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História Comatose - We are trapped in the dark


Escrita por: shimmieyeol

Notas do Autor


Olaaaar! tudo bem com vocês?
Cheguei com a continuação dessa historinha pra vocês. E, pra quem já leu antes, é aqui que começam as mudanças de fato. Eu pensei mil vezes em como poderia deixar isso um tanto melhor. Inclusive ficou bem grandinho e confesso que eu gostei.
Outra coisa, eu tô pensando em postar os capítulos toda quinta feira, acho que é um dia mais tranquilo para mim.
Enfim, sem mais enrolações, vejo vocês nas notas finais! <3

Capítulo 2 - We are trapped in the dark


O dia não começou nem um pouco bem para ele. Já tinha perdido as contas de quantas vezes tinha sido demitido naquele mês. Talvez aquela fosse a quinta. Sentou-se na calçada em frente à loja de conveniência em que, até alguns minutos atrás, ainda trabalhava. Soltou um suspiro pesado, olhando para a avenida movimentada. Sabia que não teria mais condição nenhuma de encarar mais uma entrevista de emprego. Talvez não naquele dia, talvez não naquela semana.

No fim, sabia que seria demitido por causa da mente fechada da maioria de seus contratantes e de uma sociedade lotada preconceito. Ou talvez a sua condição fosse culpada e nada ele poderia fazer para mudar isso. Ele mais do que tentou se acostumar com isso de alguma forma, mas, infelizmente, não conseguia. Levantou-se, limpando a parte de trás da calça e pôs-se a caminhar. Sem um destino certo. Sem um rumo exato. Apenas queria caminhar. Procurou olhar o mundo ao seu redor enquanto se movia em passos lentos e quase robóticos.

Via filhos sorridentes enquanto passavam com suas mães, pessoas apressadas tentando chegar o mais rápido possível em seus compromissos, casais mostrando todo o seu carinho. Cada qual com sua vida. Cada um com sua normalidade. Desejava tanto possuir uma vida normal. Algumas situações o impediam de ter esse tipo de vida. Onde se faz aquilo que gosta. Onde as opções eram tudo, menos obscuras. Onde sorrir era algo tão simplório...

Ele sentia saudade de sorrir. De sentir seus músculos do rosto contraírem apenas para deixar seus dentes a mostra. Apenas para mostrar felicidade e alegria. O que era aquilo? Fazia tanto tempo que nem ao menos se lembrava do que era o verdadeiro ato de sorrir. Seus sorrisos eram falsos, mecânicos. Para conseguir algo ou em alguns de seus empregos, que eram tão inconstantes quanto sua vida.

Claramente, não era aquilo que ele achava que sua vida seria quando era mais novo. Nada do que queria para si tinha se concretizado. Ele não conseguia transmitir segurança a ninguém, nem a si mesmo. Ele queria que tudo mudasse, porém não se esforçava o mínimo para que isso fosse possível. Ele apenas existia naquele circo de horrores chamado vida. Não se via como um injustiçado, se via como um babaca, um estúpido egoísta que nem sequer foi inteligente o suficiente para perceber que de todas as possibilidades que lhe foram oferecidas, fora teimoso o suficiente para escolher as piores, apesar de as consequências estarem mais do que escancaradas. E, bem...se arrependia amargamente.

Caminhou mais alguns metros com a intenção de sair daquele aglomerado de corpos, o que estava bastante complicado, afinal era final de ano e estava no centro da cidade praiana. Era de se esperar que o local estivesse repleto de pessoas em pleno início de dezembro. Esquivava de todos que vinham na sua direção. Sabia que era mais que normal que as pessoas não pedissem desculpas quando se esbarravam. E ele odiava isso. Para evitar conflitos, entrou na primeira saída que encontrou.

Mas, ao sair da multidão, em uma rua calma que dava no mar de pessoas em que estava anteriormente, algo despertou a sua atenção. O garoto parou alguns metros à sua frente e levantara o rosto, retribuindo o seu olhar de forma confusa. Talvez fosse os indícios de que chorara ou o andar mecânico. Talvez fosse o olhar vazio que tinha. Parecia magnetismo a forma como não conseguia parar de encarar aquele ser pequeno. Tinha alguma coisa nele que o prendia. O fazia lembrar de si mesmo. Desviara suas orbes da outra que observava tentando encontrar o porquê de tamanha atenção direcionada a si.

