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História Status: (Des)apaixonado - Capítulo 01


Escrita por: Annissima

Notas do Autor


Olá, essa será uma história sobre apaixonamentos e desapaixonamentos de apenas dois capítulos.

A personalidade do Konô é baseada em uma criança que conheço e que apesar de ter um terço da minha idade sempre faz com que eu me sinta meio idiota. rsrs

Capítulo 1 - Capítulo 01


 

O bico de irritação de Konohamaru era enorme, conforme Naruto observava pelo retrovisor do veículo. O garotinho mais rabugento que conhecia não se conformava em passar o final de semana com o tio.

Ora, se mamãe e papai precisam viajar pelo final de semana, eu poderia me cuidar melhor do que um adulto qualquer, pensava enquanto analisava, com rancor, a figura do motorista. 

Seu tio não era grande coisa, em sua opinião. Mais de uma vez, o pai dissera que ele não tinha foco e por isso acabava afundado em empregos que detestava. Se esse era o caso, o menino não sabia como sempre o deixavam com ele quando se ausentavam. 

Suspirou ao imaginar o que Naruto aprontaria dessa vez. Já o tinha esquecido em um supermercado, o levado para o trabalho e o feito se esconder debaixo de uma mesinha com uma altura minúscula para que seu chefe não o visse. Isso sem contar a vez em que só o deixou à base de gelatina e água, por quase um dia inteiro. Muito responsável. 

- Para de ser tão chato. Até parece que a gente não se diverte - disse Naruto olhando Konohamaru de relance. - O que? Está fazendo voto de silêncio? 

- Eu não preciso de uma babá - respondeu ainda com os braços cruzados e olhando para o lado de fora da janela, fingindo observar a paisagem se deslocar com a passagem do automóvel. - E não gosto de ficar no banco de trás. 

- Ao contrário do que você pensa, ser mais inteligente do que a média das crianças da sua idade, não te faz especial. Não, a ponto de poder ficar sozinho, em casa. Além disso, você é muito pequeno para vir no banco da frente. 

- Meu pai... 

- Pois é, seu pai. Engraçado ele deixar você vir na frente e depois alardear para Deus e o mundo que eu sou irresponsável. - A vontade de Naruto era de falar mais. Dizer umas boas verdades a respeito de Sasuke. Só não faria isso porque, embora seu melhor amigo e sua irmã estivessem casados e muito bem casados ainda poderia ser acusado de alienação parental. Achava que podia. Ou não podia? - Agora, deixa disso. Eu vou te levar para minha casa. Lá, você vai jantar e ir direto para a cama. Amanhã, eu vou trabalhar, mas a Hinata vai ficar com você. 

- Vou ficar com a Senhorita Hinata, o dia todo? - Isso colocou um sorriso no rosto de Konohamaru. A única parte boa dessas vezes em que tinha que se submeter aos cuidados de Naruto era poder encontrar com a vizinha dele. 

O garoto tinha pulado três séries na escola e era aquilo que as pessoas chamavam de prodígio. Inteligente, leitor ávido e sem papas na língua, possuía um ponto fraco. A morena dos longos cabelos negros e dona dos olhos mais lindos que tinha visto. Claro, por fidelidade à sua mãe, quando essa o questionava, era sempre Karin a mulher mais linda que ele conhecia, mas em segredo, dizia mentalmente, que não, aquela seria Hinata Hyuuga. 

Já tinha lido sobre isso em alguns livros. Livros condizentes com ele, claro. Nada da bobajada com figuras que havia na sessão para sua faixa etária. Então, sabia que o nome daquilo era paixão, pois tinha comparado os sintomas com os de alguns personagens. Ele era apaixonado pela Senhorita Hyuuga. Seu coração disparava, seu rosto esquentava e ficava vermelho. Suas mãozinhas suavam e nem se importava tanto quando ela lhe dava beijos. 

Konohamaru não gostava de ser abraçado e quando alguém o tocava – especialmente estranhos -, sentia uma necessidade insana de se limpar. Por essa razão, ia semanalmente visitar a Sra. Haruno em seu consultório. Chamava a gentil mulher de Senhora porque tinha ideias firmes sobre quem deveria ser chamado de doutor. Lera em um livro que a maioria das pessoas que são chamadas de doutoras, na verdade, não são isso. Ele achava errado aceitar um tratamento que não merecia. 

