- Aquele não é o Zayn?
Olhei e o vi falando com a mulher da lanchonete. Meu coração bateu rápido e estranho. Fazia tanto tempo que não o via. Ele parecia com o cara que conheci antes de todo o drama que se abateu entre a gente.
- Você vai falar com ele?
- Não. – voltei o olhar pra mesa e depois pro meu acompanhante – Vamos embora? Ainda tenho algumas coisas pra fazer em casa.
- Claro. Vou só ao banheiro, rapidinho.
- Tá, eu te espero lá fora.
Levantamos e segui pra fora. Inspirei o vento frio que estava em Nova York e agradeci por ele relaxar meus músculos e mudar o foco da minha atenção. Uma buzina tocou na rua e a porta da lanchonete foi aberta, fazendo com que o sino soasse seu som. Zayn saia. Congelei no lugar, não sabia o que fazer, ainda mais quando ele olhou na minha direção.
- Marisa? – indagou surpreso.
- Oi. – falei baixo e timidamente.
- Uau, quanto... Quanto tempo. – seu sorriso também era tímido e ele me olhou dos pés a cabeça, mas passou um longo tempo analisando meu rosto – Você não mudou nada. Continua linda.
Fechei os olhos e ri sem graça.
- Você mudou um pouco. – confesso. Minhas ultimas lembranças dele não eram as melhores.
Seu cabelo estava baixo, num corte militar, a cor escura que eu achava que combinava com ele, apesar de ter achado o platinado sexy. Sua aparência estava melhor também do na ultima vez que o vi. Parecia até que drogas nunca fizeram parte da sua vida.
- É, eu... Melhorei desde aquele tempo. – ele coçou a nunca olhando ao redor – Está esperando o taxi?
- Não, estou esperado... meu amigo.
- Ah.
Ele se calou e olhou o chão. Era tão estranho aquilo. Nos encontrarmos assim depois de três anos. Jamais achei que veria Zayn novamente. E que ele ainda causasse borboletas em meu estomago.
- Trabalhamos juntos. Saímos há pouco do trabalho. – falo.
Zayn me olhar por um instante e da um sorriso de lado, daqueles que eu lembrava e que faziam minha perna ficar bamba, mas não dessa vez. Pelo visto, ele não tinha mais tanto efeito sobre mim.
- Como vai sua vida? – perguntou incerto.
- Bem. Estou morando não tão longe daqui, tenho um bom trabalho. – dou de ombros – E você, como vai?
- Vivendo. – deu de ombros e olhou uma moto passar – Estou na empresa, administrando com meu irmão. Ele ficou na Inglaterra, mantendo a sede lá e eu vim para a daqui. – ele me olhou – Temos mantido ela apesar de tudo.
- Que bom. – dou um sorriso sincero – Seu pai estaria orgulhoso.
- Sim, ele estaria.
Novamente o silencio o que fez lembrar todas as últimas coisas que dissemos um para o outro. Foram horríveis e duras demais. Cara como foi rudes! Então meu amigo surgiu e parou a meu lado, me tirando de minhas péssimas lembranças.
- Ah! Oi. – disse ele estendo a mão para Zayn – Como vai?
- Oi. Vou bem. – ele cumprimentou, mas percebi o olhar de estranheza.
Meu amigo sabia sobre Zayn por causa das fotos. Nos conhecíamos desde a faculdade, ele pegou parte do meu drama Malik.
Ficou novamente um silencio.
- É... porque não vai pegando o carro? – falo pra meu amigo.
- Sim, claro. – ele deu um sorriso e um aperto leve em meu ombro – Até uma próxima, cara.
Saiu em seguida.
- Ele parece bem interessado em você. – comenta Zayn o vendo sair.
- Não demos certo. – admiti – Então somos apenas amigos.
Zayn me olhou por um longo momento e então suspirou.
- Me desculpa por tudo. Fui um idiota em ter feito aquilo, eu...
- Tudo bem. – o cortei não querendo lembrar aquele tempo – Entendo pelo que passava.
- Você deve sentir muito ódio de mim, não?
Dei um sorriso.
- Não. Talvez tenha sentido por uns minutos após tudo aquilo, mas não mais.
Ele sorriu abertamente.
- Você sempre sendo boa pra mim.
- O que tivemos foi bom. Os melhores momentos sempre prevalecem pra mim.
- Sim.
Ficamos nos olhando por um longo momento, sorrindo. Acredito que ele também lembrava as coisas que eu lembrei. Isso até meu amigo passar e buzinar. Voltei a mim e me aproximei de Zayn.
- Foi bom te ver.
- Também.
Me aproximei mais e dei um beijo em sua bochecha.
- Até algum dia.
Ele deu seu sorriso de lado.
- Até algum dia.
Segui para o carro e entrei. Mordi o lábio e olhei pelo retrovisor Zayn parado na calçada, olhando para o carro. Sorri e olhei para frente. O passado cinza e ficou para trás, já o futuro era uma pagina branca e cheia de surpresas, quem sabe não podia se tornar colorida?!
FIM
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