História Como eu era antes de você - Eu sou o motivo

                             POV PAULO

     Despertei e vi que ainda era 08hrs da manhã, até no dia que falto aula acordo cedo... Olhei para Lina ainda no meu peito e vi que ela dormia, a mesma parecia cansada e eu preferi ficar quieto para não acorda-lá.

 Depois de alguns minutos acordado resolvi levantar e fazer o café da manhã, confesso que foi um desafio para não acordar ela, assim que levantei coloquei um travesseiro em seus braços, fiz minha higiene matinal e desci.

Fui para cozinha fiz um suco, torradas e arrumei a mesa com os frios que estavam na geladeira e com pão que estava no armário. Aproveitei e dei uma olhada geral nos armários, provavelmente terei que fazer compras mais tarde com o cartão que meu pai deixou aqui. Falando em “pai” o meu mesmo não vejo há dias, ele apenas me ligou algumas vezes para saber se tudo estava “ok”, eu nem vou comentar... Terminei a mesa e subi para ver a Lina e assim que cheguei ao quarto ela  já estava de banho tomado e penteando o cabelo, seu rostinho estava melhor.

Eu:- Bom dia moça.

Lina:- Bom dia amor. Peguei uma blusa sua.

Eu:- De boa, nem precisa avisar... Com fome?

Lina:- Sim, muita até.

Eu:- Eu fiz café, vem!

Ela levantou rápido e pulou nas minhas costas.

Eu:- Ei, você não é leve tá moça?

Lina:- VOCÊ ESTÁ ME CHAMANDO DE GORDA PAULO AUGUSTO?

Eu:- Claro que não Lina, que isso.

Lina:- Nem vou falar nada. Vamos logo escravo, estou com fome.

Eu:- SEGURA AÍ!

Ela segurou forte no meu pescoço e eu desci correndo em direção á cozinha.

Lina:- PAULO CUIDADO.

Eu:- NÃO SOU ESCRAVO?

Lina:- ASSIM VOCÊ VAI PARA O TRONCO!

Eu:- AI! NÃO PRINCESA! ME DEIXA VIVER, EU SUPLICO.

Lina:- Ai amor, assim não vale.

Eu:- FUI MUITO CONVINCENTE NÉ? – Eu disse descendo as últimas escadas pulando –

Lina:- Não muito eu que tenho o coração bondoso. – Ela disse descendo das minhas costas quando chegamos na cozinha –

Sentei e a coloquei no meu colo.

Lina:- O que temos pra hoje?

Eu:- Suco de maracujá, torradas, pão e frios princesa Celina.

Lina:- Nada de frutas?

Eu:- Nada de frutas, vamos engordar mais um pouco.

Lina:- Você realmente está achando que estou gorda?!

Eu:- Não amor, para. Vamos comer.

Coloquei o suco nos nossos copos e peguei uma torrada com requeijão.

Eu:- Abre a boca.

Ela sorriu um pouco e fez o que eu pedi. Coloquei a torrada em sua boca e ela mordeu.

Lina:- Falta nutella amor.

Eu:- Com requeijão? Eca Lina!

Lina:- Tudo com nutella fica bom moço.

Eu:- Não tem Nutella, na verdade você podia me ajudar a fazer compras mais tarde.

Lina:- Pode ser... Falando em mais tarde, eu queria conversar com os meus pais agora pela manhã.

Eu:- Sem o pessoal?

Lina:- Eu sei que eles estão preocupados e agradeço por isso, mas eu já te envolvi nisso e já vou envolver os meus pais. Não quero que as pessoas carreguem pesos por mim.

Eu:- Eu entendo. Se você acha melhor, vamos assim que terminarmos aqui.

Lina:- Obrigada.

Ela beijou minha testa e continuamos tomando o nosso café.

Depois de uns 10 minutos subimos, nós trocamos e fomos para a casa dela. Assim que entramos ouvimos as vozes deles, seus pais, na cozinha, ela apertou minha mão e seguimos em direção a mesma, quando entramos eles levaram um susto provavelmente pelo fato de não estarmos no colégio.

Tio Ricardo:- O que vocês estão fazendo aqui?

Tia Giovanna:- Vocês não deveriam estar no colégio?

Lina:- Precisamos conversar com vocês.

Eu:- É um assunto sério.

Tio Ricardo:- Assunto sério? Você engravidou minha filha rapaz?

