História Como eu era antes de você? - Escolhas

                - Até quando a princesa vai continuar dormindo?
                Ao escutar aquela voz, meus olhos começaram a se abrir, sendo logo ofuscados pela luz do sol, então coloquei meu antebraço direito em direção a luz para tapá-la.
                - Levanta daí logo. Você me deve umas explicações. Disse Anthony com muita raiva.
                -Tsch. Resmunguei.
                - Você me prometeu que nunca faria nada assim desde a outra vez. E nem pense que foi coincidência eu te achar aqui! Já rodei praticamente a cidade inteira.
                - Você não entende, por mais que eu te fale, nunca vai entender...
                - Eu não preciso entender. Eu não quero entender. Eu quero te ajudar a superar e te mostrar que você não precisa desistir de tudo agora. Claro que seus pais podem não te dar à mínima, mas eu sempre vou dizer. Estarei com você enquanto meu coração continuar a bater.
                - Eu entendo, e agradeço muito seus sentimentos, mas eu não posso continuar naquela casa. Respondi.
                - Então saia da casa deles. Seus pais podem te rejeitar, mas os meus sempre estiveram de braços abertos. Todo esse espetáculo que você causou foi no mínimo infantil, e eu realmente espero que não aconteça de novo.
                - Me desculpe...
Depois que falei isso, Anthony me abraçou e pediu para que eu nunca mais o preocupasse daquele jeito. Depois disso, nos demos conta de que havíamos perdido o horário da escola, então fomos para a casa de Anthony onde os pais dele me encheram de sermões e broncas. Mais tarde, tomei coragem e voltei a minha casa onde tomei coragem para conversar seriamente com meus pais, e como esperado, eles não cederam, e foi ai que contei sobre minha decisão de sair de casa. Inicialmente, ficaram furiosos dizendo coisas como contas e custos para viver sozinho, por que claro não os havia falado sobre morar na cada de Anthony, e finalmente peguei todas as minhas coisas como: Roupas, produtos de higiene e beleza, etc. Coloquei-os todos em mochilas e os levei para a sala onde esperei o táxi para me levar. Poucos minutos após, meu pai, por mais que ele detestasse a idéia de morar sozinho me trouxe algo como um cartão de crédito para me ajudar com as despesas, me surpreendi de imediato, mas não recusei, afinal ele se propôs a me ajudar. Mais tarde, o táxi havia chegado e logo fui colocando meus pertences na mala. Depois de algum tempo, chegamos a residência de Anthony, onde seus pais e ele já me esperavam na porta e foram logo pegando minhas coisas e levando pra dentro.
                - Não se preocupe Anthony, pode ficar no quarto de hóspedes o tempo que precisar! Disse a mãe carinhosa de Anthony, Liz.
                - Se precisar de alguma coisa não hesite em nos dizer. Alertou Alfred, o pai de Anthony.
                - Agradeço por toda a hospitalidade de vocês!
Anthony que estava muito agitado por agora morarmos juntos me ajudou a guardar todos os meus pertences e após limparmos tudo decidimos ir a uma lanchonete que ficava a umas duas ruas dali para comer hambúrgueres. Depois de fazermos os pedidos e sentarmos pra comer Anthony começou a falar sobre o quanto odeia picles e rimos bastante sobre histórias de infância do passado até que ele me contou sobre algo um tanto quanto triste?
                - Eu e o Henry... Não estamos mais juntos.
                - Como assim? Vocês viviam grudados.
                - Ele é muito possessivo, além de bem grosso e depois da sua crise na escola e tals ele tava muito alterado, ai decidi terminar logo.
                - Só espero que ele não me culpe por isso e venha se vingar ou algo do tipo.
                - Não vai, eu deixei bem claro que isso não envolvia você.
                - Se ele souber que estou morando na sua casa, com certeza ele vai duvidar disso.
                - Enfim, vamos falar sobre outra coisa...
 Conversamos sobre mais algumas coisas e terminamos de comer, pagamos e fomos embora. Após anoitecer, ficamos em casa procurando coisas bobas na internet e rindo de piadas toscas. Até que o sono chegou para Anthony e ele foi para o quarto dele dormir, e eu fui ao meu, porém eu não tinha sono. Fiquei procurando ofertas ou algo do tipo em imóveis ou apartamentos em preços acessíveis. Até que desisti por hora e comecei a pegar no sono. No outro dia, fomos a escola e seguimos a mesma rotina, como de praxe, no ônibus Anthony e Henry se evitaram mas estava claro o climão que tava rolando. Ao fim do dia, decidimos dar uma volta no centro da cidade e acabamos comprando variados tipos de doces. Até pegamos um táxi para voltar para casa até que Anthony sugeriu que assistíssemos a um filme! Ele tava meio carente depois do término e perguntou se não podíamos assistir no meu quarto. Eu concordei e preparamos variados tipos de comida, pipocas, biscoitos, salgadinhos e algumas bebidas, e começamos a maratona. Demos várias risadas e fizemos mímica de algumas cenas e falas dos personagens até que uma hora ele cansou e deitou sua cabeça perto do meu ombro.
                - Chris, você nunca pensou em namorar?
                - Ué, por que  isso do nada?
                - Curiosidade.
                - Eu já tive algumas “namoradas”, mas foram coisas que não duraram nem dois meses direito, então nem chamo isso de relacionamento.
                - Entendo...
Após essa conversa, eu mudei de posição e desci da cama para sentar no chão e continuamos a assistir o filme em desenho animado. Instantes depois, o telefone de Anthony toca, e com preguiça de sair da cama, ele se estica o máximo que pode mas falha e cai em cima de mim, ficamos parados ali por alguns segundos até q ele levanta e tropeça na própria perna novamente e fica cara a cara comigo. Era tão estranho, quanto mais eu o olhava, mais ele se aproximava...
                - Anthony?
Até que, ele encostou os lábios dele nos meus rapidamente e depois se levantou gaguejando.
                - D D Desculpa eu não queria fazer isso, vou dormir, tchau!
                - Ei Anthony espera!
Antes que eu pudesse pará-lo, ele saiu correndo do quarto e se trancou no dele. Bati na porta e o chamei, mas ele não me atendeu, então desisti e voltei para o meu. Tentei não pensar muito no que havia acontecido, talvez ele só estivesse um pouco carente mesmo.
                Mas sem dúvida foi a primeira vez que beijei um homem.