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História Combatentes - Tattoo and Videogames


Escrita por: Jaken-san

Notas do Autor


Hello, Hello! E olha eu aqui :D não para postar um capítulo, mas sim dois!

E antes de irem para a leitura quero compartilhar algo com vocês! Primeiro agradecer aqueles que participam da fanfic de alguma forma! Tanto comentando, como favoritando e recomendando Combatentes! Muito obrigada! :D Fiquei contente com o retorno que a fanfic está tendo ultimamente, como já era feliz com os leitores que estão comigo desde do início. <3 Mamãe ama vocês!

Quero agradecer também a Nathy <3 Por ter recomendado a fanfic lá no Nyah :D Como ela realiza a leitura nesta plataforma resolvi agradecer aqui também! Obrigada, chuchu <3

Enfim, tenham uma ótima leitura.

Capítulo 21 - Tattoo and Videogames


Costa Rica – América Central.

 

Mexia distraidamente, com uma colher de madeira de cabo comprido, um conteúdo na panela sobre o fogão de chama acessa. Tenten observava a paisagem pela a janela. O vento estava intenso naquela tarde de início de inverno e assobiava acima do mar salgado e de areia.

Destinou atenção a massa, a qual estava sendo submetida a calor. Contudo segundos depois procurou por terceiros encontrando apenas Temari, sozinha, sentada no sofá mantendo um semblante reflexivo.

A temperatura amena do que a habitual não a impedia de utilizar um short jeans e uma camisa folgada. O cabelo sempre no usual penteado estava preso em um coque alto com umas mechas atrevidas escapando da amarra. Tenten achou graça a ver Temari daquele modo pela primeira vez.

A viu começar a lixar as unhas da mão enquanto mantinha o cigarro que fumava entre os lábios.

 Temari não manifestou nada sobre o fracasso da operação fracassada até então.  Cedeu atenção a sua tarefa, entretanto apenas por milésimos de segundos. O pensamento era disperso naquela tarde fria. O assobiar do vento cativou sua atenção novamente e logo os olhos castanhos miravam a linha do horizonte beijar o oceano.

Foi neste momento de contemplação que sentiu um leve toque em sua cintura. A reação negativa de seu corpo fora imediata e em frações de tempo a musculatura enrijeceu. Assustou-se com o toque inesperado.

- Desculpe-me. – Virou-se abrindo distância, contudo a ver um par de olhos azuis sorriu fraco. Era Ino, mulher que carinhosamente tinha dado um leve beliscão com finalidade de desperta-la de seu devaneio. Ao perceber a alteração comportamental atentou-se.– Não queria assusta-la.

 Pediu e Tenten abandou a colher de madeira sorrindo efemeramente em seguida não captando a analise assídua da Yamanaka em si.

Tenten estava estranha e Ino não sabia o porquê.

No silêncio de Ino a Mitsashi regressou a mexer o conteúdo suspeito da panela ao mesmo tempo que a loira apoiava os cotovelos no mezanino próximo a pia.

- Gaara apresentou melhora? – Tenten indagou e em consequência os pares de olhos encontraram-se. O afirmar veio como resposta e o sorriso fino de Tenten se manteve por segundos. Ino captando-o elevou as sobrancelhas prevendo que Tenten tinha chegado a conclusões e talvez essas fossem precipitadas.

Ambos podiam negar ou tentar disfarçar que existe um envolvimento e de forma recíproca, todavia Ino não o deixava sozinho e Gaara não via mal nenhum nisto. Totalmente pelo contrário.

- Está tudo bem como você? – Ino inquiriu segundo mais tarde. Era notório o abatimento e consequentemente algo estava errado. Tenten não era Tenten. Estava quieta, as piadas tinham ido embora e nem o exercício corriqueiro não era realizado.  Suas atividades restringiam a trocar meia dúzias de palavras com Neji e assistir televisão de olhos vazios. 

- Sim e por que não estaria? – Retorquiu a questão e apresentou outra. Era sempre assim com Tenten quando algo estava errado. Ino avaliou-a novamente, visualizou o esfolhado no rosto, os pulsos enfaixados comprimindo os lábios no término da análise.

Fora flagrada subitamente forçando-a mudar o foco da observação. Tenten não tinha dito e não questionaria.

- O que está preparando de bom? – Ino substituiu a voz dura e altiva tão usual e costumeira para um timbre mais suave e até cômico, visto que a pasta acinzentada não era insumo alimentício e Ino detinha essa informação. Tenten riu e negou em seguida.

- Pasta explosiva. – Tenten tentou tirar um pouco na colher, mas devido a consistência do produto não obteve êxito. – Iria te oferecer um pouco, mas já passou do ponto.

- Sem problema. – Ino afirmou sorrindo. – Deixe para próxima.

