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História Como em um Conto de Fadas - Minha Culpa


Escrita por: lucymelark

Notas do Autor


Espero que gostem!

Capítulo 6 - Minha Culpa


Fanfic / Fanfiction Como em um Conto de Fadas - Minha Culpa

– O que aconteceu?

– Você é uma idiota, foi isso que aconteceu, por causa das besteiras que você faz e que você ia fazer eu tive que sair mais cedo da festa da minha melhor amiga e ainda mentir pro papai. – Esbravejou Candela.

– Como assim? O que aconteceu?

– Você não ouviu o que o Augustin disse? Ou o que aconteceu depois?

– Não, o que ele disse? O que aconteceu? Por que você me puxou daquela forma?

– Em que mundo você estava? Eu pensei que você tivesse ouvido pelo menos o tumulto, mas que o garoto beijava tão bem que você não queria desgrudar, mas você simplesmente não ficou na Terra quando se beijaram não foi?

– Quer fazer o favor de explicar logo? Ou vai continuar reclamando?

– O Pedro é apenas uma parte do plano do Augustin de se vingar de você, ele não ficou satisfeito com a outra vingança, nem com o resultado dela.

– Como assim? Será que você pode me explicar direito? – Eu pedi e a Cande me explicou tudo com detalhes e era bem pior do que eu pensava. O melhor beijo da minha vida acabou se tornando a maior tormenta dela.

Quando eu estava dançando o Augustin gritou “o garoto é rápido, já conquistou a presa”, daí começou o tumulto e começaram a discutir e a pressionar o Augustin para conseguirem entender o que ele disse, mas ele estava bêbado, então não foi muito difícil tirar algo dele, quando o Pablo ameaçou bater nele ele disse “calma, calma, Pedro só vai conquistar ela, descobrir todos os segredos dela e depois partir o seu coração em pequenos pedaços, nada demais.” Então quando ele disse isso já era tarde demais nós já estávamos na piscina nos beijando, e o Augustin acrescentou “eu vou fazê-la pagar pelo que fez, isso é apenas o inicio.” Foi nesse momento que a Cande ligou pro papai, o Pablo disse “se alguém vai pagar pelo que fez aqui não vai ser ela,  e sim você.” E deu um soco no rosto dele, não apenas um, vários, até sangue escorrer do nariz dele e o Nico e o Gas o segurarem. Daí os gritos histéricos que eu escutei. A pior parte é que se o Augustin tiver falado a verdade, já é tarde demais pro plano dele dar errado, eu já estou apaixonada.

Mas... mas por que o Pedro está fazendo isso, como ele pode ser insensível a ponto de querer me machucar da forma mais baixa possível? Se o Augustin queria que eu sofresse ele venceu. Tanto com o Pedro quanto sem ele. Eu já estou com o coração partido em pequenos pedaços, mesmo que o Pedro ainda não tenha chegado à parte do plano de partir o meu coração, ele já conseguiu isso. Eu realmente pensei que ele gostasse de mim, que só era confuso, mas não, ele é um idiota, o pior é que ele quer me ver sofrer, e isso dói.

Eu estava deitada na minha cama, ainda com a roupa da festa (molhada). Chorando. Quando ouvi um barulho vindo lá de fora, como se tivessem jogado uma pedra em minha janela. Olhei pela janela e lá estava ele, praticamente brilhando a luz do luar, com uma expressão de dúvida em seu rosto, como se pedisse por respostas, mas como eu poderia dar alguma reposta concreta a alguém, se apenas dúvidas apareciam em minha cabeça? Eu apenas acenei com a cabeça e disse que estava tudo bem, pedi para que ele fosse embora e, como sempre, o Pablo fez o que eu pedi sem questionar. Pra falar a verdade eu acho que ele só queria ter certeza de que eu ainda estava bem, apesar de tudo. Ele conseguiu ver o que ninguém mais conseguiu, apenas lendo meus olhos ele percebeu que mesmo que eu saiba que o Pedro só quer me fazer sofrer isso não vai poder mudar nada porque eu já estava apaixonada, ele viu isso, e queria saber se eu ainda continuava de pé, mesmo depois de tirarem o meu chão. Era a única resposta que ele queria e quando ele teve, saiu sem questionar.