O pequeno voltou a se locomover até passar ao seu lado. Não se sentira confortável ao ver aquele ser branco como a neve passar ao seu lado. Ainda sentia vergonha de ter sido pego no flagra. Olhou para o lado para disfarçar a vermelhidão crescente em sua face e percebeu uma loja de produtos exotéricos. Um colar com um pingente em forma de lua manteve seus pés presos ao chão. Aquele objeto lhe trouxe um misto de emoções. A nostalgia que o fez sentir conforto e medo. Saudade e angústia.

Pondere sobre suas escolhas. São elas que definem o que você será, Chanyeol.” Disse sua mãe uma vez em que estavam no quintal de casa, apreciando o céu noturno. Coisa que faziam sempre que podiam. Fechou os olhos com força, deixando escapar algumas lágrimas teimosas que se formaram nos cantos de seus olhos. “Me perdoe mãe, por não ponderar sobre minhas escolhas e por, provavelmente ter feito as erradas.” Respirou fundo e se afastou da loja.

A culpa começou a preencher a sua mente. Que falta sentia de sua mãe, aquela que estava ali, sempre ao seu lado, sempre o ajudando e o aconselhando e o que fez? Estragou tudo. Com sua impulsividade e teimosia. Com sua insistência desgastante de tentar ter as coisas apenas do seu jeito, de forma bruta e animalesca. O afastando, o desgastando, o degradando, o corroendo de uma forma inexplicável. E agora, ele só queria o colo, os afagos e os carinhos delicados da Sra. Park ou de alguém que o amasse. Alguém, algum dia, chegou a amá-lo de verdade?

Enquanto caminhava, sentia os olhares de algumas pessoas em si, principalmente de mulheres. O garoto se destacava pela altura e indiscutível beleza que possuía. Chanyeol ignorava sempre todas as indelicadezas, muitas vezes explícitas, direcionadas a si, mesmo que a utilizasse vez ou outra para satisfazer o desejo carnal excessivo que possuía. Casos de uma noite eram mais do que constantes em sua simples rotina. Homem ou mulher, não importava. Era só despertar o seu interesse que acabaria num quarto de motel barato, saindo antes da outra pessoa acordar. Porque ele era assim. Impulsivo e escorregadio. Quanto menos apego, melhor. Menos uma pessoa para magoar, já que era isso que sabia fazer de melhor.

 

「‧ ‧ ‧ ‧ ❄‧ ‧ ‧ ‧」

 

Estava tarde da noite quando se sentou na areia da praia. Ficara ali, observando o mar por horas e horas, sentindo a brisa fria acariciar a sua face, fazendo o seu corpo estremecer. Era noite de lua cheia. Respirou fundo mais uma vez, tentando afastar as lembranças que surgiam em sua mente naquele momento. Não queria lembrar do momento em que era feliz, não queria se martirizar ainda mais, não queria pensar no fardo que tinha se tornado. Ele não queria chorar. Sorriu triste quando viu as nuvens pesadas cobrirem o astro. O deixando sozinho com seus pesadelos e com o vento frio que fazia tremores passearem por seu corpo.

Por mais que tentasse não pensar em seu passado, Chanyeol se sentia perseguido e, quase sempre, pressionado por ele. Por mais que tenha se esforçado e se tornado uma pessoa melhor, ninguém acreditava que isso fosse possível e isso o aborrecia profundamente. Suspirou pesadamente e tirou a cartela de cigarros do bolso. Fitou o objeto em suas mãos e afirmou que iria largar o vício, mas não hoje. Acendeu um e tragou com uma vontade absurda, como se aquele fosse a sua única fonte de amnésia ou de uma calmaria temporária.

Por que era tão impulsivo? Por que ainda agia sem pensar? Ele buscava por respostas em si que ao menos saberia como responder. Era mais forte que ele, o deixava irritado. E no fim, terminava com raiva e descontava isso na bebida e na nicotina. Mesmo que tentasse ao máximo se libertar dessa prisão, nem sempre ele conseguia se controlar ao ponto de tentar espairecer sem colocar uma gota de álcool ou um cigarro na boca. Ele estava à procura de sua válvula de escape. Ela poderia ser um tanto menos destrutiva, corrosiva. Mas não é sempre que temos aquilo que queremos.

