May on
Depois que a aula acabou, fui na casa dos meninos com o Luke para apenas pegar o meu carro e voltei para casa. Logo que abri a porta, Meg estava varrendo a sala e sorriu pra mim.
- Pensei que não voltaria mais pra casa! - ri.
- Passei o fim de semana na casa dos meninos, esta tudo bem por aqui?
- Sim, inclusive seu pai está ai.
- Jura? Talvez ele não achavasse que eu iria voltar tão cedo.
- Não diga isso! Ele vai gostar de saber que você está aqui.
- Hum. O que tem pra comer? - fui para a cozinha e encontrei a mesa pronta, mau esperei e comecei comer.
Já havia acabado quando meu pai finalmente desceu e chamou por Meg. Saí normalmente da cozinha me deparando com ele. Seu olhar me analisou, um pouco surpreso.
- May.
- Oi pai.
- Não vi você chegando... - assenti com a cabeça e ficamos em silêncio, depois ele também concordou mas o silêncio continuou ali.
- Olha pai, não quero ficar brigada com você e não tem por quê você também ficar. Você não parava mais em casa e então na noite em que fui dormir fora, você vem pra casa. Não foi culpa minha e você não deveria estar chateado.
Ele parou para pensar.
- Não estou chateado. Acho que nos distanciamos, apenas isso.
- Então está tudo bem entre a gente?
- Claro, filha. - e o abracei. Ele retribuiu o abraço e ficamos ali por alguns segundos - Bom, preciso ir. Nós vemos a noite, O.K.?
- Uhum. - sorri. John me deu um beijo na testa e saiu. Poderia ter sido apenas uma conversa simples, mas depois daquilo eu me sentia muito melhor.
- May? - Meg me chamou a atenção - Você não está atrasada?
Arregalei um pouco os olhos e olhei o relógio. É, eu realmente estava.
- Merda! - corri e peguei as minhas coisas, sorte que a mochila com minhas roupas já estava no carro.
- Olha a boca May! - gritou Meg me fazendo rir. Entrei no carro e dei a partida.
Poucos minutos depois eu já estava na companhia. Corri pra minha sala e acabei abrindo a porta um pouco com força demais, fazendo todos me olharem, inclusive a professora.
- Olha aí ela! - disse ela - Vejo que perdeu a hora.
- Não acontecerá novamente. - falei e sentei na arquibancada com as outras meninas.
- Bom, como eu dizia, a competição foi adiada por conta de algum imprevisto que não sabemos.
- Adiada?
- Isso significa que você terá mais um mês para ensaiar, May.
(...)
- Você quer que eu vá te buscar?
- Não Luke, estou de carro.
- Então vem pra cá e nós saímos. - entrei no carro.
- Luke, eu estou super cansada.
- Por favor May! A menos que você não queira me ver...
- Você não vai desistir né?
- Você sabe a resposta.
- Ta bom, Luke. Eu vou.
- Isso! Até daqui a pouco Linda.
- Até Luke. - desliguei a ligação e respirei fundo, depois dei a partida.
Luke já me esperava na frente da casa quando eu cheguei. Abaixei o vidro e ele andou até o carro. Quando ele já ia abrir a porta eu o interrompi.
- Você dirige! - disse e joguei a chave. Ele revirou os olhos e deu a volta enquanto eu ia pro banco do passageiro.
- Só você mesmo, May. - falou entrando no carro e fechando a porta.
- Oi pra você também.
Luke sorriu, com seu braço puxou minha cintura e selou nossos lábios. Depois me soltou e virou a chave dando a partida.
- Só você mesmo. - brinquei e ele deu risada - Aonde vamos?
- Onde você acha? - soltei uma risada e revirei os olhos.
Luke estacionou naquele beco, subimos aquelas escadas e paramos naquele terraço. Sentamos um do lado do outro no canto, ao lado de um cano. Ele me envolvia em seus braços e entre suas pernas e eu deitava em seu peito.
- May, - chamou ele. Levantei um pouco a cabeça - A Paty falou comigo hoje.
- O que ela falou? - levantei para enxergar seus olhos.
- Ela, tecnicamente, me chamou pra sair. Disse que já está na hora de sairmos de novo.
- E você vai?
- Você quer que vá?
- Isso tem a ver com o plano ou nós?
- Existe um nós? - sorriu de lado e levantou a sobrancelha. Senti minhas bochechas corando e desviei o olhar. Luke soltou uma risada gostosa de se ouvir - Eu falava do plano.
- Ah. É... Já te falei que eu não estou tão disposta a aceitar esse plano.
- É uma oportunidade...
- Você quer fazer ele?
- Eu quero te ver bem e se você quer tanto descobrir o que a Cármen está tramando, eu faço por você.
- Não sei se quero tanto assim.
- Pense nisso. - assenti com a cabeça ainda olhando para o chão - Mas falando sobre nós...
Olhei em seus olhos e me senti corando de novo, mesmo eu querendo saber o final daquela conversa.
- O que que tem?
- O que você quer que eu seja seu?
- É... Eu... Hum. Não sei... - ele botou um mecha do meu cabelo atrás da orelha e depois passou o dedão pela minha bochecha - O que você quer que eu seja sua? - dei enfase no "você".
- Eu quero ser o que você quer que eu seja. - soltei uma risada.
- Que confuso. - ele também riu. - E se eu disser que quero apenas que você seja meu.
- Ser seu? - levantou a sobrancelha novamente.
- Uhum.
- Então eu serei apenas seu.
Abri um sorriso e ele me beijou.
(...)
Depois de deixar Luke em casa eu fui para a minha. Assim que cheguei me deparei com meu pai sentado no sofá.
- Oi pai.
- Olá May. - passei para subir as escadas - Ah, May! A Cármen e a Paty estão ai.
- Ah. - tentei sorrir e subi as escadas. Passava para meu quarto quando ouvi elas no banheiro e voltei pra ouvir.
- Mãe, isso não vai dá certo. - provavelmente era a Paty.
- Claro que vai! - elas falavam baixo.
- Como você vai conseguir a conta?
- Vou pedir.
- Pedir como? "Ah então, será que você poderia me dar o número da sua conta bancária?" sério? - ironizou.
- Claro que não! Vou dizer que o banco ligou e pediu para ir resolver um problema e já que ele está cansado demais eu vou por ele.
- Ta, é uma boa ideia.
Afastei um pouco da porta. Dentro de mim, meus pensamentos gritavam "eu sabia!". Corri pro quarto e fechei a porta. Peguei meu celular e disquei o número.
- Oi Linda.
- Luke. Preciso de sua ajuda.
- O que foi?
- Vamos fazer o plano.
- Mas...? O que te fez mudar de ideia?
- Depois te explico. Só faça.
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