 

Ao acordar e descer para comer, percebi que estava sozinha. Era meio dia, por que não tinha ninguém em casa? Ah, tanto faz. Coloquei meu fone de ouvido e aumentei até volume  máximo, apenas querendo esquecer o mundo e a minha vida.
Mas eu não fiquei desligada do mundo por muito tempo, do nada eu ouvi um barulho alto vindo lá de baixo, como se tivessem quebrado algo grande, como uma parede, então eu desci a escada correndo, e quando eu cheguei à cozinha, eu não vi apenas a cozinha, mas também o carro do meu pai penetrado dentro da parede (a garagem é na frente da cozinha) como o meu pai fez isso? E ainda falam que é a mulher que dirige mal, uma mulher nunca atravessaria uma parede com o carro, atravessaria? Bem, nenhuma pessoa normal faria isso, por isso foi o meu pai que fez.

– O que aconteceu? – Eu perguntei.

– O seu pai que não sabe nem estacionar um carro direito, é uma garagem, espaço não falta, mas esse homem é muito paranoico pra entender que esse carro cabe dentro dessa garagem sobrando espaço, e para isso não precisava quebrar a parede da cozinha, como você fez isso, homem? Desaprendeu a dirigir? – Gritou minha mãe.

– Eu não teria feito isso se você não ficasse gritando e reclamando o tempo todo, como você sempre faz. – Disse meu pai também gritando.

– Eu não ficaria o tempo todo gritando e reclamando se você fizesse as coisas certas. – Retrucou minha mãe. Primeiro round.

– A primeira coisa de errado que eu fiz foi me casar com você. – Disse meu pai friamente. Infração grande.

– Você se arrepende de ter se casado comigo, Benjamin? – Perguntou minha mãe com a voz já falhando.

– Você não sabe o quanto, é horrível se casar com uma mulher e não saber mais por que se casou com ela. – Respondeu meu pai. Eu não acredito que ele disse isso. 1 a 0 pro meu pai.

– Pior ainda é se casar com um homem, saber o porquê, e simplesmente não vê mais isso nele, não ver o homem educado, gentil, sensível, solidário e doce, você simplesmente não é o homem pelo qual eu me apaixonei. É um desconhecido. – Concluiu minha mãe quase não conseguindo terminar a frase, com os olhos vermelhos e a voz rouca. Fim do primeiro round. 2 a 0.

– Isso é porque você se apaixonou por um garoto, e agora eu sou um homem, já você continua sendo a mesma garota, ingênua, só que muito mais irritante talvez você não me conheça mais por que não acompanhou o meu crescimento como pessoa, continuou no passado. – Disse meu pai.

– Você não cresceu como pessoa, apenas diminuiu, e se eu sou tão irritante assim, por que você continua casado comigo? – Minha mãe perguntou. Segundo round. 3 para a minha mãe

– Eu não sei. Não tem nada que eu me arrependa mais do que ter me casado com você. – Disse meu pai. Como ele pode dizer isso na minha frente? Merece ser expulso.

– Então você também se arrepende de ter me tido, já que eu sou fruto do casamento de vocês, eu sou apenas um fardo que o senhor se sente na obrigação de carregar, apenas um peso? – Eu perguntei com a voz no mesmo estado que o da minha mãe.

– Não, filha, você e as suas irmãs são as únicas coisas boas desse casamento, eu amo vocês, não importa o que aconteça, eu vou estar aqui, está bem? – Falou meu pai.

– Não, não está nada bem, se o casamente de vocês não está bem, por mais que doa, por que continuar? Vocês não veem que nós que sofremos com todas essas brigas de vocês? – Eu perguntei já quase começando a chorar, doía em mim dizer que era melhor que meus pais se separassem, mas era o melhor a se fazer.

– Você tem razão, mas me diz Manuela por que você continua casada comigo? – Questionou meu pai.

– Porque apesar de tudo, tudo o que você faz, eu continuo te amando. Muito. – Respondeu minha mãe e subiu para o seu quarto, enquanto o meu pai ficou lá parado. Nocaute.

– Acho que vamos ter que nos virar com o almoço. – Disse meu pai como se nada tivesse acontecido.

