1. Spirit Fanfics >
  2. Como (não) ser popular >
  3. (Não) vá a um jantar de negócios

História Como (não) ser popular - (Não) vá a um jantar de negócios


Escrita por: inosukie

Notas do Autor


ana (rebulI): oi, gente, estamos de volta, depois de um longo tempo. obrigada por todas as mensagens e comentários de carinho que recebemos de vocês, isso sempre deixa a gente mais alegre. obrigada por tudo e por não desistirem de nós! amo vocês

Tywinie ou Mandy aqui

Primeiramente: oi rs Sentiram nossa falta?

E segundo: tirei a categoria do EXO da fanfic e mudei o nome do Kai para Kyle... Espero que não liguem para isso.

E terceiro: Obrigada pelos 8.259 favoritos e pelos comentários s2

Por ultimo: tem uma coisinha a respeito do livro fisico da fanfic para vocês nas notas finais, é bom que vejam....

Capítulo 14 - (Não) vá a um jantar de negócios


Fanfic / Fanfiction Como (não) ser popular - (Não) vá a um jantar de negócios

 

1 de maio de 2016

Rir pra não chorar.

12:30

Não sei o que me deixa mais puto: O Hugo tentando tirar foto da minha bunda e reclamando que não achou ela, ou acordar cedo no fim de semana.

Eu estava nervoso, no sentido de ansiedade, porque hoje seria o dia em que eu me assumiria para os meus pais, e é por isso que eu dormi mal a noite passada, e passei uns bons minutos na cama, numa tentativa tosca de voltar a dormir e aproveitar o tempo restante de paz que eu tinha até dar hora do trabalho. Só que eu só fiquei rolando mesmo, de um lado pro outro, até comecei a me comparar com aqueles rolos de alisar massa de pão. São pensamentos de um idiota que acabou de acordar, não enche o saco.

Mas o problema era que não fazia a mínima ideia de como contar para eles, na verdade, eu nem queria me dar ao trabalho de pensar, então eu fiz o que todo ser humano adulto e maduro faz quando não consegue resolver um problema sozinho: chamei o Namjoon.

É, depois de eu ter voltado do trabalho e ter passado a manhã inteira encarando um Hoseok mais assustado que bandido quando vê o carro da polícia, eu decidi chamar o Namjoon, meu detestável melhor amigo e o único capaz de me ajudar nesse momento.

Ele estava online e demorando para me responder, provavelmente estava falando com aquele embuste que chamam de Seokjin. Enquanto ele não me respondia, senti meu estômago roncar, mas eu não ia descer para pegar comida já que havia prometido a mim mesmo que a próxima vez que visse meus pais seria para falar que eu sou gay. Aí eu lembrei que tinha uma batata chips na minha mochila, já que eu comprei uma e tive que guardar quando Seokjin chegou perto, só não sei desde quando ela está lá.

Comi as batatas e cliquei na foto de perfil do Namjoon para me distrair enquanto a sarna ainda não respondia, e surgiu ali uma alavanca para fazer mais uma das minhas listas de comparações entre babacas e objetos. Batata não é bem um objeto, mas eu acho ela do que eu quiser.

Namjoon e a batata

A batata é dura, a cabeça do Namjoon também, talvez até mais.

Tanto Namjoon quanto a batata são feios, mas um dá para comer.

Se bem que ele dá para comer também… Ah, meu Deus, que nojo.

Bom, vamos parar por aqui?

Depois de 20 minutos o idiota me respondeu falando que estava lendo mangá e perguntando o que eu queria. E quando expliquei para ele a situação ainda tive que implorar por mais cinco minutos para ele vir até aqui me dar um apoio moral, de início ele falou “problema seu” e um “não me faz pisar na mesma merda que você”, mas por fim ele concordou.

Marcamos uma e meia da tarde, ele chegou às três.

15:12

Bom, talvez pedir ajuda para uma pedra seja mais útil que pedir ajuda para o Namjoon. Pelo menos com a pedra eu não ia precisar ficar escutando desculpa fajuta.

