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História Command - Encruzilhada


Escrita por: Shayy

Capítulo 8 - Encruzilhada


- Jinyoung, só queremos que entenda que isso não se trata de nenhum interrogatório, só precisamos de algumas informações.

O jovem o olhava meio despreocupado, mas no fundo tentava disfarçar a tensão que tinha dentro de si e o batimento acelerado que sentia todos estarem ouvindo naquela sala.

- Você... Conhece um desses rapazes?

O policial apresentou algumas fotos dos rapazes da boate e entre elas, estava uma do Jackson.

O jovem deu uma risadinha debochada.

- O que foi? Esses caras são bandidos e acha que sou cumplice de algum deles ou o quê?

- Por favor, só responda as minhas perguntas ok?

Jinyoung observava agora as fotos com mais atenção, se perdendo em seus pensamentos mais proibidos com todos aqueles outros rapazes que faziam o mesmo serviço de Jackson, olhou para o policial a sua frente parecendo pouco se importar com as palavras que diria a seguir.

- Se eu conhecesse não falaria.

- Tudo bem, não podemos te obrigar a nada, mas sinto lhe informar que a sua situação não é tão tranquila quanto pensa.

O homem pegou o envelope que estava ao lado das fotos e retirou mais algumas fotografias, dessa vez, Jinyoung e Jackson estavam juntos.

- Pelo que nos foi informado, você e um desses rapazes, foram apresentados em uma festa de família como namorados, seus encontros com ele tem sido frequentes e sabemos muito bem quem ele é.

Jinyoung olhava fixamente para as fotos retiradas durante sua festa de aniversário, mas as que impressionaram foram as que mostravam ele e Jackson entrando no mesmo hotel e um flagra de um dos raros momentos que se permitiram ficar juntos em públicos depois que Jinyoung intensificou sua relação de cliente com Jackson.

- Isso não faz sentido, ainda que eu tivesse saído com um deles, o que isso tem a ver? No que isso me prejudica?

- Prostituição, venda de produtos ilícitos, se envolver com um deles e ter provas disso...

- Não me faz exatamente um criminoso.

- Voltando a conversa anterior, sim... Te faz um cumplice. E se colaborar com as investigações, poderá não se prejudicar tanto com isso. Não estamos te acusando de nada, só queremos que seja honesto.

Ele negou com a cabeça e olhou incrédulo para o lado.

- Eu não tenho nada a ver com o que eles fazem, eu só... Ele só é um amigo meu. Só isso.

 

 

- NÃO ACREDITO QUE FIZERAM ISSO COMIGO! Vocês invadiram a minha privacidade, vocês mandaram um detetive atrás de mim!

Dizia o jovem para seus pais, gritando a plenos pulmões, já em sua casa.

- Se isso quer dizer te proteger de quem estava te afundando, sim, com muito prazer e esqueça sua mãe, fui eu quem pediu que te investigassem.

Seu pai falava calmamente, tinha total consciência de que fazia isso pelo bem de Jinyoung. Sua mãe apenas observava aflita, sem ter certeza de que aquela era a decisão certa.

- Eu... Posso... Ser... Preso! Vocês tem ideia disso?!

- Me desculpa filho, eu...

Sua mãe se aproximava, tentando acalma-lo, mas foi interrompida pela voz firme do homem sentado próximo aos dois.

- Não se desculpe, nosso filho é tão inconsequente que não enxerga um palmo a sua frente, não enxerga o perigo que estava correndo. – Olhou para Jinyoung, se levantou e continuou. – Você... Você pode morrer se continuar vivendo dessa maneira, muito pior do que ser preso. Esse... – Ele apontou para o lado como se indicasse onde Jackson se encontrava. – Esse moleque, esse bandido, ele quer seu dinheiro, e pouco se importa se você tiver uma overdose na frente dele! Por isso, me ouça com atenção, você não vai ser preso, mas ele vai e se sair por aquela porta agora preocupado com esse bandido, eu vou ser o primeiro a esquecer que tem um filho.

Sua voz era firme e baixa, quase como audível somente para Jinyoung, era o que ele queria.

