1. Spirit Fanfics >
  2. Como cães e gatos >
  3. Primeiro encontro

História Como cães e gatos - Primeiro encontro


Escrita por: jofanfiqueira

Capítulo 19 - Primeiro encontro


Estou sentado de frente para Manuela, meus olhos fixos nela, já os seus estão fechados. Ela respira devagar, num ritmo fluente, uma de suas mãos está em meu peito, a outra repousa calmamente em seu joelho. Penso em como quero beijá-la agora, quero beijá-la a todo momento, quero ela perto de mim, quero... quero mais do que posso fazer. O modo como Manuela sorri, seu caminhar, o franzir de sua testa ou ainda a forma recriminadora como que ela me olha quando faço ou digo algo inapropriado, tudo isso faz uma espécie de ferra rugir dentro de mim. E apesar de tudo, apesar de já ter namorado antes, de ter estado com outras garotas, eu nunca me senti assim, nada nunca foi tão forte como o que sinto por Manuela. Ela abre os olhos e encontra os meus, tento disfarçar, mas é tarde demais. Ela franze o cenho do jeito que eu gosto.

-Você não está nem tentando! – Ela argumenta. -Como vai se concentrar pra essa prova das Olimpíadas de História se nem consegue ficar quieto por cinco minutos?

-Eu acho que você escolheu a técnica errada. – Digo puxando Manuela para mim. Ela permite a aproximação, mas se mantem séria. – Se você quiser mesmo me ver concentrado... – afirmo passando minha mão por seus cabelos. – você deveria tentar outra atividade, não essa coisa de meditar, eu sou bom, por exemplo, nisso aqui... –  Beijo o pescoço de Manuela e ela finalmente sorri, continuo beijando-a até encontrar seus lábios. Durante o beijo, passo minhas mãos pelas suas pernas e coloco-as por cima das minhas. Faço isso com certa voracidade, apertando-as, então ela separa nossos lábios e me encara, parece avaliar a situação, não me movo, quero que cada movimento seja dela, quero que ela decida. Manuela reinicia o beijo, sinto suas mãos passeando pelo meu tórax, coloco as minhas em sua cintura e, lentamente, as subo pelas laterais do corpo dela, sinto seu corpo ir se contraindo nos primeiros toques, mas, aos poucos, ela vai permitindo. Separo nossas bocas e volto a beijar o pescoço de Manuela, dessa vez descendo, sinto o corpo dela responder, sua pele está arrepiada.

-Você lembra onde estamos, certo? – Ela questiona se afastando o suficiente para me olhar nos olhos. Estamos na escola, estamos no M.O.F.O. Desde que comecei a estudar para as Olímpiadas estou ficando na biblioteca durante a tarde, o turno da tarde tem menos alunos, nenhum conhecido, então isso é formidável para que Manuela e eu possamos nos ver. Ainda assim, precisamos ser cautelosos.

-Sinto muito. – Afirmo.

-Você acha que as coisas vão ser mais simples? – Manuela questiona, suas mãos brincam na minha nuca.

-O que? – Pergunto sem entender.

-Nós dois. Você acha que vamos ter algo normal?

-Claro que sim. – Afirmo. Tento conter um sorriso. – Você quer sair de mãos dadas agora mesmo?

-Eu esqueço que você é maluco. – Manuela retruca sorrindo. – Mas eu estou falando sério, quero...

-Eu sei o que você quer. – Digo interrompendo-a. – Eu também quero e as coisas vão ficar mais simples sim.  - Me aproximo novamente de Manuela e a beijo. Sei que aquele é o primeiro namoro dela e que toda essa coisa de namorar em segredo não poder ser o que ela esperava. – Que tal se fizermos algo mais tarde? Podemos ter um encontro apropriado. – Observo a expressão no rosto de Manuela, ela morde o lábio, de forma pensativa.

-Eu preciso de uma boa desculpa pra sair agora, desde que a Bárbara saiu de casa meu pai tem estado mais encima de mim e da Juliana.

-Ela ainda não voltou? – Questiono. Achei que aquela chantagem da minha cunhada não iria durar, mas devo admitir que ela é dura na queda.

-Ainda não. Mas acho que agora as coisas estão se acalmando. Ontem ela apareceu pra pegar umas coisas e os dois se trancaram no escritório pra conversar. Não houveram gritos e Bárbara saiu um pouco animada. Acho que ela vai voltar.

