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História Common Opposites - Informação (Parte I)


Escrita por: gyuzizi8

Notas do Autor


Oi lobinhos cheirosos (◡‿◡✿)
Bem... sei que prometi atualizar por semana, mas dessa vez não deu. Eu estava 0% sem inspiração ou vontade de escrever e fiquei a semana inteira me forçando pra escrever esse. E o outro motivo da demora é que ia ficar muito grande, então terei que dividir em duas partes. Enfim, de qualquer forma, várias emoções para os próximos capítulos. Aguentem seus corações ai kk

Se achar errinhos, me perdoem (ou me avisem!) ( ‾ʖ̫‾)
É porque são 3:30 da manhã agora kk mais tarde eu beto se der.

Boa leitura~ ;3

Capítulo 13 - Informação (Parte I)


Fanfic / Fanfiction Common Opposites - Informação (Parte I)

– É acho que devemos ir todos para o leste então. Quando a caravana de mapeadores vier para esses lados no fim do ano… vamos ir viver lá. Eu me decidi. Não… é mais seguro ficar aqui. – Sunggyu admitiu meio cabisbaixo.

Woohyun assentiu.

– É a melhor decisão para todos.

Eles fizeram um silêncio confortável por um minuto e Woohyun perguntou hesitante:

– Você vai contar para os meninos?

– Acho que eu devo, não é? É o mínimo a se fazer.

– Eu posso te ajudar a contar, se quiser. Eu sei que eles vão entender que é o melhor para a segurança de vocês.

O líder ergueu a cabeça e abriu um pequeno sorriso.

– Tudo bem. Obrigado.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

No outro dia, apesar de ser Sunggyu quem iria contar tudo, Woohyun estava mais nervoso que tudo. E se os meninos não aceitarem bem? Afinal foi ideia minha.

Só esperava que tudo desse certo.

Sunggyu olhou do outro lado da mesa, na direção de Woohyun, depois que todos tinham terminado o café da manhã e estavam em silêncio, esperando as palavras do líder.

Woohyun retribuiu o olhar preocupado, assentindo em conforto. Era estranho a vontade que Woohyun tinha em querer tranquilizar urgentemente o mais velho e para Sunggyu o alívio que sentiu imediatamente em saber que não estava nessa sozinho. O ômega engoliu a seco e desviou o olhar.

– Primeiro desculpa por ontem, eu precisava falar sozinho com o Woohyun, mas já nos resolvemos então não se preocupem. Segundo, tenho um anúncio a fazer, mas antes preciso explicar um negócio.

Todos mantiveram sua atenção no mais velho.

– Quando completou um ano desde que moramos aqui, encontrei outros de nossa espécie. Eram lobos do leste, um grupo na verdade. Foi num dia de caça que sai com Myungsoo, ele estava longe por isso não nos viu. Quando os abordei, eles explicaram  quem eram. O motivo de estarem aqui era por causa de um projeto secreto que estava acontecendo em parceria com os dois reinos – do Sul e do Leste. Para ser mais específico, um mapeamento de todo o território em que os humanos ocuparam e modificaram.

Antes da guerra, não tínhamos toda a noção das nossas terras, porque não precisávamos, mas mesmo assim havia uma noção dos quatro cantos do país. Mas depois da invasão, ficamos alheios ao o que os humanos fizeram com elas, de como as ocuparam.

Por isso, foi decidido fazer esse levantamento de terras em segredo de todo o território, esses pequenos grupos saíram – às vezes disfarçados entre os humanos – por ai pesquisando e juntando essas informações para um único propósito: tomar o que é nosso de volta, no futuro.

Quando ele fez uma pausa, todos o olhavam, apreensivos.

– Mas para isso... – Sungyeol disse assustado – teria que haver uma guerra.

Sunggyu suspirou, com uma expressão pesarosa no rosto. Mas continuou:

– Com essa sabedoria nas mãos deles, ficariamos em vantagem contra os mundanos, pois saberiam cada lugar onde atacar, onde não atacar e etc.

Como eu disse isso foi há dois anos, os viajantes me disseram que no terceiro tudo estaria pronto e pediram a minha ajuda.