— Foi mal aí o atraso, estava ajudando meu pai a lavar a moto. — Ele entrou no meu quarto sem bater e eu olhei para ele com a pior cara possível.

— E desde quando teu pai tem moto? — Mentiroso.

— Ah, moto e carro é tudo a mesma coisa. Que diferença faz? — Imbecil

Contei a ele o meu plano de me assumir para os meus pais, já que ele tinha feito isso há pouco tempo. Mas existe uma grande diferença entre os pais de Namjoon e os meus, a começar por eles acharem normal comer abacate com sal quando todo mundo come com açúcar. Deve ser por isso que Namjoon é todo ferrado das ideias, deve ter hipertensão.

Tentamos criar alguns planos e até procuramos na internet como fazer isso, mas nada parecia que ia funcionar. Eu já estava frustrado, principalmente porque Hoseok ficou de contar aos pais também e não deu sinal de vida até agora. O celular dele estava desligado e a gente estava realmente temendo que ele tivesse sido assassinado pelos pais.

— Olha, você sabe como a sua mãe é, se você falar do nada ela vai ter um infarto. — Namjoon ainda estava procurando maneiras de se assumir no Google.

— Não é o fim do mundo também, eles não são tão tradicionais assim, capaz de eu contar e eles falarem que o problema é meu — Eu quase quebrei meu dedo na quinta tentativa de estralar ele.

— Verdade, o problema é seu mesmo, não sei nem porque eu estou aqui.

Para que inimigos né?

Me joguei na cama frustrado e mais preocupado do que nunca com toda essa situação. Primeiro, quem é que tenha sido o babaca que tirou essa foto eu quero que tenha dor de barriga quando estiver em um encontro. Segundo: por que eu inventei de ir naquela festa? E terceiro: quais estão sendo as vantagens de ter ficado popular nessa hora? Isso acabou é se virando contra mim.

— Achei uma boa. — Namjoon arrumou a tela do computador e começou a ler — Diz que você tem uma doença terminal muito rara e que vai morrer em menos de 20 dias. Aí quando ela estiver aos prantos você diz que é zoeira e que está saudável, só é gay.

— E se ela não ficar aos prantos? Talvez ela agradeça a Deus que não vai ter mais que lavar minhas camisetas sujas de molho.

— Ah, sei lá. Leva ela num show ou em alguma festa. — Lá vem mais uma das ideias mirabolantes de Kim Namjoon — Aí você sobre no palco dizendo que vai fazer uma homenagem e aproveita pra se assumir.

— Namjoon, vai embora.

E ele foi mesmo. É claro, não antes de me mandar ir a merda.

Oh, querido Namjoon, não tinha necessidade, eu já estou me afogando nela.

17:30

Estou no fundo do poço cheio de bosta.

Ainda não consegui falar para meus pais e eles até perceberam que tinha algo de errado comigo, mas ficaram achando que eu tinha tomado o leite vencido que tinha na geladeira que meu pai tinha esquecido de jogar fora. E Hoseok não deu mais sinal de vida desde que eu saí do trabalho.

Para completar isso, eu ainda estou sentado na varanda da frente da minha casa vendo mais uma vez a cena desagradável de um Hugo montado em uma bicicletinha rosa e acenando para mim.

— Você conhece ele? — Minha mãe pergunta, ela tinha que resolver vir para varanda logo agora?

— Não, nunca vi mais doido...

— Bicicleta maneira a dele — ela diz isso enquanto arruma algumas mechas bagunçadas do meu cabelo e me olha profundamente com uma cara tipo “como meu menininho cresceu”.

— É da irmã dele — respondi e ela riu.

— Achei que você não conhecesse ele... — ah, é verdade. Antes mesmo que eu consiga inventar uma desculpa, ela diz para eu avisar caso eu invente de sair e entrou de volta.

É nesse momento que meu dia começa a virar um desastre total. Hoseok está vindo na minha direção com cara de quem acabou de ir no velório de um pobrezinho de um hamster fofinho.

Ele se senta do meu lado e funga.

— E aí, está com essa cara de bunda por que? Já contou para os seus pais? — Por incrível que pareça quem fez essa pergunta foi ele.

