pra ele do que podia imaginar. Sentiu um pesar no coração por causa disso, enquanto isso BaekHyun o encarava com o olhar aflito pela recepção da peça, talvez ChanYeol não tivesse gostado...

-Obrigado, Baekkie. – ChanYeol sorriu soltando um suspiro.

-Ela tem um par. – BaekHyun tirou a outra do embrulho e mostrou com os olhinhos brilhantes. – Deixa eu colocar o seu?

ChanYeol consentiu meio desconfortável por não estar esperando. Mas pelo bem do BaekHyun aceitou e até achou bonitinha essa supresa, mas acho que o fato que mais o impressionou e o deixou sem palavras foi o fato de ter o carinho de BaekHyun. Quis retribuir e o aceitou de bom grado assim que ele fechou o fecho da correntinha. BaekHyun olhou pra ele com os olhinhos brilhando e ChanYeol não resistiu aquele carinho e o puxou novamente para beijá-lo carinhosamente. Queria fazê-lo feliz, quase como se isso fosse uma necessidade, porque se olhar por tras daquele garoto perigosamente alterado haveria um garoto doce e sensível, capaz de tocar qualquer um com o carinho que ele guardava a pessoas certas. Isso ChanYeol não podia negar.

- Disse que ele tinha um par, deixa eu colocar em você? – Pediu ChanYeol quando finalizaram o beijo e BaekHyun não podia se sentir mais feliz naquele sorriso que abriu e entregou o outro para ele. Chanyeol colocou e ao final deixou um beijo quente na nuca dele que estremeceu. – Ah BaekHyun... – Sussurrou e riu quando percebeu os pelos do corpo dele eriçados.

Continuaram assistindo o filme trocando algumas carícias bobas e as vezes discretas. Quase chegando ao final do filme BaekHyun olhou para o visor do celular e logo disse que ia ao banheiro quando ChanYeol perguntou. Pediu para o namorado ficar e foi sozinho. Entrou em uma outra sessão procurando alguém conhecido e reparou numa menina mexendo numa bolsa colorida que ele reconheceu como sendo a garota que falou com ChanYeol, foi até lá e pediu pra falar com ela um assunto muito sério.

Perto da área dos banheiros ele a encarou serio e disse:

- De onde você conhece ChanYeol?

-O quê? – Vivi não entendeu a pergunta. – Me tirou do cinema pra isso, vá se catar né?

Ela ia sair e largar ele sozinho, mas BaekHyun a segurou com força e a empurrou contra a porta do banheiro.

- Sai moleque, você é louco é? – Ela disse irritada.

- Responde.- Ordenou BaekHyun com os dentes trincados.

Vivi encarou o menino de cima a baixo deduzindo as coisas. Aquele era BaekHyun o garoto culpado por tudo o que ChanYeol lhe disse ao telefone na ultima vez que se falaram. As ofensas dele a machucaram muito e pensando bem, aquela seria uma boa chance de dar o troco ao moleque descontrolado.

- Quer mesmo saber BaekHyun? – Ela sorriu de lado. BaekHyun não fez nenhum gesto, apenas continuou rígido cerrando os punhos. Vivi aceitou o silêncio como um sim e destilando uma dose de veneno continuou. – Chanyeol e eu tivemos bons momentos juntos, acho que você já deve saber do que estou falando, ele é bom no que faz. A ultima vez que eu o vi foi no primeiro final de semana livre de vocês, passamos uma manhã incrível... – Ela riu.

Imediatamente BaekHyun segurou- a pelo pescoço e a prensou contra a parede. Seus dedos finos apertavam com uma força que ele não fazia ideia de ter a tal ponto que ela já estava vermelha a ponto de sufocar enquanto se debatia e arranhava os braços dele na tentativa de ser solta.

-Olha aqui sua vagabunda. CHANYEOL É MEU, MEU, ENTENDEU? – BaekHyun disse em voz alta e agressiva. – NÃO SE ATREVA A SE APROXIMAR DELE DE NOVO SENÃO VAI SE ARREPENDER. – Soltou a menina que começou a tossir. – Você está avisada.

Ela se esforçou pra se recuperar antes dele ir embora. Não queria dar o gostinho de deixa-lo com a ultima palavra, precisava humilhá-lo onde mais doeria a julgar pela situação.

