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História Como Fogo e Gelo - Cabeça Quente


Escrita por: EroSeven e KeshaGang

Notas do Autor


NOI!
OI LÁ!
Capítulo da madrugada para vocês ~
Esse foi o mais longo até agora oeifoienfoekswdmk não temos muito a dizer :v então apenas esperamos que gostem :')
Boa leitura SZSZ
Kissus Kissus

Ja nee ^^

Capítulo 5 - Cabeça Quente


Lian

...Cinco Semanas Depois...

Eu já havia me acostumado com Adriel; é claro, tive de me esforçar para nos encaixarmos, e isso era um sinal de que eu queria sua amizade, mas talvez ele ainda não tivesse reparado no quão importante ela havia se tornado para mim. Era insuportável ficar sozinho depois que o conheci, Adriel havia conseguido minha amizade com muita facilidade, e eu não previa a mudança que aquele cara faria na minha vida. Isso soa estranho da boca de um cara como eu, sempre fui um lobo solitário, não me importava com ninguém a não ser o que era meu, e eu meio que continuo assim.

Mas aquele filho da mãe conseguiu criar um sentido e importância para o meu dia a dia. Ele me trazia um calor reconfortante, fazia o meu dia ficar menos frio e mais agradável. Porém, quando o assunto é meu emocional, já se pode imaginar vários problemas, sabe?! Eu já disse milhões de vezes que eu não confio nas pessoas facilmente e, quando há uma exceção nesta minha regra, eu fico aterrorizado. Adriel me faz rir de uma forma que ninguém jamais conseguiu na vida, e eu quero confiar nele (e confio), porém não posso deixar de ficar com medo, eu ainda assim fiquei eternamente marcado por essa minha mania de perseguição.

Até Sammy me fala para parar de ser um idiota burro e relaxar, que tem algumas pessoas que não são tão monstruosas como a maioria.

Mas porra, o cara chega no meio do ano, com o pé na porta da minha vida e se torna algo muito importante em apenas alguns meses!

Eu estava pensando diariamente nele. Talvez ele fosse um presente, me lembrar do rosto alegre dele, uma boa sorte numa vida em que tem se azar até no azar (tirando o fato da minha família estar literalmente apodrecendo pela riqueza, ter dinheiro nem é tão bom assim); ele emitia tanta luz, sempre sorrido agradavelmente para mim, como se eu fosse algo tão precioso a ponto de o trazer felicidade apenas pelo simples fato de ser meu amigo. Eu odeio quando ele pende aquele cabelo ruivo dele.

Demorou um pouco para eu perceber que estava vidrado no banco do motorista do meu carro, estacionado no mesmo lugar de sempre. Encarando vagamente a entrada da escola, observando as pessoas conversando e vivendo as suas vidas.

Seria igual ao começo da história, quase idêntico; até pela parte do refrigerante e pela música, só que desta vez eu não estava tendo pensamentos filosóficos sobre como a sociedade é uma merda, mas sim com a mente completamente focada em Adriel, e dessa vez, não apenas observando-o como uma "carne fresca", mas sim tentando achá-lo, o garoto alto dos cabelos ruivos vindo com a sua bicicleta preta.

– Que merda! – murmurei nervoso enquanto colocava meus cabelos negros para trás novamente, pegando o meu celular e verificando as mensagens que havia mandado a ele.

"Que horas você vai ir? Quer que eu te leve?"

Queria realmente perguntar o porquê de ele estar demorando tanto, ele nem havia visualizado! Mas iria passar um ar desesperado se eu mandasse milhões de mensagens, por mais que eu quisesse. Ele já havia me dito que eu não precisava dar carona pra ele, mas mesmo assim eu queria. Queria perguntar onde ele estava, se ele iria faltar hoje...

Ele não estava demorando, eu sabia disso, mas estava ansioso para vê-lo, por algum motivo eu queria ter ele por perto.

Eu estava ficando maluco. E o pânico de perceber isso só me deixava ainda mais paranoico, sempre apontando o mínimo de demonstração de afeto, como se fosse algo sujo ou ruim, defeitos que deveriam ser consertados.

Mas todos esses sentimentos iam embora quando Adriel chegava na escola.

O simples fato de ele estar perto de mim me fazia ficar relaxado e feliz, e não é aquela felicidade entre aspas para quando estou em família, é um simples sentimento de que eu tinha alguém para ser o meu porto seguro.

Todo o medo que eu sentia dentro daquele carro derretia como gelo quando eu simplesmente lembrava de algo tosco que ele fez para me fazer rir.

E mais uma vez os meus pensamentos filosóficos sobre sentimentos foram embora quando, do nada, Adriel apareceu pedalando naquela bicicleta como um louco, suado e com a cabeleira ruiva desarrumada e solta (o que não prejudicava tanto a sua aparência), usava o de sempre, camiseta branca amassada, calças jeans azul rasgada, e o mesmo suéter azul-escuro.