-Espero que ela volte. – Digo beijando o ombro de Manuela. Não gosto da Bárbara, mas sei o quanto a irmã é importante para a minha lutadora. – Você pode dizer que vai sair com a Isabela.

-E o que vamos fazer?

-Vai ser uma surpresa. – Afirmo maquinando. Manuela merece isso. – Sete horas em ponto eu passo pra te buscar.

-Não vai me dizer pra onde vamos?

-Não. Apenas se certifique de usar sapatos confortáveis.

Meu telefone toca e eu o retiro do bolso. Percebo que Manuela evita olhar, aquilo me faz querer sorrir. É apenas o alarme me lembrando do final da aula de Ana, o que significava que estava na hora da nossa orientação sobre as Olimpíadas. Ana estava repassando alguns assuntos comigo, Belinha, representante do segundo ano, e Martinha, representante do terceiro e monitora de História.

-Eu tenho que ir. – Afirmo depositando um rápido beijo nos lábios de Manuela.  -Sete horas.

Levanto e parto em direção à sala que Ana havia reservado para as aulas. Sou o segundo a chegar, Belinha está encostada na mesa batucando sozinha.

-Perdeu o resto da banda? – Pergunto.

-Você parece animado! – Ela fala descendo da mesa. Nunca troquei mais de duas palavras com Belinha antes do começo da semana, mas agora somos, bem... a palavra amigos seria um exagero, mas nos damos bem, ela é engraçada, sensível, bastante inteligente. – Sempre que eu vejo um cara com esse sorriso bobão, sei que só pode significar uma paixão. Quem é a felizarda?

-Ninguém. – Respondo sorrindo.

-Vai me dizer que essa é animação toda é pra estudar história?

-Eu sou um grande entusiasta.

-Espero ver esse entusiasmo resolvendo as questões que eu trouxe. – Ana diz entrando na sala. Ela senta e nós puxamos as carteiras para perto de sua mesa. – Onde está a Marta?

-Não apareceu ainda. – Belinha diz. – E ela também não foi pra aula ontem à noite, eu sei porque uns amigos comentaram.

-Algo deve ter acontecido. A Marta não é de faltar. – Ana diz, ela parece falar mais consigo mesma do que conosco. -Mas vamos deixar isso de lado agora, aqui estão os exercícios, vamos nos concentrar. – Ela afirma entregando as folhas cheias de questões para mim e Belinha.

.............................x...........................

Entro em casa e encontro com Juliana sentada no sofá.

-Onde você estava? – Ela questiona. – Não dá mais satisfação? Achei que ia almoçar em casa.

-Eu almocei perto da escola. Tinha um trabalho pra fazer.

-Não me engana Manuela. Estamos só nós duas aqui.

-Tudo bem, eu estava com o Fábio. – Confesso. Percebo que Juliana não parece bem. – Aconteceu alguma coisa com você? – Questiono me sentando ao lado dela. Juliana parece cansada, doente. Ela costumava ficar assim algumas vezes, passava um bom tempo animada, contente e depois, do nada, parecia a pessoa mais miserável do mundo. Bárbara conta que isso começou quando nossa mãe morreu. Ju passou semanas apática, sem falar, chorando pelos cantos, achamos que fosse apenas o luto, não lembro muito bem dessa época.

-Estou apenas um pouco, não sei muito bem como descrever. Deve ser só cansaço. – Ela diz levantando. -Acho que vou pra minha cama.

-Você tem certeza de que está bem?

-Estou sim. – Ela retira o telefone do bolso e liga para alguém. Assisto enquanto ela espera ser atendida. Uma sensação fria corre pela minha espinha. Seria Lucas?  - E além de tudo a Martinha não me atende. – Ela afirma encerrando a chamada.

-Está tudo bem com ela?

-Não faço a menor ideia. Dois dias sem aparecer na aula. Não me atende, não responde mensagem.

-Vocês brigaram?

-Não. Ou pelo menos não que eu saiba.

-Você pode passar na Forma e saber da irmã dela se algo aconteceu.

-É uma boa ideia. – Juliana diz parecendo um pouco menos desanimada. – Acho que vou fazer isso. Ela já está indo paro o quarto quando lembro de que preciso de um favor.

