História Como fazer um lobo mau se apaixonar por mim? - Porque resolveu me agarrar? Estou cheiroso?

Acordei desnorteado sentia o chão gelado encostando em uma das minhas bochechas. Abri meus olhos lentamente reparando que estava estirado no chão com um lençol branco enrolado em minhas pernas, meus cobertores espalhados pela cama junto com os dois travesseiros.

Observei também o quarto e havia roupas espalhadas pelo chão, na poltrona amarela meu notebook estava desligado – não me lembro de tê-lo deixado ali – a porta estava aberta e um ar frio entrava tentei me levantar, mas acabei me sentando no chão novamente, bocejando mais de uma vez.

Meu short azul quase sumia em minhas coxas e a camisa que usava estava também desalinhada em meu corpo. Talvez fosse o sono ou apenas quisesse mesmo fazer o que iria fazer – coloquei um sorriso no rosto e chamei o nome que tanto gostava de pronunciar.

– Derek! – Gritei seu nome me arrependendo no mesmo momento de fazê-lo.

Tinha ficado nas nuvens com o beijo e o encontro meio desastroso que tive com ele. Depois do jantar me sentia irritado e imensamente frustrado com tudo, contudo a lembrança dos seus lábios tocando em minha pele – macio, molhado e quente – me fazia esquecer qualquer outra coisa.

Nesses dias que passei ao lado do Derek meus pesadelos simplesmente desapareceram, mas naquela noite em especifico acordei assustado – não foi um sonho muito agradável – não era à toa que havia acordado no chão. E nesses momentos difíceis meu pai sempre me ajudava, porém ele não estava ali. 

Derek apareceu na porta com uma expressão emburrada – parecia preste a matar alguém – seu pijama e cabelos estavam bagunçados como se tivesse acabado de acordar. Sorri, afinal ele estava fofo.

– O que foi? – Perguntou olhando para todo quarto e se concentrando em mim sem entender o porquê de tê-lo chamado.

– Me abraça. – Pedi abrindo os braços e falando manhosamente, mordi meu lábio inferior quando ouvi quase como um rosnado sair de sua boca.

– Vai se ferrar Stiles!!! Você me acorda de madrugada para me pedir um abraço? – Falava se aproximando mais de mim. Seus olhos verdes se tornaram quase azuis. Que medo! Não queria vê-lo se tornando um lobisomem logo tão cedo.

– Só tive um pesadelo seu mau humorado! – Respondi cruzando meus braços e virando meu rosto formando um biquinho nesse processo todo. – Não queria ficar sozinho. – Sussurrei sendo ouvido é claro.

O mesmo desfez a cara irritada e se agachou ficando de joelho na minha frente e com um suspiro de desistência passou seus braços em volta da minha cintura me puxando para junto dele. Apoiando seu rosto na curva do meu pescoço.

E no primeiro instante fiquei em choque, mas logo retribui o gesto fazendo meu rosto afundar na curva do seu pescoço. O seu cheiro invadiu minhas narinas – era tão agradável – meus músculos que até uma hora atrás estavam tensos relaxaram.

Sorri animado, e quase me sentei em seu colo devido a nossa aproximação. Queria tanto continuar daquele jeito, mas sua respiração quente em contato com minha pele me fez ter sensações que seria um milagre senão tivesse uma ereção.

–Obrigado Derek. – Disse sorrindo e por incrível que pareça fui retribuído com um lindo sorriso que mostrava seus caninos charmosos.

–Quer me contar o que ouve? – Perguntou calmamente deixando o tom irritado de lado.

–Meu pai. – Respondi e ele se afastou.

–O que tem ele? - Perguntou coçando a sua barba.

–Não sei se eu disse para você, mas ele não concordou com minha escolha... Me refiro a ter dito que te amava, nunca o vi tão bravo a ponto de quase me bater...Fiquei tão assustado que fugi de casa... Não me olhe assim, ok? Eu estava com medo.

–E resolveu vim pra cá. – Suspirou me encarando indignado. - Seu pai deve estar muito preocupado Stiles.

–Não está, porque já liguei diversas vezes e ele não atende... Pedi ao Scott dar seu endereço quando ele se interessar, mas até agora nada.

–Stiles você não precisa chorar, fica muito estranho quando está assim. – Falou passando as pontas de seus dedos em meus olhos limpando as lágrimas.

–Desculpe. – Pedi começando a soluçar.

Eram tantas informações juntas que chorar era a única coisa que conseguia no momento. Me sentia tão cansado e esgotado que queria abraça-lo de novo, e não podia fazer algo tão íntimo afinal hipoteticamente éramos estranhos um para o outro. Levei minhas mãos novamente ao meu rosto limpando o que dava, mas isso só deixou tudo mais machucado e vermelho, e senti quando Derek tocou em meus cabelos provavelmente fazendo um cafune.

–Respire fundo e tente se acalmar. – Pediu levando sua outra mão as minhas costas fazendo um ótimo carinho. – Você passou por muitas coisas nessas semanas então o melhor a se fazer é relaxar.