Eu sorri como um tolo quando ele chegou, eu havia percebido isso, mas continuei sorrindo, ele virou a sua bicicleta em direção ao meu carro, ele estava com aquele sorriso agradável no rosto. Adriel virou sua bicicleta ao lado do meu carro, desceu e a deixou no chão, todo alegre.

Abri a porta do carro, desliguei o rádio, peguei minha mochila e, antes mesmo que pudesse sair do carro direito, Adriel já veio correndo, todo animado, mais do que o normal por sinal.

Eu já havia comentado que ele estava tendo uma queda por uma das lideres de torcida mais gatas, Charlie, a garota afro-americana que vivia disputando o cargo de chefe das líderes. É, e quem nunca teve uma queda por essa garota?! Quando eu era mais novo, sim, eu tinha uma leve queda, menos do que isso, eu queria apenas ter ela para mim, algo superficialmente tolo, um desejo de me mostrar ser o melhor.

Trocamos um toque de mão, e logo perguntei:

– Qual o motivo de tanta animação logo cedo?

– Cara! – ele sorriu, pegando seu celular – É ela!

– É a garota? – perguntei, olhando para o lado e, de longe, vendo Charlie Foster conversando com sua rival, seu black power a destacado de todas as outras garotas. Qual é a dessas meninas que fingem ser amiga das pessoas que odeiam?

– Sim, ela mesma! – e então ele me mostrou seu celular aberto na tela de mensagens de texto – A gente estava se falando desde a segunda passada, ela nem é tão metida como você disse!

A conversa era friamente normal, aquela do tipo que começa no "Oi" e termina "Eu estou bem também", até que eles começaram a conversas sobre coisas que gostam em comum, como séries e bandas, e mesmo Adriel e Charlie sendo pessoas diferentes, na mente do cabeça-de-ferrugem, estava sendo perfeito.

Até que ela mandou uma foto da boca pra baixo; usava um batom roxo destacado que combinava com sua pele, uma camiseta de decote provocante cor de vinho e, ao seu lado, um cachorro. Parecia que ela estava tentando tirar uma selfie com seu vira-lata, mas eu e Adriel percebemos o duplo sentido, apesar de que, muito provavelmente, deveria ser uma foto inocente.

E isso me deixou decepcionado.

Sério que um dos caras mais legais da escola ia sair com uma das garotas da Torcida-Do-Mau?! E a minha raiva aumentou ainda mais com a legenda: "Diga oi para o Pingo!".

Devolvi o celular pra ele, com a mesma cara séria de sempre. Raiva, decepção, mas nenhum desses sentimentos combinava com o que eu sentia naquele momento, talvez a palavra certa pra isso fosse... Enciumado.

– Acho que o objetivo dessa foto não era mostrar o Pingo. – falei irônico, trancado o meu carro com o material em mãos.

– Você acha?! – ele perguntou, arrumando sua mochila no ombro – Cara, nem trocamos uma ideia sobre assuntos mais românticos e ela já me manda uma foto assim!

– Ela deve estar desesperada pra sair com alguém. – comentei, enquanto andava em direção a entrada principal da escola, com Adriel ao meu lado – Principalmente com você, mas toma cuidado!

– Vai se foder! – ele respondeu, apoiando seu braço por cima do meu ombro. Talvez ele tenha notado a má impressão que tive dela – Ela saiu de um namoro a pouco tempo, o máximo que pode acontecer é a gente ficar.

– Pela foto parece que ela quer muito mais do que só "ficar". – comentei, passando pelo carro de Charlie, que conversava alegremente com as outras garotas metidas.

Ele era ingênuo.

Eu estudei bastante tempo com aquelas meninas, eu sabia que aquele grupo de vadias ficava com caras como ele só como passa tempo, como se as pessoas fossem brinquedos. Não me surpreenderia que ela tivesse dito algo completamente diferente do que ela realmente é. Eu senti como se ela estivessem tentando tirar o que é meu de direito, ele era o meu único amigo.

Mas deixei isso quieto, eu não sou o pai dele para ficar me preocupando.

– Qual é a nossa primeira aula? – ele perguntou, se virando para o armário que ficava bem ao lado do meu.

– Educação Física. – murmurei desanimado, abrindo meu armário e jogando a minha mochila dentro. 

Peguei meu blusão  branco e o short preto de treino, uniforme obrigatório pra o tipo de aula. Eu havia explicado o porquê de eu detestar essa aula e detestar a quadra. Era pelo simples motivo de ser o lugar qual o Austin tinha mais oportunidade de me paquerar e assediar. Eu passei muitas aulas discutindo com o professor Arthur para não me colocar no jogo, as vezes eu conseguia, mas as vezes eu tinha que participar de algum jogo.