– Como assim hyung? – Myungsoo perguntou, nervoso.

– Ajuda com as informações sobre essa região e sobre as vilas próximas daqui. Essas pessoas vêm aqui todo fim de ano e recebem minhas anotações e afins. Apesar de já ter recolhido tudo de importante, eles sempre voltam para se atualizar.

– Você está dizendo que veio gente do leste todo o ano aqui e você nunca nos disse? – Sungjong disse num tom que denunciava seu desapontamento.

Sunggyu ficou sem saber o que falar por um tempo, olhando culpado para o menor, mordendo os lábios.

– Ele não queria envolver vocês nisso. – Woohyun interrompeu. – Queria que vocês acreditassem que estava tudo bem, que passassem seus dias tranquilos e felizes, sem preocupações. Tem que entender o lado dele, Sungjong.

Sunggyu olhou surpreso para Woohyun, que estava defendendo o líder.

– Devia ter nos contado, Sunggyu-hyung! – Sungyeol debateu.

– Desculpe-me meninos. Mas é como Woohyun disse, não tive coragem... não depois de tudo que vocês passaram... vocês mereciam viver sem preocupações por enquanto, era cedo demais para vocês mexerem com as políticas do reino. Por que acha que nunca sugeri que fossemos para um dos reinos? Por que acham que prefiro viver afastado das grandes matilhas? Para que não se machucassem quando se lembrassem das nossas famílias. – Abaixou a cabeça, em culpa.

– Você também sofreu, Hyung. – Dongwoo se levantou e abraçou Sunggyu, dizendo em um tom gentil. – Deve ter sido difícil guardar tudo isso para você também. Não devia ter feito isso.

Por um momento, ninguém disse nada, eles ficaram apenas assistindo a cena do ômega mais novo abraçando o mais velho.

– Acho que temos que reconhecer sua atitude honrada. Um líder tem que se sacrificar pelo bem de todos, às vezes. Eu faria a mesma coisa.

– Logo você falando isso Woohyun? – Hoya zombou o amigo.

– Cala a boca Hoya. – Ele desviou o rosto, envergonhado.

Sunggyu se desvencilhou de Dongwoo e olhou para eles, ainda angustiado.

– Isso não é tudo o que eu queria contar. Quando eles vinham, sempre me perguntavam se não queríamos voltar junto com eles para a matilha do leste. Eu negava, é claro. Estava tudo bem aqui, não vi necessidade disso. Mas seguindo o conselho de Woohyun, eu decidi que seria melhor se da próxima vez que eles vierem, no final do ano, aceitar a proposta.

Há caçadores por perto e eu nunca me perdoaria se eles nos achassem e fizessem algo com vocês. – Ele olhou para todos os meninos, que confiavam suas vidas na mão dele – É hora de voltar para uma alcateia maior.

Por um minuto, ninguém disse nada, ficaram apenas assimilando as palavras do líder.

– Eu concordo com você, hyung. – Hoya interrompeu o silêncio primeiro.

– Eu também. Eu sigo qualquer uma das suas decisões. Sei que sempre quis o nosso melhor, por isso não vou questionar. – Dongwoo assegurou, apertando as mãos dele.

Sunggyu assentiu, agradecido e depois olhou para os mais novos, hesitante.

Myungsoo estava com a cara fechada, sem expressão. Sungyeol estava sério e pensativo. Já Sungjong parecia em dúvida.

– Sei que devem estar chateados porque escondi isso de vocês. E eu me desculpo mil vezes por isso se precisar, sei que foi errado. Mas por favor, quero que pensem bem. Só quero o melhor para nossa alcateia, para nossa casa. Eu..

– Tudo bem hyung. Não se sinta assim. Eu entendo seus motivos. – Sungjong foi o primeiro a se manifestar. – Deveríamos voltar.

– Eu… – Myungsoo começou. – Vou aonde você for hyung. Se quiser assim…

Mas ele falou baixo. Sunggyu sabia que ele ainda estava chateado.

O mais velho então virou sua atenção para Sungyeol. Sabia que o último seria mais difícil de todos ali.