Tia Giovanna:- Pelo amor de Deus Celina.

Lina:- NÃO! Posso falar?

Tia Giovanna:- Sentem e contem!

Sentamos de frente para eles e ela respirou fundo antes de contar tudo que lembrava. Eu disse o que presenciei e eles pareceram bem chocados.

Tio Ricardo:- Ok, deixa eu vê se entendi. O garoto te deu êxtase?  E você tomou filha?

Lina:- Pai eu não sabia.

Tia Giovanna:- Não seja injusto Ricardo. Você está bem?

Lina:- Estou, agora estou.

Tio Ricardo:- Vamos no colégio agora mesmo resolver isso.

Lina:- Eu preciso ir?

Tio Ricardo:- É melhor, vem também Paulo.

Eu:- Com certeza.

Tio Ricardo:- Obrigado por cuidar bem dela rapaz.

Tia Giovanna:- É mesmo, obrigada de verdade.

Eu:- Nem precisam agradecer, eu faço o possível pra ela ficar bem.

Lina:- Vamos?

Tio Ricardo:- Agora mesmo.

Saímos e durante o caminho no carro não foi dito muitas coisas, eles apenas perguntaram sobre o assunto.

Assim que chegamos na escola demos o azar de estar na hora do intervalo ou seja todos daquela escola estavam com os olhares fixos em nós e nos pais da Lina. O pessoal também estava lá e quando nos viram vieram rapidamente em nossa direção.

Elena:- O que estão fazendo aqui?

Tia Giovanna:- Já sabemos de tudo e viemos resolver esse assunto.

Maju:- Ai! Graças a Deus.

Nathan:- Está bem Lina?

Lina:- Estou!

Eu:- Cadê o idiota?

Caíque:- Na última vez que nós o vimos, ele estava no corredor com seu novo grupinho...

Eu:- Grupinho?

Nathan:- Isso mesmo.

Tio Ricardo:- Fiquem longe desse menino em, ele não é uma boa influencia.

Elena:- Pai eu só chego perto dele pra dar porrada.

Tio Ricardo:- Elena...

Lina:- Menos maninha. 

Tia Giovanna:- Vamos né?

Maju:- Qualquer coisa é só chamar.

Lina:- Pode deixar.

Fomos em direção a diretoria e assim que a nossa linda diretora ficou sabendo que o assunto era sério, nos atendeu.

Rosangela:- Bom dia! Fiquei sabendo que o assunto é sério, o que houve?

Tia Giovanna:- Bom, a Lina passou por uma coisa...

Tia Giovanna começou falando e nos entramos em algumas partes da explicação.

Rosangela:- Ok! Eu vou busca-lo, só um momento.

Ela levantou com uma cara nada boa e saiu um pouco apressada.

Em menos de dois minutos ela voltou acompanhada do idiota.

Diego:- Pelo visto já vieram fazer fofoca...

Rosangela:- E pelo visto o senhor não vai nem se defender né?

Tia Giovanna:- Defender o que né? Você tem não respeito pelas pessoas?

Diego:- Tia fica na sua.

Tio Ricardo:- Mais respeito rapaz.

Eu:- QUER OUTRO SOCO IDIOTA?! – Eu disse/gritei levantando –

Diego:- VEM FORTÃO, DESSA VEZ EU TE QUEBRO.

Fui pra cima, mas a Lina me impediu junto com o tio Ricardo.

Lina:- Paulo para!

Rosangela:- OU! Segura esses punhos Sr. Augusto, lembra??

Eu:- Desculpa diretora.

Rosangela:- Eu queria muito tomar medidas diretas e drásticas, mas infelizmente o ocorrido não foi dentro do colégio...

Eu:- Então que dizer que a senhora não vai fazer nada??

Lina:- Como assim diretora?

Rosangela:- Posso terminar crianças?

Tio Ricardo:- Deixem ela continuar...

Rosangela:- Obrigada. Como ia dizendo, não posso tomar medidas tão drásticas, mas eu quero seus pais aqui para uma reunião comigo e com os senhores...

Diego:- Meus pais? Eles com toda certeza não vão ter tempo pra esse circo.

Rosangela:- Pois fique o senhor sabendo que terão sim, porque você só entra nesse colégio a partir de amanhã depois dessa reunião, isso SE você voltar.

Diego:- Isso pra mim é um favor, acredite.

Rosangela:- Vamos ver se será para eles, pode sair.