O que mais me irritava era quando Austin esbarrava em mim "sem querer" só para ter o mínimo contato físico comigo, e quando ele era o chefe de algum time no jogo, eu era sempre o primeiro escolhido, até os amigos dele percebiam isso.

– Que merda! – Adriel suspirou, me olhando com pena – Algum dia desses eu ainda vou meter o cacete nesse cara, não é justo a humilhação que ele te faz passar.

– Não fique preocupado com isso! – pedi, levemente corado, porém ainda sério e irritado. Até que Adriel bateu a porta do armário e disse, duro e sério (algo raro):

– Como não se preocupar, Lian?! – olhei para o lado, e percebi seus olhos castanhos focados em mim – Cara, aula passada ele passou a mão na sua bunda!

– C-Como você sabe? – fechei meu armário, ainda mais corado.

– Eu vi!

– E o que você estava fazendo olhando pra lá? – perguntei, ficando tão vermelho quanto seu cabelo.

– Primeiro, eu estava olhando pro Austin. Segundo... – ele me encarou nos olhos e me fez encarar os seus de volta, olhando no fundo da minha alma – Se eu perceber qualquer movimento de assédio dele em sua direção, eu não vou estar nem ai em arrumar uma briga no meio da aula e ser suspenso.

– Adriel! – exclamei, tirando suas mãos de meus ombros, sentindo minhas orelhas queimarem de vergonha – A Charlie é um problema seu,  e o Austin é o meu!

– Eu não vou te deixar na mão, e você vai me fazer isso! – ele continuou me encarando com os seus olhos de jabuticaba brilhantes, determinados em me proteger – Porque amigos não abandonam um ao outro. Eu disse que eu ia ser seu, amigo e eu vou ser.

Naquele momento tive vontade de chorar. Não apenas por ser a primeira vez que alguém dizia na frente de um monte de gente que ia ser meu amigo e que ia me proteger, mas também por vergonha, uma raiva boba dele, de como ele tinha o dom de ser importante pra mim. Eu queria chorar, abraçar ele e agradecer por ser o meu amigo.

Mas não fiz isso.

Eu apenas suspirei fundo, sorri um pouco e desviei o olhar:

– Eu não vou te impedir de nada! – exclamei.

– Que bom! – ele sorriu, dando dois tapinhas no meu obro – Já passou da hora de alguém se importar com você, magrelo!

Ele veio para o meu lado e começamos a andar pelo corredor, a mesma coisa de sempre, andando normalmente pelo grande corredor de mármore branco e sujo. Pessoas parando para nos encarar, se virando para trás, com caras feias; era tão normal pra mim que se tornou normal pra ele também.

Quando o sinal tocou, fomos diretamente para a quadra junto com os outros alunos da nossa classe. Percorremos o mesmo caminho de sempre, passando por alguns corredores na frente dos nossos colegas de classe, que não ousavam apressar o passo e ficar lado a lado comigo. Apesar de estar profundamente agradecido por Adriel, eu não podia deixar de ficar mal com essa aula; não queria olhar para trás e ver se o loiro estava bem atrás de mim, ou bem longe. Tinha até um pouco de medo de saber.

E pensando nisso, nem sequer percebi o quão rápido eu estava andando, apenas de nervosismo e desespero, querendo fugir de Austin. Só havia percebido quando Adriel exclamou atrás de mim:

– Hey, calma ai cara! Me espera! – mas isso não me fez andar devagar, ele me alcançou e comentei, nervoso:

– Eu quero ir embora!

– Calma, Lian! – ele sorriu, dando um tapinha no meu ombro – Ainda estamos na primeira aula, vai ficar tudo bem!

– Não... – murmurei, colocando meu cabelo para trás, na tentativa de disfarçar o desespero no meu tom de voz – Eu quero pegar meu carro, fazer as malas e fugir pra Vegas com alguém!

– Você pode fugir pra Las Vegas depois que terminar o ano. – ele pegou o meu braço e me puxou, fazendo eu me virar pra ele.

Seu rosto pálido com alguma sardinhas e pintinhas no rosto, bem poucas; seu sorriso confiante e calmo, como se tudo sempre fosse dar certo no final... Ele colocou sua franja para trás da orelha, revelando a cicatriz na sobrancelha clara – Relaxa, eu to aqui pra cuidar de você, e eu vou fugir com você pra Las Vegas... – ele sorriu, daquela forma que me fazia sorrir timidamente sem notar – Mas agora vamos parar de pensar na nossa fuga pra Las Vegas e vamos fazer aquele bosta se arrepender de ter mexido com você.