Seguiu até a geladeira afim de servir-se de água. Minutos depois estava colocando o liquido em um copo. A água chegou a transbordar o recipiente devido ao devaneio da Yamanaka.  Assim que percebeu o que fazia praguejou alto obtendo a atenção de Tenten, a qual cedeu atenção para Temari em seguida fazendo Ino imita-la.

- Caso não me engano este é o segundo maço de cigarro dela. – Tenten comentou sobre o consumo de cigarros de Temari, quando a viu retirar mais um do maço de cigarros.  Ino negou a ver a cena.

- Ela está um pouco nervosa com tudo o que aconteceu. – Ino justificou e levou uma mecha do cabelo atrás da orelha colocando as mãos nos bolsos do jeans por fim. – Entre uns dias ela já vai estar melhor.

- Espero que sim. – Tenten comentou e cortou o fornecimento de gás a chama enquanto Ino bebia a água que serviu a si.

- Eu vou ver como ele está. – Ino referia-se a Gaara. – Sakura deve estar terminado o curativo.

E foi a vez de Tenten avalia-la. As olheiras abaixo dos olhos estavam visíveis e os fios dourados fora de lugar induzia Tenten crer que Ino tinha tido uma péssima noite de sono. Partiu para longe após despedir-se com um aceno de mão.

A morena olhou mais uma vez para Temari e em seguida perdeu-se na paisagem novamente.

O dia parecia tão sombrio e gelado.

*

- E pronto. – A gaze branca sugou o pouco de sangue que os pontos geraram.  Sakura cortou a linha e depositou a agulha em um vasilhame metálico.  Tinha feito a remoção da bala a um tempo considerável e por alguma razão desconhecida os pontos sempre arrebentavam. – Tome cuidado para não arrebentar novamente.

Solicitou a Gaara e arrancou as luvas brancas. Os olhos verdes avaliavam-no. Por questões de centímetros a bala não tinha perfurado um órgão vital, caso contrário Gaara sangraria até morrer.

- Tomarei. – Gaara sentou-se e vestiu a camisa. Sakura o avaliou clinicamente. Gaara estava bem fisicamente e o ferimento não estava comprometendo-o, mas os cuidados eram necessários.

- Amanhã limpamos novamente. – Sakura destinou um sorriso fino a Gaara, ele não estava tão divertido como habitualmente costumava ser, entretanto compreendia que tudo era recente demais para voltar como era antes. – Descanse, certo?

- Certo. – Gaara levou a mão até os olhos ao mesmo tempo que Sakura recolhia o material que havia utilizado.  – Por favor, pode chamar a Ino?

- Acho que não será preciso. – Gaara olhou para Sakura e depois para porta, lugar onde Ino permanecia de braços cruzados.

Sakura sorriu para Ino e fitou Gaara rapidamente deixando o quarto sem mais delongas.  Gaara retomou a mesma posição anterior e Ino deixou a porta para ocupar o lugar onde a Haruno estava a pouco.

- Já faz dois dias que tudo aconteceu. – A incerteza a tomou assim que resolveu iniciar o assunto delicado. Abaixou os olhos não querendo encarar o semblante inexpressivo de Gaara. – Onde estão suas piadas?

Onde estava Gaara? Não era o mesmo. Decidiu encara-lo e quem desviou os olhos fora o ruivo colocando-os sobre a paisagem solitária através da janela.

- Estou atualizando o meu repertório. – O sorriso foi imediato ao escutar a resposta.  Gaara retornou olha-la. – Neste meio tempo o serviço fica indisponível.

- Uma pena. – O sorriso do ruivo surgiu. Era reconfortante saber que tudo, aparentemente, estava bem depois do desastre e não precisaria culpar-se pela morte de Hinata também. Ino o viu se perder nos próprios devaneios. Aproximou-se ao abandonar a cadeira e sentar-se na cama enquanto, em silêncio, sua cabeça procurava as palavras corretas para iniciar um assunto específico que requeria cuidado.

– Você quer conversar?

- Não. – Ino escutou e o viu menear negativo – Não agora.

Gaara deitou-se por completo ao levar um braço para detrás da cabeça usando-o como travesseiro. Ino permaneceu com a mesma postura observando os traços do ruivo. Era estranho olha-lo. Era estranho o ver quieto e reflexivo.

- Está bem. – Não rebateu a rejeição ao assunto. Gaara não queria falar e mesmo que seu desejo em saber o que havia acontecido entre ele e os cães aumentasse. Desejava, acima de tudo, que Gaara se abrisse para este assunto. – Tenten está estranha.

Mudou o foco da conversa.

- Todos estão. – Obteve uma resposta instantânea e seca. A comunicação aberta que Gaara costumava ter havia sumido. – Não se preocupe. Tudo retornará ao normal rapidamente.