— Não, e você?

— Então... — quando ele diz isso já sei que vem tragédia por aí — Eu disse para os meus pais que eu estava namorando uma pessoa e minha mãe falou que hoje vai ter um jantar de negócios lá em casa, e aí me pediu para levar essa pessoa lá.

Como eu disse.

— Legal... — tento não demonstrar interesse para deixar claro que eu estou fora.

— Você vai ter que ir lá, Yoongi — ele diz.

Estou prestes a responder não quando a senhora intrometida, mais conhecida como minha mãezinha, aparece outra vez na varanda.

— Ir aonde? — Ela pergunta, os olhos do Hoseok parecem brilhar.

— Vai ter um jantar lá em casa e meus pais sugeriram que eu chamasse o Yoongi — ele explica vitorioso.

— Então, Yoongi, trate de se comportar, falar obrigado e cumprimentar as pessoas — ela diz.

— Mas eu nem disse... — tento argumentar mais uma vez só que Hoseok me interrompe.

— Passo aqui às sete em ponto para te buscar, esteja arrumado — ele se levanta e se despede da gente sem me dar direito a resposta.

Talvez falar para minha mãe que eu bebi o leite estragado seja uma boa ideia. Quem sabe até beber ele de verdade.

19:07

Eu ainda estou esperando Hoseok vir me buscar e isso é porque ele falou que passava aqui às sete em ponto, talvez na família dele passar as sete em ponto tenha outro significado ainda não conhecido.

Mas já consigo ver uma pessoa vindo da direção onde fica a casa dele e provavelmente essa pessoa se trata do próprio Hoseok, pelo jeito meio idiota e feliz de andar. Juro que uma hora eu vi ele dar um pulinho como se estivesse em um clipe musical ou algum comercial.

Quando ele se aproximou de mim, tentei fazer o máximo de esforço possível para não sorrir, o que foi uma tentativa inútil porque ele já estava rindo antes de mim.

— Vamos? — ele levantou o braço para mim igual aqueles nobres dos séculos passados faziam para levar uma donzela para o meio do salão a fim de dançar com elas.

É claro que eu deixei ele no vácuo e comecei a andar na direção da casa dele.

— Tem muita gente lá? — perguntei.

— O suficiente para fazer minha mãe cair pra trás quando ver que a pessoa que eu estou namorando é um garoto.

— Há chances do seus pais cometerem alguns homicídios quando me virem entrando lá? — era bom eu já estar preparado.

— Sim, e as chances são altas.

Nunca me senti tão amedrontado.

Bom, quando chegamos lá, as coisas não aconteceram como a gente tinha planejado, que era os pais dele sacarem na hora que ele era gay e eu era o namorado dele, na verdade, eles passaram longe de se dar conta disso.

A mãe dele ainda estava no hall de entrada recebendo os últimos convidados quando nós chegamos lá, a ideia era ela perceber de cara que a pessoa que o Hoseok estava namorando era um garoto, mas ela interpretou isso totalmente diferente do que era pra ser.

— Ué, sua namorada não quis vir não? E oi, Yoongi… Como esta seus pais? — ela me cumprimentou com um beijo na bochecha.

— Oi, bem — fui interrompido pelo próprio Hoseok.

— Então mãe, sabe essa pessoa….— E Hoseok foi interrompido por uma senhora gorducha vestida de um jeito bizarro que logo se identificou como tia Rose do Hoseok ao beijar os dois lado do rosto dele e deixar marca de batom.

Hoseok tentou explicar mais uma vez que eu era o namorado dele, mas essa tia dele começou a falar sem parar puxando a mãe dele para o interior da casa, isso deixou a gente responsável por receber os últimos convidados, que assim como Hoseok, também não entendiam o que é sete em ponto.

— O que você acha da gente se assumir bem no meio do jantar? Tipo bater a colher na taça e chamar atenção de todo mundo e falar? — Hoseok deu ideia.

Ia ser legal, mas suicida.

— “Agradeço pela atenção de todos, tenho um comunicado importante para fazer agora, mãe e pai, obrigado por todo amor do mundo, mas o Yoongi não é meu amigo, amigos não se beijam na boca” — eu encenei e ele começou a rir.