Eu sorri, revirei os olhos e escutei a sua risada, respirei fundo e continuei a andar com ele até a porta do estacionamento dos fundos, com o seu braço pendurado sob meu ombro, e o meu sobre o ombro dele. Assim que empurramos a porta para o estacionamento, entre o asfalto, pude ver minha irmã e mais quatro meninas e uns dois garotos na estufa cuidando daquelas plantas, Sammy deu um pequeno aceno pra mim, e eu apenas sorri para ela e dei uma piscadela. Um grupo de três meninas viu, de longe, mas ela simplesmente não achou que a piscada de olho era para ela, e sim chamou as outras amigas; cochicharam algo, Adriel não notou isso, e eu apenas fingi que não tinha visto, estava tão bem com as coisas que o ruivo me disse que não me estressei com aquilo.

Ignorei elas e entrei na quadra, com o ruivo em meu encalço. A luz da manhã entrava por algumas janelas, já que a quadra era coberta e rodeada por grades grandes pintadas de azul e vermelho.

Sem delongas, fomos direto para o vestiário masculino que ficava bem ao lado do banheiro e dos chuveiros. Por conta das aulas de educação física, era óbvio que eu e Adriel já havíamos nos trocamos na frente um do outro, mas não diretamente, eu era o único que usava as divisórias para me trocar, eu simplesmente não gostava de ficar pelado perto dos outros, não era uma simples vergonha, mas não me sentia bem com isso, e quanto envolvemos Austin, tudo apenas piora.

As divisórias eram como provadores de roupa; ninguém usava aquilo a não ser eu, e tinha apenas uns quatro no canto do vestiário, mas semana passada eles tiveram o trabalho de tirara-los já que 'ninguém usava'.

Iria ser, basicamente, a primeira vez que eu veria Adriel trocando de roupa, e que eu iria trocar de roupa perto dele.

Nossos armários dessa vez não ficaram um do lado do outro, mas sim a uns dois armários de distância, iria me trocar com rapidez, os outros meninos iriam chegar em breve.

– Sabe... – ele riu, abrindo o seu armário – Posso te contar uma coisa que ninguém mais sabe além dos meus avós?

– Fique a vontade! – respondi, abrindo meu armário e retirando a minha camiseta flanela azul, pendurando-a num cabide.

– Eu tomo remédios pesados, pois eu meio que... – ele se virou para mim, retirando o seu suéter – Nasci com um problema.

– Que tipo de problema? – perguntei com um ar irônico, tirando a minha camisa cinza e logo colocando a camiseta branca e larga da educação física.

– Quando eu te disse que só entrava em brigas... – pude ouvir ele sorrindo enquanto eu desabotoava a minha calça e abria o meu zíper – A culpa nem sempre era só do agressor. Eu meio que era um cara cabeça quente, eu tinha o dom de ser grosso mesmo quando eu não queria.

– Transtorno Explosivo Intermitente?

– Eu não sou tão perfeito assim! – ele riu, batendo a porta do armário, eu baixei minhas calças com pressa e logo coloquei o shorts preto, sem delongas. – Meu pai sofria a mesma coisa, quando eu era mais novo explodia por coisas simples, os remédios me fazem dormir pesado, mas em compensação, virei uma pessoa mais calma.

– Isso é bom! – sorri, desligando o meu celular e deixando-o em meio as minhas coisas – Fico feliz que você tenha se tratado bem!

E então fechei a porta do meu armário e olhei para o lado, a luz da janela que ficava atrás de mim iluminou apenas uma parte do seu corpo branco, eu realmente não tinha como não ficar parecendo uma pimenta com aquilo. Ele estava apoiado no armário ao meu lado, com o uniforme na mão, apenas usando o shorts preto, que estava meio caído e me deixava ver o elástico da cueca box preta dele. Evitei que ele percebesse que dei uma leve olhada por ali, e isso me deixou ainda mais constrangido.

O corpo de Adriel não era aquela coisa sarada cheia de gominhos duros como os de um modelo da Calvin Klein, mas também não era aquela coisa magra e lisa. Adriel tinha outra cicatriz pequena no peito, talvez tenha ganhando de uma briga graças ao seu T.E.I., eu estava tão envergonhado que nem havia parado para pensar em alguma coisa que me fizesse soar normal ao lado de um cara semi nu.

– Então... – ele sorriu, arrumando a camisa que estava do lado avesso – Isso não quer dizer que deixei de brigar, ou que virei um docinho de pessoa!

– O-O que quer dizer? – perguntei, colocando meus cabelos para trás, tentando parecer bem e evitando olhar para ele. Parecia um idiota, todo vermelho olhando para o armário vagamente naquele momento.

– Quer dizer que se aquele tarado realmente... – e então ele parou de falar e começou a me encarar, pude ver sua cara séria pelo canto dos olhos – Cara, você está bem?

– É claro que estou! – respondi de imediato, queimando de vergonha enquanto me virava para ele.

