– Ele é louco por te deixar atender os clientes com uma roupa dessas. – Treena riu e virou-se pra terminar as panquecas que estava fazendo. Olhei para baixo, analisando minha meia-calça amarela.
– As pessoas gostam do meu estilo divertido e ousado. – disse, dando de ombros. – Você que é muito normal.
– Não fique magoada, Lou. Sabe que te amo.
Sentei-me na cadeira e debrucei sobre a mesa. Desde pequena tive um estilo exótico e alegre. Bom, quase toda as crianças são assim. A diferença é que quando crescem tendem a mudar esse estilo.
– Eu arrumei um emprego. – disse Treena, enquanto se juntava á mim na mesa. – Agora vendo plantas.
Dei um sorriso.
– Parabéns! É um grande trabalho. Se pensar bem, pode ser promovida e... Bom, se você fora promovida não vai mudar nada mesmo.
Ela mostrou a língua.
– Você devia ir catar coquinho.
***
– Parece que vai chover. – Oliver, meu chefe, comentou enquanto observava a rua.
– É verdade.
– Pode tirar um intervalo agora Louisa. Volte ás 13:00.
– Até mais.
Peguei meu casaco e guarda-chuva e segui rua afora. Avistei Patrick sentado no banquinho da praça.
– Oi amor. Que surpresa. – dei um sorriso amarelo.
– Lou, precisamos conversar.
– O que houve?
Patrick pigarreou. Ah, não. Ah, não.
– Eu... Eu tenho outra pessoa.
– Como assim? Você só pode estar brincando. Ainda não é 1º de Abril, Patrick. – dei uma risada nervosa.
– Não estou brincando, Lou. Me desculpe.
– Me desculpe? É tudo o que você tem a dizer? – rosnei. – Você é um cafageste sem vergonha. – estava chorando sem perceber.
– Eu não tive culpa, Lou... Por favor, não faça isso.
– Ah, sim. Até porque seu pau não podia ficar 1 segundo sem entrar em alguém. Você devia sentir repulsa de si mesmo. Porque eu estou sentindo. Parabéns, seu babaca. – sorri. - Eu fui tão idiota. Vai se foder. – Virei-me e sai dando passos decididos.
– Louisa, espere!
Mostrei o dedo do meio e fui correndo até o café.
***
– O que aconteceu, Louisa?
Todos presentes olharam pra mim. Virei-me para o espelho. Minha cara estava vermelha e borrada de rímel.
– Nada de importante. – funguei e dei o melhor sorriso que podia no momento. – Não estou com fome. Posso trabalhar?
– Está bem. – ele deu leves palmadinhas nas minhas costas e seguiu em direção á cozinha. Olhei para as pessoas que estavam lá. Um homem estava me encarando. Fiz uma cara feia e ele enfiou a cara no jornal.
Fui para trás do caixa e comecei a arrumar o que já estava arrumado. Como pude ser tão idiota? Estava sentindo o sangue esquentar em minhas veias.
– Moça. – uma voz grave me chamou.
– Posso ajudar?
– Vim fechar a conta.
– Mesa 4. Café e torrada.
- Sim.
- Deu 6,50. Qual a forma de pagamento?
Comecei a encara-lo. Até que era bonitinho.
– Então... Louisa, não? – ele sorriu.
– Uhum.
– Gostaria de sair comigo?
O quê?
– O quê?
– Sem pressão. Só achei você meio depressiva pra uma garota tão bonita.
Preciso esquecer Patrick, pensei. Não seria ruim sair com um bonitão. Sou uma dada. Isso é normal, Lou. É você tentando superar. Olhei para trás, e meu chefe estava entretido com a massa do pão que estava fazendo. Encarei o moço, respirei fundo, e escrevi meu número num papel.
– Aqui. Me ligue depois das 18:30.
– Claro. Será um prazer. - ele deu um sorriso intimidador. Mas eu não estava pensando direito, então não liguei.
– Á propósito, meu nome é Will. - ele estendeu a mão. - Will Traynor.
– Beleza. E a forma de pagamento?
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