Bem nessa hora entrou um senhor de cara amarrada que nos cumprimentou com um boa noite frio, tossiu quando viu que a gente estava rindo e ficou esperando a gente indicar a direção para ele ir.

— Foi bom te ver, Senhor Nicholas — Hoseok diz e a gente começa a rir de novo.

20:12

Demorou quase uma hora para eles se reunirem à mesa do jantar que agora está repleta de comida exalando um cheiro delicioso e tem em torno de umas 20 cadeiras rodeando ela, o que me faz pensar que eu jamais iria querer ter uma mesa tão grande assim para não ter que receber a família toda aos fim de ano para ceia do natal.

Deus me livre ter que receber parente chato.

Já tem algumas pessoas bebericando um pouco de vinho e se servindo de alguns pedaços de queijo, eles parecem bem entretidos com essas conversas sobre ações e bolsa de valores, enquanto eu e o Hoseok, os únicos adolescentes nesse jantar, estamos cortando algumas fatias de queijo em forma de cachorro.

Eu vi o pai de Hoseok duas vezes e o jeito do pai dele só me fez ter mais medo ainda do que pode acontecer quando a gente contar a verdade.

Então, a mãe do Hoseok aparece na sala e pede para que todos fiquem a vontade e se sirvam.

Hoseok começa a pegar algumas coisas para mim e para ele, mas não é como se a gente fosse dar conta de comer isso tudo levando em conta que a gente tá quase tremendo de tanto medo pelo que teremos que fazer mais tarde quando as visitas forem embora, já que Hoseok não conseguia falar a verdade.

Uma parte de mim quer que essa hora não chegue nunca, outra parte quer que o tempo passe logo e tire esse peso das nossas costas, não sei qual das partes está sendo mais forte, só que o meu medo é tão grande que não vou me admirar se eu começar chorar no meio dessa janta.

Vi Hoseok tentando pegar um pouco de vinho para gente, mas o pai dele olhou com cara feia e apontou para o suco, então ele teve que nos servir um suco de laranja que estava aguado e quente.

A comida estava boa pelo menos, mas a gente se encheu rápido por causa do nervosismo então ficamos brincando de bater nossos joelhos e nossas canelas por baixo da mesa, quem risse ou desse algum sorriso primeiro perdia e levava um beliscão na coxa, ganhei quatro vezes e Hoseok só duas.

E foi enquanto a mãe do Hoseok falava sobre como investir franquias de fast food em cidades acadêmicas era uma boa ideia que tudo deu merda de vez.

Aquela tia Rose do Hoseok tinha acabado de levantar com um saleiro e foi até uma garrafa térmica que provavelmente tinha café, pegou uma xícara, deu uma bebericada, e colocou sal, sim, ela colocou sal no café, usou uma colherzinha para mexer e bebeu mais uma vez, até fez um som de “hum que delicia”.

Eu não consegui me segurar, eu comecei a sentir minhas bochechas ficarem quentes, meu corpo se eletrizar, até meus batimentos cardíacos mudarem de frequência, eu estava fazendo um grande esforço para não ter uma crise de riso bem no meio de jantar de negócios dos pais dele.

E para piorar tudo Hoseok me viu naquela situação e achou que estava tendo uma crise alérgica e só quando percebi que estava começando a chamar muita atenção que eu lembrei que tinha um banheiro no corredor que interliga a sala de jantar, a cozinha e a sala.

Não consegui nem pedir licença só comecei a ir para lá, escutei Hoseok pedindo desculpa e falando que eu tinha alergia a pimenta e a mãe dele falando que não tinha pimenta em nenhuma das comidas.

Antes mesmo de alcançar o banheiro eu já estava chorando de rir, e Hoseok quando me viu rindo começou a rir junto comigo sem saber o que estava acontecendo, ele me puxou para dentro do banheiro enquanto eu colocava a mão no meu estômago e tentava parar de rir.

— Por que você está rindo? — ele perguntou com dificuldade e tão vermelho quanto eu.