- Não é comigo que tem que se preocupar. – Disse conseguindo a atenção do BaekHyun.- Não sei porque age assim, mas ChanYeol ama outra pessoa.

-Quem ChanYeol ama? – BaekHyun se aproximou dela novamente com a voz alterada.

 - Não acredito que nunca tenha reparado, ou você é um imbecil ou um cego que não quer ver. – Ela disse com desdém. – ChanYeol não gosta de você, ele nunca gostou. Só está com você pra passar o tempo já que não pode ter o grande amor da vida dele.

BaekHyun ficou petrificado com aquilo. Completamente estático sentindo uma dor imensa invadir o coração e e transbordar pelos olhos. Quem seria o grande amor da vida dele? Porque não podia ser ele? Doeu. Estava doendo ao ponto de deixa-lo sem ar. Escondeu o rosto com a mão pra ninguém ver aquela face desesperada. Entrou no banheiro já sem ar. Tinha se esquecido completamente da garota. Seu mundo tinha sido destruído por aquelas palavras. Como foi que o ChanYeol teve coragem de fazer uma coisa dessas? E foi aí que as dores de BaekHyun foram jogadas violentamente contra ele novamente o inferiorizando ainda mais. Tantos espinhos o machucavam agora que nem fazia diferença conter ou não as lágrimas. Estava se afogando de novo, mas parecia que as águas estavam mais geladas dessa vez porque ele não tinha o coração, nem o amor de Park Chanyeol.

Venerava ChanYeol e onde foi que errou? A verdade é que não podia alcançar nenhuma atenção das pessoas. Sua voz não chegava a nenhum  lugar. Sua presença jamais entraria no coração de alguém , não é mesmo? E se já sabe disso, porque ainda doía tanto? Tinha um vazio enorme o consumindo de forma tão perigosa. Sentia como se uma parte de sua alma se dissolvesse naquelas lágrimas sangrentas que escorriam pingando na blusa e as vezes molhando o chão. Porque não havia ninguém nesse mundo capaz de se importar com BaekHyun? Todo mundo o ignorava e isso doía tanto, será que ninguém via as marcas dolorosas que deixavam nele?

- BaekHyun? – Chamou ChanYeol assustado entrando no banheiro e se deparando com a expressão de horror e dor na face de BaekHyun. – BaekHyun o que aconteceu? –Correu pra perto dele e o virou para si, mas o menino parecia mergulhado naquela dor e nem o encarou. – BaekHyun, por favor fala comigo meu amor. – Pediu agoniado e só ao dizer a ultima palavra BaekHyun o encarou como se o reconhecesse. –Pelo amor de Deus BaekHyun, fala, porque tá chorando?

BaekHyun fez mensão de dizer alguma coisa, mas não pôde por causa das lágrimas e da dor que apertavam a sua garganta. ChanYeol o abraçou e sentiu o corpo do menino tremer. Fez um carinho nos cabelos dele e beijou o local e esperou o choro cessar sem entender a razão disso, mas com certeza tinha a ver com a Vivi. Não deve ter sido por coincidência que encontrou ela no corredor. Eles devem ter trocado alguma farpa, por isso o Baekhyun está assim.

- Que foi que aconteceu? – Sussurrou ChanYeol carinhosamente ao ouvido dele enquanto uma mão acariciava as costas dele. Tinha que mudar a estratégia para conseguir alguma coisa e evitar que o dia terminasse em fiasco. – Deixa eu te ajudar?

- Por que fez isso ChanYeol? – Baek Hyun disse com a voz abalada. – Por quê?

- Isso o quê? – ChanYeol disse calmo escondendo ao máximo o nervosismo.

BaekHyun levantou a cabeça e o encarou secando as lágrimas, mesmo não tendo parado de chorar e ainda soluçava. Desviou  o olhar de ChanYeol pra não ser visto de forma tão deplorável assim.

- Porque você não gosta de mim como eu gosto de você? – BaekHyun perguntou sem encara-lo.

- Mas de onde você tirou isso? – ChanYeol puxou o rosto dele pra se encararem. Secou as novas lágrimas que caíram e sentiu o menino soluçar como uma criança. Não gostou de vê-lo assim. – BaekHyun a gente estava tão bem, porque tem que terminar assim, com você chorando? Está me deixando aflito. – Beijou carinhosamente a bochecha dele. – Não sei de onde você tirou isso, mas eu estou com você agora.

