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História Como cães e gatos - "eu não quero ninguém além de você"


Escrita por: jofanfiqueira

Capítulo 21 - "eu não quero ninguém além de você"


Acordo cedo e encontro Juliana dormindo no sofá, são apenas seis horas da manhã. Ela ainda está usando a farda que usou para ir à escola na noite anterior. Me abaixo ao seu lado e balaço seu ombro com gentileza.

-Ju, acorda... Ju.... – Seus olhos verdes me encaram um pouco confusos. – Você não acha melhor ir dormir na sua cama?

-Que horas são? – Ela pergunta. Sua boca exala o cheiro de cerveja. Não digo nada, minha irmã tem dezoito anos, supostamente, sabe o que faz. Mas aquilo é motivo para que eu a estimule a se levantar, sei que meu pai não pensa da mesma forma, sei que ele a mataria se soubesse que ela estava dormindo bêbada na sala numa terça-feira de manhã.

São seis da manhã e você deveria ir para cama. Vem, eu te ajudo. – Auxilio Ju e a guio pela casa. O quarto de Juliana é maior que o meu, embora eu tenha ficado com a melhor vista, olho ao redor, está tudo uma grande bagunça. Jogo as coisas de Juliana para o canto da cama e ela se senta. Observo enquanto minha irmã retira sua farda e joga as pernas na minha direção, ajudo-a retirar a calça jeans.

-O que aconteceu com você? – Questiono percebendo que ela está mais atenta.

-Minha melhor amiga vai ter um filho e se nega a me contar quem é o pai. Meu namorado tem meio milhão de problemas, grana, um pai abusivo, alcoólatra... o meu melhor amigo trabalha para pagar as contas em casa, o Júnior faz a mesma coisa. Eu sou a única pessoa com que nada aconteceu entende? Eu tenho tudo Manuela, a minha vida é uma maravilha... então você pode me explicar por que eu passei a semana passada inteira me sentindo como uma inútil que não serve pra absolutamente nada? -

 Encaro Juliana sem saber o que dizer. Minha irmã começa a chorar e eu a abraço. Sei que é a melhor coisa que você pode fazer por alguém em situações como essa é ficar ao seu lado, apoiá-la.

-Você não é inútil! Você sabe disso não sabe? Não é culpa sua que as vidas dos seus amigos são tão complicadas, mas você tem seus próprios problemas e eles não são menos importantes que os deles, mesmo que pareçam ser. É bonito que você se preocupe com eles, que queria ajuda-los, mas você não pode deixar isso te abalar dessa forma.

-Quando foi que você cresceu tanto hein? – Ela pergunta me olhando. – Obrigada por isso Manu, e não se preocupe comigo, eu vou ficar bem, prometo.

-Promete que vai falar se precisar conversar? Se precisar de qualquer coisa?

-Prometo, claro. – Ela afirma com um sorriso torto.

Sei que Juliana está fazendo o que sempre faz, que está tentando esconder a forma como de fato pensa, tudo que ela acabou de me dizer foi uma rara exceção, Ju nunca fala sobre como se sente, ela sempre engole tudo e finge que está bem ou se tranca no quarto e evita as pessoas. Ela é o oposto de Bárbara, minha irmã mais velha gosta quando todos estão olhando para ela, sofrendo pelo seu drama.

Aproveito que estou de pé cedo e já começo a me arrumar para escola. Quando saio do quarto novamente já estou vestida para aula e de mochila pronta, escuto as vozes do meu pai e Bárbara vindo da cozinha.

-E você acha certo que aquela desclassificada, não só desclassificada, mas prostituta desclassificada fique na nossa academia?

-Ela já provou que é inocente. – Meu pai fala, sua voz tem certo cansaço.

-Provou? O irmão dela disse que era mentira uma história que ele mesmo espalhou. Quando foi que ele mentiu mesmo? Na primeira ou na segunda vez? Não dá pra ficar associando a imagem da Forma a uma pessoa dessas. Não dá pra permitir que a Ju e a Manu, principalmente a Manu, fiquem perto dela.

Entro na cozinha irritada. Não vou deixar que a Bárbara decida quem pode estar ou não na minha vida.

-Você não pode determinar isso. Ela é minha irmã...

