1. Spirit Fanfics >
  2. Colors >
  3. Quando a manhã chega.

História Colors - Quando a manhã chega.


Escrita por: lycorisrose

Capítulo 15 - Quando a manhã chega.


 

Noodle despertou com Russel ao seu lado. 

Desorientada, enjoada, sentindo fraqueza. Era como despertar de um longo sono profundo, mas não exatamente. O ar úmido lhe trouxe frescor, mas logo resfriou seu corpo ao ponto de tremer de frio. Quando piscava, era o peso do corpo inteiro nas pálpebras pesadas, forçando-a a abri-las com mais esforço do que o normal enquanto ainda estava deitada na cama. Virou-se de frente e tentou movimentar as pernas, sentiu uma dor aguda em uma delas. Não soube distinguir em qual delas na hora, era forte demais. 

Percebendo, Russel se aproximou da cama, a pegando em seus braços naturalmente quentes como uma princesa e massageando sua perna que tremia em espasmos até que a dor se amenizasse e ela parasse de se curvar. Noodle sentia as batidas cardíacas dele, sequer estavam aceleradas em contraste as suas batidas. O ritmo a acalmou.

– Dee... – e ela sequer estava pensando nele naquele momento. Mas quando disse pela primeira vez seu nome ali todos os seus pensamentos se focaram unicamente nele. – Toochi, onde... – sua garganta estava azeda e dolorida. Não tinha a certeza de como havia ficado naquele estado deteriorado.

– Está tudo bem, baby-girl. – Russel disse, sua voz aveludada e calma a protegendo do pior. – Descanse. 

E estava novamente deitada. Coberta até os ombros. Um travesseiro gelado que se esquentou com rapidez após o contato. Ainda tentou se levantar, sentindo o peso do cansaço em seus ombros a forçando a retornar. – Dee... – Balbuciou mais uma vez, ao menos tentando levantar sua cabeça. 

– Tudo vai terminar bem, – Russel sussurrou próximo de si, acariciando seu rosto com carinho. – tente dormir mais um pouco. 

... 

Russel ainda estava lá quando acordou. Sua presença sendo a mais calorosa que poderia ater em dias. Ambos estavam muito afastados da usual relação paternal e ela gostava de vê-lo como uma figura paterna. Lá estava ele com sua expressão de sono óbvia nos olhos de leite. Tudo parecia distante daquela realidade, inclusive ele. Sereno, poderia dizer. Suspirou, chamando a atenção do mais velho para si. 

– Se sente melhor? – Russel murmurou com cuidado, procurando algum sinal de dor da parte da nipônica. A dor não era tão forte, mas ainda estava lá. Poderia definir como uma dor 'chatinha' agora. Ela assentiu, sorrindo para ele. – Não sabe o quão aliviado fiquei quando te vi aqui. – continuou. –  Está com fome? 

Havia uma porção de comida no criado mudo – provavelmente para ela. Um sanduíche de frango e um suco de laranja como ele sempre costumava fazer. 

Por um momento ela pensou que nada de ruim havia acontecido. 

– Como ele está? – o encarou, esperando uma resposta positiva. Mas ganhou apenas um longo suspiro. 

– Não sabemos, mas as coisas irão se resolver. 

A resposta de Russel havia sido sincera, não podia fazer nada contra aquilo. Sem opção, pegou o prato e iniciou a comer. Percebeu a quão faminta estava naquele momento. Estava ótimo. 

Era estranho como aquela situação parecia tão tosca ao seu ponto de vista. Era algo grave, um risco de vida, mas algo tão mundano comparado ao passado que chegava a dar raiva dentro de si por estar realmente acontecendo em sua realidade. Ela se sentia culpada por estar ali ao invés dele. 

Era horrível, ao final de contas. 

 

~*~ 

 

Hospitais eram lugares horríveis. A sensação do vazio e da morte pairava entre os corredores brancos. Hora ou outra aparecia algum enfermeiro ou médico com marcas de sangue nas roupas com olhares vazios. Isso sem falar dos corpos. Era como um purgatório de vida ou morte, com as vidas humanas nas mãos de outras vidas humanas. De noite a energia se assemelhava ao de um cemitério. Mórbido. Detestava aquilo por mais próximo que fosse de tal realidade. 

