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História Com certeza Sonserina? - Nôitibus Andante


Escrita por: AnnieLightAngel

Notas do Autor


Eu voooltei! Sim,após um longo inverno (ou primavera, no caso) eu estou de volta com mais um capítulo! Eu sei que já deve fazer uns dois meses que não posto nada e sinto muito por isso, mesmo! Eu só espero que alguém ainda esteja acompanhando isso e vocês não tenham desistido/se esquecido da fic! E nem que estejam muito bravos comigo, também :3 a boa notícia é que provavelmente vão ter muito mais atualizações agora! Pois estou de férias (então o motivo que me deixou o primeiro mês sem postar que são os estudos acabou, por enquanto) e terminei Pretty Litte Liars (tava viciada na série e passei o segundo mês sem fazer nada além de maratonar por causa disso kk). Bem, sem mais delongas, aqui está o capítulo! Espero que aproveitem a leitura e a gente se vê nas notas finais!
Beijos de hortelã <3

Capítulo 10 - Nôitibus Andante


Fanfic / Fanfiction Com certeza Sonserina? - Nôitibus Andante

O som baixo, porém agudo, do despertador de Sirius invadiu seus sonhos, interrompendo seu sono, mas, antes mesmo que o garoto pudesse de fato abrir os olhos, enquanto fazia o despertador se calar, o barulho pesado e apressado de alguém correndo pela escada avisou-o que não seria o pequeno relógio o motivo dele acordar realmente. Não tardou para que seu medo se concretizasse quando sentiu alguém sacudi-lo violentamente, como fazem as crianças cruéis com mendigos e cães abandonados, enquanto berrava em seu ouvido:

  -Acorda! Já são seis horas, não quero saber de atraso na faxina hoje! Pode ir levantando agora mesmo! – A voz de Régulo se elevava cada vez mais, um misto de diversão e irritação.

  Sentindo que ficaria surdo com toda aquela gritaria, Sirius esfregou a orelha, ainda relutando em acordar, sonolento. Como resposta a isso, o irmão mais velho decidiu brincar de acender e apagar a luz com a varinha bem na sua cara:

  -Lumos! Nox! Lumos! Nox! Lu...

  -Está bem, já chega, Régulo! – O mais novo berrou, agora totalmente desperto e esfregando os olhos que ardiam pela luminosidade repentina. – Quantas vezes preciso lhe dizer que não precisa me acordar, hein? Já falei, eu coloco o despertador pra tocar!

  -Despertador, despertador! Você fala desse treco todo dia! Que droga é essa?

  -Isso aqui. – Sirius pegou o pequeno, e no entanto barulhento, relógio vermelho que repousava sobre sua cômoda. – Ele toca na hora em que você programar, e assim te acorda.

  -Onde conseguiu isso? – Régulo mantinha ainda a mesma expressão zangada de sempre, com o cenho franzido e as sobrancelhas arqueadas.

  -Remo me deu de presente de aniversário.

  -Ah, agora sim entendi! – Os lábios do primogênito formaram um sorriso maldoso de desagrado. – Deixa eu adivinhar...mais uma daquelas invenções trouxas que seus amiguinhos com o sangue imundo deram pra você?

  Com o raciocínio lento de quem acabara de acordar, Sirius não foi rápido o suficiente para deter o irmão, enquanto este arrancava o diminuto objeto de suas mãos e o jogava no chão, todas as peças soltas e espalhadas pelo quarto. Régulo saiu do quarto, o sorriso maldoso esculpido em seus lábios expondo sua felicidade.

  Assim que o mais velho fechou a porta, Sirius sorriu, levantando-se rapidamente para pegar todas as peças. Sem querer, o irmão na verdade o ajudara, visto que seu intuito era justamente abrir o objeto para descobrir como esse funcionava. Tudo bem que planejava fazer isso de forma mais delicada, e o impacto exigia conserto em algumas partes, mas tal ideia apenas o deixava ainda mais feliz.

  Lembrando-se que teria um longo dia pela frente, guardou as peças na gaveta de sua cômoda e começou a se trocar, sorrindo ao ver no calendário que grudara em sua porta que faltava apenas uma semana para a volta às aulas. Uma semana para o fim da faxina. Uma semana para se livrar daquela casa e de seus pais. Sobretudo, uma semana para rever seus amigos, após tanto tempo. Seria uma semana difícil e cheia de ansiedade, mas ainda assim...apenas uma semana.

