História Colors - ChanBaek - Just a dream.

"A sensação da falta dos meus pais não sumiu, a cada abraço, eu tentava imaginar meu pai aqui, ou como minha mãe estaria se ela estivesse aqui."


No dia que se seguiu após esse episódio, decidi agradecer o meu pai. Assim que cheguei em casa o encontrei de forma deplorável no portão, sujo de vômito e solitário.
Ajudo o mesmo a se levantar, o levo para dentro, e começo a tirar suas roupas, e o arrasto até o banheiro.
- Aish. Por que você teve que beber até cair? - pergunto irritado e olhando o mesmo.
- Porque eu sou um inútil. - ele começa a chorar e eu observo o mesmo se afogando com as suas lágrimas. - Porque eu sempre afasto as pessoas que eu mais amo. Porque eu depois que a Jeong morreu, eu não consegui mais mostrar para você o quanto eu te amo. Eu não presto. Eu sou desprezível. Eu me odeio tanto.
De repente eu estava como ele, me afogando em lágrimas. De alguma forma, eu sempre soube que ele me amava, pelo menos um pouco, e aquelas palavras, tocaram o meu coração.
Sorrio e o coloco debaixo do chuveiro, deixando que a água gelada clareasse a sua mente.
Quando estava prestes a sair, o mesmo me puxou para um abraço, foi uma situação um tanto constrangedora. Eu nunca havia recebido um abraço do meu pai. E naquele instante, aquilo era o que eu mais precisava, retribuo o abraço ainda mais forte.
Naquele abraço continha toda a minha agonia, a minha tristeza, a minha ansiedade, o meu medo, as minhas certezas e incertezas.
O mesmo cessa o abraço e me empurra para fora do banheiro. Sorrio e suspiro.
- Vou voltar para casa do Channie.- digo como despidida.
- Volte para a sua casa... - ele diz baixinho.
- Volto sim. - digo sorrindo de orelha a orelha.

Naquela noite, eu tive um sonho. Eu não sabia dizer se era um sonho bom, ou um sonho ruim. 

Sonhei que tudo o que eu estava vivendo era um sonho. Eu estava bem, e eu tinha 25 anos, eu estava com Chanyeol, havíamos casado, e adotado uma criança. Meu pai me amava, e estávamos felizes, sorrimos, e brincávamos. Era tudo tão lindo. 

Nessa noite eu acordei chorando e soluçando. Era um sonho tão bom, que ao dar de cara com a vida real, aquilo doía, eu iria morrer. Eu iria morrer. Era tudo que eu pensava. Eu iria realmente morrer?

Chanyeol acorda ao ver que eu estava chorando, afinal, eu estava chorando como uma criança. Aquele sonho foi demais para mim.
- Que foi pequeno? - ele diz ao me abraçar.
- E-eu tive um sonho... - digo retribuindo o abraço.
- E foi ruim? - ele pergunta ao afagar meus fios.
- Não. Ao contrário. Foi muito bom. -digo abaixando a cabeça.
- Então por que está chorando? - ele me olha confuso, ainda acariciando meu cabelo.
- Porque eu sei aquele sonho não vai acontecer. Não iremos conseguir formar uma família. Não ficaremos juntos para sempre. E eu tenho medo de te perder, e mais medo ainda de te deixar.
- O que você sonhou? Pode me contar pequeno? - ele perguntou sorrindo e eu olhei fungando para o mesmo tentando parar de chorar.
- Eu sonhei que eu e você nos casamos. Adotamos uma criança também. Ela era tão linda. Tinha umas orelhinhas adoráveis que nem a suas. - digo sorrindo abertamente. - Tinhamos 25 ou 26, e éramos tão felizes. - volto a chorar. - Quando eu acordei. Me dei conta que isso não vai acontecer. Não iremos adotar uma criança. Não podemos nos casar. - começo a chorar de forma esganiçada novamente.
O mesmo me abraçou, pude sentir seu coração batendo tão rápido como o meu, ou até mais.
Eu sabia que  eu estaria sofrendo e tudo mais. Mas eu sei o mal que estou fazendo as pessoas ao meu redor. Eu sei que elas  irão chorar quando eu me for. E eu não quero isso. Mesmo eu sabendo que é inevitável.
- Me desculpe... - digo com a voz falha.
- Pelo o que? - ele levanta meu rosto, me fazendo olhar para o mesmo.
- Por estar morrendo... - digo baixinho e tentando abaixar a cabeça novamente.
- B-baek... N-não fala isso... - ele diz com a voz trêmula e mordendo o lábio tentando reprimir as lágrimas. - Você não vai morrer. Seremos feliz, como em seu sonho. Teremos uma bela família. - ele diz em meio as lágrimas que ele tanto tentou conter.
Eu sei que são apenas palavras, não que isso fosse culpa do Chanyeol ou minha. Simplesmente aconteceu. Entre algumas pessoas no mundo, eu fui escolhido para carregar esse fardo até a minha morte. E com isso, irei trazer o sofrimendo das pessoas que eu mais amo.

No dia seguinte, eu havia conversado sobre eu ter perdoado meu pai e sobre voltar a morar na minha antiga casa, ele não gostou muito, mas concordou. Ainda estaríamos juntos. Eu só teria que sair da minha humilde residência para poder vê-lo ou ele teria que sair da dele, provavelmente ele teria que sair
Peguei minha mala e desci até sala, todos estavam lá. Parecia que eu iria morrer ou ir para muito longe. Quando na verdade eu estaria indo para o outro lado da rua.
Chanyeol me acompanhou até a porta de casa. Saímos em silêncio. Mordo o lábio inferior e me viro para o mesmo.
- Channie... - começo a falar e o mesmo logo me interrompe me beijando. Era um beijo calmo. Um beijo que aquecia meu coração.
- Depois eu irei te ver. - ele sorri me olhando. - Não quero te deixar sozinho por muito tempo. Não quero ficar sem você. - ele me abraça forte.
- Pode vir todos os dias. Eu não quero ficar longe de você. Channie... Eu te amo... - digo baixinho a última parte, como se fosse um segredo.
- Eu também te amo pequeno. Te amo muito. - ele diz beijando a minha testa e segurando minhas mãos e me levando até a porta da minha casa. - Irei sentir falta de acordar te abraçando e sentindo o seu cheiro logo de manhã. - ele faz bico. Sorrio e fico na ponta do pé para lhe dar um selinho.
- Você pode dormir aqui quando quiser. Assim como eu posso dormir na sua casa quando eu quiser. - digo sorrindo de lado. - Até mais tarde. Venha cozinhar pra mim. - digo sorrindo.
- Pode deixar. - ele beija minha bochecha e eu me viro entrando dentro de casa, e o mesmo se vira atravessando a rua e entrando em sua residência.