- Você me ama? – BaekHyun perguntou choroso e cheio de expectativas.

ChanYeol se sentiu incomodado com a pergunta. Nunca tinha falado que amava alguém e com certeza não estava amando BaekHyun, ou será que estava? Não queria ver o menino sofrendo assim porque fazia o coração doer. Gostava do BaekHyun e seria um erro mentir pra ele já que ele parecia confiar tanto no que eles tinham. Também seria pesaroso se ele ouvisse um não, então o que fazer?

- Porque está me perguntando isso? – Perguntou calmo respirando fundo.

- Só responde ChanYeol, por favor! – Pediu BaekHyun o encarando com os olhinhos cheios de dor.

ChanYeol suspirou mais uma vez se decidindo na resposta, umedeceu os lábios e pegou um papel toalha pra secar as lágrimas e com carinho foi limpando as marcas de choro com delicadeza enquanto respondia:

- Eu gosto muito de você. Eu me importo muito com você. Sinto sua falta quando a gente passa muito tempo longe. Sinto voltade de cuidar de você, de te proteger de qualquer coisa que possa te machucar. Por favor, não me odeie se eu disser que eu não sei se te amo. – BaekHyun baixou o olhar decepcionado ao ouvir aquilo. – Hei, não fica triste. Você é um garoto muito lindo e merece alguém muito especial. As vezes eu não te entendo, por exemplo quando você muda de humor do nada, quando eu te encontro chorando como hoje. As vezes me sinto estressado com o seu ciúme, mas eu não odeio você, só fico irritado só isso e sempre depois que acontece alguma coisa eu fico preocupado, mesmo se você me joga da escada tentando me matar. A gente tem uma história muito conturbada as vezes e por isso ainda é cedo pra saber se eu te amo ou não.

- Sente minha falta? – Perguntou rouco.

- Sinto. – ChanYeol o puxou para si cuidadosamente e jogou o papel úmido no lixo. Voltou pra ele sussurrando carinhosamente bem próximo ao ouvido dele. – Vamos voltar a ficar bem como lá dentro da sessão, tava tão bom, você não acha?

BaekHyun sorriu  um pouco, mesmo que fosse um sorriso bem discreto e quase forçado. Sentiu os braços de ChanYeol em sua cintura e logo seus corpos estavam colados.

- Acha que pode me amar? – BaekHyun perguntou inseguro.

- Quem não ia se apaixonar por você pequeno? – ChanYeol perguntou ainda com o rosto colado naquele pescocinho quente. –  É só que o seu ciúme desmedido te ofusca e acho que você já percebeu que te atrapalha e acaba afastando as pessoas.

- Não quero ser um problema pra você. – Se lamenteou.

-Você não é. – Sentiu ChanYeol deixar um beijo estalado em seu pescoço. BaekHyun riu um pouco. – Agora que tal lavar o rosto e parar de chorar pra gente aproveitar o resto do sábado, ainda temos que ir visitar o Kai no hospital.

- Você ama o Kai? – BaekHyun perguntou preocupado.

ChanYeol ficou em silencio como se tivesse medo ou não tivesse entendido, acabou rindo soprado e respondeu:

- Meu caso com o Kai é só amizade. Agora quero ficar só com você, não quero brigar por causa dele, não agora que tava tão bom.

BaekHyun se virou e o abraçou logo inciando um beijo necessitado de carinho e respeito que ChanYeol soube corresponder. Depois, BaekHyun lavou o rosto e ainda ficou alguns minutos no banheiro tentando parar de chorar. Quando finalmente saíram de lá, ChanYeol foi comprar alguns chocolates pra mimá-lo. A essa altura o filme já tinha acabado e ficaram pelo saguão mesmo esperando os meninos. BaekHyun notou a tal garota os encarando e fez questão de se mostrar superior, bem feliz e carinhoso com o namorado que realmente se sentiu satisfeito por aquela mudança, claro que ChanYeol nem percebeu a Vivi.

