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História Common Opposites - Informação (Parte II)


Escrita por: gyuzizi8

Notas do Autor


( ๏ิ₃๏ิ) oi pessoal
Vim com um update.
Não deu pra atualizar esse cap semana passada como eu queria, mas a vida segue né~
Enfim.. boa leitura~~

Capítulo 14 - Informação (Parte II)


Fanfic / Fanfiction Common Opposites - Informação (Parte II)

Depois de andar por um dia inteiro em suas formas humanas e meio dia em suas formas lupinas, os dois finalmente chegaram à vila. Já estava escuro quando avistaram as luzes do lugar.

Sunggyu tinha dito que não tinha mais de 1.000 pessoas vivendo ali, era um lugar especialmente pequeno, não muito populoso. Mas como ficava no caminho da grande cidade, muitas coisas passavam por aqui – incluindo as coisas que eles compravam de vez em quando.

Eles se hospedariam em uma pousada de uma conhecida de Sunggyu. Segunda ele, ela era uma feiticeira que tinha se apaixonado por um humano e morava na vila agora casada com o mesmo. Mas é claro, ninguém sabia disso.

“Lá é o único lugar onde me sinto um pouco à vontade quando venho para cá então não se preocupe.” Ele disse. Woohyun assentiu.

Quando chegaram à casa que apesar de simples, era enorme, Sunggyu bateu na porta. Quem atendeu foi uma garota que não parecia ter mais que 9 anos. Quando ela viu Sunggyu, seus olhos pareceram se iluminar.

– Oppa!! – Ela exclamou e viu que Sunggyu ao seu lado tinha abrido um sorriso discreto.

– Jihyun, sua mãe está?

Ela assentiu e animadamente abriu a porta para eles entrarem. Sunggyu bagunçou o cabelo da menina, como se fosse um irmão mais velho.

– Como você fica maior cada vez que te vejo? Daqui a pouco estará maior que o oppa. – Ele brincou e a menina abaixou a cabeça, envergonhada. Woohyun se sentiu deslocado assistindo a cena.

– Querida, quem é? – Uma senhora apareceu da sala em que eles estavam andando em direção. Era uma enorme sala com vários sofás, cadeiras e decorações.

– Omma, é o Sunggyu-oppa!! – Ela falou animadamente, o arrastando pela mão.

– Oh… Sunggyu-ah, você por aqui! Veio mais cedo dessa vez?

A mulher surgiu, limpando a mão no avental. Ela aparentava estar na meia idade, não muito velha, mas também não muito nova.

– Sim, aconteceram algumas coisas e tive que vir mais cedo.

– E onde está Dongwoo? – Ela perguntou e se aproximou. E então seu olhar se virou para Woohyun. Sua expressão mudou. – Quem é esse jovem?

– Ah… – Sunggyu olhou Woohyun que decidiu ficar calado. – Dongwoo ficou doente e não pôde vir. Ao invés disso, eu trouxe meu primo, Woohyun. Ele veio visitar a gente.

– Olá, eu sou Kim Woohyun. – O alfa se apresentou, curvando-se educadamente. Sunggyu quase riu ali.

– Kim… é? – A feiticeira ergueu a sobrancelha, como se não estivesse convencida. Woohyun se encolheu, com o olhar julgador. Era óbvio que ela sabia que ele estava mentindo. Mas não pareceu se ofender. – Eu vejo. Querida, vá preparar o quarto dos meninos, devem estar cansados.

A garotinha Jihyun assentiu e subiu as escadas que levava ao andar de cima.

– Então… posso saber a verdade agora Sunggyu? Dá última que eu soube você não tinha um primo Nam do sul.

Woohyun desviou o olhar, envergonhado. O líder apenas sorriu.

– Ele é meu convidado lá em casa e está me ajudando. Acho que já pode imaginar o motivo.

A mulher assentiu.

– Um alfa Nam no seu território? Espero que não seja algo de grave ou um sinal ruim. – Ela não tinha o rosto de bons amigos. Sunggyu também desmanchou o sorriso.

Estão falando da guerra? É lógico que ela estaria do lado dos humanos não é? Isso é ruim. – Woohyun pensou.