Direcionou um olhar triste para o céu. As gotas geladas começaram a cair e ele praguejou mentalmente. Por que o clima tinha que ser tão instável? Continuou ali, sendo banhado pela água gelada. Olhou ao seu redor, apreciando a praia vazia. Exceto por um ponto branco à uma certa distância de onde estava. Observou o que estava acontecendo. Alguém estava entrando no mar.

Chanyeol fitava a cena incrédulo. Sabia que o indivíduo ali não estava adentrando o mar por mera diversão. Estava estático e assim permanecera. Até onde a coragem daquela pessoa iria? Quando se deu conta que a intensidade da chuva tinha aumentado e que a pessoa, que tinha acabado de mergulhar, não iria voltar, saiu da inércia, levantou e começou a correr em direção à água, tirando o casaco pesado que vestia para ajudar na locomoção. Mergulhou e começou a nadar o mais rápido que pode, ignorando a água gelada e a ardência em seus olhos. Apenas queria salvar aquele ser. Jogou-se na água em meio ao desespero, nadando de forma desajeitada. Sem nenhuma iluminação. Apenas ele e sua intuição. Ele como um guerreiro enfrentando um monstro praticamente indestrutível que era o mar revolto para um jovem em perigo.

Encontrou o corpo quase inanimado no escuro da água salgada e o aninhou em um de seus braços, enquanto aproveitava o movimento brusco das ondas para voltar para a areia. A pessoa era tão leve e pequena que se perguntou se era uma criança que cresceu rápido demais. Se desvencilhou de seus devaneios sobre o físico frágil dela e nadou com mais afinco. Quando conseguiu ficar de pé sem maiores problemas, segurou o que percebera ser um garoto no colo e correu para onde estava seu casaco. A chuva não tinha cessado, mas diminuíra sua intensidade. Deitou o corpo sobre a areia e só naquele momento percebeu o óbvio. Já havia visto aquele indivíduo.

Era aquele que tinha encarado mais cedo, buscando por qualquer fio de resposta para as dúvidas que brotaram em sua mente quando o viu pela primeira vez. Fitou o bonito rosto angelical mais profundamente e se entristeceu com o estado deplorável em que ele se encontrava. Tão magro que dava pena e as olheiras tão profundas, dignas de um panda. O desespero voltou a dominar em seu corpo e forçou seu corpo quase congelado a fazer uma massagem cardíaca no pequeno. Sem resultados. Tentou mais vezes, se esforçando ao máximo para que aquilo pudesse dar certo, mas ainda não era o suficiente. Sem hesitar, Chanyeol tentou a respiração boca a boca. A cada segundo se passava, o medo tomava conta do mais alto. Não havia um motivo aparente, mas ele não queria que aquela pessoa morresse. De forma alguma. Não quando ele poderia ajudar. Não poderia deixar que mais alguém morresse.

Tentou a respiração mais uma vez e surtiu efeito. O garoto tossiu, expelindo toda a água que tinha entrado em seus pulmões. Fez uma careta que Chanyeol julgou ser muito fofa e abriu os olhos lentamente. O mais alto percebeu o quão perturbado ele parecia estar, mas não deixou de se sentir extremamente aliviado ao ver acordar. Olhou profundamente nos olhos do menor, que o fitava curioso, mas logo se afastou depois levemente constrangido. Notou que o outro tremia, então o fez sentar e o envolveu com o seu casaco.

A chuva havia cessado, permitindo que lua desse o ar da graça novamente. Chanyeol deitara na areia, fechando os olhos e soltando o ar que estava preso em si repetidamente. O pequeno ainda o olhava aflito, confuso, perdido. O corpo tendo espasmos violentos. O mais alto ainda não conseguia sentir frio. A adrenalina ainda corria em suas veias, o deixando alerta para qualquer movimento brusco do outro.

- O-obrigado... – O garoto resgatado disse com a voz rouca e baixa, mas fora o suficiente para que Chanyeol escutasse e que sorrisse minimamente.

Mesmo que ninguém tivesse o visto salvar a vida daquela pessoa, ele se sentia bem, renovado, aliviado e, acima de tudo, feliz. Não era só por isso, mas, também, por ter sido aquele garoto. Sim, ele tinha despertado a curiosidade de Chanyeol e ao menos sabia o porquê disso.