-Irmã? – Bárbara questiona. Sua voz está carregada de raiva. – A sua irmã sou eu, a sua irmã é a Juliana. Aquela lá é só uma bastardinha qualquer, um cão sarnento e nordestino que o nosso pai resolveu acolher.

-Você tá tão preocupada comigo e com a Ju que não faz a menor ideia do que se passa em nossas vidas. Mas aposto que você sabe de tudo da vida Joana, afinal de contas, fica tentado levantar cada detalhe da vida dela tentando achar uma razão para humilhar a garota. Aceita: ela é sua irmã!

-Ela não é minha irmã! – A expressão no rosto de Bárbara é de desprezo. – Aquela...

-Aquela o que? Fala Bárbara! – Grito irritada.

-Já chega! Eu não aguento mais! A Joana fica na Forma enquanto ela for uma boa profissional, e ela vai poder ver a Manu enquanto a Manuela bem entender. Eu estou indo trabalhar, vejo você lá, isso se você estiver disposta a conviver com a Joana. E você... - ele começa olhando para mim. – tente não se atrasar pra aula.

Não estou satisfeita. Meu pai nunca chama atenção da Bárbara pelo modo preconceituoso como ela fala da Joana. Ele nem mesmo deu importância ao que falei sobre mim e Juliana, mas claro que não deu, e eu nem sei porque ainda tenho esperanças nesse sentido. Encaro Bárbara, eu amo a minha irmã, amo-a com todas as minhas forças, mas não posso tolerar esse tipo de comportamento. Espero seu Ricardo sair e recomeço:

-Você não pode simplesmente falar o que bem entender sobre os outros e achar que todo mundo vai achar graça ou concordar com você. – Digo encarando-a.

-Ah não Manuela... Eu não vou ouvir desaforo de você, mas não vou mesmo! – Bárbara grita. – Isso é coisa daquela desclassificada não é? É ela que fica te falando mal de mim, não é? Ou talvez... você ainda está andando com aquele seu amiguinho, o filho da Tânia? Porque aquele lá deve ser falso feito a mãe.

-Sabe do que mais? Eu não preciso ouvir isso. – Digo saindo da cozinha.

-Aonde você pensa que vai? – Ela questiona me seguindo. -Eu não terminei de falar.

-O Fábio é só um amigo. – Minto. – E eu estou indo pra escola sozinha hoje, não preciso da sua carona.

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-O Lucas falou que todos os amigos estão do lado dela, apoiando, mas que ela se nega a revelar quem é o pai da criança e que também não quer mais voltar pra escola. – Luiza afirma.

Estamos na mesa, tomando café da manhã, eu, Luiza, Sula – amiga de Joana vinda de Morro Banco - e minha mãe. Joana passou a noite com o Giovane.

-Eu tenho vinte três anos e não sei o que faria se estivesse grávida. – Sula afirma. Seu sotaque é lindo, bem... ela é extremamente linda, como um todo. – Imagina uma menina com dezessete anos.

-Mas é isso que eu falo para o Fábio e a Luiza, sexo é coisa séria, precisa ser pensada, precisa de responsabilidade, principalmente porque pode levar à geração de vida.

-Aí mãe, sem essa conversa, por favor. – Luiza resmunga. Não digo nada, mas minha mãe me olha, sei muito bem o que aquele olhar significa. Penso em como ela reagiria se soubesse que estou namorando com Manuela.  

-Tua mãe tá certa, visse? É por falta de conversa que essa meninada faz as coisas erradas. Todo mundo tem vergonha de falar de sexo, mas ninguém tem vergonha na hora de fazer. – A amiga de Joana fala.

Meu celular vibra e eu o retiro do bolso. É uma mensagem de Manuela “Estou chegando mais cedo hoje, me encontra no M.O.F.O?” Respondo confirmando. Termino de tomar café rápido sem prestar atenção à conversa das minhas acompanhantes. Levanto da mesa, lavo meu prato e pego a mochila.

-Aonde você vai? – Luiza pergunta.

-Eu tenho que passar em um lugar antes da escola.

-Sei... – Ela fala sorrindo.

-O que é que você sabe e eu não sei Luiza? – Minha mãe questiona.

-Nada Dona Tânia. – Respondo por Luiza. – Eu só tenho que falar com o Tiago antes da aula. Tudo bem?

-E a Luiza vai sozinha? - Os olhos claros da minha mãe me sondam.