Ele saiu bufando e eu queria muito dá outro soco nele, serio.

Tia Giovanna:- Que menino abusado.

Rosangela:- Peço desculpas por isso.

Tio Ricardo:- Que isso, educação vem de casa.

Rosangela:- Bom, eu vou entrar em contato com os pais dele ainda hoje e marcar a reunião, assim que estiver tudo pronto eu entro em contato com os senhores.

Tia Giovanna:- Ok, muito obrigada.

Rosangela:- E Celina, qualquer coisa que acontecer aqui você pode me avisar ok?

Lina:- Ok, obrigada diretora.

Eu:- Pode deixar que eu aviso também, a Lina as vezes não tem boca, mas a minha vale por duas.

Rosangela:- Eu percebi muito bem.

Tio Ricardo:- Vamos?

Lina:- Sim!

Nos despedimos da diretora e saímos, assim que chegamos no pátio avistei o Diego e dei o meu melhor sorriso falso para ele que só faltou me matar com o olhar.

Elena:- Ou vão embora sem me contarem nada? Como assim??!

Lina:- Ela vai marcar uma reunião com os pais dele e até isso acontecer ele está suspenso das aulas.

Maju:- ADORO!

Caíque:- Você não deu nenhum soco nela cara?

Eu:- Queria muito, mas né...

Tia Giovanna:- Vocês só pensam em resolver as coisas assim...

Tio Ricardo:- Sei que não é o certo, mas até eu fiquei com vontade...

Lina:- Pai...

Eu:- Isso aí sogrinho.

Ele riu e nós resolvemos ir embora.

No caminho eu pedi para o meu lindo sogrinho nos deixar no supermercado e como ele é maravilhoso nos deixou lá dando algumas recomendações.

Lina:- Fez lista do que falta?

Eu:- Não e nem precisa, falta praticamente tudo.

Lina:- Como você está vivendo amor?

Eu:- Com o que tinha, mas está acabando né. –  eu disse enquanto pegava um carinho –

Lina:- Há quanto tempo aquela casa não vê faxina?

Eu:- Desde de que minha mãe foi embora.

Lina:- Paulo! Como assim?

Eu:- Ué, eu nem ligo pra isso.

Lina:- Ok, depois da manhã é sexta e estamos todos convocados a limpar aquela casa.

Eu:- Pra que?

Lina:- Você é porco pra viver no chiqueiro? Por Deus, vai ter faxina sim!

Eu:- Ok mandona, vamos logo.

Entramos no mercado e eu já fui em direção das bolachas.

Lina:- Nada de bolacha agora, vamos comprar comida de verdade.

Eu:- Ok! Estou pensando seriamente se vamos morar juntos quando nos casar.

Lina:- Casar? Pensa em casar comigo?

Eu:- Claro né amor, mas vamos morar em casas separadas...

Lina:- Você vive de besteiras amor...

Eu:- Mas é bom.

Lina:- Mas não é saudável – Ela disse pegando alguns pacotes de macarrão –

Eu:- Eu nem sei cozinhar tanto assim.

Lina:- Deixa de mentir, eu sei que sua mãe sempre te ensinou.

Eu:- Que merda...

Lina:- E seu pai amor?

Eu:- Sabe que eu não sei... Ele não vai em casa há tempos e liga poucas vezes, na verdade eu acho até que ele está com outra família.

Lina:- Nossa... E você vai ficar sozinho?

Eu:- Eu sei me virar Lina e já acordei desse mundinho perfeito que vivia. Ele está pagando todas as despesas e quando eu me formar, arrumo um trabalho e paro de depender dele.

Lina:- Sabe que pode ir ficar lá em casa quando quiser né?

Eu:- Olha eu amo muito todo mundo lá, mas prefiro só nos dois na minha.

Lina:- Para amor, vamos continuar.

Voltamos para as compras e mano ela comprou quase o mercado inteiro, incluindo legumes. Eu por algum acaso como legumes? É estou certo, não vamos morar juntos quando estivermos casados.

Depois de muito tempo lá dentro, saímos com o carinho cheio e como na dava pra voltar a pé fomos de uber. Já lá em casa ela me ajudou a guardar tudo e assim que terminamos ela resolveu ir embora.

  Como eu estava sozinho resolvi chamar os meninos pra jogar vídeo-game e enquanto eles vinham aproveitei para tomar um banho e ajeitar algumas coisas no meu quarto.