De qualquer forma, precisava controlar um tal de transtorno obsessivo-compulsivo, só que usava sempre o apelido. Preferia chamar de TOC (gostava do som da palavra porque parecia uma onomatopeia - TOC!). Ia conversar com a médica para não acontecer novamente o que tinha havido no réveillon do último ano. Essas visitas não eram sacrifício algum, já que adorava a médica. Claro, não tanto quanto adorava Hinata. 

Enquanto pensava em sua pessoa favorita no mundo inteiro, Konohamaru notou que chegavam à garagem da casa do tio. Naruto estacionou o veículo e ambos desceram. 

- Ei, vocês dois! - No mesmo instante o menino se virou na direção de onde vinha a voz. Ficou tão contente que se esqueceu da timidez e de não gostar que outro humano o tocasse. Correu em direção aos braços abertos e deixou que ela o apertasse. Checou com seu coração acelerado que ainda a amava. 

- O-Oi, Hinata  - disse Naruto. - Pensei que chegaria mais tarde. 

- Eu acabei de chegar do trabalho. Fiz dois turnos, hoje. - Hinata soltou Konohamaru do abraço, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e parecia corada. 

O garoto mais jovem queria afundar a cabeça debaixo da terra porque da mesma maneira que sabia dos seus sentimentos. Da mesma maneira que descobriu rapidamente que estava enamorado por ela, já tinha percebido os dela por seu tio. E, pior, do seu tio por ela. Se apenas fosse alguns anos mais velho, ao menos seria um rival à altura, já que o tio era um pamonha que não tomava uma iniciativa. 

- Senhorita Hinata, vai passar amanhã cedo para me buscar como das outras vezes? - perguntou sem se deixar abalar mais com o clima tenso que pendia entre os dois adultos. 

- Sim, Konohamaru-kun. E, por favor, me chame só de Hinata. Sem isso de Senhorita. 

- Não posso! Mamãe diz que devemos tratar com respeito as pessoas que admiramos – Com os olhos brilhantes, fez questão de pontuar o 'admiramos'. 

- Então, porque você não me chama de senhor, seu pirralho? - Naruto o questionou. 

- Pelo mesmo motivo. - Rápido, se desviou de um cascudo e se voltou para Hinata. - Então até amanhã, Senhorita. - Se virou e correu para dentro de casa, colocando a mochila nas costas. 

Naruto e Hinata estavam sem jeito, como era costumeiro, quando ficavam sozinhos. Há anos vinham se consumindo com esse sentimento. Nenhum dos dois tinha a coragem de dar o primeiro passo. Eram muito amigos, do tipo de cuidarem um do outro quando ficavam doentes e de praticamente não possuírem segredos entre si. A única coisa que não contavam era que nutriam um gostar do tipo mais do que amigos pelo outro. 

- Hinata, amanhã à noite, vão fazer uma festa à fantasia em comemoração ao Halloween no meu escritório e... - Ele coçou o pescoço. - Podemos convidar p-pessoas de fora. Daí eu pensei que você poderia ir. 

- Mas e o Konohamaru-kun?  

- Ele pode vir junto. Outras crianças... Os filhos de alguns funcionários irão. Não serão servidas bebidas alcoólicas. 

- Naruto, eu não sei. 

- Tudo bem, se tiver compromisso... 

- Não é isso. É só que... – ela começou a remexer as mãos, em um sinal de que estava nervosa. Queria se bater por ter esse tipo de comportamento quando ele abria uma mínima brecha. 

- Sem problemas, Hinata. Vou lá arrumar o jantar daquele moleque antes que ele comece a comer porcarias. 

- Konohamaru-kun não come porcarias, Naruto. 

Pelo que ela se lembrava, o menino era bastante rigoroso com o que ingeria. Sabia todos os alimentos a que tinha alergia e consumia apenas o número de calorias necessárias por dia. Além disso, possuía uma dieta rígida com nutrientes que julgava serem os mais importantes. Assim, nada de refrigerante, fritura e doces industrializados eram incluídos em sua refeição. 

- É, mas não seria bem legal se, para variar, fosse isso que ele fizesse sem supervisão? - Acenou em despedida e entrou em casa, deixando uma Hinata sozinha na calçada, pensando em até quando seria covarde e deixaria suas chances escorrerem feito água. Enquanto voltava para sua própria casa, cabisbaixa e pensativa, um garotinho observava todo o desenrolar da cena, da janela do andar de cima. 

