História Como a física, - A variante da vida é o amor.

Sabe, Chanyeol, eu sempre detestei física. Sei que você detestava também. E é exatamente por isso que a usarei nessa analogia.

Porque a vida sempre foi como a física; e, no fim, eu realmente odiava ambas. Uma tão complexa quanto a outra, mas que, quando entendidas, geravam enorme satisfação e felicidade.

Para mim, uma boa nota em física era motivo de comemoração, assim como comemoramos a superação de algum empecilho na vida. Não pela nota; notas são apenas números. Mas pelo fato de saber que eu havia apreendido a matéria; que todo o seu esforço para me ensinar — mesmo detestando toda aquela complexidade tanto quanto eu — valia de algo.

Sabe Chanyeol, eu sempre me considerei um perfeito niilista. Dizia que a felicidade era tão utópica quanto o socialismo, e por mais que você sempre soltasse aquela sua risada tão gostosa de ouvir, sabia que eu não estava brincando. Você era uma das pessoas mais alegres que eu conhecia, talvez a única que me fizesse sorrir por motivos bobos. E eu sinto tanto a sua falta, meu amor…

Você era o sol que aparecia junto a um arco-íris após um dia chuvoso. E por mais que eu teimasse em dizer que adorava dias chuvosos, nenhum deles seria melhor do que um dia iluminado pelo seu sorriso. Pelas suas palavras, que costumavam pintar meus dias tão cinzas...

Em uma analogia, gosto de comparar a vida com a física; matéria complexa, onde a constante é a tristeza e nossa variante seria a felicidade. Variante rara, que apenas aparece para complicar e equação.

E por mais que todos nós saibamos que o resultado final será sempre a morte, continuamos tentando resolver o problema. “E ‘bota problemático nisso!” era o que você dizia, arrancando boas risadas minhas enquanto estudávamos juntos.

Isso sempre me pareceu deveras triste, de fato. Mas você me ensinou que não era bem assim.

Você me mostrou que a física, assim como a vida, tinha um significado. Me mostrou que, por mais que eu visse variantes como empecilhos, elas eram boas, de certa forma.

Porque a variante era o que nos tirava do quotidiano constante.

Então obrigado, Chanyeol. Obrigado por ser um dos desvios daquela monotonia que eu chamava de rotina. Por ser a variante que dava um “quê” a mais na equação da minha vida. E por mais que nosso relacionamento já tenha obtido um resultado, creio que jamais vou chamá-lo de “problema”.

Espero que esteja feliz equacionando sua felicidade ao lado dessa incógnita que você chama de amor, porque depois que eu fui solucionado por você, nunca mais fui o mesmo.

Creio que ainda não estou pronto para começar uma nova questão.