Ino permaneceu encarando-o. Estava diferente e por algum motivo aquele Gaara parecia ser o verdadeiro. Não sabia se gostava dele. Ele ao perceber a avaliação esforçou-se para conseguir segurar a mão mais próxima da Yamanaka.

- Vai ficar tão longe assim? – Inquiriu e Ino negou no automático. Atentando-se para fatos que não tinha percebido anteriormente. O que faria se Gaara morresse? Surtaria?

Foi puxada para perto e o corpo seguiu como se fosse um imã. Sem intenção acabou acertando a ferida recém costurada.

 – Ei, vai com calma aí.  – Gaara solicitou numa evidente reclamação ao leve impacto. Por sua vez Ino trincou os dentes ao perceber o deslize logo exibindo o nada típico sorriso forçado de desculpas. Gaara o comtemplou e o cenho franziu milésimos depois. Alguém estava passando tempo demais com Tenten. – Isso é novo.

Comentou sobre o sorriso e Ino resolveu ir para a outra mediação da cama ficando longe da ferida.

- Desculpe, não era a minha intenção. – Arrumou o travesseiro ao deitar-se de lado próximo o suficiente de Gaara, passando observa-lo. Este também se virou para obter contato visual com a loira.

- Não foi sua intenção ferir meus sentimentos? – Riu com a frase sem sentido enquanto via a expressão dramática de Gaara. – Meu coração está em mil estilhaços.

- Não te avisaram que sou cruel? – Ingressou na brincadeira e Gaara negou encenando surpresa observando um sorriso que ele aprendeu adorar abrir-se em câmera lenta.

Gaara estava de volta.

- Avisaram. – Recordou-se dos avisos nadas sutis de Neji. – Mas sou um cara que gosta de correr riscos.

- Interessante. – O tom de voz da Yamanaka adquiriu um sonoridade diversa e nova para Gaara. Este ao reconhecer o tom malicioso da loira, novamente, juntou as sobrancelhas. - Então essa noite você será o meu soldado?

E tinha como negar aquela pergunta? Entretanto outra questão surgiu a sua cabeça.

- Não acha que estamos indo rápido demais? – Brincou, pois já tinham passado desta fase fazendo Ino exibir uma feição de decepção.  – Estou ferido. Será que tenho permissão?

- Serei seu álibi. – Ino mordeu o lábio inferior e findou o espaço existente. A mão de dedos compridos e bonitos envolveu-se na madeixa escarlate aproximando o rosto de Gaara com o seu.

- Mesmo assim ainda é perigoso. – Gaara murmurou devido à proximidade. Caso desejasse poderia contar os riscos das írises dos olhos dela. A mão de Ino deslizou para a nuca fazendo os lábios roçarem numa doce tortura e carícia. Inspirou fundo assim que ele tomou a iniciativa, contudo recuou para observa-lo por mais um instante.  

- Você não tem escolha. É viver ou morrer. -  A dureza regressou feroz para voz da loira e Gaara conteve o sorriso. Negou com a cabeça entendo a mudança abrupta e o real sentido do que Ino havia expressado. O movimento de sua cabeça gerou um leve roçar de narizes. – Talvez um de nós não esteja aqui amanhã.

Sussurrou ao sentir, novamente, o sentimento recente. Logo os lábios encontraram-se e o braço do ruivo a puxou para cima do corpo sem lembrar da ferida. A qual ardeu, entretanto, o beijo demorado agia feito anestésico.

O amanhã era previsível, era certo. Contudo apenas para aqueles que viviam a ponto atingi-lo e mesmo assim não era garantia que pudesse desfruta-lo por inteiro.

 

Ino e Gaara não tinha está estabilidade do amanhã, da semana que vem ou o próximo mês.  A prova que tudo poderia acabar em questão de segundos estava abaixo do coração do ruivo. Era morrer ou viver.  Perder segundos porquê?

O tempo não espera por ninguém.

*

A chaleira de tom colorido apitou indicando que a água estava em temperatura adequada para o preparo do chá. Sakura levantou-se da cadeira pertencente a cozinha, para onde seguiu após novamente fechar a ferida de Gaara, para agarrar a alça da chaleira e preparar o seu chá. 

Enquanto colocava o liquido fervente na xícara o bilhete posto na panela por Tenten chamou sua atenção. Sakura juntou as sobrancelhas em confusão e riu em seguida achando o conteúdo do bilhete um tanto cômico, bem como perigoso. Este indicava para não mexer na panela em hipótese alguma.

Afastou-se de imediato com a xícara em mãos indo para o balcão. Sentou-se, depositou a xícara no mezanino escuro e massageou a nuca enquanto com a outra mão folheava uma revista sem interesse.