– Não é nada. Woohyun é amigo dos meninos e veio visitar. Apenas isso.

– Tudo bem. Se quiserem me acompanhar… – Ela fez o sinal com a cabeça e subiram para o andar de cima. – Infelizmente, estamos lotados já que é temporada de caça. Por isso tenho só um quarto, ok?

– Noona! – Sunggyu reclamou. – Você sabe que não…

– Omma, está tudo pronto. – Jihyun apareceu atrás da mulher.

– Você ia falar alguma coisa? Está tudo bem dormirem no mesmo quarto, afinal vocês são primos, não é? – A feiticeira se virou para os dois, com o olhar divertido. Sunggyu queria esgana-la, mas apenas sorriu cordialmente porque a filha dela estava ali.

– É claro.

Woohyun se virou pra ele, surpreso.

– Então ótimo. Tomem banho e então desçam para jantar. Devem estar famintos, coitadinhos. – Ela acariciou o cabelo dele como uma mãe e saiu com a menina, deixando os dois parados, em um clima estranho ali.

– Aish… essa mulher! – Sunggyu resmungou, irritado. Ele entrou no quarto, acompanhado de Woohyun.

– O que foi aquilo? Por que concordou?

– O que eu faria? Você ouviu ela, não tem mais quartos.

– Mas… – Ele olhou para a cama de casal dali e como Sunggyu a encarava com a mesma expressão de apreensão – Como espera que durmamos na mesma cama?

– Não vamos. Você dorme no chão.

Woohyun ficou boquiaberto.

– Yah… você... realmente gosta de me ver dormindo desconfortavelmente né? Primeiro no sofá e agora no chão… porque não pode ser você? – Reclamou o menor e depositou sua mochila na cadeira ao lado.

– Primeiro: Eu sou mais velho. Segundo: minhas costas doem se durmo num lugar ruim e ontem a noite já foi suficiente pra mim. Terceiro: não podemos dormir na mesma cama por razões óbvias. Por isso, você fica no chão! Ponto final.

Sunggyu disse com um tom que não aceitava protesto. Woohyun suspirou, mas não falou nada e foi para o quarto de banho.  

Quando desceram, eles passaram pela sala e foram em direção ao refeitório, onde tinha um saguão com várias mesas de jantar. Era simples e tinha bastante gente.

Woohyun viu duas fadas, três elfos e vampiros, mas a maioria parecia ser humanosl. Julgou que em grande parte eram caçadores pelo modo que se vestiam e quase grunhiu de raiva.

– Controle-se. – O ômega alertou em um sussurro e foi se sentar numa mesa afastada no fundo. Quase ninguém parecia dar importância para eles, apenas os sobrenaturais dali se incomodaram em jogar um olhar para os dois.

– Sunggyu-shi! – Um homem de meia idade apareceu sorrindo. Sunggyu também sorriu e abraçou o homem.

Ele parece conhecer todos ali. – Woohyun pensou, amargamente. A cena não lhe agradava de alguma forma.

– Quando ouvi da Jihyun que você estava aqui, vim imediatamente. O que lhe traz tão cedo? Pensei que não viria até o próximo mês.

O ômega sorriu gentilmente e derramou suas mentiras.

– Ah, pois então. É que tivemos visitas e as coisas acabaram mais cedo do que eu tinha calculado. Dongwoo ficou doente também ficamos sem remédios adicionais.

– Oh não? É mesmo? Espero que ele melhore. – O homem olhou simpatizante e depois se virou para Woohyun, curioso. Sunggyu percebeu e logo disse:

– Esse é meu primo, Woohyun. Ele e meus tios vieram nos visitar, você sabe... por causa da saúde de meus pais e depois que voltaram para a cidade grande, Woohyun ficou para nos ajudar até Dongwoo melhorar.

O homem assentiu, em compreensão.

– Espero que Dongwoo melhore. Woohyun-shi, sinta-se a vontade aqui ok?

O alfa assentiu e o homem se afastou dali em direção à cozinha. Uma criada apareceu e entregou pratos de comida para eles. Sunggyu agradeceu com um aceno.