  Mais alegre do que o comum pela proximidade da volta às aulas e pelo ocorrido com o relógio, não demorou para que ele terminasse de se arrumar e logo chegou à cozinha. O pai e o irmão já o esperando, sentados à mesa.

  Mal tivera tempo de se sentar, a usual revoada de corujas invadiu a cozinha, várias cartas para Régulo, algumas para o pai, mas apenas uma para ele, o lado do remetente virada para cima fez com que ele pudesse ver não só quem enviara a carta, Tiago, mas também seu endereço. Antes que pudesse abrir o envelope, seu pai pegou a carta, dizendo:

  -Ora, ora. Esse garoto Potter não desiste nunca, não é mesmo? Ele deveria seguir o exemplo dos outros! Quer dizer, faz mais de uma semana que o tal de Lupin não dá sinal de vida e Pettigrew então parece não se lembrar da sua existência há mais de um mês. Vamos ver o que seu namoradinho escreveu desta vez...será que andou sonhando com você de novo? – Questionou ele, maldosamente, se referindo a carta em que Tiago dissera ter sonhado com o amigo por sentir muitas saudades.

  -Papai, - Régulo chamou sua atenção, impaciente, - eu também adoro ouvir as declarações de amor desse traidor do sangue que tanto parece gostar de Sirius, mas acho que, só por hoje, deveríamos nos abster dessa diversão. O meu irmãozinho aqui não pode perder tempo, afinal, tem muito o que fazer hoje! Quero essa casa um brinco quando meus amigos chegarem!

  -Verdade, meu filho, verdade, tinha quase me esquecido! Evanesco! – Com um giro da varinha, a carta desapareceu de suas mãos. – Quem vem mesmo?

  -Belatriz , Lúcio e Narcisa confirmaram! Tom disse que infelizmente não vai poder vir, mas nem por isso quero a casa menos limpa, me ouviu, pequena aberração? Esse lugar precisa estar impecável para recebermos nossas primas e o Malfoy!

  -Duas Black e um Malfoy...vê, Sirius? Esse é o tipo de gente com quem deveria se envolver! Eles sim estão no nosso patamar! Não com os Potter, pelas barbas de Merlin! Não sei nem como eles conseguem pagar a mensalidade de Hogwarts, não é à toa que tem apenas um filho! E o que você está fazendo aqui? Comece já essa faxina enquanto eu chamo Monstro pra te vigiar!

  -Pai, eu ainda não comi. – Sirius respondeu, pois seu pai parecia ter se esquecido desse fato.

  -E daí? Desde quando servo precisa de café da manhã? Aqui, tome isto. – Orion lhe estendeu uma banana que acabara de retirar da cesta de frutas.

  -Esse vai ser todo o meu café da manhã? Uma única banana?

  -Eu te dou comida e você ainda reclama?

  -Liga não, pai. – Um sorriso malicioso se moldou nos lábios de Regulo. – É que ele gosta muito da fruta, só uma não é o suficiente mais, sabe? Tiago que se cuide!

  Vermelho e com fome, Sirius aceitou a banana que o pai ainda lhe estendia e caminhou rumo ao armário de vassouras, as risadas dos outros dois ainda ressoando em seus ouvidos mesmo depois de ter deixado a cozinha.

  Ao chegar lá, já lhe esperavam Walburga (que acabara de acordar) e Monstro, sempre de prontidão. Irritadiça e apressada, ela falou:

  -Olha aqui, vou lá preparar o café de seu pai e seu irmão, mas nem por isso pense em usar magia durante a limpeza, ouviu bem, mocinho? Quero essa casa brilhando quando os amigos de Régulo chegarem, mas nem por isso quero que você faça diferente dos trouxas, já que parece gostar tanto deles! Para se certificar de que você sequer encoste na sua varinha, Monstro vai estar te vigiando, ok? E quanto a você Monstro, quero que me prometa que não vai sair do lado de Sirius nem por um instante, vai impedi-lo de qualquer tentativa de usar magia e só vai ajudá-lo com a faxina quando for realmente necessário! Ah, e trate de chamar a atenção dele se vir algo sujo! Estamos acertados assim?

  -Claro madame, claro.

