História Como clarear do Sol... E iluminar da Lua - Como assim?

                                                                                         COMO ASSIM?

   Como assim? Não pode ser... Não é verdade!!

 -Mamãe... Papai... - olho para ela e depois para ele- vocês estão mentindo para mim, não é possível que eu seja parte da família Benson!!- Digo com falha na voz, por causa do choro intalado na garganta que me recuso a deixar cair.

 -Filha... É complicado, nós entendemos, mas você têm que compreender e aceitar essa nova etapa em sua vida.- Minha mãe diz, tentando me passar calma e tranquilidade.

 -Sua mãe tem razão, e não é porque você é da família Benson que vai deixar de ser nossa filha. Nós sempre vamos te amar. E quando irmos à Buenos Aires...- Meu pai não consegue terminar a frase pois o interrompo.

 -O que? Quando irmos à Buenos Aires?- Pergunto confusa.

 -Sim, nós vamos com a senhora Sharon. Trabalharemos na mansão de lá, então não iremos nos afastar de você Luna. - Responde meu pai.

  Quando compreendo a frase sinto meu chão, já destruído, desaparecer...

 -NÃO!! -Exclamo com todas as minhas forças- Ninguém vai me tirar do México, de Cancun... do meu melhor amigo!

  Após ter quase perdido a voz dizendo isso, saio da cozinha pegando meus patins e indo a direção da rua. Chego perto de uma praça e sento num banquinho que lá havia. Depois de terminar de colocar meus patins, começo a patinar sem perceber a velocidade que estava.

  Penso em tudo o que aconteceu até aquele momento... Poxa! Por que tinha que aparecer minha família biológica? Nunca quis isso, bom se eu falar assim estou mentindo, pois já tinha desejado que isso acontecesse algum dia quando era menos, mas esta fase já passou; neste momento a última coisa que eu queria era isso.

  A manhã estava tão linda, tudo colorido para mim, como sempre na verdade, e então chego em casa para o almoço e sou recebida com uma notícia destas... Como vou ficar em outro país cheio de estranhos ao meu redor? Como Simón e eu iremos manter a amizade de anos afastados?  Como... Minhas lágrimas já estão sem controle quando volto à realidade.

  Atravesso a rua sem olhar nada ao meu redor em alta velocidade com meus patins e sinto uma forte pancada sobre mim... Caio no chão sentindo uma dor incomparável, nem tanto pela batida, mas sim pela dor que sentia emocionalmente. Vejo um senhor muito bem vestido vindo em minha direção.

 -Consegue me ouvir moça?- Pergunta com o rosto assustado e olhar preocupado.

  Só olho para ele, fecho os olhos e a escuridão toma minha visão por inteiro.