A mãe de Sungyeol era da matilha do leste, mas seu pai do norte. Ele nasceu no leste, mas seus pais se mudaram para o reino do norte quando ele era jovem ainda. Mesmo assim Sungyeol cresceu e viveu um pouco lá. Talvez voltar poderia ser doloroso e o fizesse se lembrar de seus pais.

– Yeol, eu entendo se você…

– Hyung. Eu… eu sei, eu entendo que você está tentando ser considerável comigo, mas não precisa. Sério, está tudo bem. Se é para o nosso bem e a única forma de ficarmos bem... então vale o risco.

Sunggyu suspirou aliviado e quase abraçou o outro em agradecimento, mas conteve-se. Inconscientemente, seu olhar se virou para Woohyun que espelhou seu sorriso com outro maior ainda. Estranhamente, se sentiu calmo novamente com ele ali.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

Dongwoo ria animadamente com as piadas Hoya, que neste momento, o ajudava na cozinha.

O alfa tinha ficado com o treinamento dos maknaes e depois de uma aula completa, estava exausto. Mas ainda assim vendo o sorriso animado de seu hyung, sentiu todo o cansaço se esvaindo.

– Você está mentindo Hoya! Ele não fez isso.

– Estou falando sério hyung. Se você soubesse metade das coisas que Woohyun fez… ahh eu até desanimo só de pensar. Eu era praticamente a babá dele no sul.

– Hehe, você sempre reclamou dele pra mim, mas sei que adora muito o Nam-goon.

– O quê? Eu não! Hyung! Até parece… ugh... é nojento só de pensar. – Hoya fez uma careta e Dongwoo gargalhou.  

O alfa sorriu fraco ao ver a reação do mais velho. Enquanto Dongwoo estava cozinhando, ele estava ajudando passando as coisas ali e aqui.

– Está ansioso para ir pro leste? – Perguntou Hoya de repente.

– Eu… não sei. Acho que não. Na verdade, não sei como me sentir sobre isso. Faz dois anos que moramos aqui… me acostumei com essa casa, com essa rotina, esse ambiente. Pode não ser fácil quando formos para lá…

– Faz um tempo que eu não vou lá, na verdade… me lembra muito dos meus pais… e também quando estava no sul ficava sempre fazendo missões, protegendo a fronteira, não tinha muito tempo de ir até o leste… – Howon respondeu cabisbaixo.

Dongwoo olhou para ele com pena e compreensão, afinal sabia bem como era perder toda sua família. Colocou a mão no ombro dele em conforto, mas um choque passou por seus dedos instantaneamente e tirou a mão rapidamente.

Hoya, igualmente surpreso, voltou o olhar para o ômega. Ele também tinha sentido aquilo. Ambos sabiam bem o que era.

Um desejo inconsciente subiu por todo seu corpo e sem pensar, puxou Dongwoo pela cintura e o abraçou forte.

O rapaz mais velho se surpreendeu novamente, mas logo relaxou, se sentindo seguro com Hoya. Também enlaçou os seus braços em volta dos largos ombros e sorriu inconscientemente.

– Se queria uma abraço, era só pedir Ho-aegi*. – Dongwoo sussurrou o antigo apelido que deu ao outro quando eram crianças.

– Hyung…

Hoya queria falar tantas coisas para ele. Principalmente nesses últimos dias que estava se sentindo ainda mais atraído por Dongwoo, seus sentimentos por ele transbordando. E havia também aquele incômodo no canto da sua mente, como se algo estivesse para acontecer e só ele não sabia o quê.

Mas no fim não disse nada. Sabia que Dongwoo podia entendê-lo como mais ninguém.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

– Hyung, podemos conversar? – Dongwoo chamou o mais velho que estava ocupado lendo um de seus livros, em seu quarto.

– Hm. O que foi? – O líder colocou o livro de lado e se sentou na cama. Dongwoo se aproximou e sentou-se ao lado dele.

– É que precisamos de mantimentos… algumas coisas estão acabando. A última vez que fomos numa vila foi há dois meses e agora com dois integrantes a mais na matilha, as coisas acabaram mais rápido.