— A sua tia colocou sal no café — expliquei.

— Ah, eu não acredito que a titia Rose está fazendo isso de novo…

Como assim? Então quer dizer que ela sempre faz isso? Esse pensamento me fez rir mais ainda a ponto de eu quase perder meu equilíbrio tentando me apoiar na quina pia e derrubar alguns produtos que estavam lá em cima, o barulho que fez assustou a gente o que acabou fazendo eu e Hoseok xingar bem alto.

Podia ficar pior?

Claro que sim.

A gente tinha plateia do lado de fora do banheiro.

Eu não sei em que momento as pessoas resolveram sair da sala de jantar e irem lá para o corredor e bem no lugar mais próximo a porta onde claramente dava para escutar essa bagunça que eu e o Hoseok estávamos aprontando, mas o negocio é que lá estavam elas, todas elas, com os olhos grudado na direção da porta.

Eu fiquei sem reação, a mãe do Hoseok ficou paralisada e com a boca semi aberta enquanto a expressão do pai do Hoseok demonstrava dúvida, talvez ele estivesse pensando qual forma ele usaria para acabar com a gente. Com certeza ele deve ter pensado em uma bem dolorosa.

Hoseok fez a única coisa que ele poderia fazer nesse momento.

Ele passou o braço pelo meu ombro e olhou para os convidados.

— Me desculpem pela bagunça, meu namorado acabou prendendo o amiguinho dele no zíper… — ele falou sorrindo, aposto que por dentro ele tava com o cu trancado — agora licença, vamos ir jogar videogame lá em cima.

Ele começou a me arrastar para a escada.

— A comida estava uma delícia — eu não sei da onde eu tirei essa coragem, mas eu tive que falar pelo menos isso.

— Obrigada… — escutei a mãe dele falar com a voz falha.

21:10

Enquanto Hoseok está preso nos pensamentos dele pensando em como vai sair vivo dessa quando todos os convidados forem embora, eu só consigo pensar no porquê da tia dele colocar sal no café. Será que ela tem um paladar diferente dos demais? Ou ela simplesmente não sabe diferenciar sal de açúcar? Só sei que essa é uma história que o Namjoon precisa saber.

— Cara, a tua tia bebe café com sal… — murmurei pensativo.

— Cala boca, Yoongi — Hoseok resmungou — Eu estou mesmo com medo…

Ele estava deitado na cama dele igual eu quando Namjoon foi me visitar hoje mais cedo, e eu agora estou no lugar do Namjoon, sentado na escrivaninha dele, que tem um computador bem mais turbinado com o meu e posso ver vários ícones de jogos que sempre quis jogar, mas não consigo porque meu computador não dá conta.

O quarto dele é bem arrumado, totalmente diferente do meu que é um bagunça e é capaz de você encontrar até um tijolo nele. Hoseok é um completo maníaco por limpeza e ordem, juro para vocês que quando eu estava vendo os mangás dele estavam todos organizados por ordem alfabética, algo que eu invejei muito, porque eu até curto isso de deixar organizado, mas a minha preguiça é mais forte.

Tentei descobrir onde ele escondia o mangas hentais e yaoi dele, porém, se Hoseok tem esses mangas devem estar muito bem escondidos.

Ah, ele também tem um gato chamado Harry, que, segundo ele, é um gato que ele divide com a vizinha dele.

E bem, a temida hora chegou.

A mãe do Hoseok bateu no porta perguntando se podia entrar.

— Você vai me bater? — ele perguntou se enrolando no cobertor dele — Se for então você não pode entrar.

— Hoseok! Eu nunca te bati — ela abriu uma brechinha na porta espiou por alguns segundos até ter confiança de que não era perigoso entrar, atrás dela estava o pai dele.

A mãe dele se sentou na beira da cama dele e o encarou, depois deu um olhar e um sorriso meio reconfortante só que também decepcionado, o pai de Hoseok por outro lado estava tão rígido que poderia ser facilmente confundido com uma estátua.

