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História Como cães e gatos - Abandono e lágrimas.


Escrita por: jofanfiqueira

Capítulo 5 - Abandono e lágrimas.


Estou tomando café da manhã com minhas irmãs. Juliana está de ressaca, já Barbara cantarola. Não sei como, mas pego pensando em Fábio. No quanto rimos juntos ontem, nos seus lábios. “Não mesmo”, digo pra mim mesma. “De forma alguma você vai se interessar pelo Fábio, tudo bem achar o cara bonito, não dá pra negar o óbvio, mas se apaixonar? Não mesmo!”

-Ô Manu!? Você tá surda? – Juliana chama me retirando dos meus pensamentos. – Me passa a manteiga.

-Calma Ju, que estresse é esse? – Bárbara pergunta. Passo a manteigueira pra Ju, ainda meio aérea.

-Não estou estressada, estou cansada. – Juliana diz. – Quem estava estressada foi você, mas parece bem calminha agora. Quase feliz.

 -Claro que estou. Pelo menos pra uma coisa essa história dessa irmã bastarda me serviu, o Gabriel ficou do meu lado, me apoiou. E hoje eu vou viajar com o meu amor pra ver ele jogar. Você tá assim porque perdeu o Giovane pra enjeitada, né? Mas eu te falei pra não bobear com ela que aquela lá é igualzinha a safada da mãe dela.

-Você não deveria falar assim. – Digo.

-Ih, já vão começar? – Juliana pergunta. – Sabe do que mais? – Ela fala levantando. – Podem continuar, é domingo e eu ainda não dormi o suficiente, vou pra minha cama.

-Você é muito burra né, Manuela? – Bárbara pergunta. Seus olhos azuis cheios de firmeza e raiva. – Você tá achando que ganhou alguma coisa com a Joana? Porque você vai é perder. Você sabia que Ju vive num mundo só dela? Já notou o quanto ela é autodestrutiva? – Bárbara diz. – O papai não notou, ele não percebe o que tá acontecendo com a Ju, ele não foi na sua troca de faixa, ele não se importa com o fim do meu namoro. Tudo que importa pra ele é saber se a Joana tá bem, se ela está precisando de alguma coisa, se estamos recebendo-a bem. Ele já não tinha tempo nenhum pra gente antes dela, mas agora tudo vai piorar. E eu não preciso Manu, eu sou adulta, eu estou bem, mas você e a Ju, principalmente você, estão órfãos de vez. A mamãe tá morta e nosso pai só se importa com a retirante bastarda, com a filha da amante dele.

Não consigo evitar, quando percebo as lágrimas estão caindo do meu rosto, em grande quantidade.

-Tá chorando? Ótimo! Vai se acostumando, porque tudo que vai ter daqui pra frente é isso. Abandono e lágrimas. Mas fica defendendo a bastarda, continua assim, talvez o papai arrume um tempinho pra te dar atenção por ser legal com a predileta dele.

-Meninas, eu sei que é domingo mas eu preciso ir pra Forma. – Meu pai anuncia entrando na sala. Ele está com o celular na mão, encarando a tela enquanto eu tento enxugar minhas lágrimas. Bárbara e eu ficamos paradas, encarando-o. O que tá acontecendo aqui? – Meu pai pergunta finalmente nos olhando, quando seus olhos encontram os meus eu retiro-os de alcance rapidamente.

-Nada. – Bárbara diz. – Não é Manu?

-Você andou chorando? – Ele pergunta me olhando. Levanto da mesa e corro em direção ao quarto. – Manuela, volta aqui! – Ele grita. Tranco a porta ignorando-o, mas nem mesmo minhas lágrimas são suficientes pra fazer com que meu pai venha conferir o que está acontecendo.

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Estou no quarto que agora divido com Luiza ouvindo música, até que minha irmã entra e desliga o rádio, antes mesmo que eu proteste ela diz que precisa estudar, fico deitado na cama olhando para o teto.

-Fábio, você me ajuda com o exercício de história? – Luiza pergunta.

-Meu caderno tá na mesa. Você pode copiar.

-Isso não é ajudar, Fábio!

-É a ajuda que eu quero oferecer. É pegar ou largar. – Digo encarando o teto.

-Você tá estranho. O que aconteceu? – Ela pergunta deixando os cadernos e vindo em minha direção. – A última vez que eu te vi assim tão quieto... peraí, é alguma garota que tá te incomodando não é?

-É sim, você! Me deixa em paz, Luiza. – Digo levantando da cama. Saio do quarto e deixo minha irmã sozinha. Na sala, Joana e minha mãe conversam. Escuto o nome da Manuela e decido ouvir antes de entrar no cômodo.

-A Manuela é a única que parece disposta a me conhecer Tânia. Eu realmente não sei o que fazer. Pelo menos o Gabriel não vai nessa viagem e eu vou poder ter um pouco de descanso.

-Fica longe desses garotos. Sinceramente, eles só vão te trazer problema.

-Como você tá ficando longe do Caio e do Ricardo?

-Joana, tu nem brinca com isso tá menina? Eu não tenho nada nem com o seu Ricardo nem com o Caio.