O nariz perfeito da Haruno captou o aroma de frescor típico de banho recente e devido a isso os olhos saíram das figuras inanimadas da revista. Virou-se para o lado encontrando Shikamaru adentrando os limites da cozinha ainda sem a camisa, algo bastante anormal na personalidade do Nara. Observou-o pegar a camisa do ombro e começar a vestir-se. No processo acabou notando o enorme samurai tatuado sobre a pele das costelas direitas. A figura impressionante foi coberta segundos depois.

- Tatuagem bacana. – Sakura comentou e levou a xícara aos lábios. Shikamaru acendeu um cigarro fitando-a em seguida. – Tenho uma tão elaborada quanto a sua.

- Sério? – A fumaça saiu após as palavras. Shikamaru sentou-se no banco ao lado e Sakura sorriu fino. Era obvio que estava brincando ao comparar a sua tatuagem com a do Nara, contudo Shikamaru aparentou levar a sério, o que era compreensível visto que não tinha visualizado nenhuma tatuagem em Sakura.

- Preparado? – Inquiriu de forma descontraída. Shikamaru afirmou positivo. Para uma primeira conversa que não envolvia trabalho a pauta segui bem. Sakura esticou a mão esquerda para frente, abaixou o dedo indicador e o mediano exibindo o anelar e a simplória tatuagem: seis risquinhos, os quais simbolizava um bigode de gato. – Ganha do seu samurai de lavada.

Shikamaru negou desacreditado rindo ao mesmo tempo que Sakura observou o cigarro. Desviando os olhos em seguida para revista.

- Qual é a história por detrás do bigode de gato? – Shikamaru virou o corpo com finalidade de fitar Sakura constantemente. – Importa-se?

Questionou em relação ao cigarro visualizando a Haruno negar ligeiramente. Nicotina já não era um problema para si.

- Não, sem problema. – Apoiou a mão no maxilar. – Minha tatuagem foi uma homenagem ao meu gato. Eu tinha apenas 17 anos quando a fiz.

- O que houve com ele? – Shikamaru tragou o cigarro. Estava derrotado e precisava conversar com alguém de bom humor mesmo que a conversa fosse sobre gatos.

- Ele morreu atropelado. – Sakura franziu o cenho recordando-se do felino. – Eu falei para ele não atravessar a rua, mas ele não me deu ouvidos e atravessou.

- Fim trágico. – Sakura concordou e sorriu. Tinha ficado melancólica após a morte de seu gato por pelo menos uns quinze dias.

Shikamaru olhou para o fogão e franziu as sobrancelhas ao ler o bilhete. Sakura conteve o riso quando o viu destinar um olhar horrorizado ao bilhete levando o cigarro a boca rapidamente. Sim! Tenten estava fazendo explosivos na cozinha da casa.

- Acho que aquilo é bem perigoso. – Comentou ao passar a mão pelo rosto.

- Tem um bilhete dizendo para não mexer. – Sakura virou-se para olha-lo. – Você acha? Eu tenho certeza.

- Tem razão. – Arrematou a conversa entorno dos explosivos. A Haruno inspirou fundo a ver que o Nara não tinha vindo até ela para conversar sobre tatuagens, gatos e explosivos. – Gostaria de te perguntar uma coisa.

- Vá em frente. – Sakura encarou-o vendo a expressão séria e cansativa do Nara. – Você ouviu a conversa do carro, não é?

Adiantou-se facilitando o assunto.

- É, eu escutei sim. – Shikamaru a viu arregalar os olhos rapidamente e forçar um sorriso. – Burlar o sistema de avaliação médica não é para qualquer um.

Sakura o viu fumar e focou nos olhos negros em seguida retornando para xicara de chá. Malditos comunicadores!

- Devo agradecer o elogio? – Questionou e Shikamaru negou em seguida. – Espero que essa nova informação não mude nada.

- Não muda. – Shikamaru retorquiu rapidamente e Sakura repuxou um sorriso. – Na verdade muda sim.

Entretanto o sorriso morreu e os olhos verdes afrontaram Shikamaru novamente. O Nara negou e passou a mão no queixo.

- Como você conseguia inibir a droga no organismo? – Perguntou direto e Sakura desviou os olhos. – Apenas uma curiosidade.

- É um pouco complicado explicar. – Sakura arrematou e abriu a revista novamente sentindo-se levemente constrangida. Shikamaru notando a mudança da Haruno acendeu outro cigarro.

- Quero que me mostre. – Falou e Sakura estranhou. – Existe a possiblidade?

Levantou-se e esperou a resposta de Sakura. Com que finalidade Shikamaru queria obter conhecimento de seus feitos?

- Sim, mas qual objetivo disto? – Sakura cruzou os braços vendo o sorriso do Nara. Era obvio que ela iria questionar.