Duas semanas depois

                          POV CELINA

    Depois de duas semanas finalmente a diretora marcou a reunião com os pais do Diego, pelo visto eles eram realmente muito ocupados. Hoje ainda é segunda e a reunião só seria na sexta... Estamos sem aula essa semana, pois nosso colégio está passando por uma pintura, o ruim é que mais uma semana vai ser incluída no nosso ano letivo.

   Nesse momento são exatamente 13hrs e eu estou sozinha em casa, meus pais foram trabalhar, as meninas saíram para resolver algumas coisas pendentes da Maju e Paulo está com os meninos no apartamento, se não me engano eles estão jogando, eu até iria pra lá, mas ultimamente o Paulo vive comigo e os meninos com as meninas, acho melhor eles terem um tempo deles, sem contar que mais tarde eu provavelmente irei dormir por lá.

     Eu nunca liguei muito em ficar em casa sozinha, mas hoje eu estou em um tédio terrível e tédio me faz pensar em coisas que talvez eu não devesse. Eu ando meio confusa sobre aquele dia, não lembro muito das sensações que senti, mas é como se a minha mente, meu corpo, um "eu" que grita dentro de mim quisesse sentir novamente e isso está me deixando realmente mal, porque eu prometi á todos e principalmente ao Paulo que não usaria aquilo por vontade própria de forma alguma, sem contar que isso vai contra aos meus princípios eu sempre fui totalmente contra as drogas e agora estou em uma situação onde minha mente anda gritando por elas. Eu queria poder contar isso á alguém, mas não quero os preocupar com coisas minhas.

Talvez seja apenas coisa de momento. Será que vai ser ruim se usar só mais essa vez?

Por Deus, minha cabeça está parecendo um ninho de confusão.

Respira. Pensa. Viva. Essas foram as palavras que voaram na minha cabeça.

Respirei fundo e peguei meu celular, assim que o achei fui nos meus contados e achei o número que procurava, do Diego. Abri o whatsapp e mandei um “Oi”, não demorou muito  e ele respondeu.

Diego

Você me mandando mensagem? O que quer?

Eu preciso daquilo.

Ih!  Quer dizer que gostou?! Mas to fora lindinha, não estou afim de aturar seu namorado babaca e muito menos mais bronca dos meus pais. Você é chave de cadeia.

Tem como não falar do Paulo? Por favor.

E é serio, eu preciso disso.

Só porque você é lindinha, me passa seu endereço. Ta sozinha?

Por enquanto sim, mas é melhor a gente se encontrar numa praça aqui perto.

Sei qual é, em 10 minutos estou lá. Sem demoras.

Ok!

Isso pode dá muito errado? Pode. Mas prometo pra mim mesma que será a última vez.

Prendi meu cabelo, coloquei meu celular no bolso e fiquei esperando uns minutos antes de sair, assim que coloquei meu pé pra fora de casa meu celular tocou, era o Paulo. Pensei em não atender, mas não consegui.

    ~~ Ligação On ~~

Paulo:- Amor? Tá Tudo bem?

Eu:- Sim, por quê?

Paulo:- Sei lá, alguma coisa mandou eu te ligar.

Eu:- Está tudo bem.

Paulo:- Certeza? Não senti firmeza.

Eu:- Sim, está tudo bem amor.

Paulo:- Ok! Você vem aqui mais tarde né?

Eu:- Vou sim, mais tarde estou aí. Agora tenho que ir, vou lavar o cabelo.

Paulo:- Ok amor. Beijos, amo você.

Eu:- Amo você também, muito.

      ~~ Ligação Off ~~

Ele sentiu. Ele me ligou porque sentiu. Eu deveria ficar em casa e deixar isso pra lá?

Meu celular vibrou e era uma mensagem do Diego dizendo que já estava indo.

Resolvi deixar meus pensamentos de lado e segui em direção á praça. Ela não ficava longe da minha casa, então eu não demorei muito a chegar. Assim que cheguei o vi sentado em um banco e claro ele logo deu aquele sorrisinho debochado de sempre, fui em sua direção e percebi que a praça estava fazia, na verdade ela sempre estava.

Diego:- Eu sabia que você iria me procurar, só não pensei que seria tão rápido.

Eu:- Eu nem acredito que estou fazendo isso.

Diego:- Não preocupa lindinha, é bom sair desse mundo um pouco.