– Não acredito nisso pai, a mamãe acaba de falar que continua te amando, quando o senhor acaba de falar que a coisa que mais se arrepende na vida é ter se casado com ela e... – Eu não consegui terminar a frase porque me dei conta de que se não todos, mas grande parte dos homens é insensível, e que o melhor que eu faço não é culpar o meu pai e sim ir consolar minha mãe, que está precisando de mim.

Eu subi as escadas e fui direto para o quarto da minha mãe, ela estava do mesmo jeito que eu na noite passada, chorando da mesma forma que eu, eu fui até ela e a abracei, e de repente ela não parecia mais que era a minha mãe, mas uma garota assustada. Parecia comigo, não com minha mãe. Como se estivesse perdida e só procurasse a sua casa, só quisesse se sentir amada e aconchegada em seu lar.

Mais tarde, meu pai bateu na porta. Entrou e me pediu pra sair. Minha mãe já estava mais estabilizada. Eu saí, mas fiquei meio que escutando atrás da porta. Eles estavam fazendo as pazes, meu pai estava se desculpando. Disse que a amava e eu via sentimento em sua voz, é tão estranho, parecia outra pessoa, talvez aquele pelo qual minha mãe se apaixonou. Não sei nem o que pensar, uma hora ele diz que o pior erro da sua vida foi se casar com a mamãe, na outra ele faz uma linda declaração de amor, me lembra alguém que conheço, só que mais intenso. Mas não importa, eu fiquei feliz em vê-los felizes, juntos, se amando como no inicio de um casamento, que mesmo depois das piores discursões, depois de momentos de desequilíbrio e loucura de ambas as partes, no fim, tudo acaba bem, mas aí eu lembrei que a vida não é um conto de fadas, e que um dia a felicidade acaba. O problema, é que a deles já parece ter acabado, eu lembrei. Lembrei que eles sempre brigam feito loucos. Sempre fazem as pazes. E nós... nós sempre ouvimos as brigas. Mas eles fazem as pazes. Apenas para brigarem novamente. Parece um ciclo vicioso. Nenhum vício é bom.

Eu ouvi a campainha tocar e sabia que era ele, eu pensei em não ir abrir, mas meus me mandaram ir atender. Eu abri a porta e ele estava com um olhar tão triste e angustiado que eu quase me esqueci do que aconteceu, e quase me importei com ele. Então Pedro disse:

– Eu preciso conversar com você.

– Mas não vai. – Eu disse tentando fechar a porta, lutando contra minha vontade de abraçar ele e tirar aquele olhar angustiado do rosto dele. Ele pôs o pé para que eu não conseguisse fechar a porta.

– Eu preciso mesmo falar com você. Eu sei o que o Augustin disse e o que todo mundo interpretou daquilo, mas não é verdade.

– Não me importa, eu não quero ouvir mais nada de você. – Eu disse novamente tentando fechar a porta, mas ele novamente não deixou.

– Por favor, eu só... – Ele suplicou sendo interrompido.

– Você não percebeu que ela não quer falar com você? – Perguntou Candela.

– Não acha que já mentiu demais pra ela? – Completou Rochi, que veio com Cande.

– Eu não menti pra ela e era isso que eu queria explicar. – Disse Pedro.

– Então explica. – Exigiu Cande.

– Não! – Eu exclamei.

– Por que não? – Indagou Cande de uma forma irritante.

– Eu já disse que não quero ouvir.

– Por quê? – Ele perguntou desesperado, os olhos suplicando por uma chance.

– Porque eu já sofri o suficiente em saber que o melhor beijo da minha vida era apenas parte de um plano idiota pra ME fazer sofrer, e eu sei que se eu ouvisse a sua versão da história eu iria acabar acreditando e novamente sofrendo. – Eu disse revoltada.

– O beijo não foi parte de plano nenhum e eu não queria te fazer sofrer, eu juro.

– Ah, claro. – Resmungou Cande.

– Quer saber? Fala! – Exigi.

– Eu não sei nem por começar, mas eu sei que as coisas não saíram bem do jeito que o Augustin queria, e você sabe como é quando as coisas não são do jeito que ele queria que fossem ele é a pessoa mais vingativa que eu conheço.

– De que parte você está falando?