-Eu posso andar sozinha! – Luiza afirma.

-A Sula vai pro hostel, certo? Colado com a escola. A Luiza não precisa ir sozinha. – Digo. Sula concorda e eu aproveito para sair antes que a minha mãe ache outra razão para protestar.

(...)

Entro no M.O.F.O e Manuela está deitada no grande banco de madeira. Seus cabelos grandes, espalhados, quase tocam o chão. Ela está usando fones de ouvido. Me aproximo devagar, seus olhos estão fechados passo meu polegar pelo contorno do seu nariz e ela abre os olhos me encarando.

-Bom dia. – Digo beijando-a. Manuela se levanta e se joga nos meus braços, ela me aperta forte e eu sei que algo está errado. – Ei, o que houve? – Pergunto acariciando-a.

-Nada. – Ela afirma. Sei que está ocultando algo, mas não insisto.

-Tudo bem, quando você quiser conversar sabe que estou aqui.

-Não é nada novo. Eu tive uma discussão horrível com o Bárbara, só isso.

-Me deixe adivinhar. Foi por causa da Joana? – Questiono.

-O que mais seria? A Bárbara parece obcecada.

-Você não faz ideia. – Afirmo. Me arrependo assim que as palavras saem da minha boca. Eu sabia que a Bárbara pagou ao Toninho para vir ao Rio e espalhar aquela história horrível sobre a Joana, mas ela não tinha como provar sem incriminar o irmão e sem provas, aquela acusação daria ainda mais força à Bárbara.

-O que você quer dizer com isso?

-É só jeito de falar. – Tento desconversar.

-Claro que não é. Você engoliu seco quando te perguntei. Fábio, não mente pra mim, você não, por favor. – Embora as palavras sejam doces sua voz é firme, quero contar a verdade, mas parte de mim diz que não devo.

-Manuela, antes de eu te falar isso você precisa me prometer que não vai achar que estou tentando te envenenar contra sua irmã.

-Eu não vou te prometer nada até que você me conte o que está escondendo de mim.

-Não estou escondendo nada de você, não é algo meu, por isso não ia te contar.

-Tudo bem então, eu prometo que não vou duvidar de você enquanto não me der nenhum motivo. – Ela afirma. Tenho vontade de sorrir pelo modo como a minha namorada é durona, mas estou ansioso demais.

-Foi a sua irmã quem pagou para que o Toninho viesse pra cá e espalhasse aquela história sobre a Joana. – Analiso o rosto de Manuela esperando entender como ela se sente, ela desvia o olhar por alguns segundos depois volta a me encarar. Parece confusa, nada mais justo.

-A Bárbara fez isso? Mas como ela encontrou esse cara? Como... – Coloco minha mão no joelho de Manu.

-Eu não sei. Tudo que eu sei é o que eu ouvi, a Joana e o Toninho conversando lá na frente da Forma uns dias atrás. Ela confrontou o irmão e eu escutei no momento que ele admitiu que a Bárbara o trouxe e que estava, por sinal, pagando pela sua hospedagem.

-O meu pai precisa saber disso!

-Não. Como é que você vai provar essa acusação? E o que vai acontecer com a sua irmã? Manuela, a Joana poderia ter levado essa informação para o seu pai se quisesse, mas se ela achou melhor não, talvez nós devêssemos achar o mesmo.

-E como eu olho pra cara da minha irmã depois disso? – Ela questiona.

Encosto meu rosto do de Manuela e acaricio sua nuca.

-Todo mundo erra Manuela. Eu não conheço a sua irmã o suficiente, eu não sei como ela deve estar se sentido com a chegada da Joana, mas talvez ela melhore, dá uma chance pra ela de melhorar.

-E se ela não melhorar?

-Bem, pelo menos você sabe que tentou.

-Você é incrível sabia?

-Não sou não. Isso é culpa sua. Você que me deixa assim. – Digo puxando-a para mais perto de mim. Começamos a nos beijar, um beijo condizente com o momento suave, cuidadoso, demorado. Depois de algum tempo, eu não podia mais distinguir os meus lábios dos de Manuela, era como se fossemos um só. A medida que as coisas se intensificaram, fomos nos deixando levar. Manuela passou suas unhas pelas minhas costas, subindo um pouco a minha camisa. Já as minhas mãos, passearam pelas suas coxas, passando pelas costelas, parei uma delas em um dos seios de Manuela e a outra em sua nuca, o que fez com que ela soltasse um gemido.  