Acenei com a cabeça positivamente e o abracei de novo. O calor do seu corpo era uma das melhores sensações que já havia experimentado naquele dia.

– Boa noite Stiles.

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Não sabia a hora que tinha acordado muito menos porque me sentia tão quentinho e apertadinho em braços que não conhecia. Encarei tudo a minha volta e percebi que não estava em meu quarto. As paredes, os móveis e a decoração eram diferentes, mas o mais chocante de tudo era que estava sendo abraçado possessivamente por Derek.

Sim, estava sendo abraçado por ele com tanta gentileza que corei e acabei enterrando meu rosto em seu peito sentindo o gostoso aroma que exalava dele. Não queria pensar na possibilidade de ser um sonho e que podia acordar qualquer hora. Estava confuso, contudo se tinha algo que tinha absoluta certeza era o quanto queria ser abraçado por ele. Me sentia um ursinho de pelúcia naqueles braços.

–Stiles, acordado? – Perguntou bem próximo do meu ouvido e me arrepiei todo. – Está tremendo, tudo bem? 

–Sim, só não sei o que faço aqui... – Sussurrei inspirando mais um pouco do seu cheiro, enquanto as mãos grandes de Derek seguravam com força minha cintura.

–Você dormiu em meu colo e como você não me largava te trouxe para minha cama...  Espero que não se importe? - Perguntou me afastando um pouco e encarando meus olhos que tentavam a todo custo não o encarar. – Ei, Stiles o que foi? 

Seu nariz cutucou maliciosamente a curva do meu pescoço fungando fortemente meu cheiro. Mordi meu lábio inferior para não gemer, já que isso acabaria com o clima de normalidade que tentava impor. Seus dedos deslizaram até meu bumbum – sim, até ele – senti suas mãos apertarem minhas nádegas, e gemi baixinho quando o mesmo colocou mais força roçando um de seus joelhos em meu pênis. Merda, não numa hora dessa! Se continuasse a fazer isso com certeza morreria de vergonha.

–Derek, para. – Falei tomando coragem para me afastar e me sentar no colchão. – Mas, o que? Derek! 

Aquele idiota voltou a dormir sem nem resmungar ou pensar no que estava fazendo – que vergonha! – mas tenho que admitir que era fofo dormindo. Sua boca estava entre aberta e podia ouvir seu ronco baixinho, nunca tinha parado para notar mais sua barba ficava extremamente bonita com os traços fortes do seu rosto.

–Escute seu sourwolf atrevido é bom que quando acordar não tente me agarrar... Mesmo querendo muito, contudo não vamos pular as etapas, ok? Agora me diga o que faço com esse incomodo no meio das minhas pernas. Era só o que faltava, entretanto eu agradeço por ter me trazido até aqui eu realmente estou me sentindo melhor. Obrigado. – Pedi quase sussurrando e tocando gentilmente nos seus cabelos. Tirei os fios que caiam em sua testa para poder beijar delicadamente aquela área. – Ei, eu te amo Derek Hale. 

Queria que ele pudesse ter acordado e gritado um grande "EU TAMBÉM", mas seria improvável então apenas me preocupei em ir tomar um bom banho para passar o tal incomodo. Me levantei espreguiçando e relaxando meus músculos. Fiquei vermelho novamente ao me lembrar das mãos bobas, contudo preferi não pensar mito no assusto senão ficaria louco. E vamos combinar que isso não seria nada bom. 

Me pergunto se vocês já tiveram um amor não correspondido? Aquele que faz seu peito pular toda vez que o vê ou apenas por vê-lo sorrir – você já fica feliz – eu o amava demais, mas não esperava de imediato uma resposta calorosa. Tenho medo de me apegar a essas coisas pequenas como os toques, beijos, olhares, sorrisos e as palavras gentis e transforma-los em uma esperança que talvez não exista. Era como pegar uma pequena brasa e faze-la virar uma fogueira, mas os ventos fortes sempre apagariam e na minha opinião o vento me odiava... 

Estava em um mundo que era repleto de coisas sobrenaturais, e ironicamente tinha me apaixonado por uma. Então o que um humano faria com um lobisomem? Na lua cheia ele iria embora e eu ficaria sozinho. Mas sou altruísta e sei que no final vai dar certo.

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–Bom dia Derek! – Disse com grande sorriso mexendo os ovos na frigideira, enquanto com outra mão virava os bacons.

–Você acordou cedo não? – Falou se sentando na cadeira e jogando os braços na mesa bocejando por conta do sono, como se não estivesse dormindo a séculos. 

Parecia não lembrar de ter tocado em minha bunda. Seu lobo pervertido e totalmente esquecido, deveria ter te dado uma grande surra!

–Espero que goste de ovos mexidos, fiz suco também... 

–Você daria uma ótima esposa principalmente com esse avental. – Disse sorrindo alegremente se levantando e pegando os talheres. Parou bem ao meu lado inclinando o pescoço para ver o que fazia e acabou encostando sua bochecha na minha.

–Ei, não me chame de esposa Derek! – Disse ficando envergonhado pelas palavras e pela aproximação repentina. 