Estava amanhecendo. Nenhuma notícia havia sido dada. A angústia não atingira de tal forma há mais de uma década. Poderia se levantar e esperar em casa, mas não podia. Ele ainda tinha ambição e preocupação. 

Ou era apenas a culpa se manifestando?

– Você precisa descansar.

– Estou ótimo aqui...

– Ah, jura? Então por que está deitado no chão?

Murdoc então abriu os olhos em seu despertar lento da realidade. Achava que havia sido um diálogo estranho de um sonho até sentir algo o balançando no fim do diálogo. Mas sim, estava deitado no chão. Torto, com o corpo doído e uma caçamba de lixo hospitalar ao seu lado. Contorceu seu corpo, girando os olhos em estado de tontura. Alex revirou os olhos antes de pegá-lo pelos braços e praticamente o arrastar para fora da ala, mesmo diante dos protestos. 

– Eu estava ótimo. – o verde reclamou como uma criança birrenta. 

– É, completamente fodido. Faz muito sentido pra mim.  

Ele o fitou. As íris de Alex era castanhas e costumavam brilhar em certos pontos de claridade. Costumavam ser mais vívidos que os seus, que tinham um ponto escuro único. Com os arredores oculares e as linhas de expressão, a exaustão que se mostrava nos rostos de ambos eram perceptíveis, mas possuíam níveis divergentes. 

O sentou no lado de fora. O sol da manhã estava tímido, se escondendo entre as nuvens. Tudo parecia relativamente calmo aonde tinha sido colocado. Era algum tipo de lanchonete? Não sabia muito. Não conhecia o lugar direito e só conhecia duas áreas – a ala psiquiátrica e a UTI. 

Alex havia voltado com algum tipo de salgado e uma garrafa plástica com água. O moreno sorriu para sua direção e passou o conteúdo para o seu lado. Seus braços estavam doloridos ao ponto de não conseguir se movimentar direito e isso havia sido notado, por isso o cuidado. Alex também sabia que ele não sairia do hospital com facilidade, então a única opção era tentar recuperar as energias ali mesmo. 

– Obrigado... – murmurou sem jeito. Alex apenas sorriu para ele. – Eu sempre penso em como não te mereço por causa de tudo... 

– Shh. – tapou os lábios dele antes que pudesse terminar com um pedaço da comida. – Para de pensar assim. Coisas ruins acontecem na vida, não adianta se culpar por todas elas. 

– Foi culpa minha. 

– Isso estava acontecendo de qualquer forma. Você mesmo ouviu. – em um delírio, se lembrou de ter encontrado com Martha. Coitada, ela estava transtornada diante da situação. Parecia um sonho louco e que logo acordaria em sua casa quebrada para mais um dia de trabalho, mas não era. O choro era real. A situação era desesperadora em sua totalidade. Não havia ponto positivo algum. 

Murdoc balançou a cabeça devagar. Ele respirou, longo e fundo. A sensação de culpa sempre vinha e ele jamais poderia escapar daquilo, já era algo familiar para si.  – Desculpe. 

– Não se desculpe. – Alex detestava vê-lo daquele jeito. Balançou os dedos em sinal negativo, tocando seu ombro em seguida e sorrindo. – Tudo vai ficar bem. 

O satanista suavizou a expressão rígida, mas ainda a manteve séria. – Eu espero que fique. 

... 

Ainda estavam sentados na sala de espera da emergência, esperando por algum sinal. Já fazia algum tempo em que eles disseram algo sobre cirurgia, e era algo tão confuso na sua opinião. Jamais pensava que teria que apodrecer em uma cadeira esperando. 

– Isso é uma perda de tempo. – Murdoc bufou, revirando os olhos. O estresse já alcançava níveis estonteantes dentro de si. 

– Se fosse assim você não teria insistido em ficar aqui. Tem uma razão óbvia por trás disso. – Alex disse na tentativa de insinuar algo. Murdoc o olhou de canto e cruzou os braços, novamente como uma criança birrenta. 

– Urg, ótimo. Minha teimosia está me matando. 

Alex o encarou, suas sobrancelhas cerradas junto a expressão incrédula. – Tá falando sério? 