  

  

  

- Bom dia, Konohamaru-kun! - Hinata o cumprimentou, na manhã seguinte, assim que chegou à casa de Naruto para levá-lo consigo para um meio período de trabalho. O menino que bebia seu copo de leite puro, já que não curtia achocolatado, assentiu em resposta para ela. - Já está pronto? - Sorriu para o garoto e notou Naruto do outro lado da cozinha, encostado junto ao batente da porta de entrada. - Ah, oi Naruto, bom dia! 

- Bom dia, Hinata. Obrigado por ficar com ele. Você está salvando nossa vida. - Chegou perto da amiga e lhe deu um beijo na bochecha, mexendo com os batimentos cardíacos de ambos pela familiaridade agradável advinda da cena convencional dele sair para o trabalho, beijar a mulher de quem gostava, deixando-a para cuidar de uma criança. Se aquilo não se parecia uma simulação do cotidiano de uma família, ele não sabia o que seria. - Então, eu te vejo à noite, Konô. - Piscou para o sobrinho e saiu porque aquele seria um dia longo. Iria ficar direto para a comemoração dos funcionários. Já estava levando sua fantasia, uma nada original roupa de pirata, para trocar lá e não precisar cortar a cidade vindo e voltando para o escritório. 

Konohamaru terminou de comer, se aprontou e foi com Hinata para o trabalho dela. Adorava que ela trabalhasse como guia em um museu, visto que sempre tinha oportunidade de aprender algo mais. E mesmo que já soubesse de cor e salteado as explicações de Hinata, ela arrumava uma forma de incluir coisas novas e com seu jeito fofo, parecia encantar outras crianças, além dele. O menino entendia muito bem um e outro olhar de afeto que via garotos lhe dirigirem. 

Porém, isso não se restringia apenas aos mais jovens. 

Viu um rapaz que não conhecia chegar perto dela e dizer algo em seu ouvido, fazendo-a ficar corada e balançar a cabeça em negativa. Não gostou do tal homem. Tinha o visto fazer o mesmo com a recepcionista, minutos antes, e achava que ele era um canalha. Sabia muito bem reconhecer canalhas, dada a extensa pesquisa que fizera em novelas mexicanas, a que sua mãe assistia. 

Um tipo como aquele não serviria para a sua Senhorita Hinata. Achava que seria difícil encontrar alguém que fosse bom o suficiente para ela. Logicamente, ele seria excelente. Contudo, era esperto o bastante para saber que o que sentia era um primeiro amor platônico que nunca seria correspondido. Era mesmo lamentável que ele não tivesse nascido anos antes ou que ela tivesse nascido anos depois. Aí sim, tudo estaria perfeito. Só que se o destino não tinha sido cauteloso para com os sentimentos dela e com os dele, cabia à Konohamaru pensar melhor sobre o assunto. Não podia correr o risco de vê-la com lágrimas nos olhos e de coração partido. 

Pensar na moça sofrendo fez com que, do nada, ele sentisse um nó se formar em sua garganta e tentou se controlar, da forma como a Senhora Haruno o havia ensinado. Pensou em como as nuvens se pareciam com algodão doce branco e que gostaria de passar a ponta dos dedos nelas para formar os desenhos que desejasse. Pensou em calçadas lisas, sem interferências de rachaduras e imperfeições que o enervavam porque tinha que se refrear a não pular os riscos que porventura surgiam. E, por fim, pensou em como era agradável o cafuné que sua mãe lhe fazia.

Enfim, relaxou. 

Sentou em frente à exposição de mamutes porque o ar condicionado ali era mais potente do que no resto no salão e aquele era um dia quente. Observou de longe a explicação que Hinata dava sobre algum evento histórico que, no momento, não o importava em nada. Pôs-se a pensar em uma solução para o problema que estava diante de seus olhos e não conseguia chegar à outra conclusão que não fosse se envolver nos assuntos de seu tio. Levantou e aguardou com paciência até que ela terminasse seu expediente. 

 

 


Notas Finais


Gente, se tudo correr bem, eu devo voltar amanhã com o próximo e último capítulo pq essa historinha é bem curtinha! Eu gosto muito de Konô e já queria fazer uma história com ele faz tempo. Daí decidi abordar um outro aspecto da tão conhecida rivalidade entre eles. Até no universo original, Kono tem consciência de que alcançar Naruto seria bem difícil e ele o admira mto, apesar de não respeitar tanto rsrs

Se tiver algum erro escandaloso, me avisem que humildemente, edito ^^

Obrigada à quem for ler! Um abraço e um feliz dia das crianças! Se fosse pra ganhar presente, eu queria ser criança pra sempre!!! <3


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