- Nenhum. – Esperou pela resposta antes de afastar-se.

- Tudo bem. – Sakura meneou positivo. – Mas vou precisar de algumas coisas.

- Certo. – Shikamaru tragou o cigarro. – E tem como isso ficar entre nós?

Sakura, novamente, estranhou. Jogou rapidamente os ombros para cima e sorriu fino.  Shikamaru devia ter os seus motivos.

- Está bem. – Respondeu e voltou para a revista deixando-o de lado a ponto de não ver o sorriso de contentamento do Nara.

- E realmente. – Chamou a atenção de Sakura esperando ela olha-lo para prosseguir. – Sua tatuagem ganha de lavada da minha.

Sakura riu e Shikamaru também logo evadindo-se do ambiente com pretensão de se isolar afim de refletir. Precisava de silêncio mesmo o ambiente estando compatível com o seu anseio.

*

Retirou uma mecha atrevida da frente de seu rosto tragando o cigarro em seguida. Ajeitou-se no assento sentindo-se desconfortável. O cigarro entre os dedos foi levado os lábios bonitos novamente ao mesmo tempo que os olhos no tom verde água observava a cena na cozinha.

Expeliu a fumaça da droga lícita, passou o dedo indicador na sobrancelha esquerda de um loiro escuro feito os fios capilares. Estava completando dois dias do fracasso da operação e Shikamaru mal tinha olhando em seu rosto.

- Como se eu quisesse. – Tragou novamente o cigarro. Estava inconformada e chegou a sorrir a ver Shikamaru conversando trivialmente com a Haruno na cozinha, mas logo o sorriso morreu. E ele não era de contentamento. Passava longe de ser.

Cerrou os olhos irritada, quando o cigarro quase no fim queimou os seus dedos. Praguejou alto e largou-o no cinzeiro. Esfregou os dedos irritados no lábio inferior e voltou a olhar para a dupla na cozinha.

Outro cigarro foi acendido.

- Estão disputando para ver quem fuma mais? – Temari virou a cabeça para encarar Sasuke, o qual havia acabado de chegar e sentar-se ao lado da Sabaku. O Uchiha a ver o semblante nada amigável de Temari desejou voltar no tempo, para que, não tivesse que engolir suas palavras de a pouco.

- Vai apostar suas fichas em mim para saber se estou disputando ou não? - Sasuke negou e Temari exalou fumaça mordendo o lábio inferior em seguida retornando a observar as pessoas na cozinha.

- Sempre vou apostar em você. – Temari deixou Sakura e Shikamaru para virar de lado e encarar Sasuke, o qual sorriu efemeramente. – Você sabe que tudo já estava ferrado quando chegamos lá.

Sasuke engatou no assunto antes que Temari revidasse sua provocação.  O Uchiha a viu negar e passar o polegar no lábio inferior.

- Estava. – Temari concordou. O que tinha dado errado na operação? Ela tinha uma teoria e iria prova-la.

- Está tudo bem entre você e o Nara? – Sasuke arriscou a ver Sakura e Shikamaru rindo na cozinha. Temari levantou uma sobrancelha e Sasuke franziu o cenho assim que Shikamaru partiu para longe.

- Caso esteja referindo-se ao trabalho. – Temari virou para olha-lo. – Está tudo ótimo.

Manteve um sorriso repuxado no rosto.

 – Isso é a única coisa que existe entre nós. - Sasuke arqueou uma sobrancelha, repuxou o lábio em um sorriso torto e pegou o baralho do bolso.

- Tenho que dizer que estou muito contente por saber que não existe “nada” entre vocês além de trabalho. – Sasuke, novamente, a provocou. E os dentes perfeitos do Uchiha foram exibidos em um sorriso estonteante. Temari encarou-o e sorriu fino.

- Acordou querendo ir visitar o demônio? - Perguntou séria, mas utilizando um tom satírico, o qual fez Sasuke rir. Porque, aparentemente, Sasuke era o único com coragem suficiente para encara-la de mau humor.

- Ah, não. – Respondeu baixo enquanto embaralhava as cartas. – Não sou fã de calor.

Temari sorriu e olhou de soslaio. A tensão que continha em seu corpo estava dissipando-se instantaneamente com a presença do Uchiha.

- Bem que sou irresistível.  – Temari respirou fundo e revirou os olhos. Sasuke conteve o próprio riso e olhou de forma sugestiva para Temari. – O demônio iria cair de amores a me ver.

- Cale a boca. – Sasuke riu e distribuiu uma remessa de cartas para Temari, agora, levemente descontraída. – Você daria um ótimo piadista.

