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História Como a lua e o sol - Palpitação


Escrita por: temarismille

Capítulo 5 - Palpitação


Fanfic / Fanfiction Como a lua e o sol - Palpitação

E eu estava na batalha de terminar mais um semestre. Com a corda no pescoço em três disciplinas, eu estava profundamente arrependido de não ter aproveitado o final de semana para estudar. Estava prestes a fazer minha última prova e esperando o resultado das outras duas. Lia a matéria rapidamente antes do teste, faltavam ainda vinte minutos. E via mais de trinta páginas para serem estudadas. Transformação Genética de Plantas, eu te odeio.

Eu não sei onde estava com a cabeça quando eu decidi que iria fazer faculdade, ainda mais fazer o curso de biotecnologia. Meu futuro estava garantido se eu tivesse aceitado trabalhar na editora juntamente com o Jiraya, mas por alguns segundos de demência eu disse para ele que gostaria de estudar.

- Cheiro de queimado – Sasuke sentou-se ao meu lado.

- Não consigo entender nada – disse.

- Também, passou o final de semana namorando. Queria o que?

Olhei-o com reprovação. Eu sabia que tinha desperdiçado meu tempo sem ser com estudos, mas não precisa me relembrar disso. Foquei nas minhas poucas anotações.

Droga, vou reprovar certeza.

- Eu vou indo. Sakura me chamou para ajudá-la em uma disciplina.

Os dois cursavam engenharia civil, juntamente com Ino.

- Disciplina é? Hm... Essa desculpa não rola mais, Sasuke.

- Foram apenas duas vezes, Naruto. E foi há dois anos. Supera. Ela já superou.

Ignorei sua resposta, voltei-me para a matéria. Ele disse tchau e o perdi de vista. Há alguns anos, Sakura também era apaixonada pelo rapaz de olhos negros. Tentei ao máximo não deixar nossa amizade abalar por isso, afinal, ela não sabia dos meus sentimentos por ele.

No fim, Sakura conseguiu o que queria. Duas vezes. Mas, segundo ela, Sasuke não conseguia se prender com ninguém por muito tempo, ele era mais feliz sozinho.

Olhei para o relógio e já estava na hora da prova e eu não havia compreendido nada.

 

 

A prova foi mais difícil do que eu esperava.

De qualquer maneira, eu estava de férias. Um motivo para glorificar de pé!

Sai da sala e avistei Gaara próximo a porta. O rapaz aproximou-se de mim e cumprimentou-me com um abraço.

- Como foi a prova?

Não consegui falar nada. Eu sabia que iria reprovar mais uma disciplina. Apenas fiz uma expressão de negação.

- É uma pena... Mas vim até aqui perguntar se você queria almoçar.

- Não posso – coloquei a mão no meu queixo pensativo. Gostaria de almoçar com ele, mas já tinha planos. – Desculpa, mas vou ter que almoçar com o Jiraya.

- Jiraya?

Suspirei, óbvio que ele não sabia nada da minha vida e eu estava me portando como se ele já soubesse cada detalhe. Às vezes era um saco me relacionar mais profundamente com a pessoa justamente por isso. Odiava ter que contar os acontecimentos da minha infância. Acho que esse foi um dos grandes motivos de eu e o Sasuke nos darmos tão bem rapidamente. Nós entendíamos o que o outro sentia. Nós dois passamos por momentos difíceis quando éramos menores.

- Foi o cara que me criou – continuei a andar. – Ele é meu avô, pai, padrinho o que mais eu puder chama-lo.

Acho que transpareci muita dor em minhas palavras, então ele simplesmente assentiu e abraçou-me dizendo tchau.

O sol estava muito quente. Eu sentia que eu poderia derreter. Com meus passos leves e sem muita pressa eu caminhava até a casa de Jiraya, não muito longe do campus da minha faculdade.

Ao chegar ele estava sentado na varanda lendo algum livro, provavelmente, pornográfico. Anunciei a minha chegada e ele abriu os braços para um abraço.

- Naruto! – Ele me apertava. – Pensei que nunca mais você chegaria.

- Foi mal, Velhote. Fiquei um pouco ocupado com minhas provas e no fim ainda me esbarrei com um amigo.

- Sasuke? Por que você não o chamou para comer conosco?

Caminhei até a cozinha e senti um cheiro de comida caseira. Fiquei feliz, fazia meses que eu não comia nada além de macarronada e comida congelada.

- Não foi ele. Foi outro rapaz.

A fome não estava deixando eu me concentrar no assunto. Busquei meu prato e talheres. Coloquei o máximo de comida possível e sentei-me à mesa de jantar.

- Você está namorando esse rapaz?

- Não – bufei odiava sempre quando Jiraya tentava se meter nos meus relacionamentos. Ele sempre adorou os detalhes. – Estamos nos conhecendo, na verdade.

Jiraya começou a conversar sobre como eu não aprofundava nos relacionamentos e reclamou de muitos rapazes que eu já havia apresentado a ele.

- Você deveria namorar o Sasuke – ele finalizou.

Eu já não conseguia contar quantas vezes ele já fez esse comentário e quantas vezes eu já expliquei toda a situação, mas Jiraya sempre acha que as nossas vidas são como as histórias que ele escreve: todo mundo transa com todo mundo e tem um final feliz.

Balancei a cabeça e fui até o meu antigo quarto. Ele ainda não havia desfeito, pois sabia que eu gostava, de vez em quando, de retornar aqui. Olhei para minha escrivaninha com muitas fotos antigas.

