História Come As You Are (HIATUS) - Ele é perfeito, eu não

- To te falando Dinah, aquele cara tem algum podre, ele me cheira a problema, porque só eu vejo isso? – digo na hora do intervalo.

- Mila, eu vi a foto dos dois, eles parecem apaixonados e ele não aparenta ser do mal. – bufei.

- Eu vejo o mal através de seus olhos. – faço uma cara séria e Dinah cai na risada.

- Sabe o que eu acho? – ela pergunta assim que para de rir da minha cara.

- Fala. – digo tomando meu suco.

- Que você quer encontrar algum podre dele, só pra falar pra Lauren e ela vir correndo atrás de você. – engasguei com o suco.

- Isso é uma calúnia. Eu só quero provar que estou certa e eu vou fazer isso. – Dinah faz cara de tédio.

- O que faremos? – a olho confusa. – Que foi, quero ver se ele é esse monstro todo que você fala. – assenti e expliquei o que faríamos.

[...]

- Nossa, realmente, que plano sensacional. – Dinah reclama ao meu lado. Estávamos no seu carro do lado de fora da academia esperando o meliante sair.

- Relaxa, ele já vai sair e nós vamos seguir ele. – digo com o binóculos no rosto.

- Você não ia sair com a Keana hoje?

- Ia, desmarquei, isso é mais importante, Lauren pode estar dormindo com o inimigo, alguém tem que abrir seus olhos. – Dinah se vira pra mim e me olha estranho. – Que foi? – pergunto confusa.

- Hum, nada, um dia conversamos sobre isso. – ia responder sobre o que, mas vimos o Nick saindo da academia, não vimos a Lauren.

- Vai Dinah, liga isso rápido. – Nick estava entrando em seu carro. Começou a andar e seguimos ele.

- Cara, isso ta chato, onde que ele vai? Já faz mais de 20 minutos que estamos seguindo ele.

- Calma Dinah, ele deve estar indo se encontrando com algum traficante.

- Você só pode estar louca pela Lauren pra se sujeitar a isso e eu mais louca ainda de concordar com esse plano. – revirei os olhos e fomos pra um lugar meio abandonado.

- Dinah, eu to ficando com medo. – já estava escurecendo e entramos numa estrada não movimentada.

- Mila, eu também. – Dinah estava meio nervosa. – Vamos voltar? – me olhou implorando.

- Espera, olha. – Nick havia parado mais a frente, num campo aberto. Estacionamos um pouco longe pra ele não nos ver. – Dinah, você vem comigo? – pergunto saindo do carro com uma pá de proteção.

- A gente ta parecendo que vai enterrar um corpo. – fez sinal da cruz e saiu do carro vindo pra junto de mim. Agarrou meu braço e começamos a andar, tinha tipo uma floresta do nosso lado e mais pra frente um campo aberto, onde estava o carro do Nick. Estava cada vez mais escuro, usei a lanterna do celular pra ajudar.

- Dj, saiba que eu te amo, você é minha melhor amiga, se ele tentar me matar você foge e conta pra Lauren que foi ele. – digo e cada vez mais nos aproximamos do campo aberto.

- Para com isso. – disse me dando um tapa. – Levanta essa pá. – fico em posição de ataque e quando chegamos numa moita perto. Luzes se acenderam e levamos um susto nos abaixando.

- É tiro, ele fez isso pra nos cegarmos. – digo pondo a mão nos olhos.

- Mila? – Dinah me cutucou. – Mila? – levantei meu rosto e pude ver o que acontecia no campo.

Várias crianças estavam no campo, Nick estava ajudando elas a treinarem beisebol.

- Oi crianças. – ele gritou e todas responderam animadas. – Prontas pra mais uma aula de beisebol?

- Sim tio Nick. – foram abraçar ele.

- Olha a camiseta deles Mila. – Dinah falou e eu olhei. Era uma camiseta que estava escrito um nome de um orfanato. – Ele deve prestar trabalho voluntário.

- Hum, é. – divago olhando a cena das crianças felizes. – Ele, é, hum. – não consegui falar.

- Ele parece ser um cara legal Mila, a Lauren está em boas mãos. – deixei a pá no chão e coloquei as mãos no bolso da calça.

- Sim, parece ser. – saiu andando até o carro e Dinah me segue.

- Mila, fala comigo. – entramos no carro e eu encostei a cabeça no apoio do banco.