- Tenho um excelente professor disponível 24 horas por dia. – Sasuke franziu o cenho ao dar pela falta de Naruto. Onde o Uzumaki tinha se metido? – Mesmo querendo ser psicólogo um piadista também não cairia mal.

- Sério? – Temari inquiriu interessada ao mesmo tempo que iniciava a partida. – E por que entrou para a Aeronáutica?

- Coisas de papai. – Temari levantou as sobrancelhas e meneou positivo. Às vezes, os pais são cruéis e Sasuke não tinha dado sorte.

- Leva jeito. – Temari comentou e tragou o resto do cigarro. Sasuke a encarou e depois olhou para Sakura no balcão sob avaliação de Temari. – Foi bacana ouvi-la em um momento como aquele.  

- Posso ouvir você também, caso queira. – Sasuke olhou para as cartas. – Já que não tenho tanta utilidade fora de um caça.

- Raros os pilotos que tem. – Os olhos negros fitaram os verde água. O que Temari queria dizer com aquilo? Pilotos eram quão treinados como fuzileiros navais. Sasuke era mesmo ardiloso. – Eu só não esperava que tudo desse errado.  Sempre fui cobrada em dobro em tudo o que eu fiz. Sempre dei o máximo para que todos saíssem bem e na primeira operação junto do Nara as coisas fogem completamente do controle.

Temari suspirou após abrir-se. Era complicado. Devido as cobranças de ótimos resultados sempre cobravam muito de Temari e ela exigia muito de si própria.

- Não deve se culpar por coisas que fogem do seu controle. – Sasuke apoiou o braço no encosto do sofá enquanto avaliava Temari. – É apenas isso o que te incomoda?

- Sim. – Temari sorriu junto do Uchiha. – Esqueça o piadista, você tem muito tato com pessoas.

- É o que todas costumam dizer. – Temari o fitou incrédula negando em seguida. Sasuke sorriu. – E falando de piadista sabe do paradeiro do Uzumaki? Faz mais de uma hora que não o vejo e sabe, não? Ele não sobrevive sem mim.

Temari riu aberto, olhou para Sakura e encarou o Uchiha. Fez sua jogada e arrumou as pernas no sofá.

- Então para quem não vive sem você ele está saindo-se muito bem. – Sasuke franziu o cenho assim que Temari fechou o semblante e acendeu outro cigarro. – Acredite se quiser, mas essa missão serviu para alguma coisa. Naruto e Hinata foram ao supermercado. Detalhe: juntos.

- Não brinca? – Questionou negando com a cabeça ao mesmo tempo que sorria. Era inacreditável. – Isso apenas sustenta a minha teoria da falta de sobrevivência sem mim. Nessa altura do campeonato Hinata já deve ter o matado.

*

- Você foi tapeado. – Naruto olhava, escutava e principalmente odiava o revirar de olhos da Hyuuga. No momento permanecia com a mão na cintura fitando Hinata verificar um produto que ele tinha adquirido umas lojas atrás no centro comercial.

- E o que você pretende fazer com isso?  - Hinata balançou o jogo de videogame ao mesmo tempo que encarava o Uzumaki. – Caso não se recorde não tem videogame em casa.

- Eu sei. – Passou a mão na nuca seguindo o jogo com os olhos. – Pensei que era filme. Não precisava brigar com o cara.  Você o xingou em russo e ele nem te devolveu o dinheiro.

Hinata bateu a porta do carro logo em seguida, colocou o cinto de segurança e esperou Naruto entrar no automóvel inconformada. Por que ele tinha vindo mesmo?

- Você sabe que não era para gastarmos mais do que o necessário. – Deu partida no automóvel. Vendo que Naruto não iria responder o olhou arrumando umas sacolas no carpete. – Por que não as colocou no porta-malas?

- Por nada. – Hinata juntou as sobrancelhas. Desconfiada parou de observar a pista para tentar ver o que tinha nas sacolas, entretanto em segundos voltou a destinar atenção ao trajeto. Com uma observação perspicaz em sua cabeça: Naruto não estava rebatendo-a.  O conteúdo da sacola não foi adquirido na sua presença. Deixou isso de lado porque não deveria ser nada demais, afinal.

Naruto a olhou de soslaio, fitou a sacola, o jogo que tinha adquirido próximo ao para-brisa do conversível enquanto a vontade de ler o descritivo o corroía. Esfregou as próprias mãos e permaneceu em silêncio. Após operação passada o seu conceito formado da Hyuuga já não era o mesmo.

- Quem diria que iria mudar. – Hinata cedeu atenção a frase olhando-o com o canto dos olhos. Aparentemente Naruto concretizava pensamentos em voz sem consciência.

