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História Colors - Capítulo 2


Escrita por: NatyBonaty

Notas do Autor


Frase da gif: Há algumas coisas no mundo que estão destinadas a acontecer, e ninguém pode impedir.

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 2

A segunda chegou e com ela aquele tedio inevitável de ter que levantar cedo, se arrumar e ir enfrentar mais um dia de aula.

Tomei um banho para espertar mais e me arrumei me perguntando como aquelas patricinhas tinham paciência em perde um longo tempo se maquiando e fazendo o cabelo antes de ir pra escola. Eu já acordava como se fosse um zumbi, nunca que tinha paciência em me arrumar decentemente. Era sempre o mesmo processo: um banho rápido, me enxugar, secar o cabelo com a toalha, colocar as roupas intimas, uma regata ou camiseta, meu jeans e fazer um coque de qualquer jeito no cabelo, nem me importando se estava embolado ou não.

Após pronta me olhei no espelho, vendo meu reflexo. Meus olhos verdes, o rosto quadrado, lábios e nariz normais, a pele morena e os cabelos castanhos. Será que passar uma semana sem pentear o cabelo me classificava como um porca? Acho que não. Eu o lavava, só tinha preguiça de pentear, ainda mais antes de ir pra aula. Bom, mas isso definitivamente me classificava como uma desleixada. Mas isso nunca foi crime, então... Ah! Nem se eu fosse arrumada eu seria vista como uma garota interessante ou bonita.

- Marisa! O café tá pronto. Desce logo se não vai se atrasar! – gritou minha mãe atrapalhando meus devaneios diante do espelho.

Peguei um moletom grande e soquei dentro da mochila junto com meus livros e cadernos, em seguida calcei meus tênis e desci.

- Você não penteou o cabelo de novo, Marisa? – protestou minha mãe quando sentei a mesa.

- Conversei com o espelho e ele disse que essa é a ultima moda. – falei calmamente enquanto pegava uma torrada e passava manteiga.

- Última moda onde? – disse ela com seu tom de tédio sem me olhar.

- No meu quarto, oras. – a olhei como se aquilo fosse obvio.

Ela revirou os olhos com um suspiro. Sorri vitoriosa e comecei a comer. E como em todo o café da manhã, o silêncio prevaleceu. Comemos quietas, perdidas em pensamento.

Bem, eu estava com meus pensamentos e mamãe com seu celular, digitando sem parar.

Ela era secretária de um deputado da cidade, e o cara não sabia fazer nada. Eu podia apostar que ele devia mandar mensagem pra ela pra saber até onde deviam estar as cuecas dele. O cara era um bosta, simplesmente. Pelo menos aos fins de semana ele a deixava em paz. Apesar de que eu preferia que ela passasse o fim de semana ocupada também, assim eu me livrava das festar tediosas da escola.

- Terminei. Até mais tarde. – falei levantando.

- Cadê meu beijo? – ela inclinou a bochecha, sem tirar os olhos do celular.

Revirei os olhos e dei um beijo em sua bochecha. Odiava aquilo, mas era mais uma das coisas que eu tinha que fazer para me livrar do psicólogo e das cobranças por ser introvertida.

Sai de casa e peguei minha bicicleta. Sim, bicicleta. Qual o problema em uma garota de 17 anos não ter um carro? Onde está o contrato que assinei confirmando que eu seria como todos do planeta? Bem, foi o que pensei.

Pedalei até a escola e prendi a bicicleta na vaga do bicicletário. Ajeitei minha mochila e segui até a entrada, mas uma visão, levemente perturbadora, me chamou a atenção.

Tudo bem. Posso ter exagerado em dizer que ver o carinha em quem esbarrei na festa de sábado, que estava dando um sorriso para Amy Logan, a menina mais desejada pelos garotos da escola, enquanto ela acenava pra ele e suas amigas acéfalas faziam a maior cara de inveja, seria uma cena perturbadora. Aquilo devia ser no mínimo esperado.