-Nem eu tenho nada com o Gabriel. Ele me beijou e só, e o Giovane é só meu amigo. - Joana diz.

-Eu vi a amizade de vocês ontem na festa do Junior.

-Aproveito o momento de silêncio e entro na sala.

-Ô meu filho, você tá ai? – Minha mãe diz se recompondo.

-Mas já estou de saída, vou na praça um pouco a Luiza tá me enlouquecendo.

-Sinto muito por ocupar seu quarto, Fábio.

-Sem problemas. Pronta pra viagem? – Pergunto a Joana.

-Estou sim. – Ela responde. – Como foi seu trabalho com a Manu? A apresentação correu bem?

-Tudo ótimo. Tiramos um dez.

-Ainda bem que vocês dois deram uma trégua. – Minha mãe diz.

-Não exatamente uma trégua. – Digo. Vou indo. Boa viagem Joana.

Saio de casa pensando em como a ideia da minha mãe com o pai da Manuela seria catastrófica. Ela se tornando minha irmã postiça? Primeiro eu começo a me sentir desse jeito com relação à Manuela e agora essa possibilidade? O universo só poderia estar querendo me sacanear.

-Grande Fábio! – Um garoto diz se aproximando. É Tiago, estudávamos juntos antes de minha mãe me transferir para o Dom Fernão.

-Fala Tiago! Como vão as coisas?

-Bem. Ah, cara... sabe a Larissa, aquela sua ex?

-O que tem ela? – Questiono lembrando da menina de cabelos dourados.

-Solteira novamente. Ela perguntou por você um dia desses. Agora me conta sobre a escola nova, muita gatinha?

-Algumas.- Respondo pensando em Manuela. – Mas a minha única preocupação e não me manter em problemas e passar de ano dessa vez. A Larissa é uma das razões pra minha reprovação.

-Vocês viviam matando aula atrás da quadra. Todo mundo sabia disso. – Ele fala sorrindo. – Me conta, ela é boa como parece?

-Eu não vou te falar sobre isso. - Digo.

-Claro que não vai. É por isso que as meninas caem na tua, né? Você tem esse jeito de doido ai, mas no fundo é todo educado, cavalheiro.

- O que acontece entre um casal fica entre ele. Além disso, eu tenho uma irmã cara, eu não ia gostar de ouvir marmanjo falando assim dela. 

–E falando na Luiza...

-Nem começa. – Protesto.

-Só ia dizer que ela tá muito bonita.

-Mas não é pro teu bico.

-Tudo bem. Tô indo pra pelada na praia, anima?

-Vamos lá. – Digo.

Pegamos a condução pra praia. Quando chegamos lá muito os meus antigos amigos de escola estão. Escuto vários “olha o sumido” ou “quem é vivo sempre aparece”, jogamos um regime mata-mata, sempre que um time perde tem que esperar sua vez novamente. Meu time ganha o primeiro jogo, mas acaba perdendo o segundo. Volto pra junto do pessoal pra assistir o jogo.

-Como é que tá lá na escola nova? – Um dos garotos pergunta, é Felipe. Estudamos juntos no oitavo ano, mas ele reprovou.

-Melhorando. – Digo. – É difícil de acostumar depois de anos na mesma escola.

-Sua mãe foi a maior vacilona em te tirar de lá, faz maior falta. – Carlos afirma.

-É, mas depois do que rolou era melhor ter saído mesmo.– Tiago diz.

-Ah cara, falando nisso, a sua ex está muito bonita e solteira. Já já ela aparece por aí com a Mayara & cia, elas costumam jogar vôlei aqui todo domingo.   -Felipe afirma. – Vai pirar se encontrar.

Dou um sorriso meio sem graça e encaro Carlos, mas ele não diz nada.

-Fábio tá em outra, mas não quer me contar. – Tiago diz. Nesse momento meu telefone toca, tiro do bolso, um número estranho está me ligando. Atendo desconfiando.

-Fábio?

-Oi.

-Aqui é a Manu, você está ocupado? – Noto sua voz de choro.

 -Manuela, aconteceu alguma coisa? – Pergunto preocupado. Olho ao redor, os garotos me encaram.

-Nada grave. – Ela diz. – Me desculpa te ligar, mas eu preciso conversar com alguém. Você está na sua casa?

-Não. Eu tô na praia vermelha, aqui no centro.

-Não é tão longe. Você se incomoda se eu for aí?

-Claro que não. – Respondo. -Estou te esperando.


Notas Finais


Quero agradecer à todos que veem acompanhando, comentando. Aos que favoritaram. Estou empolgada com essa história porque adoro os personagens. Tem muita coisa que quero expandir do universo de Malhação mas para as quais darei tons diferentes, por exemplo, o Ricardo aqui será mais anti-herói, o Caio não vai ter tanta dubialidade como na novela, enfim... Quero mesmo é saber quais personagens vocês gostariam de ver na fic. Tenho muita coisa já em mente, mas o bacana de escrever fanfic é essa possibilidade de ir construindo junto. Abraços!!


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