O jovem escutou, estava com raiva, assustado, um misto de sentimentos bagunçados misturados com sensações estranhas em seu estomago, ele apenas saiu a passos firmes dali, mas não porta a fora, sim para seu quarto, de fato, como Jackson já havia sido alertado na boate, aquele jovem ainda não era dono de seus atos, estava assustado, amedrontado com a possibilidade de sua aventura sexual ter se tornado caso de polícia, naquele momento a única coisa que Jinyoung precisava era de isolamento e assim o fez.

 

...

 

Semanas depois...

- Você esta se demitindo? Sabe que dia é hoje, vamos invadir a boate, prender todos aqueles bandidos, sabe quanto tempo gastamos nessa investigação?

Jaebum ouvia atentamente na sala de seu chefe, sua carta de demissão estava logo a sua frente em cima da mesa.

- Desculpe senhor, com todo respeito, mas pedi para sair do caso logo no começo, não tenho participação nisso.

- Tem! Você é um dos nossos, alias, como pode abandonar um caso desses? Nunca entendi direito.

- Eu expliquei, estou numa fase complicada da vida, eu precisava de um tempo, eu só... Só preciso seguir minha vida agora, acabei percebendo que nada disso é para mim.

O homem se recostava em sua poltrona, de forma exausta pelo que ouvia. Mas sua fala saia calma e de certa forma triste.

- Você está enganado Jaebum, você é um dos melhores, sempre foi, mas não vou implorar para ficar se não quer, vou assinar sua demissão mais tarde, eu só peço que...

- Mais tarde?

Jaebum ficou preocupado.

- Teria como... – Ele dizia de forma cautelosa. – Se não se importar, eu... O senhor poderia assinar...

O homem entendeu o que queria dizer e justamente naquele dia, era o dia em que Jaebum não conseguiria ficar ate o final do expediente. Ele precisava sair dali. Ficar longe. Os papeis foram pegos e assinados a contragosto.

- Vai, vai logo embora se é isso que tanto quer.

Jaebum fez uma breve reverencia, ainda levemente sem graça pela insistência fora de hora.

- Obrigado por tudo senhor, eu sei que o senhor não vai entender, mas...

- Só vai.

 

 

Jackson observava o apartamento vazio e suas coisas, tudo que tinha de mais essencial colocado em duas malas pequenas. Estava sentado em um canto da sala, encostado na parede, uma das pernas esticada e a outra dobrada, seu olhar parecia perdido e longe.

 

Três dias atrás...

- Eu preciso de você. Eu escolho você.

- O quê?

Jaebum olhava para Jackson, sentado naquela cama de hotel, ainda meio incrédulo pelo que ouvia. Por mais que fosse o que mais queria ouvir.

- Eu te trouxe aqui, não no meu apartamento, porque sei que estão perto de fazer tudo isso desabar e... Eu percebi que não quero ir com eles. Percebi que eu quero... Você.

O mais velho riu, coçou a nuca, ficou sem graça por um momento.

- Você esta falando serio?

- Nunca falei tão sério na minha vida.

Jaebum se aproximou e sentou ao lado de Jackson na cama.

- Por que mudou de ideia tão rápido? Foi o lance do garoto que sumiu?

- Não tem nada a ver com o Jinyoung.

- Hm... Então finalmente soube o nome dele.

- Como se já não soubesse. Eu tenho direito de ficar com medo também não tenho? Quando eu decidi que me afastar de você ia ser a decisão mais certa eu não percebi que continuar na razão pela qual eu estava te afastando de mim ia me destruir, eu amo minha liberdade...

- Eu te disse.

- Eu amo o luxo, o dinheiro, mas tudo isso ficou meio vazio sem um certo cara aí.

Jaebum apoiou uma de suas mãos no colchão e olhou para o mais novo meio abobalhado.

- Quer saber, não me importa a razão, você me deu a palavra que eu queria e só isso que importa.

Jackson ficou serio e de repente encarou o chão.

- Eu ainda estou com medo.

- Você parece um garoto, nunca te vi assim.

- Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem.

Ele sorriu meio triste para Jaebum.



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