Como eu já disse: caras como ele jamais olhavam para mim. Eles eram os gatos da faculdade, que davam apenas bola para garotas como Amy Logan, uma perfeita Barbie, de cabelos loiros, olhos azuis e um corpo de Angel da Victoria Secret.

Sabe aquele filme Tudo Que Uma Garota Quer? Pois bem, se houvesse uma versão desse filme para meninos, seria apenas um vídeo pornô com Amy Logan como protagonista.

Guardei meus pensamentos para mim e segui para dentro da escola.

O dia como foi como todos os outros. Eu era invisível aos olhos de todos. Menos aos de Toddy, um nerd do clube de eletrônica, com que achei que seria legal ter minha primeira vez no ano passado, mas o que acabou sendo um total desastre. Foi desconfortável e me deixou dolorida por dois dias. Desde então eu fujo dele pelos corredores. Queria distância daquele garoto, mas havia dias em que era impossível escapar dele. Foi o que aconteceu quando dei de cara com ele na porta da sala de química.

- Oi Marisa. – disse sorrindo e mostrando o aparelho. Ele ajeitou o óculos e enxugou a mão suado na calça desbotada – Eu fui na festa da Megan e não te vi, achei que você ia.

- É eu fui, mas sai cedo. – falei desconfortável sem olhar pra ele.

- Ah... – ficou um silencio, e quando achei que ele não falaria mais nada, me movi para entrar em sala, mas ele ficou na minha frente. O encarei já ficando irritada - Desculpa, mas... É...

 - Toddy, eu tenho aula e estou atrasada. Desembucha logo.  – falei sem paciência.

Ele baixou a cabeça, triste.

- Só queria saber que gostaria de ir lá pra casa essa semana. Eu comprei um novo jogo de just dance. E...

- Não posso. – desviei dele e entrei em sala.

Assim que sentei em minha cadeira, suspirei de olhos fechados.

Toda vez que vejo Toddy, me perguntou o que deu em mim em ter ido pra casa dele, jogado just dance, já que odeio dançar aquilo, e ainda por cima ter transado com ele.

Tá vendo!? Tenho minha cota de estupides adolescente.

 

Dei graças quando as aulas acabaram e eu podia ir pra casa. Passei em meu armário e joguei as coisas dentro, pegando apenas o livro de historia e colocando na mochila, que logo joguei pelo ombro e segui para fora.

Peguei minha bicicleta e sai do estacionamento. Ao ouvir me chamarem olhei para trás e vi Toddy na porta, acenando. Bufei e quando olhei pra frente, freei em cima do carro, que também freou em cima de mim.

Minha perna tremia e meu coração batia rápido demais. Por pouco não era atropelada. Senhor! Toddy tinha que largar do meu pé ou eu...

Ai merda! Era o gatinho da festa. Ele saiu do carro e veio na minha direção. Preocupado. Olhei para frente do seu carro pra garantir que não teria que pagar nem por um polimento.

- Ei, vocês está bem?

Olhei pra ele e pisquei. Ele perguntou se eu estava bem? Sério isso? E era impressão minha ou aquilo era um sotaque britânico!? Alguém me abana!

- É, tô sim. – falei com um sorriso amarelo.

- Tem certeza? Você tá meio pálida. - ele tocou em meu ombro e tudo pareceu girar.

Olhei bem para ele. Sua pele parecia brilhar, como se ele fosse um deus pagão. Seus olhos pareciam mais claros com a luz do dia, brilhando com uma preocupação genuína. Me olhando como se me enxergasse realmente.

- Aê, estranha! Você tá empatando a passagem! Sai da frente! – gritou um babaca buzinando.

Olhei pra trás e mostrei o dedo do meio pra ele.

- Vai se fuder cara! – disse o moreno soltando meu ombro.

Pisquei mais confusa ainda. Ele estava me defendendo? Não, era coisa da minha cabeça. Eu definitivamente precisava voltar para o psicólogo. Talvez uns remédios me fizessem mais normal e sociável, não é!?

Balancei a cabeça e dei o pé dali. Pedalando para casa e tentando fingir que ninguém me olhou como se eu fosse uma pessoa mesmo. Alguém além de minha mãe, minha vó e de Toddy.



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