-Ju..  – Chamo. – Você pode me ajudar com algo? Eu tenho um encontro com o Fábio hoje a noite. Mas não quero ter que explicar que tenho um encontro.

-O papai faria você apresentar o garoto. – Ela diz me encarando. Sei que Juliana está mal porque ela não fez nenhuma piada sobre o assunto. – Tudo bem, eu vou sair e digo que você está comigo. Apenas suma antes das oito, que é quando ele deve chegar. E me ligue as dez, voltamos para casa juntas.

 -Obrigada! – Digo sorrindo.

Sigo para o meu quarto e tento descansar, mas estou ansiosa demais.

........................x.........................

Estou me vestindo quando alguém bate na porta do quarto. É minha mãe. Ela entra enquanto estou abotoando a camisa.

-Aonde você pensa que vai? – Questiona me encarando.

-Eu vou sair com uns amigos. – Respondo.

-Arrumado desse jeito? Conta outra né meu filho?

-Tudo bem, eu vou sair com uma garota. Mas você tem que prometer que não vai comentar nada com a Luiza.

-Posso saber porquê?

-Porque eu acabei de terminar com uma amiga dela.

-Você estava namorando?

-Não namorando mãe. Eu estava, qual a palavra que vocês idosos costumavam usar?

-Não seja engraçadinho. E quem é essa garota nova?

-Ela é gente boa.

-A Larissa também era gente boa.

-Você e a Luiza parecem um disco quebrado. Eu aprendi a minha lição, será que não dá pra parar de jogar essa garota na minha cara?

-Claro meu filho. Eu só quero que você seja cuidadoso.

-Posso ir? Digo enquanto coloco perfume.

-Você ainda não me disse aonde vai. Não é porque você pode sair nas sextas e sábados que não precisa me dizer aonde está indo.

-Ok. Eu estou indo no cinema. Volto antes da meia-noite, como combinado.

-Precisa de dinheiro?

-Não. Eu ainda tenho algum do... você sabe de onde. – Afirmo tentando esquecer o assunto antes mesmo que ele comece a se espalhar na minha cabeça.

Me despeço da minha mãe e ela me dá um beijo. Na sala, encontro com Joana e Luiza, a primeira anda estranha desde a chegada do irmão, o tal do Toninho. Já Luiza está deitada no sofá em posição fetal.

-Não vai sair? – Questiono.

-Não. O Lucas me ligou desmarcando. Teve um problema na escola.

-Ok, boa noite pra vocês.

É uma pensamento egoísta, mas agradeço mentalmente o fato que elas estão ocupada demais com seus próprios problemas para gastar tempo com a minha vida. Pego a condução e mando uma mensagem pra Tiago, ele confirma que está tudo certo.

..............................x.......................

-Devagar. – Fábio diz enquanto caminho. Estou com os olhos fechados e ele me guia. Sinto o chão deixar de ser firme, é uma pista onde estamos.

-Estamos na praia? – Questiono surpresa.

-Sem perguntas. – Ele afirma. Andamos mais um pouco. – Agora, você precisa prometer que vai manter os olhos fechados. Promete?

-Prometo! - Ouço alguns barulhos, mas não consigo reconhecer muito bem. Demora um pouco, talvez uns cinco minutos, não tenho certeza, e então Fábio me diz para abrir os olhos. Olho ao redor, não estamos na praia. Estamos em um pequeno parque, não conheço o lugar. Fábio está sentando no chão. Há uma cesta, copos com guardanapos de tecido, uma linda toalha no gramado.

-Não vai dizer nada? – Ele pergunta me olhando. Me sento no chão na sua frente e passo minhas mãos em seu rosto.

-Eu adorei. – Digo sorrindo. Aproximo minha boca da de Fábio e o beijo, não é um beijo como os outros, que começam calmos. Esse já começa voraz, estou tomada por um sentimento que desconheço. Fábio se deita na toalha e o meu corpo o acompanha, por cima. Quando finalmente separo nossas bocas, buscando por ar, meu namorado me encara sorrindo.

-Esse sim é um jeito excelente de mostrar entusiasmo. – Ele afirma. Bato em seu ombro e o beijo novamente.  


Notas Finais


Desculpem pela demora. Estou um pouco doente. Espero que gostem.
p.s: não tive tempo de revisar, vou fazer isso amanhã quando estiver com tempo, mas queria postar logo.
beijos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...