História Como é que a gente fica? - Júlia, Julinha, Jujuba...

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—Você é um anjo! Muito obrigada...-Ela limpou as lágrimas. —Eu nem sei como lhe agradecer...

—Não precisa, eu que agradeço por ter me deixado entrar aqui sem ao menos me conhecer direito.-sorri.

—Agora entendo porque Júlia gosta tanto de você...-ela sorriu. —Você tem um coração de ouro! Ah, falando nela, já está na hora dela chegar...

—Ela vem sozinha?-Pergunto.

—O ônibus da escola a deixa aqui...

—Eu posso buscá-la?

—Não precisa se incomodar!

—Que isso... Será um prazer!

—Tudo bem... -ela riu. —Ela vai adorar ver você! -me explicou como chegar na escola.

—Só mais uma coisa!-Falo sem jeito. —Será que eu posso levar ela para almoçar? Eu sei que você não me conhece direito mas...

— Pode sim!

—Sério?-Pergunto animada ela assentiu sorrindo. —Ah, tem um show depois de amanhã, daí eu pensei... A Júlia iria adorar ver seus ídolos de pertinho...-Sorri.

—Você faria isso por ela?-ela arregalou os olhos.

—Sim Ana, mas só se você permitir!

—É claro que sim!-Ela sorri.

—Trago ela a noite, pode ser?

—Por favor, tenha cuidado com minha pequena, eu só tenho ela!

—Pode ter certeza que cuidarei direitinho!-me despedi dela e fui até a escola dá Julia, estacionei o carro, ainda estava cedo. Tomei a liberdade de entrar na escola, conversei com a diretora e pedi que a liberasse, foi difícil, mas por fim ela me deixou entrar na sala. Andamos pelo corredor, paramos em frente a porta, ela entrou e conversou com a professora, me chamou logo em seguida.

—EU NÃO ACREDITO!-Ela gritou ao me ver, correu em minha direção. —É você mesmo?-Ela alisou meu rosto. —Obrigada meu Deus!-ela sorria em meio as lágrimas.

—Vim buscar uma pessoinha...-ri.

—Fessôra!!-ela olhou pra mulher que caminhou até nós. —A Laís , olha...

—Bom dia!-Sorri, ela repetiu o gesto. Pedi a ela que liberasse a Júlia, ela liberou...

[...]

—Nossa!-Ela olhava admirada.

—Você gostou?-Ela assentiu, a puxei até a loja. —Pode levar!

—Imagina!-ela sorriu tímida. —Eu não posso aceitar!

—Julia!-A repreendo. —Vou ficar ofendida se não aceitar.

Com muito custo ela decidiu experimentar o vestido, por fim, convenci ela a levar algumas peças de roupas... De fato Júlia era uma criança incrível, tinha um jeito especial...

—Você está com fome?-ela assentiu tímida. —Temos a tarde toda, vamos almoçar agora, depois vamos andar pelo shopping e se quiser podemos assistir um filme!-Seus olhos brilhavam. Fomos até a praça de alimentação, almoçamos, depois tiramos algumas fotos. Meu celular tocou

Ligação on

—Oi amor!-Sorrio.

—Oi vida, e ai, você está bem?

—Estou ótima! E você?

—Estou  bem, só estou com saudades! O que está fazendo?

—Eu também amor... Eu estou no shopping, trouxe a Júlia para passear...-Sorrio.

—Julia?-Perguntou confuso

—Sim, a Júlia, aquela do ursinho...

—Ah sim, deixa eu falar com ela!

—Ele quer falar com você!-entrego o celular a Júlia.

—Ai minha nossa! A-alô...

Ela conversou com ele por alguns minutos, ela sorria o tempo todo. Depois de encerrar a ligação, fomos andar pelo shopping, compramos alguns chocolates e fomos para o cinema, a deixei que escolhesse o filme. Eu estava tão feliz em conhecê-la, após o filme, sentamos num banquinho.

—Julinha, sei que seu aniversário já passou, mas gostaria de te dar um presente..

—Mais um?-Ela arregalou os olhos me fazendo rir. —Mas Laís, você já me deu tanta coisa!-Ela olhou para as sacolas em nossas mãos.

—Aposto que você vai adorar!-Falo animada. —Henrique e Juliano...-Só de pronunciar os nome deles, ela sorriu. —O que acha de ir ao show deles sendo minha convidada?

—Tá brincando?-Ela me abraçou apertado.

—Tô falando sério, seríssimo!-Beijei sua bochecha. —Conversei com sua mãe e ela autorizou... Basta saber se a dona Júlia vai querer ir!

—Eu querooooo!-ela gritou animada chamando a atenção de algumas pessoas que passavam. —Ops!-Ela escondeu o rosto e eu ri.

—Então eu te pego lá na sua casa...-ela assentiu. Peguei o telefone para olhar as horas, já passava das 18h00. —Jujuba, vamos comprar um hambúrguer com batatas e refrigerante... Ai eu te levo para casa!-Fomos para a fila, e após fazer o pedido sentamos para comer. Percebi ela comer só as batatinhas e tomar o refrigerante. —Ei, o que foi? Não vai comer?

—É que...-Ela me olhou sem jeito

—Pode falar meu amor!-sorri

—É que eu vou guardar para levar para minha mãe!-ela sorriu. Senti meus olhos marejarem, essa menina é um poço de bondade.

—Pode comer, quando você terminar a gente vai lá e pede para fazer um para sua mãe, tá?-ela sorriu e assentiu mordendo o hambúrguer em seguida. Comemos e rimos, contei para ela sobre como o Juliano era um ótimo namorado, falamos sobre a Mari e o Henrique, ela me perguntou sobre a Maria e o Edson... E eu aproveitei para conhecer mais sobre a vida dela, ela disse que ama ouvir música, ajudar a mãe a arrumar casa...

—Minha mãe anda tão tristinha. -ela me olhou. —Eu não sei o que acontece, mas todas as noites ouço ela chorando no banho, seus olhos sempre ficam vermelhos e inchados, eu pergunto mas ela sempre desconversa. -escuto sem interromper. —Ela deve sentir falta do ex marido dela.

—Seu pai?-Pergunto..

—Eu não tenho pai, nunca tive! Na verdade, minha mãe é meu pai também!- sorri. —Eu me sentia triste quando chegava o dia dos pais e eu não tinha um para eu entregar o presente que eu fiz na escola, na verdade isso ainda acontece. -seus olhos começam a lacrimejarem. —Mas sempre entrego tudo para minha mãe, e eu a amo muito!

—Eu sei o que você sente, eu também passei pelo mesmo que você... -sorri fraco. —Mas não vamos pensar nisso agora, tá?-Ela assentiu. Pedimos o lanche da mãe dela e fomos para o carro. Fomos cantando até a casa dela. Após deixá-la, voltei feliz para casa, tomei um banho e dormi.

 Dois dias depois...