Algumas coisas não devem acontecer por acaso. Bom, muitos esperam que não fosse. E, mesmo não querendo, salvar o moreno foi a melhor coisa que ele poderia ter feito algum dia em sua vida.

 

「‧ ‧ ‧ ‧ ❄‧ ‧ ‧ ‧」

 

Baekhyun foi ajudado a sentar pelo garoto a sua frente. Estava confuso e com sua garganta ainda ardia. Foi fácil se tocar que tinha sido salvo e que, mais uma vez, teria que enfrentar o seu particular mundo cão por um momento. Fitava o rosto, agora menos tenso, do mais alto que agora lhe encarava deitado ao seu lado e se pegou quais eram as possibilidades de a pessoa que havia lhe encarado mais cedo tivesse lhe puxado para a vida. Era um rosto tão diferente e, ao mesmo tempo, tão comum para si. Os olhos e orelhas grandes, fofos e engraçados. Analisar as feições do outro era interessante. Parecia uma criança muito alta. Riu internamente e percebeu que ele desviara o olhar do céu para os seus olhos.  O Park se sentou, cruzando as pernas, e virou se para o outro.

- Vamos. Vou te levar para casa. – O castanho levantou-se e estendeu as mãos para que Baekhyun se levantasse e, assim, o pequeno fez.

Baekhyun ficou pasmo com a diferença de altura entre os dois. Reparou também que o mais alto tremia muito. O moreno retirou o casaco, que antes estava embrulhando o seu corpo, ao seu dono, colocando-o em seus ombros na tentativa que aquele ato pudesse amenizar qualquer que fosse o frio que aquele desconhecido estivesse sentindo, em uma forma de agradecimento. Estava meio cambaleante quando levantou, mas logo foi segurado pelos braços do outro em sua cintura.

Foi guiado pelo castanho até que não estavam mais pisando em areia. Naquele momento, a chuva tinha voltado a cair, mas sem tamanha violência de minutos atrás. Chanyeol ainda segurava com firmeza a cintura do mais baixo, com medo de que ele fosse ao chão. Sabia que ele estava fraco, então não correria o risco de que isso pudesse realmente acontecer. Baekhyun queria contestar¸ dizer que conseguiria andar sozinho e não precisava se preocupar, mas sua garganta incomodava tanto que não ousou dizer uma palavra sequer até que chegaram ao ponto de ônibus.

- Daqui eu sigo sozinho. – Olhou o mais alto brevemente. Mesmo que falar fosse um empecilho, ele continuou – O-obrigado. – Virou-se sem esperar por uma resposta e adentrou o ônibus.

Chanyeol não se deu por vencido e entrou no veículo também. Se sentiria altamente culpado se algo acontecesse no caminho do outro para casa. Dessa forma, surpreendeu o pequeno Byun, sentando-se ao seu lado. Baekhyun assustou-se com a presença. Seus olhos arregalaram e a boca se abriu, mas nada saia.

- Por favor, me deixa pelo menos te deixar em casa. Eu não vou me sentir bem se algo der errado. – O Park falou sem olhar para o outro, por pura vergonha de sua recente gentileza.

Baekhyun não estava mentindo quando agradeceu ao outro por ter salvado a sua vida e achara adorável a forma desajeitada a qual o outro agia consigo. Era certo de que ele queria dar um fim em sua existência, mas ninguém, ao menos uma vez em sua vida, se importara em ajudá-lo, sem contar seu irmão e seus dois únicos amigos, é claro.

Quanta saudade o pequeno tinha dos dois que sempre lhe acompanharam. Com eles, era mais forte ou, talvez fosse melhor falar, menos suicida do que estava sendo agora. Sentia os braços arderem, de forma fictícia, nos lugares de todos os cortes que já fez. E, em todas essas vezes, acordava deitado em uma cama de hospital com uma atadura enrolada em cima de todos os machucados. Sabia que seu irmão havia o encontrado em seu banheiro, todo ensanguentado. Também sabia que ele chorava todas as vezes que o via nessa situação deplorável em que se encontrava. Isso fazia que o sentimento de culpa lhe atormentasse mais, o fizesse perder mais a fé em si mesmo a cada dia que se passasse. Enxugou a lágrima que escorreu pelo seu rosto para que ninguém percebesse o seu momento de fraqueza ali. Porém o moreno ao seu lado notara e preferira não interromper seu momento catártico.