Sunggyu mordeu os lábios. Era verdade. Tanta coisa aconteceu que tinha se esquecido disso.

Mas isso acontecendo logo agora? Era um período bem inconveniente com essa notícia de uma sede de caçadores por perto.

– Mas tem certeza disso? Não temos como aguentar até o mês que vem?

Dongwoo assentiu e mostrou um pedaço de papel para o líder.

– Essas coisas já acabaram tudo. Estamos sequer nos mantendo, é bem urgente.

Sunggyu suspirou.

– Bem, tudo bem. Não tem jeito então. Acho que teremos que ir.

Na hora do jantar, com todos a mesa, Sunggyu contou de seus planos para ir a vila humana no dia seguinte. Todos se entreolharam, um pouco aflitos. Sunggyu podia adivinhar que todo mundo tinha a mesma preocupação.

– Vai você e Dongwoo-hyung? – Sungjong perguntou.

– Sim.

– Eu posso ir junto dessa vez? – Sungyeol abriu um sorriso esperançoso.

– De jeito nenhum. – Myungsoo rebateu, franzindo o cenho.

– Myung~ – Choramingou o mais velho. – Eu estou sendo bem treinado, nada vai acontecer lá. Eu sei me defender!!!

– Desculpa Yeol, mas Myungie tem razão. Não é seguro nesses tempos.

– E como seria seguro se vocês dois fossem? É melhor não, Dongwoo não pode ir. – Hoya interrompeu, parecendo preocupado. Sunggyu ficou surpreso e olhou para Dongwoo. Os dois trocaram olhares de compreensão.

– Howonnie, nós sempre vamos juntos. É mais fácil assim. Todo mundo da vila conhece a gente também.

– Desculpa interromper... – Woohyun disse e todos se viraram pra ele – Mas acho que Hoya tem razão. Antes vocês não tinham escolha, mas agora, nessa época é bem mais perigoso sair só vocês dois assim. Não que eu subestime suas habilidades de lutar, mas se Hoya ou Myungsoo fosse junto, seria obviamente uma vantagem em caso de algum problema aparecer. – O moreno tentou debater racionalmente.

Sunggyu e Dongwoo se entreolharam. Eles sabiam que Woohyun tinha razão. Mas aquele fato ainda deixava Sunggyu sem saber o que fazer.

– Myungsoo não vai. – Sunggyu afirmou.

– Hyung! – Ele reclamou.

– Não Myungie. Você lembra o que combinamos! – Olhou severamente para menor que apenas abaixou a cabeça.

– Então Hoya vai junto? – Sungyeol perguntou confuso e ao mesmo tempo, se sentindo traído.

Sunggyu olhou para um e outro, pensando numa forma de sair daquela situação.

– Eu me ofereço a ir também, se quiserem. Não tenho nada pra fazer mesmo. Ao contrário de Hoya que está treinando os meninos. Quer dizer, exceto por Sungjong, mas você esperaria né? – Woohyun dirigiu a pergunta pra ele e o maknae assentiu.

– Não. Tem que ficar pelo menos dois alfas aqui. E não precisamos de tantas pessoas indo, isso levantaria suspeitas. Dongwoo ainda precisa apagar as trilhas e Hoya tem que treinar vocês… não.. – Sunggyu suspirou e todos aguardavam sua decisão. – É melhor que vá apenas eu e Woohyun.

– Tem certeza? Da última vez que saíram juntos, as coisas não deram muito bem. – Dongwoo perguntou, incerto olhando de um para o outro. Ambos Sunggyu e Woohyun coraram um pouco com a situação que foi comentada.

– Vai ficar tudo bem. Eu vou falar que ele é algum parente meu. E de qualquer forma, não importa. Será a última vez que iremos lá.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

No caminho para a vila, eles andaram em silêncio. Estava um clima estranho entre os dois desde que saíram de manhã da matilha. Sunggyu decidiu que nos arredores seria sábio irem em forma humana por isso, apenas levaram mochilas com acessórios e partiram de a pé para vila humana mais próxima.

