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História Committed - Nota dez no detector de mentiras


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Surpresa!

Antes de qualquer coisa gostaria de pedir desculpas pela demora para postar. Eu li todos os pedidos de vocês para que eu continuasse, isso ajudou para que a inspiração voltasse, pois nunca foi realmente minha intenção abandonar a fic, se eu comecei, então eu vou até o fim, mas é que as vezes é bem difícil escrever uma fanfic de um casal que parece que foi mesmo tirado de uma fanfic hahahahah Mas aqui está mais um capítulo e eu vou tentar não demorar mais quatro meses para postar o próximo.

Ótima leitura.

Capítulo 6 - Nota dez no detector de mentiras


Quantas ligações e mensagens ignoradas eram necessárias para a pessoa ser oficialmente considerada uma stalker? Ela era uma detetive. Ela tinha a resposta para essa pergunta e, mesmo assim, ela ligou mais uma vez para Alex, totalizando cinco ligações ignoradas e três mensagens não respondidas.

Maggie jogou o celular em cima da cama e soltou um longo suspiro, totalmente chateada e irritada.

Chateada consigo mesma por ter machucado Alex com uma de suas mentiras e irritada com o serial killer que fez com que as duas ficassem diante de um detector de mentiras que acabou abalando o relacionamento delas com uma resposta que ela não estava preparada para ouvir pelo simples fato de não esperar por uma resposta daquelas.

Isso poderia não ter ficado claro em palavras, mas ela sabia que depois daquela noite as coisas não seriam mais as mesmas entre as duas. Elas não poderiam simplesmente fingir que nada aconteceu. E isso não era referente somente a revelação de Alex no detector de mentiras, isso também tinha a ver com o que quase aconteceu na cabine de fotos.

Por que elas não podiam ser somente parceiras de trabalho? Por que elas não podiam ser somente amigas? Por que tinha que existir essa nuvem de sentimentos estranhos entre as duas? Por que ela sempre tinha que estragar tudo de bom que acontecia em sua vida?

Ela não fazia ideia do que seria da sua vida dali em diante caso tivesse estragado tudo com a Alex. Desde que conheceu a agente do DEO tudo que ela fez foi tentar não estragar as coisas entre elas. Até que durante todo esse tempo não foi difícil. Com todo o tempo que passavam dividindo as cenas de crime, ela aprendeu que Alex Danvers era uma das pessoas mais fáceis de se conviver. Não era necessário muito esforço para não estragar as coisas entre as duas.

Pelo menos não até aquele dia.

Maldito serial killer!

Após a sexta ligação ser ignorada, Maggie se conformou que não restava mais nada a fazer naquela noite a não ser tentar dormir.

Tentar.

Muitas vezes as coisas são mais fáceis na teoria, pois na prática tudo que Maggie fez durante toda a noite foi se revirar na cama lembrando de Alex dizendo que estava apaixonada por ela.

Como elas conversariam sobre aquele assunto? Como elas fariam com que as coisas voltassem ao normal entre elas? Se é que as coisas algum dia voltariam ao normal. Mas, isso seria assunto para quando amanhecesse.

- Ah não! - Alex abaixou-se ao lado da poltrona do Winn. – Droga!

- O que você está fazendo? – Winn perguntou com estranheza. – Eu deixei cair alguma... – ele não precisou terminar a frase. O motivo de Alex estar basicamente se escondendo debaixo de sua mesa estava logo a frente conversando com Vasquez. – Você sabe... – Winn virou a poltrona, ficando de frente para Alex que continuava abaixada. – Nem eu faço isso e olha que eu não tenho um histórico de ex-namoradas muito bom.

- Você jura? – questionou ironicamente. – E ela não é minha namorada!

- Por falta de querer que não é. – Winn abriu um sorrisinho. – Alex Danvers fugindo de uma garota, eu nunca imaginei.

Alex deu um soco na perna de Winn, fazendo-o gemer de dor ao mesmo tempo que massageava o local atingido.

- Isso é ridículo. – Alex balbuciou para si mesma. – Nem uma adolescente faz uma coisa dessas. Eu sou uma mulher adulta...

- Ela está vindo para cá. – Winn disse entre dentes. Não sabia o motivo de estar ajudando a Alex depois do soco que havia levado, mas estava ajudando. – Detetive Sawyer. – abriu um sorriso bem estranho. - Quanto tempo!

Maggie deu um passo para trás, com medo do sorriso assustador que Winn abriu. Ela estava acostumada com as estranhezas do agente de TI do DEO, mas naquele dia ele parecia mais estranho do que o normal.