-Fábio... Fábio... – ela chamou ofegante. – Precisamos parar por aqui.

-Você tem toda razão. – Digo tentando me concentrar. Me afasto de Manuela, estou excitado. É incrível a facilidade com a qual ela me deixa dessa forma. Passo minha mão por seus cabelos colocando alguns fios de volta do lugar. – Você é linda!

-E você é um bobão. – Ela retruca claramente envergonhada com o elogio.

O sinal toca e percebemos que demoramos mais do que devíamos.

-Não podemos entrar lá os dois de uma vez. Vai parecer suspeito. – Manuela diz.

-Tudo bem. Você vai. Eu tenho que ficar aqui um pouco de qualquer forma. – Falo sorrindo.

-Por que você.... – Ela começa a perguntar mas para quando entende.

-Não é culpa minha. – Respondo sorrindo ainda mais. – Você que é muito...

-Nem termine essa frase! – Ela avisa pegando a mochila e caminhando em direção à porta.

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-Ele está chorando novamente Fábio. – Aviso encarando-o. – Fábio levanta do sofá e pega o bebê nos braços. O barulho é estridente.

-Ele deveria chorar a cada dez segundos? Acho que nossa criança veio com problemas. – Ele argumenta embalando o bebê nos braços, a criatura continua chorando.

-Se não fosse problemática não seria seu filho, seria? – Questiono dando gargalhadas.

-Você tá achando isso muito engraçado Manuela, quero só ver quando você estiver com ele sozinha e esse negócio não parar de chorar.

-E é engraçado! Você balançando um bebê de plástico como se fosse de verdade.

-Isso vale 30% das notas de Biologia e Educação Física e eu sou horrível nessas duas disciplinas. – Ele argumenta.

Fábio tem razão. Renato e Belotto se juntaram para tornar o projeto interdisciplinar. Temos que cuidar do bebê por setenta e duas horas. Achei que seria moleza, mas os bebês que Belotto pegou emprestado com uma escola particular na qual costumava dar aula, registram digitalmente tudo que acontece com eles e o computador contabiliza o desempenho dos pais. É nosso primeiro dia com o bebê e as coisas são vão bem, eu quase o derrubei uma vez e Fábio não consegue fazê-lo parar de chorar.

-Tem certeza que não é a Fralda? – Pergunto. Fabio me olha claramente irritado. Quero rir novamente, mas me contenho. – Ok, vamos pensar. Ele estava dormindo e começou a chorar quando ligamos a TV. Eu tentei pegar e quase o derrubei, você disse que eu era displicente e tentou acalmá-lo, não funcionou. Não é fome, a fralda está limpa. O que mais o Belotto disse que poderia ser.

-Já sei! – Ele fala contente. – Segure o Junior.

-Pela décima vez. O nome dele não é Fábio Júnior.

-Um nome lindo, mas tudo bem... – ele afirma sorrindo. Fábio me passa o bebê e o assisto enquanto ele retira a camisa. Não é a primeira vez que vejo Fábio sem camisa, mas é a primeira vez que isso acontece quando estamos juntos, só nós dois.

-Fábio, posso saber o que você... – Ele pega o bebê de volta da minha mão e o encosta no seu tórax. Em pouco tempo, o bebê para de chorar.

-Vamos colocá-lo na sua cama? – Ele pergunta com um olhar malicioso.

Sigo para o quarto levando a camisa de Fábio. Assim que ele coloca o bebê na cama eu jogo sua camisa de volta para ele.

-Você só queria um motivo pra ficar sem camisa. – Argumento tentando afastá-lo quando ele se aproxima.

-O que é importa é que funcionou. - Fábio me pega pela cintura e cola nossos corpos. Ele começa beijando meu pescoço, descendo pelo ombro, suas mãos me seguram firmemente, penso que posso cair a qualquer minuto se ele continuar fazendo aquilo. Passo minhas mãos pelo seu tórax. Fábio me carrega e me coloca sentada em minha mesa de estudo. Suas mãos avançam pelas minhas coxas. -Eu sei que nosso bebê acabou de nascer, mas que tal se ele ganhasse um irmãozinho?