Antes de uma resposta, foram interrompidos pela visão de Noodle e Russel. Eles andavam em passos apressados, exceto por Noodle estar apoiada nos braços de Russel, grunhindo de dor quando pisava com força. Isso significava que ela estava melhor do que na noite anterior, era um bom sinal ao menos. 

Noodle nunca foi de ter algum problema repentino de saúde. Isso foi o que mais o surpreendeu quando havia chegado ali. Ela estava acabada – ainda parecia um pouco, não iria mentir – mas pelo menos não estava horrenda como na sala. Ela apertou seus punhos com a visão de ambos ali. Não era de raiva, ao menos. 

– Murdoc, alguma notícia?! Como ele está?! – Noodle se aproximou de Murdoc, respirando com força. Ele olhou fixamente aos olhos dela e percebeu os quão vermelhos estavam. Nada foi dito. – Me respondeu, seu- 

– Noodle, – Russel a cortou. – por favor. 

Ela se acalmou, mas ainda o olhou torto. Os quatro ficaram no local esperando por quaisquer notícias. Enfermeiros passavam, pacientes esperavam, mas nenhuma notícia referente a 2-D era trazida. Era como se a esperança que residia em cada um deles estivesse se esvaindo. Noodle era a única que estava realmente atenta. 

– Ele parecia ser uma pessoa legal. 

A japonesa se virou, vendo Alex a seu lado na fileira de cadeiras, olhando para algum ponto fixo no corredor. Ele havia falado com ela mesmo? Russel havia ido para o lado de fora com Murdoc para fumar. Era claro que ele estava falando com ela, mas seu foco não estava ali. 

– Eu nunca o vi. Apenas o seu pelas músicas, pelo que vocês me falaram dele, e pelo que está acontecendo agora. – suspirou cansado. – Eu não sou um relativo dele para estar aqui, sabe? Eu só estou ajudando o meu companheiro, que trabalhava com ele, mas eu estou sentindo como se não fosse apenas isso. 

– Não precisa ficar. – Noodle o respondeu gentil, porém sincera em suas palavras. 

– Eu sei, mas eu senti empatia por ele. Senti empatia por todos aqui, e agora estou na mesma expectativa que vocês.  

Noodle não conseguiu evitar de sorrir para ele. Por mais que tivessem sido aleatórias, aquelas palavras a conseguiram levantar. Disse um fraco "obrigada" para ele, que mexeu a cabeça em resposta. Compreensível. 

De uma porta, um médico se aproximou da área aonde eles esperavam. Ele tinha um papel em mãos trêmulas e um olhar espantado em seu rosto.  

– Stuart Pot? O acompanhante de Stuart Pot está aí? 

Noodle e Alex se entreolharam, pulando das cadeiras em que estavam para ficarem de frente para o médico. Ela se prontificou.

– Sim, somos nós. Alguma notícia?

– Bom, eu sou o responsável pela cirurgia do paciente e vim alertá-los sobre a situação atual.

Cirurgia? Ele estava esse tempo todo em cirurgia? A cabeça de Noodle quase explodiu naquele momento. 

– O aparelho digestivo foi completamente destruído pela quantidade absurda de remédios. Retiramos o que não havia sido digerido e esperamos para fazer um transplante multivisceral doados por outro paciente de uma vez. Foram horas para conseguir substituir todos mas conseguimos realiza-la com êxito. – ele sorria aliviado, parecia não acreditar no que ele próprio havia feito. Ela, no entanto, estava entrando em pânico absoluto, apenas lutava para não demonstrar tudo diante de tanta informação. Noodle sabia o que era uma cirurgia multivisceral e sabia o quão grave eram os casos quando aquele tipo de coisa acontecia.  

– Como ele está reagindo? Já podemos falar com ele? – Noodle perguntou com apreensão. 

– Eu ainda não finalizei. – O médico a bloqueou. – Infelizmente o paciente também sofreu de um grave derrame durante algum impacto, e por sorte que conseguimos salvá-lo disso também. Mais alguns minutos de diferença e ele teria morrido com toda a certeza. Tivemos que fazer um controle de ambas as ocorrências, por isso preciso informar sobre a demora maior. No momento ele se encontra em coma sem previsão para despertar. 