- Todos esses cintos precisam de uma revisão. – Alex levantou-se colocando sua arma de volta no coldre. – Imagina perder a arma no meio de um caso? Preciso conversar com J’onn.

- Será que você pode conversar comigo antes?

Só depois que ouviu a pergunta Alex tomou coragem para olhar para Maggie. Se arrependeu no mesmo instante e desejou não ter a olhado.

A detetive estava com um discreto e até mesmo receoso sorriso no rosto com as covinhas a amostra. Seus olhos praticamente imploravam para que Alex aceitasse seu pedido de conversa. Como dizer não para aquela carinha de cachorros de gifs que se encontram na internet? Era por causa disso que estava fugindo de Maggie nos últimos dias, mas agora parecia que não tinha para onde fugir.

- Ah... – olhou para os lados, como se procurasse alguém para salvá-la daquele momento, mas sabia que estava sozinha naquela. – Claro.

Alex se distanciou de Winn, não ia ter conversa nenhuma na frente daquele aprendiz de rádio patroa. Recusava-se a aumentar mais ainda o sorrisinho que ele estava no rosto de alguém que ao mesmo tempo que estava se divertindo com a situação estava achando a coisa mais fofa da vida.

Maggie seguiu os passos dela até pararem em um canto da agência próximo ao elevador. Uma ficou de frente para a outra e um silêncio constrangedor ficou entre as duas. Elas não sabiam para onde olhar. Sempre que uma tentava fazer contato visual com a outra o chão era o grande refúgio para desviarem o olhar. Ambas estavam se sentindo ridículas, mas o que poderiam fazer? Tudo aquilo era duas vezes mais estranho do que elas acharam que seria.

- Você não está me evitando, está? – a pergunta partiu de Maggie.

Amaldiçoou-se mentalmente por ter feito uma pergunta tão idiota, mas foi a única coisa que conseguiu pensar para quebrar aquele silêncio insuportável.

- Evitando você? – Alex soltou uma risadinha como se dissesse que aquela pergunta tão verdadeira era um grande absurdo. - Por que eu estaria te evitando? Eu só estive muito ocupada com alguns casos do DEO. Só isso.

- Tão ocupada ao ponto de não atender minhas ligações sobre alguns casos e ainda mandar a Supergirl no seu lugar?

Maggie cruzou os braços, esperando realmente por uma resposta convincente, mesmo que soubesse exatamente o motivo de Alex estar a evitando.

- A Supergirl também trabalha com a gente, então... – ergueu os ombros. - E eu pensei que vocês tinham virado amigas depois do último caso.

- É... Sobre aquele caso... – Maggie afastou uma mexa invisível de cabelo que caia em seu rosto, tentando ganhar algum tempo para formular o que ia dizer, mas nada ia ficar bom o suficiente, pois toda aquela situação era horrível. - Eu acho que nós deveríamos conversar sobre o que você disse. – Alex a encarou com uma expressão de quem não fazia ideia do que ela se referia, mesmo que fizesse muito bem, mas Maggie não precisava saber. – No detector de mentiras?

Alex assentiu com a cabeça, como se magicamente a lembrança tivesse brotado em seus pensamentos ao invés de estar tirando o seu sono por dias.

- Para mim o pior treinamento que tive para entrar no DEO foi o do detector de mentiras. – começou, ganhando olhares confusos de Maggie. – Eu entendia a teoria. Eu entendia que ele detectava frequências cardíacas, não a mentira em si e mesmo assim eu precisei ficar trancada em uma sala durante 41 horas seguidas para entender a prática. Eu arrasei na prova depois disso. – abriu um sorrisinho orgulhoso e foi impossível Maggie não sorrir junto. Sentia falta daquele sorriso. – Ele nos via como um casal apaixonado, então eu respondi o que ele queria ouvir, caso contrário só Deus sabe o que ele ia fazer com nós duas.

- Então, você mentiu? Você não...

- Claro que não! – o tom saiu mais alto do que Alex queria. Se não tivesse mantendo o mínimo contato visual possível com a Maggie poderia jurar que viu um pouco de decepção nos olhos da detetive. – Eu só estava ganhando algum tempo para gente até a Supergirl nos encontrar.

- Nota dez no detector de mentiras. – disse Maggie, continuava sem graça com toda aquela situação, mas agora por causa de um motivo diferente.

- Pois é. – Alex ergueu as mãos como se dissesse “O que eu posso fazer? Sou uma agente exemplar”. – Você tem que ficar feliz por ele ter feito a pergunta para mim primeiro.

- Por que?

- Maggie, eu fui eletrocutada uma vez. – o tom de Alex era descontraído. Não estava mesmo culpado a detetive pelo que aconteceu. - Ninguém sabe o que ia acontecer caso você tivesse respondido aquela pergunta.