– É que você está meio vermelho. – ele comentou, colocando a camiseta enquanto eu me sentava no banco que ficava no meio do corredor – Ah, não vai me dizer que ficou assim por eu ficar sem camiseta perto de você!

– Oi?! – me virei, como tom tremulo – Não, para de falar merda, eu só não estou acostumado!

Foi então que o resto dos garotos entrou nos vestiários, com um empurrão violento na porta e muitas vozes conversando e rindo de junto com o professor/treinador do time entrando, falando alto e fazendo piadinhas de mau gosto com os alunos. Ele era um cara alto e forte, com cabelos castanhos desgrenhados, olhos arregalados e verdes e as sobrancelhas sempre baixas, parecendo estar sempre irritado; ele tinha o nariz torto e, dizendo ele, é assim porque num jogo de futebol americano uma bola o acertou em cheio quando mais novo, e quebrou seu nariz; sem contar a cicatriz saltada e marcada na sua bochecha direita. Todo mundo fala que ele é o Treinador Pirada, e ele ama esse apelido, também pelo fato dele falar gritando.

Ele entrou primeiro no vestiário com o resto dos garotos da nossa classe, usava um boné vermelho da escola, moletom azul caneta esticado até os cotovelos e um apito pendurado no pescoço. Segurava uma prancheta e uma caneta, riscando os nomes dos alunos que não estavam.

– Alguém viu o O'Hanoly e o McGarvey?

– Estamos aqui, treinador! – Adriel esticou a mão.

Logo o Pirata olhou para a gente com o seu ar irônico; de vez em quando ele era legal, tirando os seus comentários constrangedores e suas piadas ácidas. Com o tanto de tempo que eu conhecia o treinador, já estava preparado para alguma pérola dele.

– Ás vezes eu tenho a impressão que vocês fogem de mim. – ele veio diante de nós dois, o Pirata era exatamente o tipo de cara que fazia um bebe chorar apenas de olhá-lo – Ou vocês estão aprontando alguma... Estão?

– É claro que não! – comentei com seriedade, porém desconfortável.

Ele olhou pra mim com os olhos desconfiados.

– Nenhum plano maligno para tentar explodir o banheiro e inundar a quadra?! – sugeriu, olhando para nós dois.

– Não senhor! – Adriel negou, sorrindo.

– Nenhum tipo de droga nos armários?

– Não senhor! – o ruivo negou mais uma vez, ainda sorrindo.

– Nenhum ato homossexual entre vocês dois?

– Hã... Como?! – Adriel arregalou os olhos, corando.

Eu fiquei com a mesma reação dele, envergonhado. O Pirata soltava pérolas assim para os alunos e até mesmo outros professores o tempo todo, sempre fiquei constrangido com isso, mas é o jeitão dele.

– Olha... – ele nos encarou, com sinceridade – Se for isso mesmo, não me importo se tiverem um caso, nunca tive preconceito, talvez esse seja o melhor lugar pra vocês dois...

– Treinador nã... – tentei protestar contra sua ideia.

– Sério, garotos, não precisam ter vergonha. Sabiam que o professor de química de vocês é gay? Já ouvi boatos de que ele já deu um chamego por telefone com gemidos e tudo, isso não é errado, mas evite se pegar em um locar com muita gente.

– Treinador! – Adriel o cortou, com um sorriso tremulo, ficando quase tão vermelho quanto eu estava antes – Não somos um casal, apenas melhores amigos!

Ele parou e nos encarou, com um sorriso irônico de grandíssimo e filho da puta, e então suspirou. Pirata voltou a olhar sua prancheta e logo depois voltou a apontar seu olhar desconfiado para nós dois.

– Então tá! – e foi uma questão de segundos para que ele se virasse e tocasse o seu apito de uma forma tão alta que quase fodeu meus tímpanos – E AI GAROTINHAS? VÃO FICAR AQUI SE TROCANDO E ENROLANDO ATÉ QUANDO PARA IREM PRAQUADRA?

[...]

Convenci o treinador a me deixar no banco, eu tinha 1001 desculpas para não jogar e ele sabia todas, mas chegou uma hora em que ele simplesmente não me deixava jogar pois sabia que não era questão de não gostar de se mexer, ele é um cara esperto e com certeza deveria saber que era algo a mais.

Adriel estava jogando junto com o resto dos alunos, os únicos que ficaram no banco foram eu, Clara, uma menina que sofre de problemas no coração, John, um hipster que havia quebrado a perna e uma garota estranha que eu não sabia o nome, que decidiu não jogar por medo de quebrar as unhas. O treinador estava observando os alunos jogando, ele chamava a atenção de um ou outro sobre a postura ou dando elogios dos saques de outros.