Eles andavam lado a lado, mas Sunggyu quem mostrava o caminho. Woohyun queria conversar com ele, puxar conversa, entretanto, o mais velho parecia sonolento demais.

Quando era quase hora do almoço, eles pararam para se alimentar. Depois de entregar um pequeno pote de sopa para o mais novo, o líder comeu em silêncio. Woohyun finalmente resolveu interromper o torturante silêncio.

– Você está bravo? – Perguntou como quem não queria nada.

Sunggyu levantou a cabeça e olhou confuso para o menor.

– Claro que não. Por que estaria?

– Está com essa cara fechada desde de manhã.

O líder franziu o cenho.

– Não é isso. É que… apenas estou preocupado. É uma mania minha sempre que viajo.

– Preocupado com os meninos? Não precisa. Hoya está com eles e eu confiaria nele com a minha vida. Sério, ele é assustador quando luta, acho que pode matar 100 homens. – Tentou brincar e viu Sunggyu esboçar um pequeno sorriso de lado.

– Não só com eles… mas tenho essa preocupação quando fico entre os humanos. Acho que é medo deles descobrirem o que eu realmente sou e me atacarem.

– Bem… dá para entender. Também não me sinto tão confortável assim em vilas humanas.

– Você já esteve em uma?

– Algumas vezes. Passei por uma quando vim pra cá. Acho que pode ser a que estamos indo agora.

– Ah… entendo.

Sunggyu voltou a comer quando o assunto pareceu ter encerrado. Woohyun fez o mesmo.

Depois que terminaram de almoçar, decidiram continuar com a viagem.

Já mais confortável e com Sunggyu parecendo acordado, Woohyun voltou a conversar.

– Você estava preocupado de como Sungyeol ia reagir, mas até que ele aceitou bem, certo? Ele é um garoto esperto.

– É verdade. – Sunggyu deu um pequeno sorriso, lembrando do garoto alto. – Acho que fiquei preocupado por nada. Mas sim… ele é um bom menino. Espero que consiga se adaptar a matilha grande novamente. Ele meio que tem um apreço demais pelas coisas humanas… sempre me pede isso e aquilo.

– Bem, isso pode ser providenciado, certo? De vez em quando eles visitam as vilas humanas, como você disse.

Sunggyu se virou para ele.

– Você diz os mapeadores? De jeito nenhum. Não vou deixar ele ser um nem morto. É melhor que quando nos mudarmos para lá, ele fique na segurança da matilha.

– Você disse que eles fariam isso apenas por três anos. Bem… esse seria o último ano, não? Depois disso…………. droga, porque não pensei nisso antes? – Woohyun resmungou para ele mesmo.

– A guerra. Agora você entende minha hesitação? Não quero nos levar direto para uma zona de perigo, mas ficar ali também se tornará complicado. Fiquei sem saída naquele momento.

– Desculpa por isso, por te colocar nessa situação. Só pensei-

– Não é sua culpa. Um dia teria que acontecer e você me ajudou a perceber a melhor escolha.

– Bem.. eu posso ser útil, às vezes. – O alfa riu. Depois de uma pausa, ele disse:

– Você sabe…. apesar da última que nos vimos antes da guerra eu ser um encrenqueiro, nos anos que se passaram eu melhorei. Aprendi a lutar bem e ganhei um lugar de honra na guarda da alcateia do sul.

– Por que está me contando isso? – Sunggyu perguntou, intrigado.

– Apenas escute! Como uns dos lobos da noite – nome da guarda do sul – eu aprendi muita coisa enquanto lutava pela segurança de todo o reino. Mas antes disso, como príncipe, eu tive algumas vantagens especiais…

– Obviamente.

Woohyun sorriu para o tom irônico do outro.

– Uma dessas vantagens era informação em primeira mão... sobre a guerra. Não te contei antes porque não éramos próximos, mas sinto que posso confiar em você agora. – O ômega fitou Woohyun, surpreso com a revelação.

– Uh... obrigado?