Noodle encolheu os ombros. Acuada, mordeu o lábio inferior com força, se controlando para não fazer nada por instinto. Ela já estava agindo sem pensar, mas o soco da realidade havia sido mais forte do que estava preparada. 

– Mas... E no quarto? Podemos ao menos vê-lo? 

O médico assentiu. 

... 

Silêncio. Tudo que havia pedido havia sido o silêncio para a colaboração de ambos. Como podiam ser apenas dois por vez, esperaram por Russel e Murdoc, e o satanista decidiu que iria depois, dando espaço para Noodle e Russel irem primeiro. Ele agradeceu de uma forma desigual ao Niccals por isso. 

Ao entrarem, o ambiente gélido causado pelo ar condicionado. Era um padrão para os pacientes de quartos únicos aparentemente. As cores do quarto eram compostas por branco e azul bebê, junto ao verde dos objetos hospitalares. A cortinas estavam fechadas, a luz que entrava era suficiente para iluminar tudo. O afro-americano encostou na parede próxima da cama, encolhendo seus ombros na medida em que Noodle arrastava com cuidado uma cadeira para mais próxima possível de 2-D. Seu olhar rebaixado já dizia muito. 

Russel tentou se virar para ter a visão completa do estado de seu amigo, mas não aguentou ver por muito tempo. Era uma pessoa que conhecia por quase duas décadas, seu espírito ainda estava ali dentro daquele corpo imóvel e provavelmente estava sofrendo por isso. Era tortuoso olhar. Os traumas que possuía em si eram pintados em preto e branco e jamais conseguiam ser esquecidas por mais que tentasse. O deja-vu de ver alguém tão próximo de si novamente em uma cama de hospital entre um fio de vida era assustador. O terror tomou conta de si, mas não iria embora dali. 

2-D estava horrível. A pele continuava pálida como na hora em que o havia encontrado. As olheiras estavam muito mais roxas e o faziam parecer um cadáver. A respiração era tão fraca que eram necessários aparelhos para o auxiliarem. Fios e mais fios ao seu redor. O barulhento som contínuo dos batimentos cardíacos, o medidor de pressão em seu dedo. As agulhas enfiadas em seu braço lhe passando soro e sangue. Apesar de tudo aquilo conectado em si, sua expressão era serena. Em um sono calmo e tranquilo, poderia dizer. 

Noodle aproximou os dedos dos fios azulados que não estavam na bandagem, os enrolando com cuidado entre seus dedos. Aquele sentimento confuso retornou. Eles ainda conseguiam ser hipnotizantes mesmo depois de tudo. Sentiu os dedos formigando. Desceu com a ponta da unha até a bochecha, apertando levemente e sentindo a temperatura do corpo. Não era frio como antes, mas ainda estava frio. 

– Oi. Faz um tempinho, não é? – Noodle disse tentando parecer normal, mas sequer escondendo sua voz quebrada. Enrijeceu o corpo, tentando não ver o pior diante da imagem. Seu peito apertava em dor. – Queria poder falar mais alto como sempre fazemos, mas acho que isso vai demorar um tempo... 

Podia ouvir sua voz. Podia ouvi-lo ao seu lado, falando em seu sotaque quebrado ridículo e único que ela adorava ouvir. Podia vê-lo vivo, falando ao seu lado, respondendo suas normalmente suas questões. Mas nem sequer falar ele poderia, a máscara de oxigênio cobria metade de seu rosto. A passagem de ar no corpo foi comprometida, isso podia significar efeitos colaterais graves. A morte era clara ali. 

– Mesmo depois disso, ainda está aqui. – a voz saiu baixa, levemente rouca, arrastando-se pelo lugar. – Você pode nunca mais ser o mesmo. Sair daqui como uma pessoa nova ou... Ruída. – Sua voz quebrou. Podia sentir seus olhos marejando. 

Fechou os olhos com força, fincando suas unhas na pele exposta de sua perna, deixando uma marca ali. Balançou a cabeça, tentando não chorar. Não podia pensar no pior, ainda não. O pior já havia passado, tinha certeza. 2-D não podia desistir tão fácil. Ele estava ali, não estava? O leve movimento em seu peito era uma prova disso. 