Tinha uma quando eu era bebê e dos meus pais. Eu podia me ver naquele homem, nossas semelhanças físicas eram exatamente iguais. Porém, Jiraya costumava dizer que minha personalidade era mais próxima da minha mãe e que eles me amaram muito até quando puderam.

Não cheguei de fato a conhece-los. Eles morreram em um assalto, eu tinha apenas alguns meses de vida. Uma história triste, mas sempre agradeço por ter tido Jiraya, apesar de tudo.

Olhei para o outro porta-retratos: eu, Sasuke e Sakura. Bons tempos.

Deitei na minha antiga cama de solteiro e relaxei até dormir.

 

-

 

- Por que você não quis chamar o Gaara? – Shikamaru falou emburrado colocando as malas no carro de Kiba. – Ficou com medo que a gente assustasse o rapaz?

Mais ainda? Já não bastavam as nossas últimas saídas. Não tinha estruturas para poder integrá-lo no meu grupo de amigos naquele dia. No fim, eu havia reprovado duas cadeiras. E queria apenas descansar e curtir o pouco tempo de férias que eu tinha.

Sem contar que além de tudo, um ex-namorado meu estaria lá também. Muito complicado explicar que entre nós havia terminado tudo em paz e não tínhamos necessidade de nos distanciar ou quebrar o ciclo de amizade.

- Achei melhor não, estamos saindo apenas por duas semanas.

Era de lei todas as férias nós nos reunirmos para alguma pequena viagem.

Havíamos alugado uma casa de praia no litoral leste e nada poderia estragar nossas saídas.

Em frente a nossa casa Sasuke já estava com os seus óculos escuro escorado no seu carro preto esperando a separação dos carros, além dele estavam Shikamaru, Kiba, Temari, Sakura, Ino, Neji e Tenten. E eu estava pensando o que seria pior ir junto com Kiba e mais algum casal ou Sasuke e Ino no mesmo carro?

Era praticamente a escolha de Sofia.

Mas antes mesmo que eu pudesse expressar minha vontade, os dois casais dirigiram-se para o carro de Kiba, sobrando então ter a Ino como companhia de viagem por duas horas. Pelo menos, Sakura estaria lá para apaziguar os ânimos.

A rosada passou a viagem toda tagarelando e, algumas vezes, discutindo com a loira. Claramente, Sasuke, assim como eu, já não aguentava aquelas histórias. Nunca entendo como ele podia manter um relacionamento por tanto tempo com essa moça, mesmo que não fosse sério.

A casa não era muito grande, mas era bem próxima a praia e possuía uma piscina enorme. Eu e o Kiba ficamos na sala, afinal havíamos levado colchões infláveis. Sakura ficou em um quarto sozinha e cada casal ficou em um quarto.

Kiba tratou logo de prepara a caixa de som do seu carro para que pudéssemos curtir a piscina, Shikamaru acompanhou-o para que pudesse fazer as melhores escolhas das playlists a serem tocadas. Por incrível que pareça ele tinha um maravilhoso gosto musical. Eu aproveitei e vesti minha sunga, em seguida pulei na água.

As meninas ficaram se bronzeando, enquanto Neji não fez questão de socializar conosco e permaneceu dentro da casa lendo algum livro desinteressante para mim. Sasuke entrou na piscina alguns minutos depois. Ficou escorado na borda com uma cerveja ao lado longe de todos.

- Por que você está tão longe de todos? – perguntei.

- Hm – ele bebeu um gole da sua cerveja. – Estou aqui pensando, você me faz socializar demais. Conseguiu me arrastar mais uma vez para uma casa praia com os seus amigos.

- Eles também são os seus amigos, Sasuke.

Ele me fitou como se não concordasse, mas também não iria discutir comigo.

- Vamos combinar, Sasuke. Sua vida é bem melhor assim. Eu te faço conhecer o lado bom das coisas.

- Você está com um ego muito inflado, Baka.

Foi muito difícil fazê-lo se enturmar no meu grupo. Mas mesmo ele não querendo admitir, ele adorava estar ali longe de casa, com todos curtindo, se divertindo e sendo feliz.

Soltei um dos meus sorrisos corriqueiros. Ele desviou o olhar sorrindo de canto. Sasuke sempre ficava um pouco envergonhado quando eu sorria, era um pouco estranho, para ser sincero.

- Você não existe, Naruto...

- Existo sim, Dobe! E você agradece aos céus pela minha existência todos os dias. O que seria de você sem mim? Um dark, emo, sem ninguém para dividir as coisas da vida. Sou como um sol que ilumina sua vida.

Ele ficou corado novamente, era difícil vê-lo com as suas bochechas rosadas contrastando sua pele exageradamente alva.

Eu joguei água em seu rosto para que pudéssemos abrir novamente um clima de descontração. Ele me olhou enfurecido e colocou sua cerveja novamente na borda da piscina. E foi atrás de mim com muita dificuldade.

Até que no fim ele conseguiu. Prendeu-me contra a borda do outro lado da piscina.

- Sasuke...

Ele estava tão próximo que eu praticamente não conseguia respirar, a sua respiração entrou em sintonia com a minha. Eu fitava sua boca avermelhada. E seus olhos negros fitavam também os meus lábios.

- Naruto, eu preciso... – Ele pausou com muita dificuldade de falar, arfando um pouco. – Eu preciso te dizer...

Ele permanecia arfando sem ar.  



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