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História Com amor, Lizzie - XI


Escrita por: Brokenprince93

Capítulo 12 - XI


Fanfic / Fanfiction Com amor, Lizzie - XI

Aquele foi definitivamente um dos melhores dias da minha vida, assim como um dos melhores daquele ano. Ter a garota dos meu sonhos comigo em uma casa vazia era certamente muito mais do que alguém como eu merecia.

Mas é como dizem: o mundo não é um lugar justo.

Sentir seus lábios contra os meus, suas unhas ardendo em minhas costas, o modo como meu nome soava em seus sussurros próximo ao meu ouvido, seus dentes cravados em minha pele. Era incrível como nos conectávamos como se já nos conhecêssemos há muito tempo, como se soubéssemos exatamente onde tocar, o que dizer e como agir diante do outro.

Como se aquela garota de cabelos vermelhos estivesse destinada a entrar em minha vida e vira-la do avesso. Arruinando meus conceitos e ideias a respeito do mundo e das pessoas, derrubando as paredes que eu construí à minha volta por toda uma vida de isolamento.

Ela foi a culpada por tudo o que aquele ano se tornou; tudo de bom e ruim que me aconteceu estava ligado diretamente a ela. 

Ela é a culpada pelo homem que eu me tornei hoje. E naquele dia juntos, eu percebi que, não importava o que acontecesse, eu jamais a esqueceria.

                             ***

"Não consigo nem acreditar que meu casal favorito voltou", comentou Elisa ao me ligar no fim de semana após o feriado. Eu e Lizzie jamais havíamos nos definido como namorados, mas como isso parecia ser algo difícil demais para outras pessoas entenderem, eu simplesmente não falava nada a respeito. Ou talvez eu não dissesse nada porque gostava de pensar nela como minha namorada.

"O que você quer, Elisa?" Eu perguntei, sem muita paciência para conversas ao celular. A garota riu no outro lado da linha.


"Já vou falar, chato", replicou. "Aquela garota que estava na sua casa quando fui aí com Lizzie, ela é da escola, não é?" Perguntou ela.

"Alicia? Sim, é. Por que?" Perguntei, sendo capaz de notar toda a hesitação da garota em falar o que quer que quisesse falar pelo telefone. "Elisa, o que foi?"

"É que ela não me pareceu muito bem quando te viu correndo como um louco atrás de Lizzie, sabe?", começou ela, "dá pra perceber que ela também gosta de você, não é?" Eu não fui capaz de admitir aquilo para Elisa naquela hora, principalmente porque, naquele momento, me veio à mente toda a conversa que tive com Alicia próximo a sua casa, quando ela me contou sobre o que sentia por mim. "Como eu pensei", a voz de Elisa soou pelo celular, seguida por um suspiro e interrompendo meus pensamentos. "Eu não sei o que essas garotas veem em você, cara. Mas enfim, eu a levei para casa antes que você e Lizzie voltassem mas não consegui evitar que ela visse o beijo", continuou ela. "Fiquei com receio de te contar sobre isso, tive medo de você estragar tudo com Lizzie ao correr atrás dessa garota para se desculpar..." ela fez uma pausa breve, como se estivesse refletindo se fora mesmo uma boa ideia me contar sobre Alicia, "mas ela realmente não estava legal, Mark. Achei que você precisava saber disso", concluiu ela. 

Eu já tinha a intenção de falar com Alicia e me desculpar pelo que aconteceu antes de Elisa ligar, mas tinha decidido esperar e falar com ela na escola quando as aulas voltassem. O que eu interpretei como um erro enorme ao ouvir o que Elisa contou sobre aquele dia. Alicia tinha tido todo o trabalho de ir me visitar e ainda trazer comida e em troca eu beijara outra garota na sua frente. Depois de refletir sobre o grande idiota que eu era, eu pensei que talvez fosse hora de dar àquilo uma prioridade maior.

"Entendo, obrigado por avisar", eu disse, pensando em como eu consertaria as coisas com Alicia.

"O que quer que você decida fazer, Mark, tenta não estragar tudo com Lizzie", falou Elisa antes de desligar, me deixando algum tempo ainda olhando para o celular pensando se seria uma boa ideia ligar e conversar com Alicia pelo telefone, ideia que não demorou muito para ser descartada. 
"Eu precisava fazer isso direito", eu pensei. 
Assim, acabei decidindo percorrer os quarteirões que separavam nossas casas para falar com ela pessoalmente. A chuva tinha dado uma trégua e o sol aparecia algumas vezes entre as nuvens acinzentadas, fazendo com que aquele fosse o dia mais bonito das ultimas semanas; ou o menos feio. 

Enquanto caminhava cheio de ansiedade, não conseguia pensar em nada para dizer a Alicia que pudesse fazê-la se sentir melhor. Eu teria que improvisar, e isso, em geral, significava que eu poderia até mesmo piorar as coisas.
Subi a pequena escada que levava à varanda de sua casa e fui até a porta, tocando a campainha em seguida. Pela gritaria que era audível de onde eu estava, do lado de fora, os gêmeos estavam empenhados em alguma brincadeira que envolvia correr pela casa, até que uma voz masculina os fez parar, repreendendo-os antes de atender à porta.

Era Ryan, irmão de Alicia, o eterno bully do bairro.

"O que você quer?" Perguntou ele, me encarando de maneira não muito amistosa. Vê-lo ali, parado diante da entrada, quase me fez desistir e voltar para casa, mas, por algum motivo estúpido, eu resolvi continuar.

"Preciso falar com Alicia", eu disse, fazendo com que o rapaz me encarasse de maneira ainda mais intimidante. Ele fechou a porta atrás de si e se aproximou até ficar até seus rosto ficar a centímetros de distância do meu, me encarando de maneira ainda mais ameaçadora. Não sei de onde tirei coragem para não me afastar dele naquele momento, de alguma forma eu consegui manter minha posição, sem nem sequer desviar os olhos.

"Você só pode ser o tal do Mark", afirmou ele, com um sorriso estranho no rosto. "Você tem muita coragem para vir aqui, Playboy", completou o rapaz, ainda sem tirar os olhos de mim. Ryan tinhas cabelos e olhos escuros como os de sua irmã, mas seu rosto não possuía nenhuma outra semelhança com o da garota. Tinha uma cicatriz na bochecha e outra sobre a sobrancelha direita, além de algumas marcas de riso que davam um tom cruel à sua face.

"Eu preciso conversar com ela", eu tornei a repetir. Ryan ainda tinha o sorriso estranho em seu rosto, um sorriso ao mesmo tempo infantil e perigoso. Como uma criança incinerando formigas com uma lupa em um dia de sol. Um sorriso que não desapareceu nem mesmo quando ele me acertou um soco no estômago que me arremessou para fora da varanda, aterrissando pesadamente no pequeno gramado dos Felix, sem conseguir respirar.

"Fique longe da minha irmã, seu desgraçado", falou ele, próximo ao meu ouvido, enquanto puxava meus cabelos e encostava uma lâmina fria em minha garganta. "Seu eu te ver perto dela de novo, juro por Deus que arranco sua cabeça, entendeu?" Eu acenei positivamente com a cabeça e ele saiu de cima de mim, o pequeno canivete ainda visível em sua mão direita enquanto eu ainda lutava para conseguir respirar.

"Agora vá embora e não volte mais".



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