  -Mãe, - chamou Sirius antes que ela lhes desse as costas- como você não estava acordada, não tinha café da manhã, e meu pai só me deu uma banana pra comer. Posso tomar café com eles antes de começar a limpar a casa?

  -O seu pai sabe exatamente o que você deve ou não comer, Sirius, agora menos enrolação e mais trabalho!

  Walburga partiu para a cozinha sem pensar duas vezes, deixando Sirius com uma banana, um elfo rabugento que o encarava descaradamente, algumas vassouras, um esfregão, um balde e um pano de chão. O garoto suspirou, sentindo toda a euforia da manhã se esvair, ia ser um longo dia.

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  Já escurecia quando os amigos de Régulo, que viriam para passar a noite, começaram a chegar, mas Sirius ainda não havia acabado a faxina, visto que a casa era enorme e o elfo parecia ainda mais implicante do que de costume por causa da visita, encontrando defeitos em lugares que Sirius jamais notaria.

  As primeiras a chegar, foram Belatriz e Narcisa, que entraram bem no momento em que ele varria o hall de entrada. Assim que Régulo foi atender a porta, elas o viram e perguntaram?

  -Porque o Sirius está fazendo a faxina?

  -Aconteceu alguma coisa com o elfo doméstico de vocês? – Ao que tudo indicava, Réculo cobria sua visão de Monstro, que se encontrava logo ao lado de Sirius, e parecia genuinamente preocupada.

  -Ah, não! Monstro está ótimo! – Ele se afastou, indicando o elfo logo atrás dele. – Mas...porque fazer o coitado limpar a casa quando temos uma criaturinha muito mais nojenta e merecedora desse serviço vivendo sob o nosso teto, não é mesmo?

  Belatriz riu com vontade, mas Narcisa exibiu apenas um sorriso envergonhado, enquanto Sirius tentava, sem sucesso, esconder o rosto vermelho pela vergonha e sujo pelo pó com os cachos compridos. Notado o esforço do primo para passar despercebido, Belatriz não pôde deixar de fazer mais um de seus costumeiros comentários maldosos:

  -Com vergonha, priminho? Interessante, disso você tem vergonha, mas não de namorar um grifinório da família Potter e andar com um bando de perdedores? Acho que está na hora de rever seus valores!

  Régulo riu e convidou as duas a entrarem e se dirigirem à sala de estar, mas, enquanto passava, Belatriz apontou sua varinha para o chão, pronunciando palavras que ele não conhecia, um feitiço que ele ainda não havia aprendido. Instantaneamente, uma poça de um líquido grudento como melaço se materializou no piso que acabara de limpar. Ela sorriu e seguiu para a sala, como se nada tivesse acontecido.

  Não tardou muito para que Lúcio chegasse, Sirius ainda esfregando a poça que, mesmo após tanto esforço, permanecia praticamente intacta. Bastou Régulo atender a porta para que a esperada interrogação fosse lançada:

  -Porque ele está esfregando o chão? Não é para isso que vocês tem o Monstro?

  -Ah, sim, é para isso que temos o Monstro, mas minha família decidiu que as esquisitices de Sirius não poderiam sair barato. Ele só está tendo o que merece. Agora entre, Lúcio, eu e Belatriz estamos jogando xadrez de bruxo, mas Narcisa está começando a se entediar, e vocês dois se dão tão bem! Aposto que vai conseguir entretê-la.

  -Eu com certeza posso tentar. – Ele respondeu, todo sorridente, e não olhou mais para Sirius no caminho para a sala.

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  Sirius não tinha ideia do que seria aquilo que Belatriz acabara de lançar no chão, mas, fosse o que fosse, definitivamente era difícil de tirar. Já fazia quase uma hora que esfregava o chão, e só agora estava terminando aquilo. Tudo com o que sonhava era um bom banho, quando tocaram a campainha mais uma vez.

  Régulo foi atender, com os cenhos franzidos, a porta, tendo ao seu lado Belatriz, que ficara curiosa para saber quem seria. Não demorou para que Sirius descobrisse de quem se tratava o inesperado visitante, quando a garota gritou, com a voz doce e feliz:

  -Tom! – Seus olhos brilharam ao perceber que era ele, enquanto jogava para trás, com os ombros, a capa vede já aberta, mostrando seu vestido preto de renda justo e jogando os cachos para o lado. - Você veio!