Eu:- Eu estou confusa.

Diego:- Acredite, eu também fiquei nas primeiras vezes, apenas sinta. Eu trouxe algumas outras coisas também, você vai curtir.

Ele me puxou pela mão e sentamos perto de uma árvore.

Diego:- Quer começar pelos novos?

Eu:- Eu só quero aquilo, sem coisas novas.

Diego:- Se solta lindinha. Eu trouxa bebida, alguém já te apresentou isso?

Eu:- Eu nunca bebi.

Diego:- Meu Deus, já está na hora né? Toma, essa é boa.

Ele me deu uma latinha já aberta e eu provei. Não era ruim.

Diego:- Curtiu né? Toma o que você quer...

Ele me deu um comprimido e eu tomei sem pensar duas vezes.

Não demorou muito para a adrenalina do meu corpo subir e logo eu já estava de pé com a latinha na mão.

Eu:- Mano, essa e uma das melhores sensações...

Diego:- Hoje vou te acompanhar – Ele disse tomando um comprimido amarelo –

Eu:- E A MÚSICA?

Diego:- Sem gritar lindinha, vai chamar atenção.

Eu:- Ok. Mas eu quero música – Eu disse sussurrando enquanto pulava –

Diego:- Vou colocar no celular, se controla.

Eu ri e logo que ouvi o som da batida comecei a pular mais ainda.

-

Eu realmente fiquei sem noção de tempo, o dia já parecia estar chegando no noturno e eu estava deitada na grama daquela praça apenas observado o céu enquanto o Diego fumava um cigarro. Bebi um pouco daquele liquido vermelho e aí lembrei que provavelmente meu namorado estava me esperando.

Eu:- Preciso ir embora.

Diego:- Já?

Eu:- Já estou muito tempo aqui, tenho que encontrar o Paulo.

Diego:- Você está chapada, não é uma boa ideia.

Eu:- Não estou não. Vou indo...

Diego:- Espera, termina essa bebida. Vou te deixar lá.

Assenti e terminei de beber minha latinha. Quando levantei me senti um pouco tonta e ele me segurou. Tirei seu cigarro da mão e traguei, aquilo era forte.

Diego:- Vai com calma louca, isso não é doce não.

Eu:- Tá, me deixa. Vamos logo.

Diego:- Ok lindinha, não morde.

Ri muito e fiz ele juntar toda a sujeira antes de irmos, quem diria, dois drogados “educados”.

Ele realmente me acompanhou até o prédio, na verdade ele é legal, tenho que confessar.

Diego:- Se possível toma um banho antes de ir encontrar com ele. Seus olhos estão vermelhos, não olha no rosto de ninguém. Na real, acho melhor você ir dormir, você tá meio bêbada também.

Eu:- Pra um menino revoltado, você está cheio de regras em... Ele nem vai perceber.

Diego:- Você burra mano. Nada de tocar no meu nome, não quero mais problemas.

Eu:- Pode deixar, dessa vez foi eu que quis.

Diego:- Vai lá lindinha, cuidado pra não cair. Ah você é uma boa parceira pra ficar chapado e outra que coisa, fala pro seu namorado que não tenho interesse amoroso ou sexual em você.

Eu:- Eu percebi isso, mas amo o ciúmes dele.

Diego:- Papo de mulher não, tchau.

Acenei e subi. Eu deveria ir pra casa, mas provavelmente meus pais já estavam lá. Ah, mas tudo que ele disse eu posso fazer no Paulo né? Vou ficar por lá mesmo.

Fui meio desorientada pelo corredor e assim que achei a porta do meu namorado toquei a campainha, ele não demorou e logo a porta foi aberta.

Eu:- Oi amozinho – Eu disse beijando ele –

Paulo:- Onde você estava? Por que você está com gosto de bebida? Todo mundo está atrás de você.

Eu:- Vai com calma amor, uma coisa por vez.

Paulo:- Seus olhos estão vermelhos. Celina, onde você estava?

Eu:- Em casa, deixa eu entrar.

Empurrei ele um pouco e entrei tentando não esbarrar em nada.

Elena:- CELINA! ONDE VOCÊ ESTAVA? EU QUASE MORRI.

Eu:- Eita, agora ferrou.

Nathan:- Lina?

Eu:- VAMOS FAZER ASSIM, SEM PERGUNTAS OK?

Caíque:- Ok, cadê a Celina??

