História Colored Life - You Accept?

          May on

Havia dormido de novo na casa dos meninos e no quarto do Luke, então acordei com ele respirando tranquilamente ao meu lado.

Confesso que não sabia ao certo o que eu sentia ou queria com o Luke ou o que estava, exatamente acontecendo entre nós. 

Balancei seu peito lentamente, que estava coberto apenas pelo edredom. Luke abriu os olhos aos poucos, respirou fundo e se espreguiçou. Quando finalmente me viu, passou um de seu braços por baixo do meu corpo e me puxou para si, massageando minha bochecha com o dedão da outra mão. 

Ficamos em silêncio por um tempo. Apenas um olhando os olhos do outro até ele juntar nossas bocas no que deveria ser um beijo mas, virou um selinho por causa do despertador que tocou de novo, arrancando um sorriso meio constrangido dos meus lábios e juntarmos nossas testas.

- Se eu pudesse passava o resto do dia assim. - falou ele baixinho.

- Mas, infelizmente, não podemos. - roubei um selinho e levantei - Vamos, levanta, se não vamos chegar atrasados!

Peguei minha roupa e andei até o banheiro.

- Posso ir também?

- Não. - virei e fechei a porta mas, no espelho eu vi que tinha um sorriso bobo e que minhas bochechas estavam corando.

Entrei e tomei meu banho, desejando que toda a preguiça descesse pelo ralo junto a água. Teminei e vesti a roupa, quando saí, Luke ainda estava na cama olhando para o nada, logo desviou o olhar pra mim e sorriu. 

Levantou da cama e antes que eu esperasse, ele me puxou por trás e deu um beijo demorado no meu pescoço antes de entrar no banheiro.

Saí do quarto e desci as escadas. Amber logo saiu da cozinha com uma caneca na mão.

- Ah, bom dia May. - disse e eu sorri - O que é isso no seu pescoço?

- O que? - andei até ao espelho do banheiro ali de baixo - Não acredito...

- Isso é um chupão? - perguntou aparecendo ao meu lado.

- É o que parece... - disse passando os dedos na marca vermelha que ficava roxa no meu pescoço - Ah, mas eu mato o Luke.

Amber soltou uma risada e saiu. Saí atrás, encontrando Zoe descendo as escadas. 

- Bom dia.

- Bom dia Zoe. - respondeu Amber.

- Oie. - respondi com o pensamento ainda na marca no meu pescoço.

- Isso é um chupão? - perguntou a morena de fios azuis andando até mim pra dá uma "analisada" - Nossa!

- Meu Deus.

Amber só ria. Entrei na cozinha e fui tomar o meu café. Sentamos todas na mesa. Logo, Calum e Michael apareceram juntos e se juntaram a mesa.

- Nossa May, isso é um chupão? - perguntou o moreno já rindo da marca roxa que se formava. Revirei os olhos e deixei que Zoe assentisse por mim. 

- A noite foi boa hein! - exclamou Michael rindo, o fuzilei com o olhar - Calma Mayzinha.

- Bom dia. - disse Luke, passando pela porta. Sorriu para mim e se sentou do meu lado. Percebi que ele já havia visto no que aquele "beijo" tinha se formado no meu pescoço e prendeu o riso.

- Bom dia gente. - disse o Ashton se juntando a nós com a Cloe que apenas sorriu - May, isso é um chupão? 

- Ah Ashton, até você! - gritei fazendo todos ali caírem na risada, inclusive o Luke - Eu acho até melhor você calar a boca!

Ele botou a mão na boca mas, até eu já estava rindo. No final Luke me deu um beijo na bochecha e voltamos a tomar nosso café.

Acabei indo pra escola no carro do Luke junto com ele. Amber havia me dado uma base pra passar no pescoço antes de sairmos. E eu passava loucamente pela minha pele mas a marca roxa não queria sumir.

- Deixa May, é só uma marquinha.

- SÓ UMA MARQUINHA? - o fiz rir, de novo - É porque não é você que está com o buraco negro no pescoço! Daqui a pouco nasce até estrelas aqui!

Luke então começou a gargalhar. Revirei os olhos e continue a passar a base.

- May, você já tem alguma ideia de como conseguir as provas contra a Cármen?

Soltei o ar dos meus pulmões, voltando a sentar direito.

- Não faço a menor ideia.

- A Amber me falou que tinha te falado umas coisas...

- É só que...