– Quem era essa pessoa agorinha? – Woohyun perguntou sussurrando. Ele tinha uma expressão confusa no rosto e Sunggyu riu um pouco.

– Ele é esposo da Moonhee noona. O humano com qual ela se casou.

E então o líder começou a se degustar de sua comida. Woohyun, que também estava faminto, aproveitou sua refeição sem demora.

Eles jantaram em silêncio por algum tempo. Woohyun se sentia um pouco incomodado, por isso olhou em volta e percebeu a razão do seu desconforto. Numa mesa, a não muitos metros dali, havia alguns caras olhando para eles. Mostrou uma expressão irritada, mas os mesmo pareciam surpresos em vê-lo. Woohyun entendeu o porquê. Não eram quaisquer pessoas, era membros da sua antiga matilha do sul.

– Oh oh. – Woohyun sussurrou e Sunggyu olhou pra ele.

– O que foi?

Mas os dois homens já se aproximavam e não deu tempo nem de Woohyun se levantar, eles já tinham se sentado à mesa.

– Príncipe Woohyun! O que você está fazendo aqui? – Um deles chamado Jaehyun, lembrou-se Woohyun, sussurrou alarmado.

Sunggyu se assustou com a presença e Woohyun suspirou.

– Eu vou conversar com vocês, mas não aqui. – O alfa os alertou em um tom baixo e ambos os rapazes abaixaram a cabeça.

Sunggyu olhou surpreso para a cena.

– O que é isso? Quem são eles?

– Esse é Jaehyun e o outro é Minjoon. Eles são membros do sul, como você deve imaginar.

Isso explica muito. – Pensou Sunggyu.

– Príncipe Woohyun, estão te procurando em todo lugar. Porque você fugiu?

– É uma longa história meninos. Mas aqui não é seguro. Vamos subir pro meu quarto e conversamos. – Ele avisou para Sunggyu e não esperou resposta já se levantando e indo em direção ao andar de cima. Sunggyu foi falar algo, mas não deu mais tempo. Os rapazes olharam para o ômega, mas seguiram as ordens do alfa e foram.

Sunggyu, apesar de preocupado, apenas suspirou e voltou a comer. Percebeu que Woohyun tinha comido quase nada por isso decidiu que levaria sua bandeja para ele em seguida.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

Woohyun passou a mão pelo cabelo enquanto um dos rapazes fechava a porta de seu quarto. Eles esperaram quietamente o alfa falar, como subordinados que eram.

– O que fazem aqui?  – Ele se virou para eles.

– Estamos em uma missão aqui perto. Decidimos parar para descansar no caminho, hyung.

– Entendi.  – Woohyun assentiu. Era comum fazer missões para esses lados de vez em quando. Os meninos eram bem treinados especialmente para essas coisas.

– Vocês falaram que estão procurando por mim? O que quer dizer?

– O Líder Boohyun pediu que lhe procurasse por todo o reino dos lobos, mas ninguém te encontrou. Presumiram que você tivesse vindo para o território dos humanos e é por isso que as buscas pararam um pouco depois. E também… com a mor-

Jaehyun cutucou seu parceiro com o braço e este se silenciou.

– Morte? Que morte? – Sentiu um medo terrível em si de repente. Os dois abaixaram a cabeça, culpados. – Quem morreu?? – Woohyun gritou, impaciente e os dois betas se assustaram.

– Desculpa Príncipe. Vossa Majestade o Rei faleceu devido a problemas de saúde. Sinto muito por essa notícia.

Woohyun ficou tonto e se agarrou a cadeira ao lado.

– Príncipe!  – Os dois exclamaram, mas Woohyun sinalizou para eles ficarem no mesmo lugar.  

– Problemas de saúde você disse? Então... Boohyun-hyung não matou ele?

– Não. Depois da sua partida, a saúde do Rei se deteriorou com o tempo. Um mês depois e então… – Minjoon abaixou a cabeça em condolências.

Woohyun esperava por isso, mas ainda não achou que seria tão breve. A notícia o abalou consideravelmente. Passou a mão pelo rosto, cansado.

– Boohyun-hyung foi coroado então?

– Ele tentou lhe procurar, mas os anciões o pressionaram para tomar a liderança juntamente com o trono e ele cedeu.

