May on
Era manhã de domingo. Acordei e, por alguns segundos, admirei Luke dormindo, enquanto eu pensava em diversas coisas. O fato de que eu tinha que falar com meu pai não saía de minha cabeça.
Levantei e fui tomar um banho. Quando saí, Luke ainda dormia. Resolvi não acorda-lo. Vesti minha roupa e desci. Encontrei Michael sentado no sofá, pedi para que ele avisasse o Luke que saí para encontrar com meu pai e fui para o carro.
- Alô? - disse meu pai, com a voz meia sonolenta, enquanto eu ainda estava no carro, pelo outro lado da linha.
- Me encontre na cafeteria perto de casa.
- May?
- Por favor, não me faça ficar esperando.
E desliguei. A verdade era que eu ainda estava meia decepcionada com ele, mas eu tinha que lhe dizer toda a verdade.
Dirigi até a cafeteria. Entrei, sentei e pedi um chocolate quente com um sanduíche enquanto o esperava. Minutos depois, ele passou pela porta, me chamado a atencão.
- Olá May. - disse se sentando e dando um sorriso - Por que me chamou aqui?
- Porque preciso de mostrar algo. - engoli o gole da bebida. Tirei o celular do bolso junto aos fones de ouvido e o dei - Eu sei que isso pode ser um pouco difícil de ouvir mas, você precisa saber.
Soltei o áudio e o deixei ouvir. Sua expressão ia murchando, sem saber para onde olhava. Peguei o papel na mochila e o coloquei em cima da mesa.
- Aqui está o comprovante. - faleu calma.
- Isso pode ser um engano.
- Ninguém transfere tanto dinheiro por engano.
- Alguém pode ter feito isso e ter colocado a culpa nela.
- Fala sério pai!
- Okay May, não quero falar sobre isso. - disse enquanto se levantava e saía do lugar.
Botei um dinheiro na mesa, o suficiente para pagar o que pedi e saí atrás dele.
- Pai! - corri pela calçada até toca-lo - Como não quer falar sobre isso? Essa mulher te roubou! E deve estar planejando roubar mais!
- Não May, ela não seria capaz de fazer isso.
- Como não! Você ouviu o áudio! E aqui está o comprovante dizendo que o dinheiro foi diretamente para a conta dela!
- Olha May, eu sei que você não gosta da Cármen, mas não precisa disso tudo.
- Então, você acha que eu armei tudo isso?
- Você nunca foi com a cara dela! E ela me contou o que você dizia a ela enquanto estavam sozinhas em casa!
- É tudo mentira!
- Olha May, isso não é prova suficiente.
- Como é que é? ISSO É UM COMPROVANTE DE BANCO! COMO EU PODERIA ARMAR ISSO?
- Eu não sei!
- Quer saber? Foda-se. FODA-SE! Eu pensei que você ia se tocar. A meses essa mulher te rouba! E você é cego suficiente para não enxergar isso. Eu pensei que, quando eu vinhesse pra cá, eu ganhasse um pai que eu sempre sonhei em ter. Quando a minha mãe for embora, eu vou junto com ela e espero nunca maia ver você na minha vida.
Andei até o carro, entrei, dei a partida e saí o mais rápido possível dali. Minha cabeça girava. Eu não acreditava no que havia acontecido. Estava em puros nervos.
Dirigi até a casa dos meninos. Não havia ninguém na sala. Andei até a cozinha, peguei uma cerveja na geladeira e andei até a piscina.
Sentei na borda e coloquei os pés para dentro da água enquanto dava goles longos na bebida na minha mão. Esperava estar com a cabeça fervendo mas, apenas não conseguia pensar em nada.
Bebi o último gole da cerveja e a deixei de lado. Levantei, tirei meu short e minha blusa e, daquele jeito mesmo, pulei na piscina. Senti que alguém pulou logo em seguida.
Quando voltei a superfície, me deparei com o loiro. Luke sorriu e se aproximou de mim, passando os braços pela minha cintura.
- Está tudo bem?
- Não sei.
- Por que? - balancei a cabeça - Como foi com seu pai?
- Péssimo. Ele não acreditou em mim. Acha qur eu armei tudo.
- Mesmo com todas as provas? - assenti - E o que você vai fazer?
- Nada.
- Nada?
- Só vou deixar lá, e se você não se importar, não quero mais falar sobre isso.
Luke concordou e sorriu. Ele tirou os braços de mim e se afastou, deu outro sorriso, só que um mais malicioso e jogou água no meu rosto. Sorri e joguei de volta.
(...)
- Bom dia! - dizia Luke, entre alguns beijos que dava no meu pescoço.
- Hum.
- Ta na hora de acordar ou vamos chegar atrasados.
- Prefiro a segunda opção. - senti ele levantando e entrando no banheiro - Argh!
Levantei e entrei no banheiro quando Luke saiu. Tomei um banho e depois vesti minha roupa.
- Ai droga!
- O que foi? - falou o loiro com pasta de dente na boca.
- Minha mochila ficou em casa.
- Não pode ir sem ela hoje? Eu te empresto algumas coisas.
- Não. Preciso entregar um trabalho hoje.
- Então você vai lá?
- Vou. Te encontro na escola. - dei um beijo em sua bochecha mas, enquanto saía do banheiro, ele me puxou e beijou minha bochecha, melando tudo de pasta de dente - Ai Luke!
Saí enquanto ele dava risada. Limpei meu rosto e fui até o carro. Dirigi até em casa e torci para que ninguém me vesse entrando nem saindo. Porém, quando abri a porta, fiquei estática ao ver toda aquela bagunça. Havia pratos e copos quebrados sobre a bancada e porta-retratos estraçalhados pelo chão.
- May?
- Pai? - olhei em sua direção. Ele tinha um olho roxo - O que aconteceu?
- Foi a Cármen.
- Você falou com ela?
- Sim, e você tinha razão.
- Mas, mas, o que aconteceu?
- Nada que você deva se preocupar agora. E, preciso te pedir desculpas. Prometo que vou ser esse pai que você tanto sonhava, por agora em diante, vai ser só eu e você.
Sorri, corri e o abracei, o mais forte possível.
- Eu te amo pai.
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