Paulo:- É o que eu estou me perguntando. Me responde, onde você estava?

Eu:- Atrás do que eu precisava.

Maju:- Não me diz que...

Paulo:- MANO, VOCÊ PIROU??

Eu:- NÃO GRITA OU!

Elena:- Lina isso é errado, lembra que faz mal..

Maju:- Você não é a minha amiga...

Eu:- AI! PAREM DE SER CHATOS, VÃO VIVER A VIDA DE VOCÊS.

Elena:- CELINA PARA.

Eu:- PARA VOCÊ INSUPORTÁVEL, NINGUÉM TE AGUENTA ÁS VEZES SABIA?

Paulo:- OU! CHEGA! Galera vão pra casa, eu vou ficar com ela.

Elena:- Ela gritou comigo, disse que sou insuportável, eu sempre fiz tudo por ela...

Caíque:- Ei calma Lena, ela tá chapada.

Eu:- VOCÊS SEMPRE ARRANJANDO DESCULPAS.

Paulo:- Celina fica quieta. Levem elas daqui, não deixem elas irem pra casa assim. Eu vou dar um jeito nela.

Nathan:- Liga se precisar de ajuda.

Paulo:- Pode deixar.

Tirei os sapatos e me joguei no sofá, eu amo eles, mas eles são chatos, Deus me livre.

Paulo:- Você me prometeu. Você prometeu que não ia entrar nessa.

Eu:- Eu sei, mas eu realmente precisava. MINHA MENTE ESTAVA GRITANDO POR ISSO.

Paulo:- POR QUE VOCÊ NÃO VEIO CONVERSAR COMIGO? PORRA.

Eu:- NÃO ERA UMA CONVERSA QUE EU QUERIA, SE TOCA.

Paulo:- Lembra do que você disse pra mim quando eu usei essas coisas? – Ele disse chorando, eu odeio ver ele chorar –

Eu:- Ei, não chora – Falei levantando –

Paulo:- Não chega perto, eu não quero.

Eu:- Desculpa, eu... Eu só não sei...

Eu sentei e senti um peso na minha cabeça, ele limpou as lágrimas e chegou perto de mim.

Paulo:- Vem, vamos tomar um banho.

Eu:- Eu...

Paulo:- Eu realmente não quero conversar, vamos.

Senti minha consciência pesar e resolvi não protestar, ele só quer cuidar de mim, só queria o meu bem.

Levantei com sua ajuda e ele me levou para o banheiro, assim que chegamos lá, eu tirei minha roupa sem vergonha alguma enquanto ele preparava o Box. Dessa vez ele não me ajudou no banho, apenas esperou que eu o terminasse e quando isso aconteceu ele me entregou uma camisa sua e saiu. Terminei de me secar, coloquei sua camisa e segui para o quarto, havia um sanduíche e suco me esperando, ele não estava, mas quando eu comecei a comer mesmo sem fome, ouvi alguns suspiros pesados vindos do corredor, eu sabia que era choro, já tive muitos choros abafados lá no quarto... Eu queria muito ir até ele, mas sabia que eu era o motivo daquilo e dessa vez negativo, então apenas fiquei quieta terminando de comer.

Assim que terminei ele entrou no quanto com um copo de água na mão.

Paulo:- Toma esse remédio.

Tomei sem protestar e entreguei o copo de volta pra ele.

Paulo:- Pode dormir, eu vou ficar no quarto do meu pai.

Eu:- Fica comigo.

Ele me encarou por muito tempo antes de deitar ao meu lado. Dessa vez ele não me puxou pro seu peito e eu por pura vergonha resolvi ficar na minha.

Eu:- Me desculpa.

Paulo:- Não estamos em condição pra conversa e você muito menos pra pedir desculpas.

Eu:- Mas eu estou pedindo amor.

Paulo:- Mas não vai adiantar agora Celina, deixa pra conversar amanhã.

Eu:- Ok.

Paulo:- E eu realmente estou torcendo pra quando você acordar amanhã, sendo a minha Celina de verdade, se lembre de tudo que fez e falou hoje.

Fiquei em silêncio e ele virou pro outro lado colocando seus fones no ouvido.

Nessa noite está sendo difícil dormir. Minha cabeça dói, a pessoa que eu amo está chorando do meu lado e eu nem ao menos posso dar uma consolo, porque EU sou o motivo, eu sou o motivo...