– A guerra… já começou?  – O moreno perguntou baixo.

– Uma das últimas ordens do falecido Rei foi para começar a guerra em breve. Estamos nos preparativos finais. É prevista para iniciar até o fim do ano, talvez antes.

– Fim do ano é?  – Ele riu debochado.

Imaginou sua mãe chorando ao leito da cama de seu pai. Boohyun com a expressão calma, mas dolorosa. Sua cunhada o consolando, ao seu lado. E Woohyun estando longe de casa… de todos... nesse dia.

Não se permitiu chorar, apesar de querer muito. Queria falar para os rapazes se retirarem, mas se conteve. Não estava na sua casa onde era normal ordenar o que quisesse.

– Tudo bem. Eu sei por que ele me procura e eu tenho um recado que quero que repassem pra ele.  – Woohyun olhou para os rapazes seriamente, que assentiram.

– Diga que eu voltarei no fim do ano, antes da guerra começar. E para ele esperar por mim, que eu estarei ao lado dele nesse dia. Diga que estou bem e aprendendo com minhas falhas diariamente. Leve minhas desculpas a minha mãe e diga que eu a amo. Não quero que falem minha localização, nem sobre a pessoa com quem estive lá em baixo.

– Sobre isso… Príncipe Woohyun, aquela pessoa… parecia muito com-

– O príncipe do norte, Kim Sunggyu. Estão certos. Também me surpreendi.  – Observou as expressões atônitas dos betas.

– Era de conhecimento geral que toda a família real nortenha tinha morrido, mas não é o caso. Esse segredo poderia incitar os anciões do conselho e mudar alguma coisa no rumo da guerra e já que não quero problemas pro meu irmão, espero que fiquem em silêncio sobre isso, entendido? – Não era uma pergunta e sim uma ordem e os dois rapazes assentiram uniformemente.

– Isso é tudo que precisam saber. Já podem ir e vão com cuidado. Essas matas estão perigosas atualmente.

– Sim, Príncipe Woohyun! – Eles se curvaram e Minjoo olhou admirado para o alfa. – Estamos muito felizes em vê-lo bem.

– Também estou feliz em vê-los, meninos. E obrigado pelas noticias.

Mais uma vez eles assentiram e se foram com um adeus.

Quando eles saíram, Woohyun se deitou na cama e ficou um bom tempo olhando para o teto de madeira, sua mente vazia.

Ouviu batidas na porta, mas não fez nada. Ela foi aberta e dela apareceu Sunggyu com uma bandeja na mão. Woohyun não deu nenhuma reação e continuou olhando para o teto.

– Você saiu cedo de lá. E quase não comeu. Trouxe algo para você. – Ele mostrou a bandeja e o alfa o fitou secamente. Sunggyu estranhou a atitude.

– Você não vai comer?

Sem resposta e Woohyun voltou a olhar para o teto.

– O que foi? Sobre o que conversaram? Por que está assim? Tem que comer Woohyun-ah. – Disse num tom baixo e preocupado. Era estranho ver o mais novo daquele jeito.

– Meu pai morreu.

Por um momento fez um longo silêncio depois da confissão baixa. Mas o ômega logo ficou chocado, colocando a mão na boca.

– Isso… minha nossa. – Não sabia o que falar. Estava realmente surpreso. – Eu… eu sinto muito.

Woohyun não respondeu. Sunggyu deixou a bandeja na mesinha da cabeceira e se aproximou lentamente.

– Aconteceu durante a cerimônia? – Perguntou baixinho e hesitante.

– Não. Foi à saúde dele. Estava ruim.

– Ah… – Olhou para os cantos do quarto. Não sabia o que fazer. Sempre foi ruim em consolar as pessoas. – Eu lamento... ele foi um grande homem.

– Você se sentiu assim também quando perdeu seus pais? – De repente, Woohyun virou seus olhos pra ele. Havia dor e tristeza naqueles orbes.

– Eu senti… um grande vazio. Mas sabia que tinha que ser forte por Myungsoo e os meninos. Eles foram minha força.

– É mesmo. Você tinha uma família mesmo sem seus pais com você.