Eu era o único sentado na ponta do banco de madeira, reclinado para apoiar meus cotovelos sobre os joelhos, preocupado. Adriel e Austin estavam em times opostos e eu percebia que Austin arremessava a bola com toda a força que podia para cima de Adriel, quase a fim de matá-lo. Mas o ruivo não era besta, na verdade, ele parecia estar mais preocupado em me proteger do que se proteger de uma bela bolada violenta na cara, mas já o loiro... Parecia estar mais ocupado em sua pequena vingança do que tentar chamar minha atenção.

Teve um dia que ele pediu para um de seus amigos postiços machuca-lo de verdade só para ficar no banco comigo. Ele tem tudo que eu odeio; ciúmes, carência e o pior de tudo, ele era um cara possessivo. Eu odeio esse tipo de pessoa que acha que só porque gosta de alguém, pensa que pode ganhá-lo em um jogo de apostas ou comprá-lo em um mercado, e era exatamente isso que Austin fazia comigo.

Porra...

Não tem nenhum documento afirmando que, pela lei eu pertenço a ele. Como posso pelo menos ter um relacionamento com uma pessoa se ela não segue as minhas principais regras?! Eu sou meu, de mais ninguém!

– E aí, garoto de gelo! – o treinador deu dois tapinhas no meu ombro.

Olhei para cima, me deparando com o seu sorriso torto e confiante, porém com um olhar um tanto... Peculiar.

– Oi, Pirata! – cumprimentei-o, sorrindo sem jeito por meio segundo.

– Olha, vou fazer um papo reto contigo. – ele falou, sentando-se ao meu lado – Você joga bem, e muito! Das poucas vezes que você jogou, o seu time ganhou todas, moleque!

– Obrigado! – exclamei, virando os olhos de volta para a quadra, a fim de assistir os times jogando.

– Mas eu sei que você evita jogar, e não é porque não gosta... Eu quero saber o motivo. – ele falou. Curto, sério e frio – E isso é uma ordem!

– É pessoal. – menti.

O que poderia falar? "Ah, é que o capitão do time de basquete da escola gosta de me assediar enquanto eu jogo.” Ninguém acreditaria, afinal, um dos rostos mais queridinhos e preciosos do time seria gay?! Obviamente, este seria o ponto de vista de alguém homofóbico, algo que o treinador nunca seria, mas para ele era uma mentira, pois "Se Austin é realmente gay, ele já deveria ter sido expulso do time por assediar um dos seus colegas sarados e encorpados!".

– Fale garoto, mesmo assim. – insistiu, me lançando um olhar ainda mais severo.

Eu olhei para ele, ainda vazio e sério. Logo então suspirei e perguntei a mim mesmo qual seria a mentira mais adequada para não contar a ele da verdade.

– É que eu apenas tenho uma velha rivalidade com o capitão do time.

– Austin?! – ele estranhou, voltando o seu olhar para o time do loiro – Bem, ele não parece ser o tipo de cara que tentaria machucar alguém durante o jogo, ele é um menino limpo.

– Sério?! – sorri sarcasticamente – Observe bem o seu menino preferido e o Adriel McGarvey.

O Pirata ficou com cara de bobo depois do que eu disse, e ficou observando atentamente os dois garotos com os olhos bem abertos e as sobrancelhas baixas. Pela décima quinta vez, Austin havia feito um saque violento contra o ruivo cinco minutos depois de o treinador começar a observa-los com atenção.

No mesmo momento, abri um sorriso cruel, e Pirata levantou, berrando.

– GERMAN! – gritou o sobrenome de Austin, alto e irritado – É PARA FAZER UM SAQUE, NÃO UMA TENTATIVA DE HOMICÍDIO!

– Desculpe, treinador! – Austin gritou de volta, envergonhado.

Naquele momento meus olhos foram para Adriel. Ele estava uns dois metros longe de mim, os cabelos soltos e bagunçados e um olhar de graça malvado para Austin. Todo mundo estava olhando para ele, e eu era o único que não olhava para o loiro, mas sim para o cabeça de ferrugem. Ele tinha um sorriso largo, como sempre teve, e nesses poucos segundos que fiquei observando Adriel, vi como ele era diferente. Legal e... Bonito. A cabeleira ruiva bagunçada jogada para todos os lados o deixava ainda mais belo, mesmo com algumas mechas grudadas no seu rosto por causa do suor. Cara... Adriel emitia uma luz boa, uma beleza que nenhuma pessoa tinha, algo apenas dele.

Um fogo brilhante, quente e lindo.

Meu transe foi cortado quando o Pirata quase furou meus tímpanos com a porra daquele apito, que foi soado logo depois da bronca lendária de Austin.

– Certo marujos... – ele pegou sua garrafinha da água – Uma pausa!

E assim o treinador finalmente se distanciara de mim, Adriel veio andando em minha direção, alegre e sorridente. Foi normal até ele levantar a blusa para secar seu suor, deixando a mostra para todo mundo o seu corpo.

