História Como Não Ser A Mulher Perfeita - O Dia Que Sakura Foi Embora

Como Não Ser A Mulher Perfeita

Cap. 33 O Dia Que Sakura Foi Embora

Escrito por Orochi-

Quando se é rico, não existe fila de hospital, não existe SUS, não existe tristeza e agonia de espera para ser atendido, ser rico é só alegria! E lá estavam eles, sentadinhos calmamente – só o Sasuke estava calmo – enquanto o médico analisava os últimos papéis. Ter um filho é uma coisa muito importante, e como Sakura já tinha 29 anos e tinha dado pra caramba e nunca engravidou, os dois decidiram ir ao médico pra saber se tudo estava nos conformes.

Só pra não se encher de esperança e depois ter seus pobres corações quebrados.

– É, pelo que estou vendo aqui a senhora não vai poder engravidar pelos próximos 12 meses ou mais. – o médico falou enquanto olhava alguns papeis, Sakura já estava pronta para começar a chorar e convencer Sasuke a adotar uma criança – Porque a senhora já está grávida!

Sasuke está D-E-S-M-A-I-A-D-O!

– Amor, ouviu isso? – é claro que ele ouviu, monga – Nós vamos ter um bebê!

– Onde fica a sala do cardiologista?

(...)

Depois que Sasuke passou no cardiologista e tomou uns remédios aí, eles foram pra casa. Sakura não cabia dentro de si e já estava até conversando com o próprio umbigo. Vocês sabem que o Sasuke é muito insensível e já estava querendo interna-la no primeiro hospício que encontrassem pelo caminho.

Era alegria demais pra uma pessoa só, parecia até que ela tinha roubado o Oscar por melhor atuação – delírio total – e quando chegou em casa...

– A gente tem que comprar as coisinhas, berço, guarda-roupa, os brinquedos, Ai! As roupinhas! – ela não estava falando, estava gritando mesmo.

– Sakura. – vamos contar quantas vezes ele vai tentar chamar a atenção dela.

– E tem que ter um abajur combinando... – e ela falando.

– Sakura. – segunda vez que ele chama.

– Ah! E nós podemos pintar as paredes com cores coloridas... – ela realmente não estava nem aí pra ele.

– Sakura, você está me ouvindo? – perdeu a paciência já.

Ela parou, ficou quieta por uns dois segundos olhando pra ele, no fundo se sentindo um pouco culpada por estar o ignorando assim tão na cara dura. Sasuke respirou fundo, passou as mãos pelo cabelo e se sentou no sofá, ele parecia estar nervoso, impaciente como quem queria falar, mas ao mesmo tempo não falava.

Sakura apenas o observou, sabia exatamente como ele estava se sentindo, era seu marido, ela o conhecia bem. Sim, ela o conhecia bem, talvez nem se desse conta do quanto o conhecia, sabia que ele queria falar, sabia que ele estava sem jeito. Sasuke era complicado, mas ela gostava tanto daquela complicação toda.

– Sakura, será que você ainda não se deu conta de onde chegamos? – ele perguntou, estava sério e olhava pra ela como quem nem sabia que sentimento usar.

Que sentimento cabia.

– O que quer dizer com isso? – ela ainda não estava entendendo muito bem, aquela pergunta poderia ser referente a qualquer coisa. Ela ficou distante, de pé, não queria olhar diretamente pra ele, parecia até mesmo estar com vergonha dele.

– Ta tudo errado. – ele respondeu – Não era pra ser assim, as coisas não deveriam estar dessa maneira, não foi assim que eu planejei.

Plano, pra ele tudo ainda era um plano, e não conseguia acreditar que Sakura estava mesmo gravida, um filho era uma ligação eterna, pra sempre Sakura estaria em sua vida, e não era isso que ele queria, ou apenas fingia não querer. Ele estava confuso, mais do que confuso, não sabia que sentimento ter, que sentimento se deixar ter, logo ele que sempre foi tão livre e fez tudo que queria, agora tudo que queria era ficar em casa com seu filho e sua esposa.

Nem parecia mais consigo mesmo.

– Eu não planejei isso, Sasuke, tudo o que eu queria era encontrar um cara legal pra ficar comigo, ter uma família, tudo o que eu queria era ser feliz! – uma lágrima escorreu solitária em seu rosto, ela estava mal, não queria estar se sentindo triste justamente naquele momento, mas ela estava, estava triste, magoada com ele, Sasuke parecia querer ficar distante, como se ela não fosse o suficiente para ele.

Então ela se foi, deixou Sasuke sozinho na sala e tomou seu rumo para o quarto. Estava muito magoada. Deitou-se na cama, encolheu e abraçou seus joelhos, olhava para o vazio, e simplesmente chorava, chorava calada, deixando apenas que suas lágrimas caíssem, tudo o que queria naquele momento era fazer Sasuke sentir o quanto ela era importante pra ele.

E sabem o que a louca fez? As malas.

Isso mesmo, ela pegou uma mala enorme e saiu colocando tudo o que via pela frente, suas roupas, suas joias, tudo o que achou por lá. E depois de arrumar tudo, ela ainda foi até o quatro do Júnior e pegou ele, simplesmente pegou algumas coisas do bebê, colocou o Júnior no colo e partiu.

Passou pela sala e Sasuke ainda estava lá sentado, quando ele viu aquela cena quase coloca os bofes pra fora, coitado.

– O que você vai fazer? – ele perguntou perdido da Silva.

– Eu estou indo embora! – disse ela, arrastando a mala até a porta com Júnior e tudo – Se você for continuar com essa de “eu não planejei isso”, eu que não vou ficar aqui com você, adeus, Sasuke! – ela abriu a porta.

– Mas Sakura... – ele ia falar alguma coisa.

– Agora é tarde demais. – ela já estava ficando convencida – Estou indo.

– Mas Sakura... – ele tentou falar de novo.

– Adeus, Sasuke! – e ela fechou a porta na cara sem deixar ele terminar a frase.

Isso não faz sentido!

– Mas Sakura... – ele queria terminar aquela frase, nem que fosse só para a porta – O filho é meu, você não pode levar.

Mas já era tarde demais, Sakura já tinha ido embora com Júnior e tudo, sem se importar com o fato de que ele não era filho dela, e de Sasuke poderia acusa-la de estar raptando seu filho, ela poderia ser presa, mas não estava nem aí, tudo o que queria era mostrar para Sasuke Uchiha que ninguém magoa os sentimentos dela.

Ninguém.