– Enfim… – Woohyun limpou garganta, a conversa estava começando a lhe deixar envergonhado. – Sobre a guerra, há um plano longo e elaborado. Os mapeadores são apenas a centelha dele. Os dois líderes do Sul e do Leste estão juntos nisso, planejando cada detalhe. Temos provas de que os humanos quebraram os acordos inúmeras vezes. Hipoteticamente, os acordos ainda estão ocorrendo, mas é pouco para ele ser desfeito. Isso já seria motivo para entrar em guerra, mas você sabe que comparados a eles, somos minoria.

Sunggyu assentiu. O assunto lhe interessou instantaneamente.

– Tivemos que arranjar uma solução. Os humanos atualizam suas armas a cada ano, por isso fomos massacrados daquele jeito. Então foi decidido que faríamos exatamente como eles. E não só isso! Conseguimos aliados importantes.

– O que quer dizer com isso Woohyun? – Sunggyu estava ficando impaciente. O alfa se virou, uma seriedade rara mostrando em toda sua face.

– É complicado. Fizemos alianças com seres que nunca imaginamos que íamos fazer – antigos inimigos pra ser exato. Feiticeiros, fadas, até vampiros… enfim, algumas dessas espécies estão nos ajudando nisso.

– Isso não faz sentido. – Sunggyu balbuciou confuso. – Vampiros… porque nos ajudaria?

– Humanos querem extinguir tanto nós, como eles. Principalmente eles, por causa da sua dieta peculiar. De qualquer forma, não são todos. Apenas alguns poucos clãs. Nesses dois anos, Sunggyu, você não faz ideia de tudo que aconteceu. E tudo isso para criar armas… armas tão poderosas que nenhum humano desse planeta resistiria.

– Armas? Não pode estar falando sério! Não lutamos com armas, somos do sangue da lua.

– Foi necessário. Se eles usam, teremos que usar também.  É uma garantia para nos defender, para que nossa raça não desapareça. Não nos orgulha, mas é o jeito. De qualquer forma, não pretendemos colocá-las em ação até sermos ameaçados.

Sunggyu olhou pro chão, sem saber o que falar. Aquilo tinha sido uma notícia e tanto. Eles continuaram andando em direção a vila, lado a lado. O pôr do sol já estava próximo. Com uma expressão séria, Woohyun continuou falando quando Sunggyu perguntou quantas eram.

– Muitas. E não só nossas, as fadas fizeram suas próprias, com magia. Fizeram túneis subterrâneos ao norte da fronteira do país – perto do reino das fadas – e levaram lobos e feiticeiros capacitados (que tinham estudado os objetos humanos) e construíram juntos as armas. Os humanos nem sonham que fizemos isso, aliás, poucas pessoas até da alcateia sabe da existência disso para segurança. Meu pai não queria pânico no reino, nem vergonha ao seu nome, por isso deixou isso para Boohyun-hyung. De qualquer forma, já está feito. Se houver uma guerra, vamos lutar bravamente contra eles, mesmo que seja com uso daqueles objetos amaldiçoados para nos salvar.

Sunggyu queria perguntar sobre o plano de tomar o território de volta, mas absteve-se.

– Você estava bem sério sobre isso. Parece muito aprofundado no projeto… se sente culpado de ter deixado seu irmão para lidar sozinho com isso?

Woohyun fitou o mais velho com uma expressão surpresa no rosto.

Como ele sabia disso?

Era como se Sunggyu pudesse ler sua mente. Talvez ele estivesse deixando transparente demais seus sentimentos. O ômega apenas olhava para frente, a luz alaranjada já cobrindo sua face. Ele parecia como se soubesse de todos os segredos do mundo, como um sábio nostálgico.

– Eu sei essa sensação. Quando atacaram a alcateia do norte, considerei ficar com eles. Sabe a minha noona? Ela estava grávida – ele suspirou. Woohyun se recordava dela. – Myungsoo já me disse que não se lembra do rosto dos nossos pais, nem da nossa noona.