  -Que surpresa boa! – Régulo continuou : - Você me disse que não poderia vir!

  -É claro que eu disse! Mandar uma carta confirmando minha presença quando eu estava proibido de vir seria estupidez! E me desculpem pelo atraso, vim a pé desde a Travessa do Tranco!

  -Como você conseguiu chegar aqui se não te deram permissão para sair de Hogwarts? E o que você estava fazendo na Travessa do Tranco?

  -Ah, minha cara, você ficaria impressionada ao saber o que posso fazer com um par de armários quebrados. –O garoto exibiu um sorriso tão charmoso que, por um instante, Sirius seria capaz de jurar que Belatriz iria desmaiar. – Agora, Régulo, me explique uma coisa: você não me contou que tinha um novo elfo doméstico! Ainda mais um com forma humana e os cachos da família Black!

  -Pois é, na verdade aquele é o meu irmão mais novo! A aberração, sabe?

  -Ah, entendo, sabia que ele não me era estranho! Posso falar com ele por um instante? – Como os dois continuassem na sua frente, Tom prosseguiu: - A sós...

  -Oh, claro, claro. – Respondeu Régulo, estranhando tudo aquilo, mas sem coragem para questionar o amigo.

  Ligeiros, Régulo e Belatriz voltaram para a sala, mais uma vez entretidos com sua partida de xadrez bruxo. Uma vez que eles estavam fora do cômodo, o menino se aproximou de Sirius, encostando num armário próximo a ele e ficando, dessa forma, a apenas alguns centímetros de distância do mais novo.

  Parando o que estava fazendo, Sirius largou o pano no chão e, sob o olhar reprovador de Monstro, levantou-se para conversar com Tom. Com o outro tão próximo de si sem que fosse num duelo ou sofrendo uma azaração, o mais novo não pôde deixar de notar a beleza inegável do amigo do irmão: os cachos e os olhos negros contrastavam com a pele que deixaria a Branca de Neve com inveja, seus lábios eram carnudos e os dentes, perfeitamente brancos e quadrados, as unhas impecavelmente cortadas e lixadas e o corpo em forma. Percebendo estar sendo analisado, Tom sorriu antes de começar a falar:

  -Bom, é...Sirius, estou certo? – O outro apenas assentiu com a cabeça, constrangido demais para conseguir falar. – Bem, então, Sirius, diga-me uma coisa: Foi a Belatriz que fez isso, não, é mesmo? A sujeira? – Ele assentiu mais uma vez. E, novamente, Tom sorriu, parecendo contente por ter acertado, mas ao mesmo tempo compreensível e benevolente: – Eu aposto que você está cansado disso, não? Os duelos, as azarações, as brincadeiras, ter que limpar a casa como um reles serviçal...Tudo isso poderia acabar se você se tornasse meu amigo, entrasse pro meu grupo que, como deve ter percebido, manda naquela escola. Todos nos respeitam e você tem tudo para fazer parte disso: Seu sangue não é só puro, é nobre, a linhagem dos Black é muito respeitada, pelo que ouço dizer, você tem muito potencial como bruxo, é até um animago! Você...

  -Co-como você sabe que sou um animago? – Sirius finalmente recuperara sua voz, gaguejando.

  -Eu tenho informantes em todos os lugares, eu sei de tudo. –Ele sorriu, misterioso. – Como ia dizendo...você tem tudo para se tornar um de nós: Vem de uma boa família, é poderoso e bonito. –Sirius sentiu seu rosto esquentar violentamente ao ouvir aquilo vindo de Tom. – Ah, por favor, não fique encabulado ou finja que não sabe! Tudo bem, provavelmente agora, sujo, suado e fedendo a xixi de rato, você provavelmente não esteja em sua melhor forma! – Uma risada melódica e suave escapou por entre seus lábios. – Mas todos sabem que as garotas daquela escola são loucas por você! Não só as da sua idade, as mais velhas também, vi por mim! Se se juntasse a nós, poderia ter o que quisesse: poder, influência, respeito, garotas...E se os boatos forem verdadeiros (e eu acredito que sejam)...Eu posso até relevar suas preferências pelo outro lado, fingir que não vejo, encobrir seus casos com qualquer garoto que quiser. A Belatriz te importuna? Eu posso pedir para ela parar! Ela faz tudo o que eu quero, é por isso que eu amo essa garota! É como ter um cachorrinho de estimação, só que muito mais atraente e útil. Você pode ter um pouco de dificuldade para se ajustar no começo, por ser grifinório e não sonserino, mas não seria o único e isso logo passa! Agora, você sabe o que realmente precisa fazer para conquistar tudo isso?