Maggie abriu um pequeno sorriso por causa do tom descontraído que Alex usou, mas no mesmo segundo o sorriso desapareceu. O que ela estava insinuando? Pensou em abrir a boca para fazer a pergunta, mas foi interrompida com Vasquez cochichando alguma coisa no ouvido de Alex.

- Eu... – apontou para trás de si. – Eu preciso resolver uma coisa. Podemos conversar depois? Eu te ligo.

- Claro. – abriu um sorriso afetado. – Não quero atrapalhar sua semana movimentada de trabalho. – a resposta saiu mais debochado do que ela queria, mas agora já tinha ido. Por sorte, seu celular tocou e não precisou ouvir uma resposta de Alex. – Sawyer.

***

- Kara Danvers, - a garota de aço mostrou sua credencial para dois policiais que bloqueavam a passagem dela por debaixo da fita amarela da cena do crime. - Catco Magazine. – os policiais se entreolharam, mas nem se moveram. – Eu disse que sou uma repórter? – só faltou esfregar sua credencial na cara dos policias. – Não vão me deixar passar? Maggie! – acenou assim que viu a detetive.

- Ela está comigo. – Maggie fez sinal para que os policiais deixassem a irmã de Alex passar. – Acho que você chegou um pouquinho atrasada. A Supergirl já fez a maioria do trabalho aqui.

- Eu sei. Eu peguei a declaração dela antes de vir aqui, - abriu seu bloquinho de notas – mas, aparentemente, eu preciso de outras declarações sobre o que aconteceu, senão a minha notícia não está boa o suficiente. – revirou os olhos. – Será que você podia...?

- Claro, mas antes...

Maggie deu de costas para Kara e começou a andar pela cena do crime. Sem entender absolutamente nada a loira seguiu os passos dela e isso quase resultou em uma trombada quando Maggie parou abruptamente e virou-se para ela, completando o que estava dizendo.

- Eu sei que nós duas não começamos com o pé direito, mas nós estamos nos encontrando muito ultimamente...

- Isso tem a ver com aquele dia na prova de bolos? – Kara perguntou. Ainda se sentiu uma idiota por causa daquele dia. Maggie assentiu. – Eu estava irritada com a Alex aquele dia. Não tinha nada a ver com você. Sério.

- Eu estraguei as coisas com a Alex?

Kara quase engasgou com o próprio ar por causa da pergunta. O que ela ia responder sem acabar revelando tudo que a irmã sentia? Ou o quanto ela era contra todo o tratamento de gelo que Alex estava dando na Maggie? Ela entendeu os receios da irmã de abrir o seu coração, mas nenhuma das duas sabia o lado de Maggie. Por isso durante todos esses últimos dias o que ela mais fez foi aconselhar Alex a parar de ignorar as ligações de Maggie e ver o que a detetive tinha a dizer sobre toda aquela confusão sentimental causada por um serial killer, mas quanto mais Kara dava conselhos, mais Alex fazia completamente o oposto.

- Ela não atende as minhas ligações. – Maggie continuou. Kara ficou completamente aliviada por ter ganhando mais alguns segundos para pensar em uma resposta. – Hoje nós conversamos, mas alguma coisa não está certa. Eu sei quando a Danvers não está sendo completamente sincera e hoje ela não foi. Desculpa, eu nem deveria estar te arrastando para dentro disso. Ela é sua irmã...

-  Não, está tudo bem, Maggie. A Alex é bem cabeça dura quando ela quer. Por que você não a convida para uma festa?

- Uma festa? – Maggie franziu o cenho, confusa.

Não estava nem conseguindo fazer Alex atender suas ligações, como faria com que ela aceitasse um convite para uma festa?

- Eu tenho dois convites sobrando para uma festa. Acontece que a Lena já tinha me convidado antes do James me entregar os convites, então eles podem ser seus se você quiser.

- Me explica de novo porque você é amiga de uma Luthor...

Kara riu, arrumando os óculos. Ela sempre levava aquilo na brincadeira.

- Ela é uma ótima pessoa. – Maggie inclinou a cabeça, descrente. – Se você a conhecesse ia ver que ela não tem nada a ver com o resto da família. O sobrenome não faz uma pessoa.

- Supergirl e Superman devem discordar disso. Pelo menos o Superman. A Supergirl salvando muito a Lena ultimamente. Nem eu que sou uma detetive fico tanto em perigo quanto ela.

Kara riu.

- Você vai querer os convites ou não?

- Eu espero que a Supergirl esteja disponível para me acompanhar no dia da festa porque eu tenho certeza que a Alex vai pedir para ela me acompanhar.