- Mudar o que? – Questionou e Naruto negou com a cabeça arrancando o primeiro suspiro de Hinata. Certo que não se davam bem e nem de longe eram os melhores amigos, mas conversar também não arrancaria pedaço de ninguém.  – Sei que já tivemos essa conversa, mas quero frisar novamente. Desculpe pelo o que disse sobre seu comportamento inconsequente.

 - O inconsequente raposa vermelha. – Naruto a lembrou exatamente o modo de como Hinata havia se expressado. – E falou que eu não merecia minha farda.

- Está bem! – Irritou-se. – Lembro do que disse! Não precisa repetir. Apenas queria dizer que... ah! Deixe para lá.

 Hinata desistiu cedendo total atenção a direção. Eles nunca iriam se resolver e propor uma convivência interacional menos conflituosa foi descartada assim que ele esfregou as palavras ditas anteriormente por ela na sua cara.

- Deixa mesmo. – Concordou sem mesmo saber o que seria dito, entretanto tinha uma leve noção. Mesmo achando as habilidades de Hinata surpreendentes não daria o braço a torcer. Era o que ela pensava. – Sei que não facilito também então me desculpa.

Finalmente pegou o jogo posto próximo ao para-brisa fitando o descritivo em seguida com finalidade de evitar contato visual com a Hyuuga, a qual fixou os olhos no trajeto e conteve o sorriso sutil. Então Naruto dificultava de propósito?  

- Desde quando sabe ler em espanhol? – Perguntou na tentativa de iniciar uma conversa até chegar na residência, mas aos ouvidos de Naruto parecia mais uma provocação. Porque para ele tudo o que vinha de Hinata era isso: provocar.

- Não sei. – Hinata o viu guardar o jogo na sacola e cruzar os braços. Por que Naruto parecia um adolescente? E ela uma mãe chateada com o sujeito? Era duro admitir, mas era isso o que aparentavam.  Hinata lembrou do sorriso do Uzumaki e da situação complicada que a operação havia se transformado.

Uma ideia peculiar e imprudente passou por sua cabeça.

Observou a via contramão totalmente vazia e ligeiramente desviou o carro do curso reto logo o colocando-o novamente no curso estável. Assustando Naruto no processo. Os olhos azuis arregalaram-se e as mãos foram parar no banco afim de segurar-se ao ser surpreendido.

Encarou Hinata. Ela estava tentando conter o riso após assustá-lo de propósito.

- Isso não tem graça! – Retrucou o ato de forma exaltada e Hinata começou a rir. Por que era divertido rir do desespero de Naruto? Mas ao perceber que o loiro se assustou demais tentou cessar o riso negando com a cabeça em concordância.  

- Desculpe. – Fixou os olhos na pista, contudo segundos depois os desviou para Naruto.  A vontade de rir regressou incontrolável.

– Não tem graça nenhuma. - Disse aos risos ao mesmo tempo que Naruto a olhava perplexo. Por que tinha mesmo vindo com ela até o centro comercial?

- Sakura te traumatizou mesmo. – Hinata comentou mais para si do que para Naruto. Divertindo-se com o desespero do loiro em situações de alto risco envolvendo automóveis.

- Isso não tem nada a ver com a Sakura. – Hinata desmanchou o sorriso singelo minutos depois. Por que Naruto estava falando tão sério? – Aos onze anos meu pai capotou o carro quando voltávamos do aniversário do Sasuke. Minha mãe ficou três meses em coma. Pensei que ela nunca mais iria acordar e desde então não gosto muito de automóveis.

Droga. Era o que Hinata queria expressar, mas manteve-se em silêncio. Todo divertimento esvaiu-se instantaneamente. Isso explicava parcialmente a aflição de Naruto, homem que avaliava com o canto dos olhos.

- Desculpe-me. – Pediu totalmente arrependida retornando ao seu comportamento habitual.  – Eu não sabia disso.

- Tudo bem. – Naruto voltou ao seu normal enquanto Hinata refletia sobre a situação. – Está com a consciência pesada?

Minutos depois inquiriu.

- Um pouco. – Hinata respondeu sem refletir o porquê da questão. Naruto juntou as sobrancelhas querendo saber quão alto era o nível de empatia com a situação passada.

- Um pouco quanto? – E desta vez Hinata estranhou. Por que a necessidade de saber o nível de peso em sua consciência por fazer tal brincadeira?

- Por que você quer saber disso? – Um sorriso. Apenas um sorriso aberto demais do Uzumaki o denunciou.

- Porque eu comprei um videogame. -  Naruto arcou-se para frente e retirou o console da sacola com um sorriso estonteante no rosto. Aproveitando o momento para revelar a sua compra, diga-se de passagem, desnecessária. Naruto não era um chantagista emocional, contudo aproveitou-se afim de não levar sermões.

- Naruto! – Ele ao ouvir o seu nome ficou em alerta. – Você sabe que era para gastar somente com coisas essenciais e não com coisas supérfluas.

