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História Como Eu Me Tornei... - Perdões e boas-vindas


Escrita por: kauany_lucia

Capítulo 11 - Perdões e boas-vindas


Fanfic / Fanfiction Como Eu Me Tornei... - Perdões e boas-vindas

Eu abracei os meus joelhos contra o meu peito evitando o olhar insistente das pessoas em minha volta. Eu nem podia olhar para Alec; não queria olhar a dor e a tristeza tão claras em seu rosto angelical.

“Jane”.

Olhei para cima pra ver Aro se agachando em minha frente. Sua linda embora ainda terrível face estava a poucos centímetros da minha. Ele estava me observando minuciosamente, tentando ver se ele havia tomado a decisão certa, seus vermelhos olhos eram tão velhos, e sábios, me senti ainda pior diante de sua presença. Ele tocou levemente meu braço, mas eu recuei. Acho que ele captou a mensagem porque se levantou e andou graciosamente em direção aos seus companheiros.

Nós estávamos em uma longa sala de teto alto, com intrincados desenhos esculpidos em madeira e pilares de pedra que sustentavam o telhado. Na sala estávamos eu, Aro, Alec, Demetri – meu-guarda – e sete outros os quais não sabia os nomes. Demetri foi quem me encontrou, Aro disse que ele era um rastreador, ele tinha a habilidade de encontrar qualquer pessoa em qualquer lugar. Eu não o admirava por isso e tomei uma súbita e irracional aversão ao grande e musculoso homem de cabelos escuros. Ele era amigável o bastante eu suponho. Ele me disse que tinha vindo de Volterra. Isso me confortou um pouco, mas não muito.

As outras pessoas na sala eram variadas. Seis homens e uma mulher. Três dos homens estavam de pé em torno de Aro e todos eles pareciam estar tendo em uma discussão bastante séria. Desses três, aquele que mais me chamou a atenção foi um pálido homem com cabelo loiro bem curto. Não que todos nós não fossemos pálidos, Aro em especial, mas este homem parecia bem mais jovem do que Aro, eu supunha, não apenas em suas características, ele não poderia ter mais de vinte e cinco anos, mas também na sua pele. Era uma pele vibrante, branca, pura, não como a de Aro, quase transparente como papel. Ele era alto e esbelto, com uma curiosa expressão que retratava uma sede por conhecimento. Mas não foi sua aparência estranha que me surpreendeu, mas seus olhos.

Eu estava tão acostumada ao vermelho dos meus companheiros, que seus olhos foram um choque. Eles eram dourados.

Naquele momento, ele olhou para cima, olhando para mim com um misto de curiosidade e de tristeza, como se ele estivesse com pena de mim. Olhei para ele, uma onda de raiva correndo através de meu corpo. Eu não precisava de sua pena. Eu não precisava da pena de ninguém. Eu só precisava de Ann. . . . .

O pensamento parou de repente e fechei meus olhos, movendo minhaa cabeça de volta à sua posição abaixada. Eu fiquei assim ao que me parecia ser eterno, ouvindo Aro, o loiro homem e dois outros falando em uma língua diferente do meu próprio italiano.

Oh, como eu desejei estar de volta ao fundo do oceano. Para sentir a água enquanto lavava e rodopiava em torno do meu corpo, ir à deriva, sem nenhuma preocupação no profundo mar azul.

Fui despertado dos meus conscientes sonhos ao som de altas vozes.

“Ela é tão jovem, Aro!” O homem do lado esquerdo de Aro estava gritando, sua voz foi abaixada como quisesse que fosse ouvida. Uma invisível brisa parecia estar brincando com seus cabelos na altura de seus ombros, tão branco que era tão pálido quanto sua pele translúcida, caindo em volta de seu velho rosto.

“Mas Caius, pense sobre o que Eleazar viu, nós seríamos imbatíveis!” Nesse ponto o homem de olhos dourados, um de estatura mediana e cabelos escuros – que eu viria a descobrir mais tarde sendo Eleazar – e o ultimo, um homem alto de longos cabelos, olharam pra ele. O homem de olhos dourados parecia incrédulo, e aquele de cabelos negros, me esforcei para decifrá-lo tentando desvendar sua expressão. Parecia em branco? Vago de emoção.