Gelo quando ele menciona sexo.

-Manuela, eu só estava brincando. Foi só uma piada. – Ele fala se afastando de mim. Fábio pega sua camisa e a veste, eu continuo muda. Então ele se aproxima novamente. -Você quer falar sobre isso?

-Não sei. – Respondo finalmente.

-Manuela, eu não espero sexo de você. Não se preocupe com isso.

-Como assim? Como você não espera isso de mim? E espera de quem? – Questiono irritada e confusa.

-Eu me expressei mal. Eu quis dizer que eu sei que você não está pronta pra isso. E que eu respeito. Eu entendo.

 -Mas você... – É estranho falar sobre sexo. Aquilo me deixa extremamente desconfortável, principalmente porque minha mãe morreu muito antes que eu tivesse idade para ter “a conversa” e meu pai deve estar esperando que eu complete trinta anos para abordar o tema. – Você...

-Você quer saber se eu faço sexo, não é isso?

-É...

- Sim eu já transei. Isso te incomoda? – Ele questiona pegando na minha mão.

-Um pouco. – Assumo.

-Eu quero que você saiba que isso não significa que eu não posso me controlar, que garota nenhuma precisa fazer sexo pra prender o namorado.

-Com quem foi? – Questiono encarando-o. – Larissa?

-Eu e a Larissa namoramos por mais de um ano, entre idas e vindas. Então sim, eu fiz sexo com ela, mas não foi só com ela. Mas se tem uma coisa que eu aprendi com a Larissa é que sexo precisa ser pensado, precisa ser feito com responsabilidade. Eu vou te contar uma coisa, um assunto no qual não gosto de tocar. No meio do ano passado eu terminei com a Larissa e ela pareceu não ligar, até que eu comecei a sair com outra garota e a Larissa me disse que estava grávida.   

-Grávida?

-Eu fiquei louco. Eu não conseguia mais fazer nada, eu comecei a ir mal nas aulas, a faltar. Eu tentava falar com a Larissa e ela ameaçava se matar o tempo todo se eu não ficasse com ela, então nós voltamos e eu estava tão assustado com a ideia de ser pai aos quinze anos.. ela me enrolou por dois meses até que eu descobri que era tudo mentira.

-Eu sinto muito. – Imagino como aquilo deve ter sido para Fábio, me questiono que tipo de pessoa faz algo desse tipo.

-Eu não sinto. É claro que eu fiquei puto com tudo que aconteceu, mas eu nunca quis ter um filho aos quinze anos, muito menos com ela. Eu sinto muito por ter repetido de ano, quer dizer, eu sentia até te conhecer. Mas eu só estou te contando tudo isso, bem... por duas razões. Primeiro porque eu não quero ter segredos com você, depois porque eu quero que você entenda que eu sei como sexo é algo que precisa de maturidade. Eu não saio por aí transando com qualquer pessoa, nem mesmo quando estou solteiro. E agora, eu não quero ninguém além de você. Você entende isso? Eu nunca faria nada pra te magoar. – Ele afirma beijando meu rosto. – Nós estamos bem?

-Eu preciso processar tudo isso. – Assumo. Desço da mesa e abraço Fábio. – Obrigada por me contar isso.

-Você quer eu vá embora?

-Não. – Digo encarando-o. – Vamos voltar pra sala e terminar de ver aquele filme. É isso que eu quero.

Quando abro a porta escutamos a voz de Jabá vindo da sala.

-Eu já disse que não sou pai do filho da Martinha. O que você quer que eu faça? Um exame de DNA?

-Não é você? – Juliana questiona. -Então quem é Jabá? Me explica porque tá difícil achar outra possibilidade. Ela me disse que “nunca faria nada pra me machucar”, só pode ser isso. Além disso, ela é louca por você, sempre foi.

-E eu sou o único cara do mundo? Sou o único que pode ter transado com a Martinha?

-Você agora vai dizer que a minha amiga é uma vadia, é isso mesmo?

-Juliana, eu adoro você, eu sou louco por você, você sabe disso... mas eu não vou ficar aqui ouvindo você me acusar dessa forma. Pergunta pra Martinha quem é o pai do filho dela, não pra mim.


Notas Finais


Sorry pela demora. Espero que gostem.
Abraços!


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