Respirou fundo e se levantou quando chegou ao seu ponto com Chanyeol ao seu enlaço. Caminhavam lentamente. A chuva finalmente tinha parado de cair e a lua aparecera novamente. Levantou o canto dos lábios em um sorriso sincero ao perceber isso, sendo acompanhado pelo outro. Se mantiveram em silêncio por todo o caminho. Entretanto, isso não os incomodava. A falta de conversas chegava a ser terapêutica. Se conectavam dessa forma. As atitudes os deixaram presos um ao outro. O silêncio os prendiam um ao outro. Não é como se eles quisessem se conhecer. Cada um estava preso em seu mundo particular em que o outro chegou e bagunçou o previsível. Jogando tudo para o ar e criando um novo caminho.

Assim que chegaram em frente à casa do Byun, um sentimento incômodo preencheu o âmago de Chanyeol. Ele não sabia explicar essa preocupação que o dominava nesse fim de dia. Queria ter a confirmação de que o outro a sua frente não faria nenhuma besteira. Baekhyun não estava tão diferente assim. Mesmo não querendo – e não sabia, nem entendia o porquê – que o seu salvador fosse embora, ele queria ficar sozinho. De qualquer maneira, ele resolveu, pela primeira vez desde que saíram da praia, olhar atentamente para o outro, que ostentava um nariz levemente vermelho, lábios arroxeados e um corpo que ainda tremia. Esquecera de toda a vitimização que estava fazendo internamente de si e preocupou-se com o outro.

- Vamos entrar, você precisa de um banho quente. – Baekhyun vociferou, tocando a campainha da casa.

- Não tem medo de deixar um desconhecido entrar em sua casa? – Questionou o Park.

- Creio que você não vá fazer nada comigo ou com a minha casa. – Ironizou o mais baixo.

A porta fora aberta de supetão pelo Byun mais velho, que aparentava uma preocupação tão palpável que Chanyeol pressupôs que o pequeno tinha uma ideação suicida constante.

- Baekhyun! Onde você estava? – O alívio que o mais velho demonstrou trouxe uma sensação nostálgica para o Park, o aquecendo internamente.

- Eu estava no centro, hyung. Depois eu fui na praia e acabei perdendo a noção do horário.

- Tomou chuva no caminho também, pelo visto. Enfim, da próxima vez me avisa que vai demorar. Você sabe que eu me preocupo, Baekkie.

- Eu esqueci o telefone em casa. Não sabia que eu iria demorar.

Junhyun suspirou pesadamente e percebeu mais uma presença naquela pseudo discussão.

- E você quem é? – Chanyeol entrou em pânico. O que iria dizer sem que acabasse com a mentira do Byun? Queria muito falar a verdade, mas talvez aquele não fosse o momento.

- Chanyeol, prazer. Sou um... – Hesitou um pouco. – Conhecido do Baekhyun. – Estendeu a mão para cumprimentar o mais velho, que o retribuiu prontamente com um sorriso.

- Sim, conheci ele na época do colégio, acabamos conversando quando cheguei na praia e ele me trouxe até aqui. Estou tentando convencer ele a tomar um banho. Não quero que ele fique doente no caminho para casa. – Complementou o Baekhyun.

- Sim, entre. Eu empresto umas roupas, já que as do Baek não dariam em você.

Chanyeol pensou em recusar novamente, mas os dois foram tão insistentes que acabou concordando com a ideia. Seria ótimo não ter que voltar para casa com a roupa encharcada grudada em seu corpo. Entrou na casa em silêncio, depois dos outros dois. Baekhyun fora para o seu quarto, enquanto ele seguiu o Junhyun até o outro cômodo. O mais velho estava pegando umas vestes para o Park quando resolveu iniciar uma conversa.

- Você não conheceu o Baek no colégio, não foi? – Chanyeol voltou a se sentir nervoso, não sabia o que responder. Também não teria cara de mentir novamente. – Não precisa se preocupar, não vou te dedurar para ele se me contar. – Junhyun sorrira para o outro e lhe entregara as roupas e a toalha.

Chanyeol abaixou o olhar, lembrando do que vira mais cedo e todo o desespero que sentira por uma pessoa que ao menos conhecia.