Na saída do cinema Chen saiu abraçado a XiuMin e sem perceber o risco que corria acabou puxando o menino pra um beijo num canto escondido por um cartaz. Algo normal de se fazer se não fosse um simples e perigoso detalhe que JongDae esqueceu: SunHee, sua namorada. Ela tinha lhe inviado uma mensagem dizendo que estaria em JinSoo este final de semana, mas ele disse que tinha planejado algo com os amigos e que não poderia vê-la, então, depois de muita insistência acabou marcando um encontro para domingo sem comentar sobre o amigo que ela queria queria que ele levasse. Foi por causa disso que SunHee estava no cinema seguindo os meninos de longe junto com sua amiga Lindsay. E quando viu os dois se beijando daquele apaixonado e cumplice foi mordida por uma raiva intensa carregada de ciúmes e recalque. Se não fez um escândalo revelando sua presença foi porque Lindsay não permitiu alegando que ela deveria dar um “golpe perfeito” friamente calculado e capaz de deixar aquele idiota no chinelo e também colocar JongDae em seu devido lugar e a melhor maneira de fazer isso era fazer com que JongDae levasse aquele garoto ao encontro amanha.

Quando toda a gang se encontrou fora do cinema, resolveram que deveriam levar um agrado pra Kai, mas isso era só uma desculpa porque estavam mesmo era pensando no estômago deles, então, resolveram ir numa loja de doces e céus, vocês não sabem o estrago que garotos podem fazer numa loja de doces é um caso de overdose e prateleiras destruídas. Pelo menos o dono da loja teria um faturamento muito alto com a quantidade de doces que esses meninos sonhavam em consumir, principalmente o Lay que tinha manina de descontar seus complexos em doces.

- Caramelos, chocolates, balas, biscoitos... – JunMyeon ria da cestinha do Lay. – Não acha que vai acabar diabético?

- Não! – Disse Lay colocando uma nova caixa de chocolate na cestinha. Olhou para cara espantada que JunMyeon fez e completou. – Não se preocupe Junnie, estou só comprando o essencial para fortalecer as bases da sobrevivência de um garoto.

- Só? – JunMyeon disse mais espantado.

-Não seja bobo JunMyeon. – Lay riu da exressão dele. – Eu divido com você.

JunMyeon se aproximou dele como se fosse beijá-lo e pegando o pacote de chocolate da mão dele e colocando no cesto sem desfazer aquele contato visual e disse:

-Beijo com sabor de chocolate é gostos... Com morangos fica melhor. – Disse pegando um pacote de doces de morando com chocolate e colocando no cesto. Lay riu e o beijou calmamente.

-Vamos logo, Yixing. – Chamou LuHan na ponta do corredor. – A gente já tá indo.

-Muleque irritante. – Resmungou JunMyeon forçado a parar o beijo que mal tinha começado.

- Deixa ele. – Riu Lay e foi andando pra perto do LuHan.

-Porque essa afobação toda, o que houve? – Lay perguntou amável quando se aproximou.

-SeHun está tentando me apertar. – LuHan bufou. – Ele está muito insistente com certas coisas.

-Então dá o que ele quer. – Lay concluiu rindo ao ver LuHan corar violentamente.

-Quer saber, continua lá se pegando com o SuHo que eu não sou obrigado a ficar escutando isso. – Reclamou LuHan saindo de perto.

Lay suspirou achando graça, até quando LuHan ia fazer esse doce todo?  A verdade é que não seria por muito tempo. Mesmo que quisesse fazer esse doce pra ver as reações do SeHun a vontade de seder era muito grande e tentadora.

-Podemos ir pro caixa? – Perguntou ChanYeol se aproximando.

- Podemos. – Lay concordou.

-Ótimo, agora só precisamos reunir os meninos e esconder isso tudo na mochila pra poder voltar pro colégio, ou pedir pro SeHun guardar na casa dele e depois contrabandear pro colégio. – ChanYeol deduziu. – Perai, Baekkie pega o chocolate branco, não podemos esquecer o chocolate branco. – Disse pro menino atrás dele.

-Qual, esse aqui? – BaekHyun pegou um e mostrou pra ele.

-Esse mesmo. – ChanYeol sorriu e BaekHyun veio correndo por na cesta dele. – Vai querer mais alguma coisa?

-Tá faltando coisas. – XiuMin se juntou a eles e observou as três cestinhas. – A gente precisa de coisas pra beber, vamos pegar suco. – XiuMin se afastou e puxou BaekHyun consigo.