O coração de Sunggyu doeu estranhamente ao ver o menor assim.

– Você também tem uma. Sua mãe, seu irmão, sua cunhada e sobrinho. Hoya, seu melhor amigo, Sungjong seu aprendiz. Dongwoo, Sungyeol...  e Myungsoo e eu. Você pode pensar assim se quiser, eu não me importo. Seremos sua força.

Não sabia por que estava dizendo aquelas coisas. Ele e Woohyun nem era tão próximos assim, na verdade, se odiavam há alguns meses.

Mas aquele era um momento delicado. Woohyun precisava disso e Sunggyu quis ser o apoio que ele queria ter tido quando aconteceu com ele. A realização de que nunca verá um de seus pais é forte e horrível demais para aguentar sozinho.

– Você pode chorar.

– Eu não vou. Sou um alfa. – Woohyun desviou o olhar, mas Sunggyu conseguiu ver seus olhos lacrimejarem.

– E eu não sou. Não vou te julgar. Eu chorei também - escondido de todos - mas chorei.

O moreno não reagiu, então Sunggyu permitiu tomar o primeiro passo e fazer o que Dongwoo sempre fazia nas situações que ele estava triste.

Sem aviso, abraçou Woohyun forte.

Não demorou nem dois minutos e ouviu choramingos baixos e seu ombro começando a molhar.

Era uma experiência bizarra e estranha, mas que precisava ser feita. Woohyun lhe puxou e sem muita insistência, Sunggyu se deitou ao lado dele, deixando que o menor aproveitasse do seu ombro amigo. De modo desajeitado, foi dando tapinhas nas costas dele até o sentir parar de chorar.

Quando percebeu que ele tinha ficado em silêncio, olhou pra baixo e viu Woohyun dormindo grudado a si. Quase riu do jeito infantil que ele se agarrava, como se Sunggyu fosse seu brinquedo favorito e admirou o rosto pacífico do alfa. Era de fato um momento raro que nunca voltaria a se repetir, por isso gravou bem a cena em sua memória.

Ele deve estar sofrendo muito por ter estado fora de casa quando aconteceu... coitado.

Mas porque me sinto tão bem por ser a pessoa que estava ao seu lado nessa hora?

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

No dia seguinte, Sunggyu acordou cedo. Imediatamente sentiu ser envolto em um calor e ficou tentado a dormir por mais tempo, mas percebeu logo o que era aquilo. Os braços de Woohyun estavam circulando sua cintura, num abraço apertado.

O ômega assustou com a proximidade deles, mas acalmou o pânico que sentiu no próximo instante quando se lembrou dos acontecimentos da noite passada. Pacientemente, tirou os braços do moreno de si e se levantou.

Depois se arrumou rapidamente e foi até a cama, onde Woohyun dormia.

– Woohyun-ah. – Disse baixinho e balançou o ombro do outro, tentando acordá-lo. O alfa abriu os olhos e sonolento, fitou o mais velho.

– O quê?

– Desculpa, mas eu já estou indo para o centro da vila comprar as coisas. Acho melhor você ficar descansando aqui ok? Eu volto no almoço. Só estou te avisando.

Ele sorriu e depois foi em direção a porta.  

– Espera! – Woohyun interrompeu, já se levantando. Sunggyu o olhou confuso. – Não vou deixar que vá sozinho. Eu vou junto.

– Tudo bem, eu posso-

– Não é um pergunta, Sunggyu. – Ele disse sério. O líder percebeu o rosto cansado dele, como ainda tinha vestígios de lágrimas.

– Tem certeza?

– Sim. Só me dá um minuto para eu me arrumar.

Sunggyu esperou.

Então os dois saíram em direção ao centro, Woohyun sempre seguindo Sunggyu de perto.

A região do comércio estava movimentada e havia vários camponeses aqui e ali, vendendo e comprando. Quando alguns avistaram Sunggyu, logo acenavam para ele. Parecia que ele também era conhecido ali.

Woohyun não comentou isso, porém. Estava de mau humor e com sono, por isso não quis falar nada.