— Isso que você fez não foi bonito, Hoseok! — a mãe dele falou e a sessão de sermões começou — Eu esperei muito por esse jantar, dei o meu máximo, você deveria ter se comportado e não ter ficado com essas brincadeiras bobas…

— Mãe, você entendeu que eu sou gay? Eu não tava brincando! — eu não conseguia ver a expressão no rosto de Hoseok, mas eu sabia que ele estava chorando.

O pai dele suspirou e acho que esse foi o único barulho que escutamos durante uns bons segundos.

— E ele é o seu namorado de verdade? — ela perguntou juntando as peças.

— É, mãe… Desde ontem eu estou tentando falar isso para vocês antes que aquela maldita foto onde eu e o Yoongi estamos nos beijando chegue até vocês, eu preferi que vocês soubessem por mim isso…

— Eu te falei  — o pai do Hoseok pela primeira vez resolveu se pronunciar — eu sempre soube que ele era gay… Bom, ta aí a verdade.

Ele pareceu indiferente a isso, olhou para Hoseok e depois para mim e saiu do quarto. A mãe de Hoseok por outro lado ainda estava em choque, levou alguns minutos para ela conseguir se pronunciar.

— Você não podia ter nos falado isso sem ter feito essa cena toda, não? Ainda estou chateada com isso, acho melhor a gente ter essa conversa amanhã e é bom você ir levar o Yoongi até a casa dele — ela se levantou da cama e por fim nos deixou sozinho — Boa noite, meninos.

Hoseok secou algumas lágrimas dele com a barra da camiseta dele e se desenrolou do cobertor.

— Vamos? — ele se levantou da cama.

— Não precisa me deixar em casa não, eu sei o caminho até lá… — murmurei e isso fez ele rir um pouco.

— Não é por você, é por mim que eu estou indo até lá, preciso andar — ele saiu do quarto.

Durante metade do caminho ele ficou calado, só que eu conseguia sentir que ele estava melhorando e se aliviando disso tudo. Depois da metade do caminho, ele começou a falar como sempre, porém, não quis tocar no assunto ainda e só quando estávamos chegando perto da minha casa que ele revelou que se sentia aliviado, apesar de tudo.

— Boa sorte com seus pais, também — ele falou depois que deixou um beijo na minha bochecha — acho que pior do que foi lá em casa não tem como ser.

— Valeu. Boa noite Hoseok — me despedi.

Me virei para entrar em casa, mas ele se meteu na frente, não me dando nem chance de protestar e me beijando.

E, bem, agora começa as tentativas de Min Yoongi contar para os pais que ele gosta de rapazes.

22:00

Tentativa número oito, começar.

Meu pai estava preparando o jantar e só para aproveitar o clima de jantares fracassados, eu vi nisso uma ótima oportunidade para assumir, acontece que eu não sou o Hoseok e não tenho tanta coragem com ele, então tentei do meu jeito, e não foi lá muito bom.

Ele serviu a mesa e eu ainda não sabia como fazer. Assim que nos reunimos na mesa de jantar para comer o macarrão com salsicha, eu me esforcei ao máximo pra não manchar minha camisa de molho, eu pensei em um jeito muito brilhante.

O problema de tudo é que eles começaram a falar sobre a família do meu pai e sobre o meu primo que tinha engravidado a namorada em dois meses de namoro. Quase que eu usei de pretexto pra dizer que nunca faria uma coisa daquelas até porque sou gay, mas deixei passar e optei por contar como se aquilo fosse uma notícia normal.

Mas no meu cú não passava uma partícula.

O jantar foi rendendo e eles não calavam a boca pra eu poder falar. Eles já estavam terminando de comer e eu continuava nervoso como se tivesse indo tomar vacina.

— O que aconteceu com a Dona Emília hoje? — Meu pai perguntou para minha mãe enquanto enfiava um garfo enorme de arroz na boca. — Ouvi uma gritaria mais cedo, achei que ela tava bêbada.

— Não foi isso, é que ela tomou uns remédios a mais do que deveria e a filha dela tava brigando com ela por isso, você sabe como ela é. — Segurei o copo que estava na frente do meu prato e o apertei, de nervosismo, até respirar fundo e soltar tão rápido quanto um suspiro.