“Aro, ela nos expôs, ela. . . ” Caius olhou para responder, seus olhos rubros sobre mim, e de volta para seu irmão. Aro ergueu uma branca e fina mão para detê-lo.

“Detalhes, meros detalhes”.

“Você, você usaria uma criança? Para isso?” O de olhos dourados falou, sua vos era macia e estrangeira, mas eu não pude distinguir o sotaque. Olhei pra ele, irritada. Eu não era uma criança!

De repente ele estava no chão, gritando, chorando de dor e se contorcendo. E então uma imagem me atingiu, e estava turva como se olhada através de um nevoeiro.

“ANNA!”

Eu tentei gritar através do pedaço de trapo sujo. Eu a vi, lágrimas deslizando pelo seu quase perfeito rosto, implorando para o que parecia ser um General para que nos deixasse ir. Quando ele balança a cabeça Anna começa a gritar de angústia, pedindo e implorando para que fossemos libertados.

De repente, o General se vira e a golpeia com força no rosto, deixando uma grande marca vermelha. Eu sinto a raiva e fúria fervendo dentro de mim até me encontrar desejando com todas as minhas forças que pudesse ferir o homem horrível tanto quanto possível. Eu olho para ele, desejando e ansiando. De repente, ele derruba Alec e começa a se debater, se agitando e balançando para frente e para trás de forma incontrolável, como se estivesse em transe, um olhar de dor e medo descrito em seu rosto. O que está acontecendo? Aos poucos, ele começa a se acalmar, depois de respirar profundamente, ele desmaia.

Eu ofeguei em voz alta, minha concentração se acabando. Naquele momento, o estrangeiro de olhos dourados relaxou, seus músculos ainda levemente se contorcendo. No entanto, após poucos segundos ele estava de pé novamente, olhando pra mim com espanto.

“Ela fez isso?” Seus olhos desviaram para Aro, sua face tranqüila estava composta e por um momento eu quase pensei ter visto um sorriso. Olhei pra ele, a raiva ainda pulsando dentro de mim. Seu sorriso se foi, seus lábios finos de transformando em uma esquelética linha branca.

“Sim” Aro meditou.

Pisquei. Eu tinha?

“Então irmãos, ” Aro continuou, se virando para encarar os outros dois homens “Qual é o veredito de vocês agora?”

O homem de cabelos pretos como um zumbi piscou para Aro.

“Eu duvido que nossa opinião vai realmente afetar o assunto como um todo. ”

“Ora Marcus, você está certo. ” Aro deu um enjonado sorriso doce e esfregou suas mãos. “Então”, ele virou-se para me encarar. “Você, no seu tempo de contemplação, considerou minha oferta?”.

Olhei pra ele vagamente. Oferta?

“Pois temo que você se não a considerou” sua voz estava de repente calma e ameaçadora “Então você não terá mais nenhum uso pra nós. ”

Então percebi.

“O que seu ‘guarda’ faz? Eu perguntei, suspeitando automaticamente.

“Bem, eu acho que agora você sabe o que nós” ele parou, procurando pela palavra certa, “somos. Sim, o que nós fazemos”.

Sim, certamente eu sabia disso. Eu lancei um olhar sombrio para Alec que estava parado silenciosamnente em um canto. Eu acenei e ele continuou.

“Veja você, eles tem que ser mantidos em ordem, os outros eu quero dizer. ”

“Há outros?”

Ele pareceu momentaneamente pego pela minha pergunta e inclinou a cabeça, franzindo o rosto.

“É claro. ”

“Oh” Eu absorvi a informação. “e por ‘manter em ordem’ você quer dizer. . . ” Eu gesticulei para que ele continuasse.

“Bem, obviamente os humanos não podem saber sobre nós, e bem, ocasionalmente eles tem que ser lembrados sobre isso.”

A maneira como ele disse ‘lembrados’ me fez pensar que isso poderia se aplicar a mim. Engoli em seco, pensando em minha caça e de repente eu sabia que tinha de aceitar fazer parte, ou eu não existiria mais.

“Ok.” Eu disse, relutante. Ouvi um suspiro de alívio e olhei para Alec, que parecia estar prestes a chorar de alívio.

Aro sorriu.

“Então minha criança”, disse ele, abrindo seus finos braços para abraçar-me, “Seja bem vinda.”



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