- Falar o que? Que ele é perfeito? Não, isso já vimos que ele é. Me leva pra casa só, por favor. – peço e ela não discute, fizemos o caminho inteiro sem falar mais nada.

- Tchau Mila. – Dinah me deu um abraço e eu sai do carro.

- Tchau DJ. – entrei em casa e meus pais tinham saído pra um jantar com os colegas de trabalho do papai. Fui até meu quarto e deitei, peguei meu celular e fiquei vendo as mensagens.

Whatsapp on:

Keana: vem em casa agora xuxu. Estou sozinha.

Camila: to com dor de cabeça Ke, vou relaxar em casa mesmo.

Keana: vc ta me dispensando de novo??

Camila: entenda como quiser, adios...

Depois disso, ela me xingou em tantos palavrões que nem me importei. Tomei um banho relaxante, lembrando da minha cara de taxo quando vi Nick fazendo trabalho voluntário quando eu achei que ele fosse um traficante. Suspirei cansada e quando deitei, apaguei completamente.

Dia seguinte...

- Filha, acorda. – mamãe me chacoalhava. – Nossa, você está ardendo em febre. – colocou a mão na minha testa e me olhou preocupada.

- Mãe, ta frio. – falo me cobrindo até a cabeça.

- Nada disso, vou pegar o termômetro e depois você vai tomar um banho. – desceu as escadas e voltou com o termômetro. – Minha nossa Camila, 39 graus. Já pro banho. – me arrastou até o banheiro, tirou toda a minha roupa e me enfiou embaixo do chuveiro.

Depois do banho ela me deu um remédio pra ver se abaixava e voltei pra minha cama.

- Filha, vou preparar uma canja pra você. Hoje você não sai de casa, sei que hoje voltaria as aulas de karatê, mas com você assim não da. – lamentei, pois queria ver Lauren, não ver Lauren, ver o karatê da Lauren, não, praticar o karatê só, isso, só o karatê. Já to delirando de febre, só pode.

Comi aquela canja maravilhosa e fiquei amoada o resto do dia no meu quarto.

POV Lauren

Hoje voltaria as aulas de karatê, já estava me preparando pra olhar pra cafajeste da Cabello.

- Boa tarde turma. – digo olhando pra todos e noto a ausência de Camila. – Hum, hoje faltou a Cabello? – eles assentem. Que estranho, ela nunca falta.

Iniciei a aula, tentei me concentrar, mas estava curiosa pra saber o motivo dela ter faltado, será que ela estava transando com alguém? Mas que idiota, ela tem que levar as coisas mais a sério. Eu irei na casa dela, descobrir o que ela estava fazendo que não veio na minha aula.

- Bom turma, muito bem. Semana que vem teremos uma participação na minha aula, um grande nome do karatê vai vir aqui dar uma aula pra vocês. – digo e todos ficam curiosos pra saber quem é. – É surpresa. – imploram pra saber quem é, mas não digo nada.

Tomei um banho na academia mesmo, me despedi de Nick, nos encontraríamos mais tarde pra jantar. Parti em direção da casa dos Cabello´s.

- Lauren, querida, que surpresa. – Dona Sinu me recebe super bem.

- Oi Sinu, com licença. – digo entrando na casa.

- Qual a honra de sua visita? – fomos até a cozinha e ela estava preparando uma pizza.

- Bom, é que a Camila não foi hoje na aula de karatê e eu queria saber porque. – digo me apoiando no balcão que tem na cozinha.

- Ah sim, Camila estava pelando de febre, já levantou assim, fiz canja pra ela e ela dormiu. A cada uma hora eu subia pra ver se a febre tinha aumentado, mas parece que tinha estabilizado. – um incomodo se apossou de mim, e uma preocupação me abateu.

- Hum, será que eu posso ver ela? – pergunto coçando a nuca.

- Oh sim, claro, pode subir, é a última porta do corredor do lado esquerdo. – assinto e sigo até seu quarto. Abro sem bater na porta e a encontro dormindo coberta com um cobertor.

Sento na beira da cama e ponho a mão na testa, estava quente.

- Camila? – a cutuco, mas ela nem se mexeu. – Camila. – tiro sua coberta e me perco no seu corpo, ela estava de top e uma cueca boxer que tinha um grande volume. Minha respiração ficou ofegante de repente e um calor subiu pro meu rosto.

- Humm, que perfume bom gata. – ela deu um sorriso, ainda dormindo.