– Que tal se eu começar a falar de quando você e o Augustin discutiram na sala de aula no primeiro dia de aula e você só me escuta e assim me entende melhor? – Ele me olhava e agia como se estivéssemos apenas nós dois ali. – Bem, como o Augustin que já era meu amigo, me falava como era estudar lá, como eram as pessoas que estudavam lá, e quando vocês brigaram, ele se sentiu humilhado, e estava com ódio, ele não me contou qual era o plano dele, mas ele disse que ia se vingar de você, como eu não te conhecia e não imaginava que o Augustin fosse tão cruel, eu não me importei, pensei que era apenas coisa do momento, então ele falou comigo e pediu para que eu tentasse te conquistar, eu não entendi então eu perguntei o porquê disso, ele disse que você era uma garota romântica, que sonhava em encontrar o verdadeiro amor e queria brincar com os seus sentimentos, disse seria que fácil fazer você se apaixonar por mim se eu fingisse ser como você gostaria que eu fosse, mas não concordei... – Pedro disse sendo interrompido por mim.

– Você não concordou com ele, mas fez isso?

– Não foi assim.

– E como foi?

– Se você deixar eu posso explicar.

– Só fala logo, idiota. – Rosnou Cande, que eu tinha até esquecido que estava ali.

– Eu não concordei com ele porque por pior que você tivesse feito, o que não foi o caso, não seria justo brincar com os seus sentimentos, então ele disse que seria melhor deixar isso pra lá, e eu acreditei nisso, então ele te humilhou e eu pensei que ele já tinha sido cruel, que já havia tido a vingança dele. – Então Pedro fez uma pausa e respirou fundo – Desde que te vi pela primeira vez, quando o Augustin me mostrou você como a garotinha chata de quem ele havia falado, eu senti que você era especial, foi por isso que eu fui atrás de você naquele dia, porque por mais que o Augustin tivesse falado muito mal de você, eu sentia que você era uma pessoa incrível, e mesmo se não fosse não merecia aquilo, o Augustin ficou irritado comigo quando eu te defendi depois que... Enfim, você sabe, e no dia seguinte, quando eu fui tirar satisfação com ele pra saber se ele que tinha feito isso, ele admitiu que sim e ainda disse que ou eu estava do lado dele ou contra e por mais que ele fosse meu amigo há muito tempo, eu simplesmente não podia concordar com o que ele tinha feito nem com o que ele queria fazer. E naquele dia, quando eu fui falar com você que eu perguntei pelo Augustin foi porque eu não sabia o que falar com você, mas eu queria falar com você, então eu arrumei um jeito de falar com você sem parecer que eu estava gostando de você, eu sei que agia como um idiota, isso é porque eu sou um idiota, o único momento em que eu era uma pessoa melhor era quando eu estava com você e eu gostava de me sentir assim. Quando eu estava com você eu era alguém além de um garoto rebelde que só queria atenção e era alguém... Bom?

– Sim, e muito mais que isso, delicado, educado, encantador. – Por que você disse isso? Você está com raiva dele, lembra?

– Eu só era assim com você, e o Augustin, queria se vingar de mim por ter “trocado” ele por você e quando ele viu que eu estava gostando de você – e eu acho que você de mim – ele achou a oportunidade perfeita pra isso, não só se vingou de mim, fazendo com que a primeira garota de quem eu gostei de verdade pense que tudo foi apenas uma farsa, como fez você se decepcionar com aquele em quem você não deveria ter confiado, mas por estar apaixonada confiou.

– O que você está querendo dizer com tudo isso?

– Que ele mentiu, eu não aceitei ajudar ele a se vingar, eu realmente gosto de você, nunca faria nada pra tentar te magoar, foi o Augustin que armou tudo, pra nos fazer sofrer.

– Já terminou? Então acho que já pode ir. – Disse Rochi, que eu também já tinha esquecido da presença.

– Não, eu não terminei. – Pedro se aproximou, as meninas estavam quietas, congeladas, apenas observando. – Quando eu falo que gosto de você não é da boca pra fora, eu nunca falei isso pra ninguém, porque eu nunca senti isso por ninguém, só você, só você me fez me sentir feliz, especial, amado, você é a pessoa mais incrível que eu conheço, e eu não vou desistir de tentar fazer com que você acredite em mim. – E quando eu pensei que ele ia me beijar ele se afastou e completou dizendo – Eu não vou insistir, sei que precisa de tempo pra pensar, mas também não vou desistir, não vou desistir de você, nunca. – E foi embora.