Eu não tinha mais nada para focar, parecia que tudo havia ficado em câmera lenta. Eu não evitei olhá-lo como no vestiário, eu observei seu abdômen; branquinho, com um pouco de gomos de tanquinho começando a se formar ainda, nada muito exagerado. Parecia que eu estava derretendo por dentro. E quando menos percebi, meu rosto queimava, meu coração acelerava e carregava um sentimento desesperado, porém quando ele chegou perto de mim, tomei total controle dos meus olhos e de tudo.

– Cara... – ele falou, animado e sorridente – Abriu uma bunda na cara daquele loiro oxigenado!

– É-é... Sim. – sorri tenso, percebendo a coisa mais importante em meio àquele sentimento que tive ao "paquerar" o corpo do meu próprio amigo – Eu falei para o treinador sobre os saques dele!

– Ahh! – ele colocou seus braços sobre mim – Ai está o meu herói!

Talvez ele não tivesse percebido o quão tenso e duro eu estava, e não falo duro de estar com a coluna reta e sem se mexer. Eu estava literalmente duro no duplo-sentido, estava tendo uma ereção só naquela brincadeira de ficar olhando-o, eu estava até tremendo de vergonha, eu tinha que sair antes que ele visse aquilo.

– Tenho que ir ao banheiro. – me levantei com pressa, escapando de seus braços.

– Você está bem? – preocupou-se.

– Estou! – menti, começando a andar com pressa em direção ao banheiro que ficava ao lado do vestiário. Lá havia apenas um trio de meninos conversando, nada além disso. E antes que eles me encarassem, entrei na última cabine e ali me tranquei. – Merda, merda, merda! – sussurrava para mim mesmo, olhando para baixo.

Eu estava olhando para meu próprio pênis, como se ele fosse um demônio; estava começando a ficar ainda mais duro. Encostei-me na divisória direita e tentei entender o que estava acontecendo.

A última vez que eu me apaixonei foi por uma garota que morava em Portugal, qual conheci pela internet, e eu sofri muito por causa dela. Naquele momento, eu sentia tesão por um cara, e não era qualquer cara, era o meu melhor amigo, o único cara que me quer por perto. Mesmo não sabendo nada sobre como é namorar outro garoto, eu sabia que seria uma merda ainda pior, se apaixonar por qualquer pessoa é uma bosta. Eu estava assustado, desesperado e curioso, talvez até um pouco magoado comigo mesmo.

Não era nada tão notável ao ponto de doer a cabeça por causa da cueca, mas mesmo assim... Eu... Estava literalmente duro... Por causa do meu amigo.

Na hora eu nem sabia direito o que fazer ali dentro, no último box do banheiro. Meu coração batia acelerado de espanto enquanto milhares de sentimentos vinham à tona. Meu corpo parecia querer derreter de tão quente que estava, e a minha cabeça não tentava encarar aquela situação com racionalidade. Apenas uma pergunta rondava a meus pensamentos:

"Por quê?" - Por que eu estava de pau duro por causa dos gominhos do meu melhor amigo? Por que eu estava assim? Aquele filho da puta entra na minha vida do nada e em alguns meses se torna algo tão grande na minha vida... Desde o começo os meus maiores medos quanto a tudo isso eram apenas dois: Ser traído, e que ele se tornasse parte de mim.

Eu não podia culpa-lo. Adriel era uma pessoa naturalmente quente, ele tinha um brilho natural que voltava toda a minha atenção única e apenas para ele. Talvez eu ainda não tivesse contado, mas nas últimas semanas eu nem me importava mais se as pessoas estavam me encarando, rindo de mim ou jogando lixo em mim, talvez se eu fosse atropelado por um caminhão em sua presença eu nem perceberia.

Mas naquele momento nada disso passava na minha cabeça, eu não pensava, só me perguntava desesperadamente.

Eu estava com os olhos fechados com força; não via nada, não escutava nada, e mesmo que me questionasse milhões de vezes, milhares de imagens do ruivo vinham em minha cabeça juntas de outros milhares de flashbacks de todos os momentos que eu o via sorrindo, gargalhando ou quando ele me fazia rir.

E o meu coração... Nossa, era um agridoce de sentimentos, a doce paixão contra o amargo desespero.

Abri os meus olhos, apontados para o chão azulejado e sujo do banheiro, a visão borrada pelas lágrimas em meus olhos, quais pingavam sem pressa no chão. Dei um longo suspiro entre soluços, sequei minhas lágrimas e então foquei em tudo o que estava ao meu redor.

O banheiro parecia vazio, eu escutava apenas um único som de torneira ligada. Desgrudei minhas costas da parede do box, destranquei a porta e saí.

Infelizmente não era um aluno qualquer do qual eu não conhecia, muito menos o cabeça de ferrugem.