- Acorde Camila. – a sacudo mas ela não acorda de jeito nenhum.

- Ele é p-perfeito, e-eu não. – seu sorriso morreu, ela só podia estar delirando de febre. – Laurennn. – arregalei meus olhos e ela se remexeu me puxando pra cima dela. Ai deus que situação. Ela me abraçava que nem um coala, tentei me desvencilhar mas ela era forte e me apertava contra si. – Que cheiro bom, huum, a pá, eu ia d-dar com a pá nele. – ela se remexia e seu pau estava se esfregando em mim.

- Oh. – soltei um gemido. – C-camila, acorda. – digo perto do seu rosto e ela abre os olhos, finalmente.

- Eu morri e fui pro céu? – ela estava delirando de febre.

- Camila, você precisa tomar um banho pra abaixar sua febre. – ela fez um bico fofo, parecia uma criança com birra.

- Não quero. – me apertou mais ainda, pondo seu rosto no meu pescoço.

- Por favor.

- Só se você me der. – a olho procurando qualquer resquício de malicia, mas não o vejo.

- Hum, ok, só porque você está doente. – fomos pro banheiro, ajudei Camila a tirar sua roupa, precisei de muito alto controle, ver ela nua e não fazer nada. Durante o banho, tive pensamentos pecaminosos a seu respeito, que prefiro nem comentar. A vesti deixando ela na cama e desci as escadas.

- Sinu, a Camila estava ardendo em febre, dei um banho nela, mas acho melhor dar algum remédio. – Sinu assente e vai à procura do remédio.

- Só que ela tem que tomar só depois de jantar. Lauren, se não for incomodar, traga ela aqui pra jantar, estou aprontando mais uma pizza. – assinto e subo atrás de Camila.

- Camila, vamos lá embaixo, pra você jantar e tomar seu remédio. – ela estava deitada de barriga pra cima e sua cueca estava aparecendo. Mordi meu lábio olhando a cena.

- Ok, você fica pra jantar com a gente? – ela pergunta toda fofa se levantando.

- Não, eu tenho compromisso. – sua expressão muda e ela suspira.

- Por favor, só hoje. – ela me olha com aqueles olhos pidões e eu me vi encurralada.

- Hum, é, não sei. – ela me abraça me pegando desprevenida, aceito seu abraço. – Ok, mas só dessa vez. – ela sorri desfazendo o abraço e fomos pra baixo jantar.

Seu pai já tinha chegado e ficou muito feliz de me ver ali, também ficou preocupado com Camila. Nos sentamos, eu fiquei do lado de Camila, essa que tomou uma canja e depois partiu pra pizza.

- Nossa Sinu, isso está divino. – falo pondo mais um pedaço na boca.

- Muito obrigada querida. – ela me dá um sorriso. Conversávamos sobre diversas coisas, eles eram uma família muito legal, tirando a cafajestice de Camila.

Olhei as horas e arregalei meus olhos, eram 10 da noite, perdi a noção do tempo.

- Gente, muito obrigada pela janta, eu realmente amei sua pizza. – digo dando um abraço em Sinu.

- Que bom que gostou e obrigada por cuidar da minha filha. – assinto envergonhada e dou um abraço em Alejandro. Camila me acompanhou até lá fora, ela parecia melhor.

- Obrigada Lauren, por tudo. – ela se aproxima e me abraça apertado. Sinto seu cheiro suave e inspiro capiturando sua fragrância gostosa.

- Por nada Camila, e melhoras. – digo desfazendo o abraço, nos olhamos por alguns segundos e fui até meu carro. Vi ela acenando e entrando em casa.

Fui o caminho pra casa com um sorriso no rosto até que me lembro. NICK. Oh meu deus, eu esqueci do jantar com ele.

Cheguei no meu apartamento e vejo a mesa toda arrumada, com velas e taças de vinho. Putz, que mancada Lauren.

Na mesa tinha um bilhete.

Faça bom proveito do jantar que eu fiz pra nós, mas acabei comendo sozinho, pois a minha namorada esqueceu. Tenha uma boa noite Lauren.

Bato na minha testa e resmungo, devia ter ido embora logo após comer a pizza, mas a conversa estava tão boa que acabei me esquecendo de Nick. Subi até meu quarto, tomei um banho e deitei na cama. Pensei nas desculpas que daria para o Nick e depois de um tempo acabei dormindo e sonhando com a maldita cueca da Camila.