– Ele mente muito bem. – Observou minha irmã.

– Ou o Augus mente muito bem. – Complementou Rochi.

– Ou os dois. ­– Eu disse. Enquanto nós três observávamos ele entrar em casa, um segundo depois a Liz, estava brincando com o Cris.

 

A Cande já tinha espalhado pra todo o mundo o que tinha acontecido, e quando eu falo todo mundo, é toda a escola, se antes me olhavam torto e riam de mim por causa do banho de lama, agora eles têm mais um motivo, o Augustin e o Pedro me fizeram de boba, e eu quase acreditei na desculpa do Pedro, burra, é isso que eu sou, burra, por ainda acreditar nele, burra, por ainda gostar dele, burra, por ser simplesmente como eu sou.

Na sala, o Augustin olhou pra mim com um sorriso maligno no rosto, que me assustou, ele estava com cara de louco, parecia um doido que acabava de fugir do hospício e estava feliz por não ter sido pego, só que mais assustador.

Eu fiquei me perguntando por que ele me olhou assim? Qual será o motivo exato? Por que o plano dele deu certo? Mas que eu saiba o plano dele não foi até o final, será que o tanto que eu estou sofrendo é o suficiente pra ele? Bem, pra mim já é sofrimento o suficiente cair um balde de lama na sua cabeça na frente de toda a sala, saber que a primeira pessoa de quem você realmente gosta só quer vê você sofrer, acreditar na desculpa daquele idiota que te fez sofrer, e ainda ter todos te olhando e falando “aquela é a garota que pagou o maior mico na festa” ou “aquela é a tonta que se deixou enganar e está completamente apaixonada pelo bad boy”, se isso não é vingança o suficiente para o Augustin eu espero que ele me mate logo, por que eu não vou aguentar mais, e a morte é mais rápida. Ou talvez ele estivesse com aquele sorriso exatamente porque eu não acreditei no Pedro, porque ele estava falando a verdade, e eu e o Pedro iriamos sofrer mais ainda, graças ao meu orgulho, será? Não, muito bom pra ser verdade.

Durante todas as aulas eu não consegui me concentrar direito, e não falei absolutamente nada, apenas ouvi, ouvi risadas, de mim, ouvi comentários como “ela é muito tonta mesmo não é”, “quando um cara como ele olharia para ela se não pra machucá-la ou algo assim?” ou “eu sempre achei ela meio sonsa, sem sal, mas não sabia que era burra também”, eu posso não demostrar, mas que dói, dói, e muito. Em todas as frases como essas que eu ouvia, eu não sabia se eu queria chorar de tristeza por isso tudo estar acontecendo, por me sentir fraca, e por saber que pensam coisas assim de mim ou se chorava de ódio de pensarem essas coisas de mim, de ódio do Augustin e do Pedro ou com ódio de mim. 

Mas eu não chorei, segurei todas as lágrimas, eu já estava me sentido uma tonta, não queria mostrar a eles que eu realmente sou. Eu segurei todas as lágrimas, até que na da saída eu vi eles. Pedro e Paula. Se beijando. 

Eu ainda nãos sei por que nem como, mas as lagrimas simplesmente começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu não queria, mas dessa vez eu não consegui controlá-las. O melhor que eu pude fazer foi sair correndo em direção a casa. Minhas lágrimas escorriam de uma forma que eu mal conseguia enxergar. Mas aquela imagem, a imagem deles se beijando simplesmente não saía da minha cabeça e fazia com que eu chorasse mais e mais. Eu escutei gritos atrás de mim. Gritos que não conseguia entender. Eu estava desesperada demais pra poder entender alguma coisa que acontecesse, então simplesmente corri pra casa, quando de repente eu ouvi uma buzina e uma freada. Mas era tarde de mais pra poder fazer algo. O carro simplesmente chocou no corpo e o corpo saiu praticamente voando. Tudo por que eu não consigo segurar minhas lagrimas e controlar minhas emoções. 

Minha irmã tinha acabado de ser atropelada por minha culpa, porque ela correu atrás de mim.
 


Notas Finais


Obrigada por lerem!


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