- Eu realmente o encontrei na praia, mas ele estava entrando no mar no meio da chuva. Eu tirei ele de lá. Eu vi o Baekhyun no centro também, mas a gente só se esbarrou mesmo. Perdão por ter mentido. Eu não sabia como lidar com isso. Não tenho o costume de salvar desconhecidos. – Riu sem graça e coçou a nuca, levemente constrangido.

Junhyun suspirou triste e se sentou na cama. O Park confirmou que a ideação suicida era realmente constante. Diante da confissão, ele sentiu-se mais constrangido que antes.

- Olha, não precisa se incomodar. Eu já vou. Tomo um banho em casa. – Junhyun levantou em um pulo.

- Nada disso. Pode tomar um banho quente. Vou fazer um chocolate quente para vocês dois. É a minha forma de agradecer. Se todos fossem assim com o Baek, ele não seria assim tão triste. Muito obrigado.

Junhyun sorriu agradecido e Chanyeol, pela primeira vez em muito tempo, sorriu de verdade e com vontade. Durante poucos minutos, sentiu que tinha tomado uma decisão certa. Com esse sentimento bom, o Park foi até o banheiro e tomou o seu banho quente. Rápido, porém, revigorante. Depois de vestir-se, foi à procura do Junhyun, solicitando uma sacola para pôr as roupas molhadas, encontrando-o na cozinha.

- Não se preocupe. Eu vou colocar as roupas na lavanderia junto com as daqui.

- Não precisa, mesmo.

- É a minha forma de agradecer, Chanyeol. – Junhyun sentou ao seu lado, o entregando uma caneca de chocolate quente.

- Obrigado, de coração.

Baekhyun logo depois chegou e sentou ao lado do Chanyeol. Os dois se mantiveram em silêncio, apenas aproveitando o calor que o líquido fumegante proporcionava para ambos os corpos. Junhyun percebera que eles, talvez, precisassem de mais algum tempo sozinhos e foi para o seu quarto, desejando boa noite para os dois, além de pedir o número de Chanyeol para devolver as suas roupas depois.

- Meu irmão gostou de você... – Baekhyun quebrou o silêncio que se tornara sufocante.

- Pelo menos alguém tem essa capacidade. – Sorriu simplório e triste, entretanto sentia-se bem com tal constatação. O outro o acompanhou, sorrindo da mesma forma.

- Por que me salvou, Chanyeol? Seu nome é esse mesmo, certo? – Perguntou ainda sem olhar para o outro.

O Park ponderou bastante no que falar, mas, no fim, resolveu ser sincero.

- Confesso que eu não sei. Me veio um ímpeto. Não nem do meu feitio, para ser sincero com você. Mas eu senti que deveria fazer. – O Byun sorriu com a resposta. – E sim, é meu real nome. Meu raciocínio não é tão rápido para inventar coisas.

- Eu já te disse isso, mas creio que não seja o suficiente. Obrigado. – Finalmente, virou-se e fitou o outro, que já lhe olhava fixamente, analisando suas feições.

- Não foi nada. Mas, Baekhyun... – Chanyeol hesitou, mas resolveu continuar. – Se você queria acabar com a própria vida, por que me agradece por te salvar?

Baekhyun sentiu-se instigado pela ousadia do outro de ter-lhe perguntado isso. Nunca tinha topado com pessoas como ele. Diretos, sinceros, sem muitos filtros. Mesmo que essa pergunta o tenha afetado – e não foi pouco –, ele gostara daquilo. De ser questionado.

- Não sei exatamente, mas, depois de tanto tempo, você me enxergou em meio a uma escuridão. Ninguém nunca se importa. E eu sinto que você se importou, Chanyeol.

- Por que sente isso? – Não se importavam mais se estavam se olhando descaradamente. Buscando pela trajetória que os ajudassem a entender o desenrolar daquele dia. Depois de muito pensar e passear o olhar pela face alheia, resolveu responde-lo.

- Porque eu acho que você está preso nessa escuridão assim como eu.


Notas Finais


E aí, o que acharam?
Podem conversar comigo que eu não mordo hahaha
Até o próximo capítulo. :3
Qualquer dúvida, podem me procurar no twitter ou no curiouscat: @shimmieyeol
Beijos da tia Yashii <3


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