Sua mão tocou a mão livre dele. Estava fria, dura, imóvel. Entrelaçou em seus dedos, apertando de leve para não machucá-lo. Em surpresa, percebeu o qual calma aquele toque a fez ficar. Era tranquilizante. O contato máximo que poderia conseguir, o mais forte que poderia ter no momento. Com a outra mão, acariciou a área livre da pele, como se ele estivesse acordado e ela o estivesse tranquilizando de alguma coisa que o assustara. 

– Toochi, o que eu não faria para te ver bem novamente... – balbuciou sorrindo para ele.  

Uma lágrima solitária escorreu de seu olho direito, caindo em sua blusa. Podia ter a certeza de que enquanto segurava sua mão, ele a respondia, sorria de volta para ela, pensando em como ela parecia uma boba. Era uma sensação de paz finalmente tocá-lo e saber que ele não estava morrendo com antes. Tudo que Noodle queria era que ele estivesse bem. Não importava aonde e como, nem o tempo que isso poderia demorar, mas o queria bem. 2-D fazia parte de sua família, e por mais que seu sentimento não pudesse ser mais definido apenas como família, ela ainda tinha esse laço com ele, e era isso que uma família fazia. 

– Eu vou te esperar o tempo que for, mas eu só te peço uma coisa – Noodle sussurrou para que apenas ele pudesse escutá-la, por mais que ele não pudesse. – nunca desista, Toochi. Nunca. –Aproximou seu rosto da mão dele, sentindo a pele pressionada em seus lábios para dar um beijo em sua palma. – Não importa o que aconteça, eu vou sempre estar do seu lado. 

... 

Russel saiu do quarto depois de vinte minutos, deixando ela sozinha com 2-D. Sabia que ela precisava de um espaço próprio depois de ver o quanto ela estava sofrendo. Por mais que não quisesse deixar à mostra, ele também estava sofrendo. 

– E então? Como o estúpido está? – Murdoc cruzou os braços. 

– Não pode parar de ofende-lo por um segundo? – Hobbs disse irritadiço com a pergunta. 

– Não consigo evitar. – deu de ombros como se não se importasse, mas voltou a falar. – Ele está vivo, não está? 

– Em teoria sim, mas o que eles disseram é a verdade. Ele está em coma e não responde a nada nem ninguém. 

Os três se entreolharam. Era triste, mas pelo menos havia o alívio. 2-D não estava morto. Esse já era um grande passo. Foram horas intermináveis no ciclo de quase vinte e quatro horas, todos estavam cansados. Murdoc apenas queria uma cama para se esticar. Suas preocupações iam além da vida de 2-D, querendo ou não. 

– Eu não aguento mais, preciso dormir direito. – Niccals disse estalando a coluna. Alex o encarou em sinal positivo. – Eu volto no próximo horário para ver... 

– Ei, espera – Russel o segurou pelo braço, aproximando ambos. – Depois eu preciso falar um assunto particular – olhou para baixo, sem um ponto específico aparente. O outro levantou a sobrancelha, mas deu de ombros. 

– Olha, depois do que eu passei nessa noite, eu aceito falar até da terra plana contigo. – Murdoc deu uns tapas nas costas de Russel, saindo da ala com Alex em seu encalço. 

Russel se sentou na cadeira da ponta da sala. Massageando suas têmporas, olhou novamente para sua roupa. Não a trocou desde que conseguiu voltar para Londres, o que quase era um dia inteiro sujo e pesado. A poeira da casa velha ainda estava em alguns pontos do tecido, mas não lhe importavam muito. Olhou para sua sombra no chão, vendo-a sorrir em sua direção. 

– Ainda não... Ainda não.

 


Notas Finais


E aqui está o capítulo mensal! Eu gostei de fazer as cenas, mas o contraste de descrição foi maior do que eu achei que pudesse ser.
Eu vou alterar algumas tags e avisos, mas não vão ser muito diferentes de qualquer jeito.

Para quem quiser, me siga no Twitter: @redlycorisrose

Espero que tenham gostado do capítulo. Fico bastante feliz diante do feedback, obrigada!
Nos vemos no próximo mês.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...