- Porque a gente não compra refrigerante também? – Perguntou BaekHyun na porta do refrigerador.

-Tá, vamos pegar os dois. Ah e leite com achocolatado pra beber durante a noite. – XiuMin encheu um cestinho só de bebidas.

-Acho melhor a gente deixar um pouco pra manhã senão não vai dar pra entrar no colégio. – BaekHyun se preocupou.

-BaekHyun fica quieto. – Pediu XiuMin. – Temos doze mochilas pra encher e depois a gente ainda vai despejar um pouco de tudo isso pro Kai, está pensando o quê o moleque é magro de ruindade. Come e não engorda, dá até raiva.

BaekHyun riu e só fez o que ele pediu.

Depois que todo mundo se viu satisfeitos com os doces e salgadinhos que tinham comprado foram para o caixa dizendo que iam repartir o dinheiro, mas no fim tudo foi pago pelo Kris que nunca reaveu o dinheiro em sua vida, mas a vida era assim, teriam outras compras e outra pessoa iria pagar a próxima rodada.

Tudo estava normal até chegar a hora de irem para o hospital. KyungSoo começou a sentir a sensação crescente de vazio que não sabia se era medo ou angustia, quem sabe os dois. Sabia que não estavam preparados emocionalmente para isso, mas tinha que fazer...

-Tudo bem com você?- ChanYeol perguntou desconfiado da repentina cara de assustado que o amigo adquiriu.

-Estou. – Respondeu KyungSoo inseguro.

- Se não quer ir eu arranjo uma desculpapra deixar pra outra hora. – ChanYeol insistiu  sem desfazer a preocupação.

-Não... Está tudo bem mesmo, só estou um pouco nervoso. – Insistiu KyungSoo sorrindo soprado pra disfarçar aquela sensação de angústia.

-Ele não vai fazer nada, pode ter certeza. Acho que ele só disse aquilo por estar com medo e autoestima baixa. – ChanYeol tentou consolar.

- Como sabe disso? – Perguntou tentando achar uma resposta que satisfizesse sua preocupação. Queria realmente achar a certeza de que precisava para assim achar alguma forma de encarar o desafio de lidar com Kai nessa situação.

- É que sou filho de uma psicóloga e acabei aprendendo um pouco nesses vários, tantos, poucos anos de experiência quando ficava com ela no escritório. – Respondeu com um sorriso confortador. – E depois, naquele dia, depois que você saiu ele me pediu pra cuidar de você, então fica tranquilo que foi da boca pra fora.

-Sério?- KyungSoo deixou escapar um sorriso aliviado. – E o que mais ele disse?

-Não muito, mas o fato é que ele foi muito abalado com tudo.- ChanYeol respondeu sentindo –se aliviado por ajudar. Acho que essa faze de amor platônico com o Kai já perdeu a força e disputa espaço com alguém chamado BaekHyun.

-Nesse caso, acho que precisamos mesmo ir ver como as coisas estão indo e ajudar ele. – KyungSoo propôs. – Não se preocupe comigo, eu até te agradeço, mas o Kai não deve se sentir abandonado pelos amigos dele.

-Assim que se fala. – ChanYeol concordou esboçando um sorriso.

Ao chegar no hospital, o clima pareceu tenso para o sentimento de KyungSoo e ChanYeol passou um de seus braços pelos ombros dele para passar conforto enquanto o outro braço prendia BaekHyun junto a ele. A essa altura, BaekHyun sabia por auto o que estava acontecendo, mas a pedido de ChanYeol manteria segredo e não faria nenhuma cena.

Passaram pela senhora Kim e pelo TaeMin que voltava da cafeteria com um chá que entregou a mãe. Conversaram um pouco achando ótimo aquela visita. Seiko pediu para o filho chamar o marido e deixar que os meninos fizessem uma surpresa. Assim que puderam entrar, ficou combinado que somente Chanyeol entraria e logo em seguida todo mundo junto pra fazer a surpresa.

- Oi, Tudo bem? – Perguntou ChanYeol da porta.

Kai olhou pra ele espantado e antes que pudesse ter alguma reação viu os outros entrarem e se sentou na cama procurando o corujinha que estava sumido no meio de tanta gente alta. KyungSoo foi o ultimo a entrar e fechar a porta com uma expressão amedrontada que deixou JongIn sem palavras. Era como se o mundo tivesse parado, porque por mais que todo mundo se movimentasse e fizesse perguntas o olhar de JongIn e KyungSoo não se rompia e nem enxergava mais nada.

