Alguém pulou contra o Lich e impediu que eu fosse atacada. Quando olhei, era Marceline. Ela jogou Lich longe e parou em cima dele.
- O QUE IA FAZER LICH? - A vampira estava com muita raiva, apertava o pescoço do garoto.
- SE POSSÍVEL MATAR ESSA ROSADA. - Fez um movimento com as pernas e tentou atacar Marceline, mas a vampira prendeu novamente o garoto.
- Lich, eu só vou falar uma vez. Fica longe dela. - Levantou e largou ele. - A gente se vê no torneio, babaca.
- Não perde por esperar vampira. - Lich se levantou e foi embora.
Marceline se aproximou de mim.
- Ei, ta tudo bem? - Se abaixou.
- Torci o pé, ta doendo. - Sentada no chão.
- Consegue caminhar?
- Acho que não.
- Vem cá que eu te levo pra casa. - Marceline me pegou no colo. Me assustei de começo, mas logo me senti confortável, apoiei minha cabeça entre seu ombro e seu pescoço. - Você mora onde?
- Pode seguir reto. Vou te guiando. - Olhei direto em seus olhos.
- Tudo bem. Por favor toma cuidado com eles. - Falou em um tom doce, me derreti.
- Fui idiota em responder ele. Mas eu não sabia que ele era assim. - Coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço, aquela sensação de estar flutuando era maravilhosa.
- Não foi idiota, eu faria a mesma coisa. - Sorriu. Espontâneo. Primeira vez que eu via aquele sorriso. Olhei, estava vidrada e não conseguia desviar o olhar. Ela percebeu e me olhou, sorri de volta.
- Vira aqui a esquerda.- Quando viramos, Marceline inclinou o corpo e "deitou" no ar.
- Agora pode esticar a perna que esta machucada - Sorriu novamente.
- Obrigada, Marceline. - Encostei minha cabeça em seu peito, pude ouvir seu coração. Estava batendo rápido. Como essa vampira que mal conheço, que está me ajudando, e que me salvou, poderia ser do mal? Finn estava com certeza errado. - Abri os olhos e estávamos na minha rua.
- É naquela casa ali na frente. - Voltei a deitar a cabeça na vampira.
- Tudo bem. A janela do seu quarto está aberta? - Perguntou curiosa.
- Deve estar. Vai entrar pela janela? - Ri.
- Vou sim. - Quando percebi, estávamos dentro do meu quarto. Ela me largou em cima da cama, com uma delicadeza que eu mesma não tinha.
- Vai precisar enfeixar. Tem kit de primeiros socorros? - Levantou.
- Tenho, está ali no armário. - Apontei.
Ela foi até o armário e pegou o kit, com cuidado, passou uma pomada para dor em meu tornozelo e enfaixou.
- Precisa descansar. Eu vou indo embora.
- Não, espera. Fica mais um pouco. - Pedi, mas com receio. - Eu estou com fome, vamos comer alguma coisa? - Que desculpa mais boba, Bonnibel.
- Vamos sim. - Sorriu. - Obrigada pelo convite. Te levo. - Me pegou no colo novamente.
Descemos as escadas e fomos até a cozinha, preparei alguns sanduíches e lavei alguns morangos para Marceline.
- Estão muito bons esses morangos. - Sugando o vermelho deles. - Você é rosa igual Jujuba. - Rindo.
- Essa é a primeira vez que me chamam de Jujuba. - Sorri. - Gostei...Marcy, posso te chamar assim?
- Pode. - Sorriu. Ai, aquele sorriso, estava me matando.
Conversamos sobre os torneios. Elogiei sua performance e que eu estava muito animada com as aulas de laboratório, já que era minha especialidade. Marcy me contou que sempre gostou de lutas e que queria seguir esse caminho. Ficamos um bom tempo conversando até que a vampira me levou até meu quarto novamente.
- Bom, melhor eu ir. Não quero te atrapalhar...Princesa Jujuba. - Sorriu de canto e abaixou a cabeça, ficou com vergonha.
- Nos vemos amanhã? Rainha vampira? - Sorri de volta e me aproximei para abraçá-la.
Quando nos abraçamos, tive a sensação de que já nos conhecíamos a algum tempo. Era um abraço de aconchego, um lar, me senti em casa. Marceline se afastou e voou pela janela.
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