— Eu sou gay. — Interrompi a conversa dos dois.

— Mas por quê? Só porque ela tomou sem querer? Essa menina é problemática. — Eles me ignoraram e continuaram a conversar.    

Novamente eu me senti um meme, aqueles de pokerface. Eu tinha acabado de me revelar para os meus pais e eles não disseram nada. Comecei a cogitar se eles tivessem realmente escutado.

Papo vai, papo vem, eles continuaram a conversar. Cada vez que um deles abria a boca eu tinha vontade de bater o prato na mesa e falar de uma vez, mas mesmo que eu estivesse tão nervoso quanto meu pai quando perde o óculos e descobre que na verdade tava na cara dele o tempo todo, eu não poderia falar assim.

— Olha as coisas que publicam no jornal — Meu pai reclamou, apontando pra uma matéria sobre a namorada de algum jogador de futebol que publicaram no jornal que ele lia. — Só passam notícias inúteis para gente.

Era essa a minha chance.

— O mundo em si é inútil, pai. Vamos todos morrer um dia, nós somos todos insignificantes, as coisas são insignificantes, até o fato de eu ser gay é insignificante.

— Então. — Ele disse com indiferença e minha mãe deu de ombros.

— Como assim? Vocês sabiam? — Perguntei meio desesperado.

— Filho, eu sou sua mãe, eu sei até o que você esconde embaixo do colchão.

Eu já sou um otário, mas me senti ainda mais quando vi que soei de nervosismo atoa. Sorri para eles, mas na verdade queria pegar a faca de carne da minha mãe e passar ela na minha garganta. Mas, sério, sabe quando você tá ressecado por uns bons dias e não consegue fazer coco e finalmente consegue? Foi assim que eu me senti.

— Vocês não estão decepcionados ou chateados? — perguntei só para ter certeza, isso era bom demais para ser verdade.

— Se fosse para a gente ficar decepcionado,  a gente ia ficar pelo fato de você ser um preguiçoso que não faz nada aqui em casa e não por você ser gay, que é algo que a gente já sabe desde que você tentou beijar o Namjoon na segunda série — meu pai sabia ser esclarecedor, muito esclarecedor — não vendendo droga ou matando alguém já é o suficiente para nós.

Dei alguns minutos pra disfarçar e não parecer que eu só tava na mesa com eles até agora por causa disso e subi para o meu quarto depois. Eu sentia como se um peso tivesse saído de mim, parece até que eu emagreci.

— Eu não acredito que ela andou vendo meus mangás. — Corri para perto da cama e tirei meus mangás lemon debaixo do colchão.

Arranjei outro lugar para guardar eles, atrás da porta, dentro da bolsa do meu violão. E sim, eu tenho um violão desde os meus 12 anos e não, eu não sei tocar.

Peguei meu celular e mandei mais uma mensagem para Hoseok contando que tinha dado tudo certo e mandei uma foto do dedo do meio fazendo um gesto obsceno para o Namjoon.

Ok, as coisas tinham dado tudo certo para mim, de alguma forma eu estava aliviado também, mas preocupado com Hoseok, comparado aos meus pais a reação dos pais dele não foram das melhores.

E enquanto eu começava a sentir um pouco de pena e criar empatia pelo Hoseok, me lembrei de uma coisa: amanhã tinha aula.

Todo meu alívio passou em dois segundos, como iria ser entrar na escola depois disso tudo? Claro que as pessoas agora iriam nos olhar de outro jeito e ainda tem o Taehyung que não deve estar nada feliz com isso, aliás, nem eu estaria. Decidi que ia ficar acordado até mais tarde hoje aproveitando meus minutos de paz.

Ou não.

 


Notas Finais


nos sigam no twitter

amanda ou tywinie
https://twitter.com/tywinie

ana ou redbuli
https://twitter.com/hiparcus

twitter da fanfic
https://twitter.com/cnspfic

tumblr da fanfic
https://cnsp.tumblr.com

E usem a tag #fanficcnsp para comentar sobre ela no twitter, estamos sempre acompanhando vcs s2


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...