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História Colégio Lady Lifelong - A Garota Gentil


Escrita por: danifranco

Notas do Autor


Boa leitura :D
Tentarei postar o próximo logo ^0^

Capítulo 2 - A Garota Gentil


Chegamos numa sala que era um pouco apertada por conta da quantidade de materiais de limpeza que haviam socado ali e ela me entregou uma vassoura sem dizer nada.

- Então... Você tá aqui há quanto tempo? –tentar puxar assunto seria bom, mesmo depois do que ela fez, não queria mais uma pessoa me odiando no mundo. Enquanto caminhávamos de volta para o refeitório ela pareceu pensar se ia ou não me responder. Por fim ela me tirou daquele vácuo.

- Quase dois anos.

- O QUÊ?! Eu achei que fosse no máximo um ano e meio, sei lá, mas dois anos!?

Trixie me encarou pela primeira vez e compreendeu pela minha expressão que eu não estava brincando. Ela não parecia mais irritada comigo, mas sim triste.

- Você já deve ter ouvido falar daqui, mas é pior do que dizem ser lá fora. É raro ver alguém conseguir sair, ninguém é bom em tudo, sabe?

Nesse momento chegamos ao local da lamentável tragédia que tinha tomado um minuto de silêncio e começamos a varrer, cada uma de um lado, e por isso não consegui tirar minhas dúvidas sobre o que ela havia dito. Eu era boa em tudo, até onde sabia. Quando terminamos notei o refeitório vazio e um som agudo adentrou meus tímpanos sem qualquer aviso.

- A gente se vê por aí. –ela disse, correndo para sua sala, que ela sabia muito bem onde ficava, me deixando sozinha com duas vassouras, uma pá e várias perguntas. Maravilha! Fui até a salinha, que muito agradecida lembrei onde ficava, e guardei as coisas. Claro, não podia esperar menos da garota que havia me empurrado, não é?

- O que faz aqui? –me virei para ver de quem aquela voz pertencia e me deparei com uma mulher com cara de o quê? Isso mesmo! Reprovação. – E trajando essas roupas? –só pra deixar claro, minhas roupas não tinham nada de errado como ela fez parecer, na verdade são maneiríssimas.

- Ahn... Eu... –dei um longo suspiro e contei tudo a ela. Bom, quase tudo.

- Bom, Srta...

- Rainbow Dash. –revirei os olhos para toda aquela formalidade. Estava com tanta saudade da minha escola, e olha que nunca pensei que diria isso.

- Srta. Dash, me acompanhe, por gentileza. –assim o fiz, cansada de tanto andar naqueles corredores. Vista de fora aquela escola não parecia ser tão grande.

A Sra. Seiládasquantas me levou para um banheiro após pegar um uniforme que quando provei serviu perfeitamente em mim. Ele era ridículo, um blazer extra social de tom verde musgo com uma saia pregueada mais ridícula ainda, também de tom mofado. Não tinha dado atenção para a feiura daquilo no corpo das outras. Enfim.

- Ficou perfeito! –ela contemplou aquilo que chamavam de uniforme e passou as mãos nos meus cabelos rebeldes, meio que deixando-os mais “mansos”. –Ok, agora seus horários.

Ela me deu uma pequena bronca dizendo que deviam ter sido as primeiras coisas a serem feitas, mas me atentei apenas quando ela me entregou a folha que determinaria todos os meus dias seguintes. Caramba, esse pensamento era tão motivacional. Ainda mais que o tempo que eu ficaria ali era... (engole em seco) Indeterminado.

- Tá, valeu, Senhora... Hã...

- Sou a Sra. Allen. De nada. E mais uma coisa: se quiser sair daqui terá que mudar essa forma de se comunicar. –ela me deu essa bronca e literalmente me empurrou para fora do banheiro. Eu só tinha falado “valeu”, fala sério.

Dei dois passos, olhando para o pequeno papel nas minhas mãos. Primeira aula: Artesanato..? Que tipo de escola ensina algo assim? Aqui nem mesmo é pra velhos. Cheguei a sala indicada e entrei, chamando a atenção de todos no ato. Vou ter que me acostumar com isso.

- Pois não? –a professora que estava sentada em uma mesa de frente para todas as garotas se dirigiu a mim. A mão suja de tinta e glitter foi limpada antes dela chegar até mim e me cumprimentar.

Contei tudo para ela e fui recebida por sorriso estonteante e uma apresentação exagerada demais de minha pessoa.

- Essa é a Srta. Dash, uma nova estudante que veio de Cloudsdale. –algumas disseram um ‘oi’ bem desanimado em resposta e a professora prosseguiu inabalada. Dava pra sentir em vibração a felicidade que ela carregava. –Eu sou a Sra. Lake, espero que sejamos amigas. Agora, escolha qualquer lugar para se sentar, Srta. Dash.

Analisei os rostos pela primeira vez e localizei um conhecido. A garota gentil estava lá, com um lugar vazio a seu lado. Claro que eu me sentaria lá. As mesas não eram individuais, e sim quatro longas mesas de madeira uma atrás da outra.

- E aí? –disse sorrindo, nem sabendo o motivo do meu coração ter ficado mais calmo ao vê-la ali. Me sentei e ela me olhou por cima da franja, vi a boca dela mexendo, mas não tenho certeza se ela chegou a me responder. Os olhos dela voltaram à obra que estava fazendo, um vaso, que devia ter gasto boas horas para estar daquela forma. Estava pintado e enfeitado, o que me fez pensar se já não estavam fazendo aquilo em algumas aulas.

- Srta. Dash, receio que não poderá participar dessa aula do vaso de flores por falta de tempo. Mas na próxima aula já começaremos algo novo. –ela sorriu animadamente e voltou a terminar o seu, que estava incrivelmente belo.

Olhei para todos os vasos no meu momento de tédio e voltei para o da garota de cabelos rosa. O dela era o mais fofinho, cheio de passarinhos e formas delicadas que acompanhavam as cores suaves. Ela fez uma última linha que finalizou com um lacinho e estava pronto. Se eu fosse uma flor com certeza gostaria de estar naquele vazo, quer dizer, eu poderia ser a flor mais feia e sem graça e mesmo assim me acharia linda. Deixei esse elogio guardado pra mim, vai saber o que ela acharia disso.

Parecendo sentir meu olhar ela se virou parcialmente para mim e disse alguma coisa. Me aproximei um pouco e atentei os ouvidos, mas não consegui entender mesmo assim. Cacete, será que ela tem algum problema na garganta? Ok, ok. Pode ser culpa minha de escutar músicas com os fones no último volume...

- O que achou? –finalmente compreendi. Era engraçado o jeito que ela me olhava, o pescoço praticamente escondido por manter a cabeça baixa.

- Ficou muito bom. Isso vale nota? –perguntei ao perceber que ela não responderia nada do meu elogio sincero. Nunca fui boa em manter uma conversa, muito menos com uma pessoa que mal consegue falar no tom necessário para ser ouvida.

Ela fez um aceno positivo com a cabeça e a garota do seu lado a cutucou para, provavelmente, conversarem sobre o vaso uma da outra. Isso me fez pensar no que Trixie havia falado. “Ninguém é boa em tudo.” Acho que agora entendi o que ela quis dizer. Fudeu.

O sinal soou e olhei todas irem embora antes de checar no cronograma que tortura de aula seria agora. A garota gentil se despediu de mim com um aceno e foi embora, conversando com a amiga dela. 



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