-Calma gente, cada um de cada vez? – Pediu ChanYeol reparando no que acontecia com os dois e achando graça. – E ai Kai, como está? – Bagunçou os cabelos dele o tirando do transe.

Kai sorriu embaraçado e desviou sua atenção para os amigos.

-Tô indo. – Respondeu meio sem graça.

Todo mundo se arrodeou na cama inclusive KyungSoo que ficou ao pé da cama de frente pra ele.

-A gente ficou muito preocupado com você, podia ter usado o telefone, né? – Reclamou Lay. – Somos seus amigos, um pouco de consideração é muito bom.

-Ah, eu não queria preocupar vocês. – Kai respondeu sem jeito.- Tinha tanta coisa acontecendo.

-Tudo bem, o importante é que está se recuperando. – Lay sorriu tirando um pouco da tensão dele.

-Quando vai poder sair do hospital? – Perguntou Chen.

-Não sei, meu pai disse talvez segunda-feira. – Respondeu Kai inseguro. – Mas e vocês, não esperava a visita?

- Somos seus amigos, não íamos te deixar sozinho no hospital em pleno sábado né?  - Tao respondeu. – Quando você sair daqui vai ter que pagar um final de semana completo pra gente, viu?

Kai sorriu e concordou acenando a cabeça.

- Tao a gente devia ter pego ele surpresa quando isso acontecer, só pra ver a cara dele. – Reclamou Kris.

- Vocês vão vir amanhã também? – Perguntou Kai pensativo.

-Não sei, acho que só o KyungSoo vem. – ChanYeol respondeu e Kai sentiu o coração gelar por medo da resposta dele. Enquanto isso a bochecha de KyungSoo foi se colorindo e ele se sentia tenso.

- Não devia causar tanta aflição no KyungSoo. – Reclamou BaekHyun dando um leve tapa na cabeça dele.

-BaekHyun... – Resmungou KyungSoo tímido e vermelho.

-Mas é verdade. – Rebateu BaekHyun e logo se virou novamente para o Kai. – É pra cuidar bem dele senão vai ter que se ver comigo.

Kai riu da expressão raivosa do BaekHyun.

- Tudo bem BaekHyun. – Concordou. – Você pode vir aqui, KyungSoo, por favor? – KyungSoo hesitou por um momento deixando o coração do Kai falhar várias vezes, mas acabou indo mesmo inseguro do que aconteceria a seguir. Ficou ao lado dele sentindo a aflição lhe invadir sem rumo, principalmente quando Kai segurou suas mãos deixando um carinho com o polegar. – Me perdoa? - KyungSoo sorriu sem graça por aquele ato não esperado e também pelas pessoas ao redor ansiosas e acabou concordando com um aceno de cabeça e um sussurro completamente tímido. Kai sorriu se sentindo aliviado, mas seu sorriso perdeu a força quando KyungSoo soltou a mão dele.

Foi um gesto tão rápido e sem alarde que ninguém percebeu o descontentamento deles.

- Então, Kai, o que tem pra fazer em um hospital? – Perguntou Chen.

-Nada. – Kai disse desanimado. – Isso aqui é um tédio. Aposto que foi feito pra deixar as pessoas loucas.

- Foi pensando nisso que a gente trouxe uma coisa pra você? – Disse SuHo animado.  – Você pode comer normalmente não é? ou está com alguma dieta?

- Acho que sim. – Respondeu Kai sem saber. – Acho que tenho que evitar coisa gordurosa...  Sei não, a comida aqui é sempre a mesma como vou saber se estou de dieta ou se é padrão?

-Acho que um chocolate pequeno não vai fazer mal, né? – KyungSoo se pronunciou. – Trouxemos algumas coisas pra passar o resto do horário de visitas com você.

-É eu acho que não. – Concordou Kai. KyungSoo tirou da mochila uma barrinha de cereal que tinha mais chocolate do que cereal e com sabor de banana e baunilha. Entregou a Kai que sorriu animado por poder comer alguma coisa com gosto e sustância.

- Tem muito mais de onde veio isso. – Comentou LuHan animado com o sorriso do amigo.