Eu não queria contar para o Luke. Na verdade eu sentia um pouco de ciúmes. O plano, pelo menos o começo dele, envolvia Luke fingir que ainda me odiava e se aproximar da Paty, conseguir a confiança dela mas, eu tinha medo do quão longe essa "confiança" poderia ir. 

- May...?

- Luke, eu só não acho uma boa ideia.

- E por quê não? 

- Porque não é!

- Você nem me contou!

- Luke, por favor.

Luke então parou o carro no lado da pista e olhou pra mim.

- Você quer ou não separar seu pai e a Cármen?

- Luke, a gente vai chegar atrasado. 

- Quer ou não?

- É claro que eu quero! 

- Então me fala o plano.

- Argh! - resmunguei - Eu não quero fazer esse plano.

- Por que não?

- Porque envolve você se envolver com a Paty! Fingir que ainda está brigado comigo e se aproximar dela!

- Você está com ciúmes?

- Luke, eu... - cobri o rosto com as mãos. Afinal, eu admitia pra mim mesma que estava com ciúmes mas, nem tinhamos nada demais, e dizer aquilo para o Luke... 

- Olha May, se eu quisesse algo com ela, estaria com ela e não aqui com você.

Levantei a cabeça e o olhei. Aqueles azuis me reconfortavam mas, algo ainda me incomodava naquele plano. 

- Acho melhor você voltar a dirigir, já estamos meio atrasados.

Ele sorriu de lado e voltou a cursar nosso caminho. Fomos o caminho sem conversar. Eu estava enterrada demais nos meus pensamentos. 

(...)

Já era o último horário. Eu havia combinado com o Luke que, mesmo que não tínhamos certeza do plano, iríamos fingir que ainda não iamos um com a cara do outro. 

Passava pelo corredor já vazio, indo para a minha aula de história. Já temia aquela aula. Iria tirar um bom sono.

- Psiu! - ouvi alguém. Olhei pra trás mas, não vi ninguém - Olha pro lado! - era uma voz bem baixinha. Olhei na direção e a porta do zelador estava entre aberta - Aqui! - a voz saía de lá.

Andei devagar, abri lentamente mas, antes que eu pudesse pensar, uma mão me puxou pra dentro, fechou a porta e lábios se juntaram aos meus. Quando percebi quem era, sedi o beijo, me entregando a ele.

- Não aguentava mais.

- Luke, a gente tinha acabado de se ver.

- Mas eu não podia te segurar assim. - apertou mais ainda minha cintura - Nem te beijar.

E atacou meus lábios novamente. Soltei minha mochila e a larguei no chão. Luke me apertava contra ele e eu amava aquilo. Havíamos dormido juntos e ficamos quase a manhã inteira "juntos" mas, mesmo assim, eu sentia falta daquilo.

- Luke, - nos separei - o zelador não vem aqui não?

- Esse horário não, ele já foi embora.

Assenti e voltamos a nos beijar. As mãos de Luke então passaram para a barra da minha blusa. Meu coração disparou mais ainda. Minhas unhas cravaram mais ainda no seu pescoço.

E então elas foram subindo e apertou minha cintura novamente. Quando suas mãos já chegavam perto do meu sutiã, eu segurei seus braços e separei o beijo.

- Eu... Eu acho que... - estava ofegante. Não queria abrir meus olhos, sentia minhas bochechas queimando de vergonha.

Senti suas mãos irem para o meu rosto. Ele me deu um selinho depois um beijo na testa. Finalmente abri os olhos.

- Quando você estiver pronta. - disse e sorriu. Sorri junto e roubei outro selinho - Falando de outra coisa... - se separou um pouco - Você viu que anunciaram o baile de formatura?

Assenti.

- Vi. Nem acredito que já vamos nos formar.

- Precisamos arranjar um par. - sorriu sapeca.

- Ah é? - me aproximei e passei os braços pelo seu pescoço.

- É. Estava pensando em chamar a Paty...

Fiz cara feia. O que ele tinha dito? Só que ele começou a rir, fazendo um enorme interrogação surgir em minha testa. 

- É claro que eu não vou chamar a Paty, May! - e segurou minha cintura. Cruzei os braços e fiz bico mas, essa parte era só brincadeira.

Luke começou a dar vários beijinhos em minha bochecha até passar para o meu pescoço. Descruzei meus braços e fechei os olhos. Ali era ponto fraco.

- May, - disse depois que voltou a olhar em meus olhos - Você aceita ir ao bale comigo?

Abri um sorriso e assenti.

- Sim, eu aceito.