  -O que? – Sirius tinha os olhos arregalados ao ouvir todas aquelas promessas tão tentadoras.

  -Livre-se de seus amigos. – A voz de tom perdera seu tom suave e uma sombra negra que Sirius não tinha visto até então ameaçava aparecer por trás de seus olhos, uma escuridão que parecia se negar a continuar escondida. – Prove-me sua lealdade?

  -Me livrar dos meus amigos? Você quer que eu pare de falar com eles? – Sirius não queria acreditar no que estava ouvindo.

  -Ah, claro, isso é o básico. – Tom fez um gesto de desprezo com a mão antes de prosseguir: - Mas pra você provar que é leal a mim é preciso muito mais. Mostre que não possui mais nenhum de seus sentimentos nojentos pelo Potter com um Crucio. Use Imperius no Pettigrew, não deve ser difícil manipulá-lo, e quanto ao Lupin...

  -O que? Devo usar uma Avada Kedrava para completar as três Maldições Imperdoáveis?

  -Ah não, eu jamais pediria que você matasse Remo. – O garoto assumiu um tom falsamente ofendido. – Apenas que deixe que ele mate alguém. Escolha alguém que ele ame, mas precisa ser alguém que ele ama de verdade e coloque essa pessoa na frente dele numa noite de lua cheia, depois que ele tiver sofrido sua transformação.

  -Como você sabe disso? O que tem de tão grave contra seus amigos? – O horror do jovem Black era visível.

  -O que foi? Você realmente acreditava que eu não soubesse do segredinho sujo do seu amigo, quando sei que você é um animago? Ah, poupe-me, Sirius! Lupin é uma besta, Pettigrew é um fracote e quanto ao Potter...não me importo que a família dele seja de sangue puro, já conheci mestiços muito mais honrados! Aqueles lá são que nem os Weasley, não sabem o valor do sangue que tem! Além de serem risivelmente pobres!

  -Nunca que eu ia fazer qualquer uma dessas coisa com meus amigos! Você que está errado em achar que o sangue e o dinheiro falam mais alto do que a pessoa é de fato, não o contrário! – A revolta tomou conta de Sirius, que de repente não achava que Tom fosse mais tão bonito.

  -Está certo. – Qualquer traço de simpatia ou gentileza se fora por completo da voz de tom, agora dura e ameaçadora. – Se é assim que você prefere...Mas você ainda vai se arrepender de ter ficado do lado deles! E, quando esse dia chegar, vai sentir falta das brincadeiras da Belatriz!

  Sirius empalideceu, mas não disse nada, temeroso, enquanto Tom se dirigia à sala para uma inocente rodada de xadrez de bruxo com seus amigos.

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  Finalmente Sirius terminara de limpar o hall de entrada. Tudo que precisava fazer agora era guardar tudo o armário de vassouras e então estaria livre para tomar uma ducha, tentar consertar seu despertador e dormir. Essa perspectiva normalmente o animaria, não fosse o fato da ameaça de Tom ainda ecoar em sua cabeça, aterrorizando-o de uma forma que nenhum dos amigos de seu irmão mais velho jamais fizera antes.

  Outro problema era a localização do armário de vassouras: precisava atravessar a sala para chegar lá, e, consequentemente, passar pelo primogênito e seus convidados. Suspirando, derrotado, ao aceitar a sua sina, ele pegou todos os materiais de limpeza e, com Monstro sempre ao seu lado, entrou no outro cômodo.

  Lá, Tom e Régulo disputavam uma partida claramente já vencida de xadrez de bruxo. Enquanto o primeiro jogava despreocupado, com ares de vencedor e conversando com Belatriz, o segundo estava completamente focado, suando, quase como se a estratégia que o jogo exigia sugasse sua energia, e ainda assim fazia os movimentos errados.

  Com tamanha concentração, este sequer vira o irmão passar. Belatriz lançou-lhe um sorriso de escárnio e Tom um outro sorriso, cheio de significado, que Sirius se sentia incapaz de compreender. Não haviam sinais de Narcisa ou Lúcio no aposento.

