Eu já estava cansado de ficar em casa. Depois que o colegial acabou, tudo ficou mais sem graça e preto-e-branco do que já era. Meus últimos dois anos foram assim; completamente tediosos, sem cor ou movimentação.
Eu não tenho muitos objetivos, na verdade, o meu único objetivo no momento é aprender a letra da nova música do EXO.
Passei a mão nos meus cabelos, soltando um suspiro logo depois. Eu tinha que levantar daquela cama e me arrumar para ir na nova casa do Jin. Ele finalmente tinha comprado uma casa para morar sozinho, e ele estava bastante empolgado. Minha motivação para levantar foi uma mensagem que ele me mandou.
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Omma Jin: Jungkook, você ainda não saiu da cama, não, é?
Omma Jin: Sua criança irresponsável!
Omma Jin: Eu vou cozinhar pra você e pro Hoseok, então trate de chegar logo!
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Com certeza, de todas as comidas caseiras do mundo, a melhor é a do Jin. Molhei os lábios ao pensar no sabor do último Japchae que ele fez, estava delicioso. Eu adoro a comida do Jin. Levantei da cama e fui tomar banho. Eu senti que só um banho não tiraria o sono que eu estava sentindo, então eu terminei o banho, troquei de roupa e desci para tomar café.
— Bom dia, Jungkook! — Rosé, a filha da minha antiga babá e minha irmã de consideração diz.
— Bom dia, nonna — Bocejei. — Põe uma caneca de café pra mim, por favor?
— Unhum. Já volto. Rosé foi colocar meu café, enquanto eu conversava no celular com os meninos.
Meus pais estavam viajando de novo, me deixando aos cuidados de Rosé e da sua mãe. Eu já estava acostumado com nisso. Na verdade, era diferente tê-los por perto. Mas eu não ligo muito para isso.
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“Família Feliz”
Hobi: ESTOU A CAMINHO
Omma Jin: Bem que você poderia passar na casa do Jungkook e acordar aquela criança birrenta, né?
Hobi: Eu até que queria, mas eu vou de carona
You: eu não quero que você venha
Hobi: Bom dia pra você também, Jungkook!
Omma Jin: Estou fazendo japchae, Kookie
Omma Jin: E também fiz pão caseiro :)
You: Porra Jin, não fala essas coisas assim na lata
You: Eu tava tomando café e me engasguei
Omma Jin: Deixa de drama e vem logo
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— Estou saindo! — Gritei, atravessando a sala.
— Para onde você vai, Jungkook?
— Vou na casa nova do Jin. — Coloquei meus fones em meus ouvidos. — Até mais tarde, nonna!
Fechei a porta e voltei a caminhar. Eu não queria ir de carro, e a casa do Jin não ficava tão longe assim. Eu nunca tinha andado pelo bairro, mas ele me enviou a localização por mensagem. Eu não iria me perder.
Atravessei a rua e vi a tal praça que Jin tinha citado como referência. Fiquei impressionado com a quantidade de crianças ali tão cedo. Me perguntei se minha vida teria sido diferente se meus pais tivessem me trazido a alguma praça como essa na infância. Bobagem.
Coloquei as mãos dentro dos bolsos da calça jeans, olhando ao meu redor e movendo os lábios, cantarolando a música que estava tocando em meus fones. Eu estava distraído olhando as crianças brincarem na praça. Um garoto esbarrou em mim, caindo logo depois. Eu abaixei para ver o machucado do menino, mas ele começou a chorar. Eu não sabia lidar com crianças.
— Desculpa, ele é muito desastrado! — A mulher que supus ser a mãe do garotinho diz.
— Tudo bem. — Sorri, colocando os fones nos meus ouvidos novamente.
Observei a mulher levar o garoto para uma loja de doces que estava bem cheia. Várias crianças saiam de lá sorridentes e com pirulitos gigantes nas mãos. Minha atenção foi tomada por um vendedor da loja. Os fios alaranjados ganharam toda minha atenção, e eu não conseguia parar de olhá-lo. Senti minha boca ficar entre-aberta. Eu estava impressionado? Mas com oque?