– Desculpe, mas no meu caso o essencial é visível aos olhos. – Hinata cerrou os olhos com a tamanha falta de senso de Naruto. E para melhorar a situação ele ainda tinha estragado o seu livro favorito citando uma frase do mesmo com modificações. Porque o correto era: o essencial é invisível aos olhos*.  – No caso esse bonitão aqui.

- Você me deixou brigar com o comerciante?! – Hinata questionava o obvio e Naruto finalmente viu necessidade de defender-se. – Você sabia que era um jogo! Quantos anos você tem? Porque sua maturidade é bem baixa!

- E eu iria saber que você iria bater boca com o vendedor? – Naruto começou defendendo-se. – Não fazia ideia de que você soubesse que GTA 5 não é um filme.

Hinata inspirou fundo e deixou o ar sair pela boca praticamente em um assopro. Tudo fazia sentido e Naruto apenas podia estar tirando uma com sua cara.

- Claro que sei o que é GTA. – Retorquiu agora com o rosto um pouco vermelho. – Quando eu jogava seguia as pessoas de carro para ver onde elas iriam. Me diz, como Sasuke te suporta?

De tudo o que o loiro ouviu a única informação que o importou era a parte do: quando eu jogava seguia as pessoas. Ignorou até mesmo a ofensa. Não poderia ser ela, podia? Não!! Negou no automático ao mesmo tempo que observava o rosto de expressão irritadiça, pois aparentemente a garota dos seus sonhos estava sentada ao seu lado e eles viviam em pé de guerra.

- Você também faz isso? – Hinata o ignorou por uns segundos. Estava com muita raiva para responde-lo de imediato, mas afirmou positivo em seguida.

- Faz muito tempo que não jogo. – Informou. – E não quero nem saber. Você vai assumir a responsabilidade por isso.

- Está bem! – O Uzumaki estalou a língua no céu da boca voltando a atenção para o videogame, mas ainda pensando na informação recente.

- Você também anotava os códigos? – Naruto perguntou mantendo um sorriso bobo no rosto. Infelizmente, o único defeito de Sasuke a ver de Naruto, era o moreno não gostar tanto de videogames. Hinata sorriu ao lembrar das trapaças que eram possíveis com os códigos.

- Anotava sim. – Riu rapidamente e encarou Naruto. – A folha de caderno ficava horrível.

Amassada, suja, rasurada ao ser emprestada entre os amigos. Não muito diferente da folha de códigos do Uzumaki. Naruto concordou recordando-se desta parte de sua vida.  Desviou os olhos para Hinata. Cabelo perfeito em um tom peculiar, uns leve arranhões no braço e um sorriso nostálgico na face.

- Tinha vezes que eu ficava apenas derrubando avião. – Naruto riu aberto ao lembrar-se e Hinata o acompanhou.

- Esse costume então é velho? – Perguntou assim que parou o carro, mas diferente das outras vezes que olhava para Naruto desta ela mantinha um sorriso na face. Feito o último que dera, mas aquele era em uma situação complicada.

- Um pouco. – Naruto olhou para casa. – Podíamos jogar mais tarde.

Sugeriu e esperou confirmação. Hinata quebrou o contato visual retomando a seriedade. Abriu a porta do carro afim de deixar o automóvel e retirar as compras do porta-malas. Naruto permaneceu dentro do automóvel com os braços apoiados na caixa do videogame refletindo sobre a sugestão.

- Me ajuda a levar as compras para dentro. – Hinata apareceu na janela. – E eu jogo primeiro.

Sorriu e seguiu para casa. Naruto ficou dentro do carro observando-a a afastar-se cada vez mais. Quem diria que a Hyuuga jogava em videogames. E quem diria que, aparentemente, Sasuke estava com razão.

- Maldito. 


Notas Finais


GTA é um jogo viu, gente! Se jogo videogame? Nada, mas peço para meu irmão seguir os carros para ver onde eles vão. HAHAHA. Ele já admitiu que faz isso também! Quem diria que Hinata e Naruto tem algo em comum além das forças aéreas.

Quem riu do Naruto no último capítulo pergunto: viu se a sua vaga foi confirmada no inferno? HAHAHAHA. Quem iria imaginar, não? E gente! O que fazemos com o Sasuke? Vou roubar esse homem para mim. E essa Tattoo aí, Shika? Vamos andar sem camisa mais vezes, querido!

Tatuagens são permitidas desde que não faça apologia a algo e não comprometa a farda. A de Shikamaru compromete somente a minha sanidade. Acho lindo esse trem. <3

* O pequeno Príncipe: frase do livro favorito de Hinata! E Naruto estragou. HAHAHA.
Sigam para o próximo capítulo!


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