E então… depois, às vezes.. quando estava na segurança da nossa casa, eu pensava o que teria acontecido com os meninos se eu não tivesse ajudado eles, os liderado para fora dali. Eu pensei muito sobre essas coisas. Me sentia culpado, mas ao mesmo tempo, com a sensação de que fiz a coisa certa. Você provavelmente deve se sentir assim, certo? É uma grande responsabilidade a do seu irmão e sei que vocês são bem próximos.

Woohyun engoliu a seco, olhando para o chão de repente.  

– É verdade. Realmente me sinto assim… acho que temos mais em comum do que eu pensava. – Ele sorriu um pouco e observou o mais velho. Sunggyu continuava andando, seguindo em frente, o rosto indecifrável.

– De qualquer forma, seja aqui ou lá, essa guerra nos atingiu a todos e ainda fará ainda mais estragos daqui pra frente.

– Ah, é mesmo…. eu não te contei tudo! – Woohyun se lembrou.

– O quê?

– Final do ano passado… enquanto nos preparamos, ficamos sabendo de uma notícia inesperada que mudou o rumo das coisas. Os humanos tinham começado uma guerra entre si. Estavam destruindo uns aos outros ao invés de se juntarem como a gente. Atrás de poder para dominar essas terras, eles se dividiram. Isso foi a peça chave para colocar o plano de tomar nossos reinos de volta em prática.

Então um rei humano veio à nossa procura. Ofereceram um acordo bem tentador.

– Uma aliança? – Sunggyu disse.

– Sim. Em troca de ajudar a derrubar o outro reino que eles lutavam contra. A proposta era ficarem apenas com a parte mais ao norte e o resto do país seria nosso de volta.

– Eu fiquei sabendo disso. Mas achei loucura…  – O líder tentou acompanhar o raciocínio – Confiar nos humanos? Os mesmos que aniquilaram quase toda nossa raça? E como seria para expulsar aqueles do outro reino? Há muitas coisas suspeitas nessa história.

– Bem, claro que todos pensamos como você. Foi difícil de sermos persuadidos, mas isso nos deu uma vantagem. Eu não sei muito bem como se seguiria, mas o plano era: enquanto os humanos brigam entre si nas cidades grandes, iríamos atacar vila por vila e expulsá-los a força e aos que resistissem… bem, você sabe. Quando os humanos da cidade grande viessem atrás da gente, nós ameaçariamos com as armas. Divididos e em menor número, recuariam sem dúvida.

O rei com qual fizemos acordo disse que lutariam entre si nas grandes cidades deles, mas depois que aquele outro reino viesse atrás da gente, seria nossa responsabilidade detê-los. O rei disse que não os seguiriam e voltariam quietamente para o norte.

– Arriscado. Ele poderia estar mentindo, os dois poderiam estar juntos e isso tudo ter sido uma armação.

– Pensamos nisso. Não… Boohyun-hyung! Ele pensou em tudo e nisso é onde entraria o clã das fadas. Caso aquele rei estivesse mentindo e avançasse contra a gente, as fadas foram autorizadas a usar as armas.

Como elas estão localizadas mais perto dele, seria bem rápido e mágica aniquilaria suas cidades em minutos e isso não nos prejudicaria o plano. Apesar de que derramaria sangue e isso é o que queríamos evitar, mas se fosse necessário...

Sunggyu parecia pálido com toda aquela informação. Era mais sério do que pensava, mil vezes mais sério.

– Os humanos se acham superiores. Acham que são inteligentes e sagazes, mas somos raças antigas que perseveraram por milênios. Isso que eu te disse é só um resumo de tudo, há muita coisa ainda por trás. Muitos esquemas, planos, sub-planejamentos, garantias, outras alternativas caso não desse certo. Dessa vez, não vamos ser os que vão ser pegos de surpresa. – Woohyun disse aquilo com certa frieza na voz e Sunggyu desviou o olhar, incomodado.

– Se o que me diz… é tão sério assim, não acho que ir para o leste…

– O leste está participando, mas as principais coisas ocorrem no sul, lá está a sede. Estarão seguros ao leste, não se preocupe!