O rapaz tinha cabelos tingidos de laranja, avental rosa claro e lábios carnudos. O jeito doce com que ele tratava as crianças que entravam lá era admirável. Eu não teria tamanha paciência. Resolvi ir até a loja de doces em que o tal garoto estava, eu queria vê-lo de perto. Não sei oque esse garoto despertou em mim, mas as cores presentes nele me fizeram ficar inquieto e com uma vontade enorme de falar com ele. Eu não sabia oque estava acontecendo.
Adentrei a loja, ainda com os olhos fixados no garoto. Ele sorria toda vez que atendia alguém, oque me fez querer sorrir também. O olho dele acompanhava o sorriso. Era o eye smile mais bonito que eu já tinha visto.
— Jimin! — Escuto uma voz irritante soar. — Atenda esse garoto!
— Já estou indo!
Saí do meu transe quando percebi o alaranjado andar em minha direção. Minhas bochechas coraram. Eu retirei os fones do ouvido com pressa.
— Deseja alguma coisa? — Perguntou.
— Ahn, uh... Sim! Três barras daquele chocolate ali. — Improvisei.
— Claro! Um minuto, já trago.
Ele foi até a estante em que os chocolates estavam. Ficou na ponta dos pés para pegar as barras. Adorável. Ele pegou as barras, foi até o balcão e registrou a compra.
Ele me chamou, fazendo sinal com as mãos. Ele tinha mãos pequenas e gorduchas, parecidas com as de bebê. Totalmente adorável. Eu queria poder ficar ali o dia todo reparando nele.
— Muito obrigado, e volte sempre! — Estendi minha mão com o dinheiro, ele pegou e sorriu, fazendo o eye smile novamente. Sorri de volta.
— Eu voltarei, com certeza.
C O L O R F U L L
Eu já estava andando pelo bairro há mais ou menos dez minutos e nada de achar a casa do Jin. Meu celular tinha descarregado. Eu estava totalmente perdido.
Resolvi voltar para a praça e ligar para o Jin de algum telefone público. Chegando lá, olhei ao redor, procurando algum telefone público. Nenhum. Eu pensei em voltar para casa, mas eu também não sabia mais o caminho. Que droga!
Fitei as ruas, tentando reconhecer alguma. Nenhuma me parecia familiar. Pensei em pedir ajuda ao Jimin, o garoto de cabelos alaranjados que não saía da minha cabeça. Olhei para a loja, mas ele não estava mais lá. Provavelmente seu turno já acabou.
Comecei a andar em círculos pela praça, tentando pensar em algum modo de sair dali. Que droga, hein Jungkook? Nem pra achar uma casa você serve?
— Precisa de ajuda?
Me virei, vendo o garoto alaranjado. Agora, ele estava sem o avental rosa claro. Estava de moletom e calça jeans. Aish! Ele é adorável demais!
— Uh... Eu meio que... Estou perdido.
— Ah, você não conhece esse bairro? — Ele inclinou a cabeça.
— Não. Estou indo visitar um amigo, mas não consigo chegar na casa dele.
— Ah, eu posso te ajudar. Lembro de você. Meu nome é Jimin. — Sorri.
— Jungkook. — Também sorrio.
— Bem, você sabe o nome da rua e o número da casa?
Digo o endereço à ele.
— Ah, eu sei onde fica. Quer que eu te leve lá?
— Não quero te incomodar... — Cocei a nuca.
— Que isso! Vamos, não é longe daqui.
Ele começou a andar, e eu fui atrás. No caminho, nós conversamos um pouco. Ele disse que trabalhava na loja de doces por meio período aos sábados. Chegamos na casa do Jin.
— Muito obrigado, Jimin! Eu ainda estaria perdido de você não tivesse me ajudado!
— Não precisa agradecer! — Eye smile. — Tchau, Jungkook!
— Tchau, Jimin! Fico te devendo essa!
Ele acena para mim e vai embora. Eu fiquei parado na porta da casa de Jin por uns dois minutos.
Jimin não saia da minha cabeça. Eu queria conhecê-lo melhor. Queria ser amigo dele. Queria poder tocar no cabelo, na pele e ouvir suas risadinhas. Queria poder pegar nas mãos gorduchas e apertar as bochechas.
Espera, porque eu estou pensando essas coisas? Aish!
Mas no fundo era verdade. Eu queria mergulhar nas cores de Jimin. Bati na porta, o Jin apareceu e me puxou para dentro da casa, dizendo que eu era lento demais
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