Sunggyu seguiu até o final da rua aonde chegou a uma casa de madeira com uma placa escrita ‘drogaria’ e entrou. Lá dentro era simples, mas cheio de frascos e remédios nas prateleiras.

Avisou que ia esperar ele na porta e Sunggyu assentiu entrando.

Dentro do estabelecimento, um homem apareceu atrás do balcão e seu rosto se iluminou quando viu Sunggyu. Woohyun observou os dois conversando animadamente sobre as coisas e o alfa ficou imaginando como ele ficou tão amigável com humanos mesmo depois do que fizeram com sua matilha. Os dois se viraram pra olhar Woohyun na porta e Sunggyu voltou a falar, agora parecendo sem graça, coçando a nuca. Provavelmente estava mentindo sobre Woohyun ser seu primo que veio visitar.

15 minutos depois e eles estavam vindo em direção da porta, conversando ainda.

– Woohyun, esse é o Sr. Kim. – Sunggyu apresentou o senhor. O mais novo se curvou.

– Olá, sou Woohyun.

– Ah sim, prazer em conhecê-lo jovem. É sempre bom recebê-lo Sunggyu. Sabe que pode voltar sempre que quiser, certo?

Sunggyu abriu seu sorriso, os olhos desaparecendo em linha reta e quando ele agradeceu todo simpático, Woohyun sentiu seu coração se aquecer.

Os dois foram embora, mas antes disso Sunggyu passou num mercadinho onde comprou mais um par de coisas.

– Como você consegue dinheiro?

– Nós vendemos algumas coisas que plantamos para uma fazenda perto.

Uma senhora chamou Sunggyu que a cumprimentou calorosamente, segurando a mão dela.

– Sra. Park.       

– Meu querido é bom ver você aqui. Como foi a viagem? Já descansou? E onde está Dongwoo? – Ela o encheu de perguntas, a senhora falava bem rápido.

– Foi bem a viagem. Dongwoo ficou doente e não pôde vir. Meu primo veio me ajudar, ele esta de passagem lá em casa. – Ele começou a explicar colocando o braço em torno do ombro de Woohyun.

A senhora parecia super feliz, acompanhando o que ele falava.

– Ah sim. Dongwoo-shi ficará bem melhor quando eu lhe passar essa receita de chá maravilhosa. – Então ela começou a tagarelar e Woohyun perdeu o interesse. Ele ainda estava morrendo de sono. Olhou em volta e percebeu as coisas ao seu redor. Quando ouviu a palavra “guerra”, seu ouvido se aguçou. Virou-se para os homens que conversavam entre si ao seu lado e discretamente os ouviu falando sobre o Rei que estava recrutando gente.

– Woohyun! – Sentiu Sunggyu o cutucando e virou para o mesmo. Olhou confuso para o mais velho.

– Uh?

– Segure isso. – Ele passou uma sacola para o alfa que pegou sem problema.

– Aigoo... uns jovens tão bonzinhos e bonitos como vocês, deve haver várias senhoritas de olho não é mesmo? – A senhora provocou e Sunggyu deu uma risadinha, sem graça. – Eu tenho uma neta muito formosa, você com certeza adoraria ela Gyu-ah. – Sra. Park segurou o braço dele e disse de forma assanhada.

Woohyun não estava gostando nada daquilo, mas continuou em silêncio e ao invés disso, com sua carranca na face.

Um tempo depois Sunggyu se despediu sempre gentil e os dois foram finalmente para a pousada depois que o ômega disse que tinha terminado as compras.

– Você atua muito bem hm? Eles parecem acreditar totalmente em você.

– Uhum... é o que se precisa fazer para sobreviver não é? – Ele abriu um sorriso presunçoso.

– Ha.... ha – Woohyun zombou.

– Você está com ciúmes das minhas habilidades?

– De jeito nenhum. – Woohyun riu e Sunggyu ficou feliz por ter feito o moreno sorrir. Ele estava com a cara fechada desde manhã. Infelizmente sabia a razão e não podia fazer nada por ele, além disso.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

 – Líder, nós ainda não conseguimos achá-lo. Lamento. – Um homem abaixou a cabeça.

– Não há nenhuma pista?

O subordinado negou com a cabeça.