Não muito longe do box em que eu estava, um garoto um pouco mais alto que eu estava escorado rente a última torneira; ombros largos, cobertos pela camiseta branca do uniforme de treino, nuca reta e branca com algumas pintas e uma cabeleira loira dourada. Pelo reflexo do espelho, pude ver o rosto tenso de Austin, molhado, com os olhos verdes me encarando pelo reflexo.

– Então era você que estava chorando. – comentou tenso, fechando a torneira.

– Sim, era eu! – retruquei com um ar sínico, torcendo para que os meus olhos não estivessem muito vermelhos.

– Queria muito perguntar o motivo, mas eu sei que me odeia.

Suspirei sério, caminhando em direção a uma torneira, deixando uma pia de distância entre eu e Austin. Deixei que a água escorresse da torneira e molhei um pouco minhas mãos enquanto Austin me encarava certo pouco espantado.

– Não fique surpreso, mas... – comentei, enquanto passava as mãos molhadas no meu rosto, me encarando no espelho – Como você descobriu que era gay?

– Oi?! – ele murmurou com os olhos arregalados e o rosto um pouco corado.

– Está surdo?

– N-Não é que...

– Responde logo, sem delongas! – mandei, mostrando ficar sem paciência.

– Simples... – ele se virou para o espelho, a fim de se encarar – Quando eu percebi que gostava de você.

– E quando foi isso?

Um longo silêncio veio a tona, e então eu olhei para o lado esquerdo, onde o loiro estava. Ele segurava a pia com as duas mãos, com algumas gotas de água caindo de seu queixo fino; seus olhos me encaravam com um pouco de raiva e timidez, e seu rosto branco estava corado.

– Quando você, sem querer, deixou um dos seus poemas cair no chão do corredor daquela escola que a gente estudava. – ele falou, como se fosse algo fácil recordar. Parecia como se para ele isso houvesse acontecido ontem – Um simplesmente achei o papel, li, e vi o seu nome. No fim só comecei a prestar a atenção em você enquanto todo mundo ou te ignorava ou te odiava.

– Nossa! – arregalei os olhos sério e um pouco sarcástico – Nem lembrava que eu gostava de escrever!

– É... – ele sorriu com raiva – Seus poemas eram uma bosta!

– Eu sei. – sorri ainda mais sínico – Por isso eu parei.

Desliguei a torneira, passando um pouco de água nos meus cabelos negros, deixando-os para trás. Virei-me e dei três passos em direção à saída, já estava deixando de ficar duro, havia deixado um pouco claro para Austin que o respeitava como pessoa, mas odiava-o mesmo assim. Minha mente estava em guerra, e estava começando a pensar qual seria a desculpa que iria dar para Adriel.

– Eu poderia pelo menos saber por quê? – ele fez perguntou alto e desafiador.

– Por que de que?

– Por que... Depois de todo esse tempo, você teve coragem de me vir perguntar isso?

– Ah, sei lá! – respondi, ainda de costas para ele, num tom sarcástico e levemente relaxado – Queria entender o que faz uma pessoa como você gostar de mim, ou talvez... Eu estivesse apaixonado!

Cinco segundos depois senti uma mão segurando o meu braço com muita força, me puxando. Austin me virou para de frente com ele com velocidade, e com a outra mão, me puxou pela cintura, para ainda mais perto de seu corpo. Eu estava cara-a-cara com o maldito loiro, seus olhos verdes estavam começando a lacrimejar, porém mesmo assim eles me encaravam com raiva.

Eu e Austin estávamos tão perto um do outro que podia sentir a sua respiração acelerada em meu rosto, e eu... Não fiz nada.

Num piscar de olhos, Austin havia chegado perto de mais, nossos lábios se encostaram um no outro de uma forma violenta, senti sua língua quente passando pelos meus lábios, me fazendo abrir a boca. Um segundo depois nossas línguas estavam se envolvendo uma com a outra... Num simples piscar de olhos eu estava beijando o garoto que eu mais odiava, que eu mais sentia pena, que eu mais evitava.

O gosto de sua boca era doce, parecia que ele havia acabado de chupar uma bala de morango. Ele estava planejando isso?

Eu não fiz nada, eu apenas estava paralisado, deixando aquele maluco me beijar. Mas mesmo assim, eu não fiz nada.

Talvez, um simples talvez na minha vida. Isso já foi o suficiente para deixa-la de pernas para o ar.

Eu estava atraído sexualmente pelo meu melhor amigo, estava mentalmente e emocionalmente abalado, e eu simplesmente não fiz nada quando Austin me agarrou para ele. Eu apenas assisti de olhos abertos o loiro me beijando, tanto os meus olhos quanto os dele cheios de lágrimas.


Notas Finais


E foi isso :')
Esperamos que tenham gostado <3
Até o próximo ~ SZSZ
Kissus

Ja nee ^^


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