História Como Acabar Com Um Amor - Festa

- É verdade que sempre tem uma festa para os alunos no começo do ano? -Gustavo pergunta.

- Sim. Ano passado foi na casa da Patrícia. Aquela chata. -Bianca diz.

- E essa é quem?

- Não acredito que não conhece a vaca. -falei rindo.

- É a garota que se diz popular mas é a mais chata do colégio. -Nah explica.

- Fiquei sabendo que a festa vai ser na casa do Cocielo. - Japa conta.

- Eu não vou. -avisei.

- Não pode deixar o que aconteceu hoje te afetar. -Kefera diz.

- Não está no afetando. -falei.

- O que aconteceu hoje? - Túlio pergunta.

- Nada. -falei revirando os olhos bruscamente.

- Okay. Eu te pego as sete. -Maju diz saindo com o Japa. Mereço.

                          * * *

Coloquei um vestidinho preto e vermelho bem rock' roll, uma meia preta rasgada e um salto nem tão alto preto. Na make uma coisa básica igual coloquei pra ir a aula.

Só faltava Maju passar aqui. Ela demorou um pouco. Parei e comecei a conversar com meu pai sobre a formatura que iria acontecer no final do ano. Que era esperada não só por mim, mas por todos.

Pouco tempo depois ela e seu namorado chegou e fomos.

- Tá tudo bem? -Japa pergunta a mim.

- Já estive melhor. -sorri em falso.

- Oh coisinha, não fica assim. Okay!? Esquece aquele Canalha.

- Não dá pra esquecer. Estamos indo a uma festa na casa dele.

- Você nem vai ver ele. Ele vai estar com alguma das garotas. -Maju diz.

- Putas. -corrigi.

- Da no mesmo. -ela completa.

Chegando lá entramos com todos e fomos para o jardim do fundo onde estava a maioria das pessoas. Passamos pela cozinha e pegamos umas bebidas e alguns salgadinhos. Tudo o que eu queria era me empanturrar de comida.

Sentei no gramado e comecei a beber. Do nada alguem senta ao meu lado:

- Pensei que não viria. O que te fez mudar de ideia? -Júlio pergunta.

- Auto-estima, amigos e esse é meu último ano, e essa é a primeira festa, não poderia perder. -confessei.

- Não é o que me parece. E essa aí vestida nesse vestido também não é você.

- Você também. -bebi um gole de cerveja. - Não esperava que ia me abandonar.

- E não abandonei.

- Poderia ter deixado uma mensagem de tipo: "Não posso ir" "Aconteceu um imprevisto".

- Eu sinto muito.

- Todos sentimos. -me levantei e sai para casa a dentro.

Fui até um banheiro da casa que ficava em um lugar pouco conhecido. Abri a porta e tinha um garoto lá dentro.

- Desculpa aí. - falei fechando a porta.

- Tudo bem. -Christian saí de lá.

- Eu não sabia.

- Você não tem culpa.

- É... Eu preciso usar o banheiro. -falei e entrei.

Caraca, o que tá acontecendo? O que deu no Canalha? Meu deus, eu preciso de ar. O Júlio vai me ferrar. Tipo bem feio. Ele não pode fazer isso. Ele não vai.

Respire fundo e me olhei no espelho. Eu estava linda. Apesar de estar toda suada e a maquiagem borrada eu consegui fazer um coque legal no meu cabelo.

- Eu preciso de mais. -sai até a cozinha e peguei mais uma.

- Amiga. -Kefera chega gritando.

- Oi.  - falei empolgada.

- Essa festa é só para alunos, não é!? -ela pergunta.

- Sim. -falei desconfiada.

- Então o que a Roberta está fazendo aqui? -ela aponta para a Roberta.

Essa garota acabou com meu ensino fundamental. Fez da minha vida um inferno. Mas ela estava diferente. Havia mudado seu jeito, apesar da cara de nojenta. Ela parecia tímida. O melhor momento.

- Reúne o pessoal. -falei, tomei mais um gole e fui falar com ela.

- Roberta Pupi. -falei.

- Siena Drake. -ela me encara.

- Errou o endereço, o hospício é na outra rua. -falei sorrindo.

- Estou procurando Júlio Cocielo, aquele seu best friend forever. Fiquei sabendo que acabaram com a amizade. Uma pena.

- Ficou sabendo de mais. -nessa hora já tinha várias pessoas ao meu redor inclusive os meus amigos.

- É sério eu quero saber do meu namorado. -ela diz seria.

- Júlio César Pinto Cocielo namorando? - comecei a rir. - Faça me um favor. Vaza, ninguém te quer aqui.

- Tem certeza, fofa? -ela olha para o Júlio.

- Ah... Ela não me chamou de fofa. Fofa? Eu? Coitada. Ela iria vir aqui achando que encontraria a mesma Loser Lesada da nona série. -peguei no rosto de Bianca e coloquei frente a frente.

- E não é? -ela começa a rir.

- Lesada vai ficar você com minha mão na tua cara. -voei em cima dela e a confusão aconteceu.

Eu dei bastante tapas nelas, mas levei uns tambem, não podia evitar eu não era muito boa de briga, esse papel era do Júlio, ele quem me defendia. Foi aíque dei soco na cara da Roberta e o sangue escorreu de sua boca e de seu nariz.

- Alguém tira a bebida dessa loca. -Roberta diz, ninguem quis se meter.

- Tá sozinha amiga. Ninguém pra te defender. É ser difícil ser a tímida de todos os lugares, de todos os momentos você é recuada e não pode falar nada. Eu vou embora. - peguei a garrafa e sai.

Eu acabei de brigar com a minha inimiga de infância. Eu tinha batido nela. O que aconteceu comigo? Eu tinha humilhado ela na frente de todos. Eu havia virado uma versão dela. Que monstro eu me tornei.

- Eu não podia ter feito isso. -joguei a garrafa no chão.

- Não se preocupa. Você não foi a culpada. -Túlio aparece.

- Eu já ouvi isso hoje. E quer saber? Não me ajudou.

- Quer carona?

- Eu tenho pernas.

- E eu um carro. -e foi assim que eu entrei no carro de Túlio Rocha.