– Droga Woohyun, onde você está? – Boohyun suspirou e desviou o olhar para a janela, frustrado.

– Hyung... recebemos uma carta do Rei Augustin. Ele disse que estão no estágio final do recrutamento. Ele disse que começara em dois meses.

– Dois meses? Isso é antes do combinado! – Boohyun se levantou, nervoso.

O alfa em frente a ele – Onew; líder dos Lee – abaixou a cabeça novamente, apologético.

– Temos que achá-lo ainda mais depressa então.

– Líder, me desculpe, mas porque precisa tanto dele? Seu irmão ajudaria você a vencer essa guerra?

– É óbvio. Woohyun é essencial para mim e só com ele aqui teremos uma vantagem a mais. Não quero ir para o campo e arriscar todos. Preciso estar um nível acima ou então tudo será em vão.

– Sim senhor. Faremos o nosso melhor e acharemos o Príncipe Woohyun. Em breve meus mapeadores sairão para as vilas humanas. Com certeza vamos achá-lo. Não se preocupe.

– Eu espero Lee. Eu espero. – Boohyun olhou para fora, a visão da sua janela era as luzes acesas do reino do Sul.

ʕᵔᴥᵔʔ ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ~ ʕᵔᴥᵔʔ

Quando Woohyun lhe contou tudo que tinha ouvido no outro dia, Sunggyu ficou inquieto.

Então ele decidiu ir embora o mais rápido possível e se despediu da dona da pousada, junto do marido e da filha.

– Você ficará bem com ele? – A feiticeira perguntou no ouvido do ômega quando fingiram se despedir.

– Ele é legal, não se preocupe.

– Há algo entre vocês, estou certa? – Ela se afastou e cruzou os braços. Woohyun se despedia de Jihyun que tinha se apegado a ele rapidamente. Sunggyu soube que o mais novo era bom com crianças. Ele arqueou as sobrancelhas com a pergunta.

– Como assim? Não há nada acontecendo.

– Eu sinto na aura de vocês uma conexão. Talvez não tenha percebido ainda... – Ela parecia confusa, murmurando consigo mesma.

– Não sei do que está falando.

E assim ele encerrou o assunto. Depois da despedida, eles saíram porta afora.

Um dia inteiro na estrada e quase não falaram nada. Sunggyu estava intrigado com o que Moonhee - a feiticeira - tinha se referido. E também viu que Woohyun ainda estava triste com a recente noticia, não quis incomodá-lo.

Quando a noite chegou, decidiram parar e descansar. Após jantarem, montaram suas camas à beirada de uma fogueira improvisada e se deitaram.

Woohyun ouviu um ronco baixinho vindo do outro lado e previu que o outro já tinha adormecido.

Porém o alfa não conseguia dormir. Sua cabeça estava o incomodando com vários pensamentos inúteis.

Preocupava-se com a guerra, com seu irmão no Sul, com a matilha de Sunggyu seguindo para o leste, pela forma estranha que se sentia perto do ômega – mesmo que tentasse ignorar aquilo – e com a morte do seu pai...

O último tópico ainda mais prevalecente. Aquilo ainda o deixou depressivo e com raiva ao mesmo tempo. Tinha fugido pra evitar exatamente aquilo e agora que aconteceu, qual era o propósito de ainda estar ali?

Já seria hora de voltar?

Olhou para o lado, a visão de Sunggyu dormindo tranquilamente e se perguntou o que ele diria se Woohyun falasse que voltaria pro sul.

Ele concordaria?

Com esses pensamentos, Woohyun adormeceu com Sunggyu sob a luz prateada das estrelas.


Notas Finais


Uh... como vocês devem ter percebido.. há vários personagens da fantasia, porque bem.. a história meio que gira em torno disso. Em breve, acho que terá mais personagens assim, mas não muito. O foco é mais pros lobos e a alcateia do Gyu.
Enfim, agora estarei focando mais no romance rs uh lala~~ vamos lá

Ah e pessoal eu fiz um trailer!! Yay!! É bem curtinho, de 1 minuto. Não mostra muito, mas ta legalzinho ^^
Espero que gostem!
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZlHnnpzDbuM

Bjão e até semana que vem~


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