-A gente também trouxe um baralho caso as coisas fiquem chatas. – Comentou SeHun.

-Poxa, eu simplesmente não esperava tudo isso. – Kai se sentiu emocionado.

-A gente gosta de você, é só você que não percebe. – Sussurrou KyungSoo. Kai o encarou arrependido.

- Kai você pode ir pro sofá? – Perguntou XiuMin.

- Posso. – kai respondeu desviando o olhar de KyungSoo.

-Então vamos lá, parece mais confortável aí a gente pode conversar melhor e comer alguns salgadinhos. – Propôs XiuMin.

- Você pode andar? – KyungSoo perguntou preocupado.

Poder, ele podia, inclusive os médicos até insistiam pra que ele frequentasse a sala dos pacientes e assim poder socializar um pouco e conhecer gente nova, mas como o garoto gostava de ser turrão preferia passar o tempo todo no quarto. Aproveitando a pergunta e preocupação de KyungSoo ele apenas disse que precisava de uma ajudinha e foi se apoiando em KyungSoo até se sentar no sofá ao seu lado enquanto os outros se dividiam entre o sofá e o chão e abriram algumas das coisas que eles tinham comprado pra comer. Mais tarde fizeram Kai se sentar no chão junto com todo mundo ao redor da mesinha pra jogar cartas. Vez ou outra Kai ficava pensativo pelas coisas que fez ao KyungSoo e por agora não receber nenhum indício do futuro deles e sentia medo por isso. As vezes fazia um carinho nele, mas KyungSoo disfarçadamente o afastava depois de um tempo sem que ninguém percebesse.

Senhor Jung apareceu aquela noite para visitar o Kai, mas nem foi notado e ele preferiu deixar o menino com os amigos do que interromper. Ele parecia contente com aquele falatório alto em meio as risadas, então deixasse o menino lá com os amigos que faria bem a ele.

No fim do horário de visitas a enfermeira veio tirar os meninos do quarto e deu uma bronca neles por levarem comida pro quarto e pediu que antes que fossem limpassem a bagunça e levassem toda a comida que mais tarde ela iria vistoriar. Antes de irem Kai pediu pra conversar um pouco com KyungSoo, nem que fosse por cinco minutos. KyungSoo não protestou e apesar de preocupado e desconfiado ChanYeol não se meteu no assunto.

Sozinhos no quarto KyungSoo ficou em silêncio encarando o chão enquanto sua respiração ficava tensa e o coração na mão Kai se aproximava cauteloso. Parou bem na frente dele com vontade de abraça-lo, mas preferiu a cautela com medo de ser rejeitado.

- Achei que você não viria mais. – Kai comentou inseguro.

-Achei que a visita dos seus amigos te faria bem. – KyungSoo respondeu tenso. Kai levantou o rosto dele pra se encararem e viu que apesar de parecer um forte ele estava com medo e isso fez o coração palpitar aflito.

-Me perdoa KyungSoo. – Pediu Kai urgente. – Eu não devia ter falado aquelas coisas...

-Você me machucou. – KyungSoo o encarou sério com algumas lágrimas se formando no olhar. – Doeu... Doeu muito.

- Me perdoa, por favor, KyungSoo. – Kai o abraçou urgente. – Eu estava fora de mim, com medo, raiva. Eu fui um completo idiota, mas é que ...

-Eu sei. – KyungSoo disse com algumas lágrimas escorrendo. – Eu fiquei repetindo que você não fez por mal durante todo esse tempo.

-Então você me perdoa? – Kai secou as lágrimas dele esperançoso.

-Eu acho que as coisas não voltam a ser como eram antes. – Sussurrou KyungSoo com a voz vacilante.

-O que está dizendo? – Kai o encarou assustado. – A gente ainda pode ficar junto... Eu prometo pra você que vou ser uma pessoa melhor. Me dá mais uma chance, por favor. – Kai pediu deixando vários beijos no rosto de KyungSoo.

- Aquelas coisas não se dizem. Você poderia ter dito qualquer outra coisa pra me afastar de você, menos aquilo – Sussurrou KyungSoo sem o afastar.

- Me perdoa. – Pediu mais uma vez Kai fechando os olhos e continuando com os beijos que KyungSoo estava aproveitando pois ele também fechou os olhos pra deixar marcado a sensação. – Passei dias me condenando por aquilo e com muito medo de te encarar, mas estamos aqui. – Parou e encarou, KyungSoo abriu os olhos lentamente sem dizer uma palavra.