O leste também é nossa garantia. Como fica perto do país dos feiticeiros, teríamos saída por lá caso falharmos e também foram feitos acordos, casamentos e trocas de riquezas e etc para garantir a nossa segurança no reino vizinho. Como eu disse, houve um planejamento massivo. Nesses dois anos, não ficamos nem um minuto parados.

– Não sei o que dizer… se eu tivesse ido para o leste mais cedo, será que teria participado disso tudo também?

– Se tivesse ido para o leste depois do ataque a sua cidade, teria se unido ao meu irmão. – Woohyun disse aquilo atônito, como se estivesse acabado de perceber.

– Teria? – Sunggyu perguntou incerto, olhando para o menor.

– Sim. A promessa do laço ainda estaria de pé. Boohyun liderando o sul e você, o último filho do norte, ao lado dele. Seria isso que aconteceria.

De alguma forma, a ideia não agradou Woohyun que franziu o cenho, desconfortável.

– É... talvez… de certa forma, eu fico aliviado que não fui. Aquela união… não era o que eu queria. Não me julgue mal, seu irmão é uma boa pessoa. Mas…

– Vocês seriam obrigados a passar o resto da vida juntos. Acredite, eu entendo e fico tão aliviado quanto você. Naquela época, meu irmão tinha uma pessoa em seu coração também… me feria vê-lo tendo de despedir dela por causa do acordo ridículo de nossos pais. Mas depois que você…

Eu quase disse ‘morrer’. Presta atenção, Woohyun!

Woohyun desviou o olhar, se desculpando e Sunggyu assentiu, sorrindo sem graça. Não se sentiu ofendido por isso pediu pro outro continuar.

– Bem, depois disso, ele marcou a noona que ele amava e eles se casaram. Eu tenho um sobrinho de viagem, na verdade.

O líder percebeu que Woohyun parecia com saudades… era como que ele mesmo pudesse sentir a saudade dentro também com um misto de tristeza. Mas era impossível, é claro, porque isso só acontecia entre parceiros. Ele e Woohyun não era parceiros, mas porque pareciam tão conectados ultimamente?

Balançou a cabeça, negando tal pensamento. Era ridículo, aquilo.

– Bem… parabéns.

– Oh meu Deus, me perdoe. – Woohyun disse de repente, com uma expressão culpada e apavorada. – Eu não quis… a sua noona... desculpa! É sério!

Sunggyu riu.

– Tudo bem, cara. Não precisa se sentir culpado de ter uma sobrinha.

– Bem, da última vez que eu soube, não sabiam qual sexo do filhote era ainda.

– Esperamos que não seja um garoto para não puxar o pai e o tio cabeça dura certo? – Sunggyu brincou e empurrou de leve o ombro do outro. O moreno o encarou exasperado, como se sentisse traído.

– Yah! Você está me ofendendo assim!?

– Imagina~ – Ironizou e riu divertidamente.

Woohyun achou que Sunggyu ficava muito mais bonito com o rosto sorridente, sob a luz do pôr do sol.


Notas Finais


*Hoaegi: junção de hoya com (aegi = bebê)
Ah eu quero falar muita coisa:
1º: Obrigada de coração por acompanharem e comentarem <3 significa muito pra mim ^^ OBG PELOS 64 FAV <333
2º Como no cap passado fiz Myungyeol, nesse mostrei um tico de Yadong.. e relaxem que eles ainda prometem hehe
3º Me diz que vocês tão sentindo as dicas de woogyu? Já adivinharam o que houve com eles? Vocês são lobinhos espertos, sei que sabem ^^
4º Citei a irmã do Sunggyu, mas eu não tinha feito isso nos capítulos anteriores. Enfim, saibam que os Kim tiveram uma noona, porém ela morreu lá com os pais deles.
5º Nesse cap, eu dei dicas importantes para entender o resto da historia. Vocês vão conseguir pegar melhor pra frente e vão ver quando tudo se conectar.

Uh... acho que é só isso. ┐(´_ゝ`)┌
Se pá eu atualizo ainda essa semana, mas isso depende da minha inspiração (eu tenho tudo planejado, é que a vontade de escrever q falta..... >...<) então não contem muito com isso.

Bjinhos de nutela ●ω●


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