–Você tomou banho? – Perguntou roçando seu nariz novamente em meu pescoço e seus dedos tocarem em meus cabelos puxando-os um pouco. 

Na minha opinião ele só podia estar bêbado – com toda certeza estava – não era do seu feitio me tocar tanto assim. Eu até que gostava, mas estava ficando estranho.

–Sim, porque pergunta? – Perguntei me assustando quando senti seu peito encostar nas minhas costas. 

–O cheiro é tão bom. – Sussurrou deixando minhas pernas bambas e a colher que segurava até uma hora atrás caiu no chão.

–Hum... Derek... Pare sim, vou acabar queimando tudo e estou com fome... Não aperte aí droga! Hum... Você... ah... Derek seu lobo idiota PARE!!!! – Gritei o afastando e percebendo os olhos azuis me encararem como se estivesse pronto para me comer.

Todo meu corpo estava derretendo onde suas mãos tocavam – parecia que tinha sido jogado em um forno – tentava respirar, contudo não conseguia lembrar como. Tremi tanto que minhas pernas estavam quase cedendo e só acordei do transe quando o cheiro de queimado ficou presente na cozinha. Me virei rapidamente apagando o fogo e em seguida o encarei irritado – realmente estava com fome e agora ficaria sem meus bacons. 

–Stiles, me desculpe não sei o que está acontecendo comigo... – Disse levando as mãos aos seus olhos, as esferas antes verdes brilhavam tão intensamente no azul que me sentia intimidado. –O que você usou? 

–Como assim? – Perguntei confuso observando seu rosto se transformar em um misto de confusão, irritação e prazer. Ele fungou o ar novamente e sorriu predatoriamente.

–O cheiro... usou que perfume? – Perguntou se aproximando de novo só que agora segurando firme meus braços. Podia sentir suas unhas antes curvas se alongarem e se transformarem em pontudas e afiadas rasgando o pano de minha blusa. 

–Está me assustando de verdade Derek. – Falei tentando me soltar, mas só resultou em um aperto mais forte e de novo encostou seu rosto em meu pescoço.

–Me diga o que usou? – Pediu com muita insistência. E quando digo "Com muita insistência" quero dizer que tinha dentes bem afiados e perigosos apontados para mim. 

–Um... perfume que estava... em seu... hm... Quer parar de me cheirar droga? – Gritei me confundindo todo por seu nariz roçar toda hora em minha pele. – O vidrinho verde que estava no seu guarda roupa... Eu o usei... Agora me solta Derek Hale... Ou não! 

Ele rosnou para mim, sim rosnou como um cachorro furioso. E começou a morder aquela região e por consequência pensei no que não devia, como por exemplo que isso é um sinal que ele está me amando ou que a merda do vidrinho verde era algum tipo de afrodisíaco.

–Stiles, ninguém ensinou que não deve usar as coisas dos outros? – Perguntou mordendo o lóbulo da minha orelha o que me fez gemer. – Esse cheiro é tão bom e excitante... 

Suas mãos que até uma hora tocavam minha cintura tomaram a liberdade de me soltar quando não lutava mais. As pontas de seus dedos deslizaram pelo meu peito abrindo lentamente os botões que fechavam minha camiseta, fiquei quente ao sentir o seu toque – cada parte que tocava pegava fogo - seus lábios que brincavam sem pudor com minha orelha desceram deixando um rasto de mordidas por onde passava, sua língua provava o quanto podia o sabor da minha pele, enquanto seus dedos deslizaram até o cós da minha calça. 

Estava tão atordoado com tudo que quando percebi que ficaria sem minha roupa de baixo voltei imediatamente a racionar. Minha primeira alternativa foi pegar o cabo da frigideira segurar o mais firme que conseguia e bater com força na cabeça de Derek, fazendo com que o ovo mexido se espalhasse no chão e o lobisomem caísse em cima das coisinhas amarelas ficando imóvel. Respirei um, duas, três vezes se possível tentando me acalmar, mas não conseguia principalmente quando me agachei e vi todo aquele sangue saindo da cabeça do meu sourwolf. 

Eu tinha matado Derek Hale com uma frigideira... Meu Deus... O que estava pensando quando bati na sua cabeça com isso? Bem ele é um lobisomem então não vai morrer por causa de uma frigideira, mas essa panela é bem firme e pesada e se tiver estourado alguma coisa dentro dessa cabeça orgulhosa? 

Comecei a andar de um lado para o outro tentando raciocinar o que fazer, podia chamar a ambulância, mas como dizer que tinha batido em alguém com uma frigideira? Sabe, ele tentou me agarrar e "PAW" estava no chão cheio de sangue... Tem tanto sangue... Odeio sangue... 
Ambulância... Sim... vou ligar para uma e... 

–Stiles... – Sussurrou segurando fortemente meu tornozelo. - V-Vou matar você... 

Pelo susto que levei bati com a frigideira de novo em seu rosto fazendo literalmente agora morrer. Na verdade, desmaiar já que seu peito continuava a subir e descer num ritmo constante. 

–Agora estou literalmente ferrado!