Kara riu, novamente. Era somente isso que ela fazia sempre que estava com Maggie. Aos poucos, durante todos esses dias que vinha trabalhando ao lado da detetive, tanto como Supergirl tanto como Kara Danvers, ela foi entendendo os motivos de Alex ter se apaixonado por ela.

Maggie era uma boa pessoa, uma excelente profissional, se preocupava e se importava com a sua irmã. Tanto que, todas as vezes que elas se encontraram nos últimos dias, Maggie deu um jeito de incluir Alex nas conversas somente para saber se a agente estava bem.

Tudo isso mais o fato de Maggie ter resolvido respeitar o espaço de Alex, não a procurando durante todos esses dias por causa das ligações ignoradas, ajudou para que Kara resolvesse aconselhar Alex a entender o lado da Maggie.

Só que Alex era adepta aquele pensamento de que se conselho fosse bom ninguém dava e sim vendia.

***

A vontade de Alex era de dar meia voltar e entrar novamente no prédio do DEO quando viu Maggie parada do lado de fora escorada em uma coluna. A detetive tinha passado o dia inteiro sem mandar uma única mensagem, então imaginou que a conversa de mais cedo tinha dado resultado e que Maggie esperaria ela ligar – algo que ela não tinha planos de fazer tão cedo.

- O que você está fazendo aqui? – Alex perguntou tentando esconder sua surpresa. – Aconteceu alguma coisa?

- Não aconteceu nada. – respondeu com um pequeno sorriso, achando graça toda a surpresa de Alex por vê-la ali. – Eu vim te fazer um convite.

- Ainda é aquele convite para bebermos?

- Da última vez que eu te convidei para beber nós fomos sequestradas, então não. – Maggie sentiu-se vitoriosa por ter conseguido arrancar uma risada de Alex. – Quero te convidar para uma festa.

- Uma festa? Que tipo de festa?

- Não sei, sua irmã que me deu os convites.

Alex somente assentiu com a cabeça. Um milhão de comentários passaram pela mesma, mas ela deixaria para fazê-los quando encontrasse Kara. Estava cada dia mais difícil para a irmã tomar conta da sua própria vida e deixar a dela em paz.

Ela não estava brava com a Kara por tentar fazer as duas se entenderem. O sentimento de ter a irmã preocupada com sua vida amorosa até que era bom. Elas nunca chegaram necessariamente a conversar sobre isso quando eram mais novas porque sempre estavam ocupadas e preocupadas com Kara e seus poderes. A experiência de poderem conversar sobre isso agora estava sendo ótima, mas ao mesmo tempo era incômoda porque Alex não queria seguir com aquilo.

- Eu não sou muito fã de festas. – limitou-se a responder.

- Alex, eu estou tentando!

- Por que?

– Porque se eu fiz alguma besteira eu quero consertar. Porque você é importante para mim. Porque eu sinto falta da minha amiga!

Maggie tentou soar controlada, tentou não falar nenhuma besteira, mas além de sentir alguém dando um soco em seu estomago quando a palavra “amiga” saiu de sua boca, ela percebeu o quanto estava desesperada e com medo de realmente perder Alex.

Mas elas eram amigas, certo? Pelo menos até o dia que pegaram o caso do serial killer matador de casais isso era algo na relação das duas que ninguém poderia negar. Elas eram amigas. Ambas poderiam querer ser algo mais, mas nenhuma tinha a coragem de falar com todas as letras, entretanto elas eram amigas. Mesmo assim a palavra machucou.

As cinco letras só não machucaram mais a Alex do que o olhar de desespero da Maggie ao responder a sua pergunta. Ela não podia fugir para sempre depois do que disse de manhã. Isso era injusto com a Maggie. A amiga merecia no mínimo uma conversa decente.

- Você pode me pegar às 20 horas. – andou alguns passos, dando de costas para Maggie. – Quero ver que tipo de festa é essa que Kara está até distribuindo convites. – disse, olhando novamente para Maggie. – Não se atrase.

- Eu não vou.

Com um pequeno sorriso, Maggie assistiu Alex indo embora. Ela torcia para que essa festa fosse mesmo algo bom para ajudar as duas a encontrar o caminho de volta para essa amizade – ou seja lá o que fosse que estivesse rolando entre as duas.

Se ela soubesse o tipo de festa que estava indo iria preferir ter chamado Alex novamente para tomarem uma bebida no bar alienígena sem medo de desculpas esfarrapadas.

Ou não.


Notas Finais


Só sei que vai ter muitos encontrões da porra nessa festa, só isso que gostaria de dizer.

Até o próximo capítulo!


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