- Não poderia ser como antes. – KyungSoo disse após uma longa pausa. Kai sentiu o coração reprimido ao ouvir aquilo.- Ainda sinto muita mágoa... E você deve se sentir muito sozinho e confuso com as coisas, mas não justifica o que fez e você sabe disso.

- KyungSoo...

-Fica quietinho, tá? – Pediu KyungSoo levando o indicador a boca dele pra que fizesse silencio. – As coisas entre nós não poderiam jamais voltar ao que era antes, tampouco seguir no mesmo rítimo. Você não pode agir sem pensar Kai, nem comigo, nem com seus amigos e muito menos com sua família. Então pense muito bem no caminho que quer seguir.

- Kyungie, eu te amo. – Kai sussurrou. – Eu quero ficar com você, me deixa voltar pra sua vida, por favor...

-A gente não pode mais voltar ao que era antes, pelo menos não enquanto estiver doendo aqui dentro. – Apontou para o coração. – Mas podemos começar de novo, com um ritimo diferente.

-Então a gente ainda pode ficar junto? – Kai sorriu segurando a cabeça dele pronto para beijá-lo.

- Eu estou no comando agora Kai. – KyungSoo ditou. – Não esqueça que é a sua última chance. Eu não vou ser humilhado de novo e eu falo sério.

-Não vai se arrepender, eu juro. – Kai o beijou afoito apesar do curativo do Kai próximo a boca que comprometia um pouco os movimentos, mas isso não fez diferença porque tinha gosto de saudade e reconciliação. Eles se desejavam e sincronizavam os movimentos das línguas num rítimo perfeito de reencontro e recomeço até precisarem de ar novamente.

- Agora eu preciso ir... Os meninos estão me esperando e já está tarde. – Disse KyungSoo ofegante.

-Mas já, tava tão bom? – Kai reclamou o envolvendo no abraço.- Um beijo é muito pouco pra gente. – Procurou a boca dele novamente tão necessitado como antes e KyungSoo acabou cedendo com a mesma necessidade de antes até caírem no sofá.

-Agora chega...- Pediu KyungSoo quando se separaram. –Kai... – Tentou empurrá-lo de cima de si, mas o menino não parava de enchê-lo de beijo. – Kai, eu falo sério.

-Ah KyungSoo, a gente acabou de voltar, onde já se viu uma volta rapidinha assim? – Reclamou Kai parando com os beijos.

- Os meninos estão esperando. – KyungSoo tentou argumentar.

-Eles que esperem...- Bufou Kai.

-Olha. – KyungSoo o repreendeu. – Não esqueça o que te falei.- Empurrou Kai e se levantou. – Agora eu preciso ir mesmo antes que alguém entre aqui.

Mal KyungSoo fechou a boca a enfermeira voltou pra vistoriar a bagunça que os meninos deixaram. Não reclamou muito porque eles deixaram tudo limpinho de novo e recolheram as embalagens de comidas e bebidas e foi embora.

-Preciso mesmo ir Kai. – KyungSoo disse sério. – Já está tarde pra voltar ao Órion.

Kai fez uma cara de decepcionado e perguntou:

-Vai voltar amanhã? – Fez um biquinho ao final.

-Volto. – KyungSoo respondeu e desfez aquele bico com o ultimo beijo aquela noite.

 


Notas Finais


Oi e então, me desculpem pela cena do KyungSoo foi na pressa a conta gotas por aqui. Mas teve outras cenas que foram legais não foi?
Sobre esse final de semana dos meninos ele ainda não terminou porque tem o domingo, por isso não foram ao boliche, mas continuo a dizer que preparem o coração para grandes surpresas, não sei se vai ser no próximo capítulo ou em outro, mas está já a ponto de explodir.
Sobre o próximo capítulo vocês viram que não teve cena dele e eu também não sei se vai dar pra postar no próximo final de semana, mas qualquer coisa eu aviso.
Obrigada pela compreensão de todos e por lerem até aqui. Não preciso dizer né que estou ansiosa por comentários, então por favor sejam legais e carinhosos comigo.
Obrigada por tudo, beijos e até mais!


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