  Evitando ao máximo os comentários maldosos da prima e a concretização das ameaças de Lúcio, Sirius avançou o mais rápido que pôde, em sua mente gravada ainda a ameaça de Tom, todo o medo e a raiva que esta envolvera.

  Foi com a mente borbulhando de pensamentos como estes que ele abriu o armário de vassouras, que, em choque, percebeu não estar vazio, ou contendo apenas vassouras, como era de se esperar.

  Os cabelos louros não negavam, e foi com os olhos arregalados pelo choque que ele se deu conta de que o que via eram Lúcio e Narcisa aos beijos. Irritado pela interrupção, o loiro se virou, com o rosto de um vermelho vivo, e começou a sussurrar com a voz rude:

  -O que foi? Porque essa cara de choque? Nunca viu uma menina e um menino se beijarem não? Tá com inveja porque nunca pegou garota nenhuma? –O Malfoy exibiu um sorriso maldoso depois de pronunciar essa última frase: - Ou será que é porque na verdade você nutre uma paixão secreta e tá com ciúmes, hein, aberração? Tiago sonha com você e você sonha comigo? É assim mesmo? Se contar qualquer coisa do que viu aqui hoje...eu falo isso pro Potter!

  Por um instante, a mente de Sirius em nada diferia a um vulcão entrando em erupção após muito tempo adormecido. Se lembrou de todas as brincadeiras cruéis, todas as risadas, as azarações, os duelos, as ameaças, principalmente da de Tom. Aguentara aquilo tudo calado, sem pestanejar, mas saber que Régulo expunha as cartas que Tiago lhe enviava para seus amigos e ter sentimentos que nem ele mesmo compreendia direito usados contra si, foi o estopim, e, naquele momento, tudo que ele era capaz de pensar ou sentir era raiva. Raiva de sua família, por não aceita-lo. Raiva dos amigos de seu irmão, por serem tão maldosos. Raiva até de si mesmo, por ter sentimentos tão confusos em relação a alguém que não deveria ser nada mais que seu amigo. No entanto, em meio àquele caldeirão de raiva, uma lembrança racional surgiu, e com ela, um plano: O endereço que vira na carta naquela manhã.

 Sem pronunciar uma palavra sequer ou parar para pensar duas vezes, Sirius largou as vassouras no chão e saiu correndo, disparando ao subir as escadas, com medo de perder a coragem se pensasse demais.

  Entrou em seu quarto como um raio, abriu seu malão impetuosamente e guardou nele apenas o básico: Alguns rolos de pergaminho em branco, uma pena, potes de tinta e as primeiras mudas de roupa que conseguiu encontrar. No bolso, levava apenas a varinha e todo o dinheiro de seu cofrinho. Não se importava com as consequências e não ligava para o fato de que sairia de lá em uma semana, para Hogwarts. Ele não conseguiria ficar naquela casa recebendo sem poder ler de fato as cartas de Tiago, e sendo alvo de chacota da família, nem mais um dia. Sabia que estava sujo, suado e fedido, mas também não havia tempo para um banho.

  Desceu as escadas do hall, quase tão rápido quanto subira, tomando cuidado apenas para não fazer barulho ao arrastar seu malão. Destrancou a porta com um simples alohomora e caminhou em meio à noite escura e com poucas estrelas até a esquina, onde ergueu sua varinha com mais firmeza do que de fato sentia. No mesmo instante, um enorme ônibusroxo berrante de três andares se materializou na rua ao seu lado e dele saltou um jovem rapaz vestindo um uniforme roxo, que disse:

  -Bem-vindo ao ônibus Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a varinha, subir a bordo e podemos leva-lo aonde quiser. – Aquele condutor não sabia, mas para Sirius, era a sua liberdade que acabara de chegar.


Notas Finais


E aí?? O que acharam? Espero não ter decepcionado vocês depois de ter demorado tanto pra postar algo, mas, se tiver feito isso, podem comentar que eu melhoro no próximo capítulo! Se tiverem gostado, também podem comentar porque eu fico feliz! Kk e, se estiverem neutros, comentem pra eu saber pelo menos se ainda tem alguém acompanhando! Enfim, comentem, please! Até o próximo capítulo!
Beijos de macarrão <3


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